sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Capítulo 10 - Almoço em família

A noitada com o Gustavo ontem foi muito divertida, mesmo que tenha bebido um pouco além da conta. Acho que eu fiquei um pouco nervosa com o almoço de hoje e talvez também porque a postagem com as fotos que ele tirou saíram ontem também. Talvez perdesse minha companhia de fodas e coisas aleatórias. E na boa, precisa de motivo para encher a cara? Acho que a vida adulta por si só já é mais que suficiente.

Eu nem faço ideia de como acordei na minha cama hoje de manhã, só sei que estava só de sutiã e calcinha, o que pode indicar que transei bêbada e não é bom sinal. Foi ai que ouvi algum som vindo da cozinha, será que era o Gustavo fazendo café? Ele dormiu aqui? Fui para a sala e a mesa já estava posta me esperando e claro que eu perguntei se fizemos alguma coisa na noite anterior, ele afirmou que não, mas não significa que ele não queria, só que eu estava fora do meu estado normal. Quem me dera todos os caras com quem já sai fossem assim. Seria mais provável eu acordar pelada, com um bilhete ridículo e uma cama vazia se fosse outra pessoa. Bem, eu acabei vomitando nele – que mico meu pai -, mas mesmo assim, ele me limpou e ficou aqui caso precisasse. Não sei se o G faz essas coisas porque ele é meu fã – nem sei se a visão dele sobre mim é essa – ou se ele gosta de mim ou porque ele é assim mesmo. Não estou fazendo drama, só estou me questionando e bem que eu queria ter a cara de pau de perguntar para ele.

Bom, a transa só foi adiada para agora de manhã. E como todas as outras vezes foi bem gostoso, tanto que perdemos a noção da hora e tivemos que nos arrumar correndo para ir para a casa dos meus pais. Gustavo correu para o apartamento dele para tomar banho e se ajeitar e eu fiz o mesmo aqui. Encontramo-nos novamente no estacionamento. Eu coloquei um vestido florido, mas fresquinho com sandália. Já ele colocou um short colorido, uma regata sobreposta a uma camisa de botões, com chinelo. Ele estava até bem largado, mas são o tipo de roupa que meu irmão usa, então acho que não tem problema quanto a isso.

Era um pouco distante do nosso condomínio, então demorou um pouco, mas nada que uma boa playlist não resolvesse. Bom, Gustavo ficou rindo da minha empolgação com algumas músicas, porque a lista era minha. Bom, não posso fazer nada quanto a meu gosto musical um pouco diferente. Ele deve ter notado isso ontem lá na boate, já que algumas dessas músicas tocaram lá também.

Logo estávamos mais no subúrbio, onde tem casas bem mais antigas e menos prédios. Entrei em várias ruas menores e finalmente chegamos. Pois é, meus pais moram bem longe de mim, o que é bom. Descemos e meu pai já estava na varanda.

- Helena, filha, seja bem-vinda. – disse assim que me viu e foi abrir o portão – E esse quem é?

- Esse é o Gustavo, um amigo.

- É um prazer, senhor... – disse apertando a mão do meu pai

- Roberto. – completou – Venham, entrem. Sua mãe está na cozinha.

Entramos e fui lá falar com a minha mãe e já encontrei com algumas tias e primas curiosas demais pelo meu acompanhante. Cumprimentei a todas e Gustavo foi simpático. Dei um abraço apertado na minha mãe que logo retribuiu. Tinha que ver o sorriso que ela deu quando viu o G.

- Ora, dessa vez veio com o namorado?

- Ele não é meu namorado. É um amigo!

- Amigo... Sei...

- Prazer, - ele se pronunciou – sou Gustavo.

- É um prazer, eu sou Rita. E você é o que da minha filha?

- Sou só um amigo. – sorriu amarelo

- Irmã... – gritou Marina descendo as escadas

A gente se abraçou com vontade, eu e minha irmã nos damos muito bem. Veio seguida da Bia, que eu tenho certeza que é a prima que lê meu blog. Elas cumprimentaram e se apresentaram ao Gustavo, que foi lá para fora depois.

- Ele é bem gato hein irmã. – comentou Marina

- Tão se pegando? – a prima indagou

- Informação confidencial. – ri brincando – Bem, sim!

- Tá podendo hein? Como o conheceu?

- A gente se cruzou no prédio. Ele mora no mesmo andar que eu.

- Alias, - minha prima dessa vez – o fotógrafo que tirou as fotos do Contemporânea era Gustavo também e a cara dele não me é estranha...

- É impressão sua, prima!

- Não, olha só! – minha irmã – Eu estava lendo o blog antes de vir e tinha deixado o perfil para ver depois e é o Gustavo mesmo.

- Ele conhece a dona do blog?

- Não sei. Só perguntando a ele. Eu nem sabia que ele tinha tirado fotos dela. – menti na maior cara de pau

Não ia deixar o segredo ser revelado tão fácil, mesmo que para elas não houvesse problema, prefiro me prevenir. E elas foram sondar o pobre, espero que ele consiga mentir tão bem quanto eu.

Ajudei a minha mãe a terminar a comida e logo sentamos à mesa, que estava posta no lado de fora de casa, pois boa parte dos parentes vieram. E pelo visto o assunto do almoço seria o Gustavo e as fotos que ele tirou de mim, porque a minha família conservadora não perde a chance de criticar uma mulher independente e que escreve sobre sexo na internet. Isso porque as duas abençoadas comentaram entre si e as tias fofoqueiras ouviram.

Como sempre, a minha tia mais velha fez a oração agradecendo pela comida e a reunião da família ali. Mal colocamos a comida no prato e uma veio com o assunto de cara:

- Então, Gustavo, soube pelas meninas que você é fotógrafo e que tirou fotos daquela sem vergonha daquele blog que elas adoram ler. É verdade?

- Como disse a elas – ele respondeu – a Echii mora lá no meu prédio. Acabei cruzando com ela sem querer. Como ela já estava procurando um fotógrafo, reunimos o útil ao agradável.

- As fotos ficaram incríveis. – falou Bia – Se eu não tivesse tanta vergonha ia querer umas assim também.

- Nada disso! – repreendeu a mãe dela – Filha minha não tira foto pelada.

- Não é pelada, é de sutiã e calcinha. – respondeu – É bem diferente!

- Tanto faz. É sem vergonhice.

- Essa coisa tinha que ser proibida de existir. Imagina se alguma criança acaba achando.

Eu tentava ao máximo manter a minha boca cheia e fazia questão de mastigar a comida 82 vezes de cada lado da boca, para que ficasse ocupada. Sentia meu sangue ferver com todos os comentários que a família foi falando. Apenas minha irmã e prima me defendendo. Gustavo estava sentando ao meu lado e com certeza notou o quanto eu estava me segurando para não despejar tudo o que eu pensava.

Sabe, não tem problema nenhum eles não gostarem do conteúdo do blog ou até acharem um pouco inapropriado. É só fazer algo bem simples: Não ler, não visitar e não comentar sobre. Bem ou mal, eles estão me dando ibope, porque sem dúvidas, alguns dos meus tios que souberam disso hoje, vão acabar indo lá conferir. Tudo isso gera mais visitas para mim! Então, agradeço de qualquer maneira!

Os comentários foram no mesmo padrão de sempre, o que estou até bem habituada e calejada de ouvir, mas isso não significa que eu fique menos puta com eles. É bem chato e desanimador quando alguém critica seu trabalho assim.

Consegui me manter a refeição inteira quieta. Todos acabaram de comer e eu fui ajudar minha mãe a limpar tudo para esfriar a minha cabeça, só que, é claro, se tratando da minha mãe, estava tremendamente enganada. Porque ela resolveu me atazanar também:

- Filha, quando vai arrumar outro trabalho? Estou ficando preocupada!

- Mãe, eu já trabalho, mas só que é de casa.

- E um namorado? Suas primas estão ai casando e tendo filho. Quando será sua vez?

- Por que você me cobra tanto?! – indaguei nervosa

- Pode tentar voltar com o Pedro, ele era um bom rapaz.

- Não, mãe. – fui incisiva – Ele só parecia. Fez um inferno na minha vida!

- Não use essa palavra. Ele gostava muito de você, filha.

- Talvez sim, mas não de um jeito saudável. Eu não tinha confiança e nem energia para nada quando estava com ele. Me sentia sufocada!

- Se continuar sendo tão exigente, vai acabar é ficando sozinha. Nenhum homem vai te querer!

- Que seja assim, mãe! – bufei – Olha, vamos parar com essa conversa, porque eu sei que não vamos chegar a lugar nenhum. Eu sei o que faço da minha vida!

- Se é assim que você diz... – falou por fim

Acabamos de lavar a louça e arrumar a cozinha, olhei a hora no celular e vi que já tinha ficado tempo bem além do tolerável para a minha saúde mental. Só que, diferente das outras vezes, eu estava com companhia e não sabia se ele queria ficar mais tempo. Eu esperava que não!

Fui até o quintal e vi o quão animadamente ele conversava com todos, parecia explicar algumas coisas sobre fotografia e sobre a carreira dele. Bem, pelo menos uma pessoa aqui recebe apoio. Se bem que ele não é da família e é homem, não precisa de muito para ser elogiado, basta nascer. Só ver o meu irmão!

E por falar nele, aquele traste ficou olhando de cara feia pro Gustavo. Não sei se não gostou dele ou se é porque ainda é um pouco sentido com o meu término com o Pedro, que é amigo de infância dele. Pelo que sei, de vez em quando, ele ainda vem na casa dos meus pais, mas graças que nunca é quando estou.

Chamei o Gustavo num canto, interrompendo a conversa e perguntei:

- Olha, você já quer ir embora? – sem graça – Eu vi que a conversa está boa!

- Por mim, ficava um pouco mais, mas eu já percebi seu desconforto desde mais cedo. Se você quiser ir, nós vamos!

- Obrigada! Eu não aguento ficar um minuto mais. – respondi sorrindo

Despedimo-nos de todos, pegamos nossas coisas, ganhamos quentinha para comer mais tarde e rumamos de volta ao condomínio.

- Eu me diverti muito hoje, Helena. Obrigado pelo convite!

- Eu quem agradeço, por pouco não surto lá.

- Sei bem, é complicado. Almoço de família parece que é clichê acontecer essas coisas.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Capítulo 9 – Fique hoje à noite

A semana passou muito rápido e já é a sexta-feira que eu e Helena iremos sair para a balada e amanhã é dia de ir no almoço de família dela. Achei curioso e bem repentino o pedido, mas como quero conhecer mais da Helena, topei.

Na quarta saiu o conto fantasioso da piscina e ele foi diferente do habitual, contudo não significa que eu não bati uma para meu eu imaginário comedor da Helena na piscina. Confesso que agora eu quero que isso aconteça de verdade! E vou fazer bem melhor do que minha versão fantasiosa.

E hoje finalmente saem as primeiras fotos que tirei da H, o ensaio das lingeries. Estou ansioso e apreensivo sobre como vai ser a recepção destas fotos, mas só saberei disso mais tarde, talvez nem veja até o sábado porque vai ser justamente na hora em que eu e Helena estaremos juntos. Maior parte das postagens dela saem à noite, pois boa parte dos leitores é mais velha e é nessa hora em que estão em casa.

Iríamos sair lá pelas 20h, então comecei a me arrumar com certa antecedência. Tomei um banho e coloquei uma calça jeans, tênis, uma camisa preta e uma jaqueta azul-marinho, já pensando provavelmente que ela precisaria mais tarde. Marcamos de nos encontrar na entrada do prédio e iríamos de transporte particular, já que sem condições de dirigir o carro na volta.

Desci, esperei por um tempo e logo ela apareceu. Usando uma blusa amarela, leeging preta, um sapato de salto. O cabelo estava solto e ele usava uma maquiagem mais carregada com um batom escuro. Sorriu quando me viu! Chamamos o carro e logo rumamos a boate favorita dela: Quintecence.

A gente mal tinha se visto durante a semana, porque acabei conseguindo uns freelas e mais uma grana. Já ela ficou ocupada escrevendo para o blog, já que resolveu adiantar praticamente uma semana de postagens para poder se focar no livro depois, que disse ela já estar tendo ideias para escrevê-lo. Porém, resolvi não perguntar mais sobre.

Chegamos a boate que nem era tão longe assim do condomínio, pegamos uma breve fila e depois de mostrar os documentos, para provar sermos maiores de idade, nos deixaram entrar. Ao passar pela enorme porta, demos de cara com um ambiente lotado, com luzes piscando e o som bem alto. Bem padrão para uma boate.

Helena pegou no meu pulso e me puxou para o balcão onde serviam as bebidas, por sorte achamos dois locais vagos um do lado do outro. Sentamos e chamamos o bartender, pedimos uma garrafa de ice para cada, para começar leve. Bebemos e tentamos conversar, especificamente sobre a nossa semana, mas precisamos falar mais alto para nos ouvirmos. Ao terminarmos a bebida, ela me puxou para a pista de dança, nem nos embrenhamos tanto pro meio, já que nem dava para passar. Resolvemos ficar ali mais pra ponta mesmo.

Helena já chegou na pista dançando, só entrou no embalo da música e se deixou levar e claro que ela me chamou para junto dela. Ficamos colados um de frente pro outro com a Helena se esfregando em mim e rindo. Pulávamos, cantávamos e curtíamos a cada música.

Depois de um tempo cansamos e para refrescar o corpo pedimos mais uma bebida, dessa vez uma batida de frutas com vodka. E dava para perceber ela bem mais solta e talvez até mais bêbada do que eu. Considero-me uma pessoa até bem resistente e forte para beber. Acho que eu teria que levar a Helena pra casa hoje. E logo após, retornamos a pista de dança.

Este ciclo se repetiu algumas vezes e em alguns momentos acabamos trocando uns beijos no calor da coisa toda. Até que a hora foi avançando e devíamos voltar se quiséssemos aparecer apresentáveis na casa da família dela amanhã. Carreguei a Helena pra fora da boate, já bastante bêbada e chamei um carro. Eu estava sentindo um pouco de tontura, mas estava bem. Logo o carro chegou e voltamos para o prédio. Agradeci ao motorista e entrei.

Carreguei-a o caminho inteiro no ombro, com ela balbuciando coisas inaudíveis. Descemos no nosso andar e iria levá-la para o apartamento e só deixá-la e iria para o meu. A primeira parte eu fiz, coloquei Helena na cama, mas antes que pudesse ir embora ela me segurou:

- G, fica aqui hoje comigo. - com a voz totalmente alterada

- Melhor não, H. Você está completamente bêbada. – respondi, como se ela fosse me entender

E ela me puxou para a cama com ela, me dando um beijo e subindo em cima de mim. Confesso que não sou de ferro e correspondi aos estímulos dela, mas minha consciência não permitia ir além, porque não era certo. Ela tirou sua blusa, ficando só de sutiã e continuava se esfregando em mim.

- G, transa comigo. Eu quero você! – falou

- Eu também quero, mas não com você assim. – retruquei

Ela ia resmungar alguma coisa, mas antes que pudesse ela fez uma careta e vomitou em mim. Não foi muito, mas eu senti especialmente o cheiro da batida de frutas. E claro que a bonita fez essa lambança em mim e dormiu depois. Tive que sair e me limpar. Joguei minha camisa suja num canto, tirei o sapato e a calça. Depois tirei o resto da roupa da Helena e também limpei o resto de vômito que ficou na sua boca.

O cansaço me bateu e eu decidi que não ia atravessar o corredor e ir pro meu apartamento, ficaria ali com ela, vai que ela passaria mais mal ainda. Fiquei para poder cuidar dela. Sentia-me responsável, mesmo sendo ela quem me convidou para a noitada.

Eu nem percebi quando apaguei, mas quando dei por mim os raios de Sol já me incomodavam. Peguei o telefone para olhar a hora e marcava 9h da manhã. Outra coisa que percebi era meu celular lotado de notificações das minhas redes sociais, abri para ver com mais calma e eram muitos novos seguidores e também alguns comentários, sendo boa parte deles me parabenizando pelo trabalho e dizendo que vieram depois da postagem no Contemporânea Erótica. E nas mensagens diretas também tinham algumas pessoas perguntando sobre sessões de fotos e tudo mais. Como uma dor de cabeça me acometeu, resolvi deixar para responder depois. Resolvi levantar e fazer o café da manhã. Foi meio complicado achar as coisas pela falta de familiaridade com a cozinha, mas eu encontrei tudo e consegui passar um café e fazer uns mistos quentes com queijo e presunto.

Escutei um som vindo do quarto, devia ser Helena acordando. Logo depois ela veio para a sala e a mesa já estava posta e eu sentado esperando por ela. Ela sorriu e falou:

- Bom dia, G! É... fizemos algo ontem?

- Não. Mas não que você tenha pedido.

- Ah, que vergonha. Desculpe, eu bebi um pouco demais.

- Tudo bem, todos nós fazemos isso. Senta, vamos comer.

- Eu detesto essa dor de cabeça. – reclamou ao se sentar – Afinal, se não fizemos nada, por que está só de cueca?

- Bom... Você acabou vomitando em mim ontem.

- Gustavo, desculpa! – respondeu imediatamente – Olha eu burra velha pagando esse mico.

- Tudo bem. Depois você dormiu. A roupa é só lavar, pode deixar.

- Logo precisamos nos arrumar para ir à casa dos meus pais e eu estou um caco.

- Eu também, mas a gente consegue.

Comemos num clima agradável e comentando sobe quão divertida foi a noite anterior. Depois ela perguntou:

- A postagem das fotos saiu ontem. Alguém foi nas suas redes?

- Muita gente, na verdade. Já estou até recebendo umas propostas de trabalho. Só não tive tempo de responder.

- Ah, que legal. – sorriu – Acho que agora sua carreira de fotógrafo deslancha. Uma pena que vou perder a exclusividade.

- Sempre vai ter um horário na agenda para você. É minha cliente mais importante.

- Ah, nem é para tanto.

- È sim! Olha divulgação que você me deu e ainda me pagou.

E rimos. Um silêncio constrangedor se fez em seguida, enquanto terminávamos de comer.

- Helena, quer ir lá pro quarto fazer o que não fizemos ontem? – perguntei sugestivo

- Sim. – disse sorrindo

Levantamo-nos e fomos lá para o quarto. Dessa vez eu trouxe a camisinha e não precisei pegar emprestada. E a gente nem ligou se aquilo ia causar o nosso atraso na chegada para o almoço dali poucas horas.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Capítulo 8 – Convite para o Encontro de Família

Passei o dia de domingo com o Gustavo na piscina, conversando e trocando uns beijos. Claro que eu fiquei com vontade de tirar a roupa dele ali mesmo, só que os vizinhos dos blocos próximos iam ter uma visão de camarote e nós dois íamos levar uma advertência daquelas do síndico.

Subi e tomei um banho. E aproveitei o fogo e usei um dos vibradores que vieram na caixa, aproveitando ainda a sensação dos movimentos da água e os cabelos molhados e pensando em Gustavo. Minha sorte é que não gemo tão alto quando estou me masturbando. Poucos minutos depois, eu estava estirada na cama e ofegante, desejando que na verdade aquilo fosse um de verdade e não de silicone lilás. Mas, eu não quero abusar do Gustavo para minha libido sexual um pouco elevada. Ambos nos enfiamos nesse acordo maluco!

Decidi escrever um conto, mesmo que de mentirinha da transa da piscina, contudo tinha que perguntar ao Gustavo se podia e também lembrar do que ele estava me devendo.

Vesti uma roupa, já que nem fiz questão disso antes e fui pegar meu celular na sala e no mesmo momento ele tocou, recebendo uma chamada da minha mãe. Atendi:

- Olá, filha! Como está?

- Bem, mãe. E você?

- Estou bem! Já conseguiu um trabalho?

- Ainda não – lá vem ela com isso de novo – e nem preciso ou quero.

- Vai viver de trabalho... Como chama?

- Freelance, Rita. – já fazendo careta

- Isso. Já falei que tem que tomar rumo, filha!

- Foi só para isso que ligou? – para me encher a paciência, só pode

- Não. É que vai ter almoço de família aqui em casa, estou te avisando com antecedência, para você não reclamar. Será no sábado.

- Alguma ocasião?

- Nenhuma. Só estou com saudade dos meus filhos.

- Tá bom, vou me organizar para ir.

- E trate de trazer um namorado dessa vez. Não sei por que terminou com o Pedro. Ele era um bom rapaz!

- Não estava dando certo, mãe. E para de querer que eu arrume macho.

- Eu quero netos! – protestou

- Pede pro seu primogênito, que não toma jeito.

Na minha família, somos eu e mais um irmão – que é o mais velho – e uma irmã – que é mais nova. Pois é, sou a filha do meio perdida, segundo minha mãe. Meu irmão Arthur é um zero à esquerda, que nunca quis estudar e só trabalha fazendo alguns pequenos serviços e vive sem dinheiro e na aba dos meus pais, tanto que ainda mora com eles. Já minha irmã Marina, ainda está na faculdade, mas divide apartamento com uma amiga e trabalha meio período para cobrir os custos da casa e da faculdade.

- Ele não encontrou nenhuma moça a altura dele.

- Claro, ele é um traste! Mulher nenhuma vai querer casar com um cara e acabar ganhando um filho junto.

- Não fale assim do seu irmão, ele está estudando para fazer prova.

- Finalmente, o mínimo. Espero que se esforce e consiga.

Me irrita muito o quanto a minha mãe passa a mão na cabeça e defende o meu irmão, enquanto eu e Marina só tomamos patadas gratuitas.

- Ele vai ficar feliz em saber do seu apoio. Não se esqueça de vir hein?

- Pode deixar, mãe. Beijo!

- Tchau, filha.

E desligamos. E depois mandei a mensagem pro Gustavo. Não sei se seria abuso pedir ele para ir para o almoço da minha família comigo, porque eu convidei-o para uma noitada logo no dia anterior. Tenho alguns dias para decidir isso.

Falei com Gustavo e ele me deu a permissão para escrever o conto. Então, preparei um pequeno lanche com um copo de suco, sentei no sofá com o notebook apoiado em cima de uma das almofadas e comecei a deixar fluir.

Conto: Dentro das águas

Era um belo domingo de Sol e a única coisa que eu queria era espantar um pouco o calor e curtir a piscina, mesmo que fosse só para pegar um bronzeado. E não fui a única que pensou nisso, praticamente o condomínio inteiro também desceu para a piscina. Então, tudo estava regado com o som das conversas, das crianças gritando, correndo e o som das águas batendo como se fossem ondas dos mar.

Eu confesso que tenho um pouco de vergonha de estar com tantas pessoas em volta, sempre penso que estão me olhando. Aproveitei e estava sentada lendo um livro, só para passar o tempo, mas eu estava louca para dar tibum na piscina que devia estar com a água bem gelada.

Fiquei tão distraída na leitura que nem vi mais um dos vizinhos gatos – e que já estou de olho tem um tempo – se aproximar. Ele já pulou na piscina porque veio secando o cabelo e percebi seu short de banho pingando. Cumprimentou-me e perguntou porque eu estava só sentada ali, quase torrando no sol quente em vez de aproveitar a água. Ele até riu quando confessei a minha vergonha, porém me incentivou a entrar, dizendo que iria junto comigo. E como não tinha nada muito melhor além de ler, resolvi ir com ele.

Foi uma tarde divertida em sua companhia. No primeiro mergulho já senti praticamente o calor ir embora. Brincamos de jogar água um no outro, rimos e conversamos. Aproveitamos também para tomar uns bons drinks no bar da piscina, só para acabarmos nos soltando um pouco mais.

As horas foram passando, foi escurecendo e os condôminos foram retornando para suas casas, até o salva-vidas foi embora e ficamos apenas nós dois ali. E com essa solidão que o clima esquentou. Um pouco do misto de efeito da bebida com a nossa própria vontade. Começou como leves beijos, foi passando para carícias e uma mão ou outra descendo ali e os gemidos baixos querendo sair. E em dado momento, não se sabia onde começava um e terminava o outro. E nem a água iria nos atrapalhar.

Eu já estava acesa e ele também. E no calor do momento, foi sem proteção mesmo. Ele me fez apoiar os cotovelos na borda da piscina para que meu quadril ficasse exposto. Apenas botou a calcinha do biquíni para o lado e fez o que tinha que fazer. Assim que senti, perdi o apoio e quase ralei as costas, mas ele me segurou. E ficamos naquilo alguns breves minutos, com a água fazendo algumas ondas por conta dele mover meu corpo para cima e para baixo, até que ele gozou e eu também, selando com um beijo na boca.

- Vamos para as espreguiçadeiras. – disse

Saímos da piscina e voltamos para onde estavam as nossas toalhas. Ali continuamos a nos agarrar, comigo deitada e ele por cima. Dessa vez ele resolveu brincar um pouco com meus seios, tirando eles da proteção da cortininha, revelando mamilos erriçados por conta do tesão e também da leve brisa que corria naquela hora. Eu queria mais uma vez e ele também. Eu sentia seu volume aumentando cada vez que se esfregava no meu baixo ventre. E assim foi! Só que comigo por cima, sentindo o atrito dele e do meu biquíni na virilha, junto com o medo de ser vista pelos vizinhos que moravam nos prédios altos em volta e de tomar uma multa do síndico por atentado ao pudor. Eu me mexia devagar para aproveitar cada segundo daquilo, mas me apertava por dentro para deixar ele cada vez numa situação mais complicada. Chegamos ao ápice de novo e eu segurei muito para não soltar um gemido de secar a garganta. Cai sob seu peito no fim, que apenas me sorriu.

- Acho que precisamos voltar para a água.

E tomamos um banho naquela água de cloro. Trocamos mais alguns beijos dentro das águas e depois, cada um retornou para sua casa.”

Dei o último ponto final satisfeita com o conto, mesmo que não seja tão poético quanto outros que já escrevi.

Abri o navegador, colocando no administrador de postagens do blog e programei o texto para sair já na data agendada, assim como programei a postagem da resenha da camisinha que Gustavo escreveu. E isso me lembrou de fazer a transferência das sessões de fotos para ele. Logo fiz, mas só cairia no dia seguinte, já que era domingo ainda.

Depois disso, desliguei o notebook e fiquei pensando sobre o que faria no almoço de família. Eu chamaria Gustavo ou não? Não era parte do nosso acordo ter que ir a almoços de família ou até fingir ter um relacionamento comigo. Era apenas o blog, as fotos e as transas, talvez fossem apenas negócios... Eróticos! Porém, eu não queria ter que ouvir mais gracinhas da minha mãe por ir desacompanhada de novo. Então, decidi ao menos tentar e mandei mensagem para ele. Comecei a conversa com o que devia falar com ele primeiro.

G, já fiz a transferência, mas só cai amanhã.”

Ok. Sem problemas e obrigado!”

Imagina, é seu trabalho.”

Um breve silêncio, não era uma mensagem que se pedia resposta mesmo. O silêncio foi justamente tentando vestir uma cara de pau para perguntar:

G, sem querer abusar da sua boa vontade, mas é que tenho um almoço de família para ir no próximo final de semana e queria companhia. Quer ir comigo?”

Por que essa pergunta do nada, H? Tem medo da sua família?”

Sim e porque não quero ouvir abobrinha da minha mãe de novo.”

Deixa eu pensar... Deve ser porque você não está namorando?”

Nem precisa ser um gênio para descobrir que é isso. Desculpe, estou sendo abusada demais.”

Eu vou com você.”

Como é?”

Posso ir com você. Só teremos que tomar cuidado para não beber demais e chegar de ressaca lá.”

Muito obrigada!”

Mas... Tem uma condição.”

Sabia! Lá vem...

Você irá comigo no próximo encontro da minha família.”

Ok. Eu posso lidar com isso.”

Despedimo-nos e logo depois fui ver um filme de romance água com açúcar só para ficar com sono.

 

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Capítulo 7 – Na piscina do condomínio

Depois da festa, Helena veio aqui em casa e bem, ela me deu um dos melhores orais da vida e não deixei por baixo também para ela. Acabou que transamos de novo! E dessa vez, não haveria conto sobre no blog.

Era um dia quente de domingo, o que pedia que eu descesse para a piscina do condomínio e desse aquele mergulho e pegasse um pouco de sol.

Tomei café, descansei um pouco, arrumando ainda algumas coisas das fotos da H, me troquei – colocando um short de banho - e fui ao rumo da piscina. E era óbvio que ela estava lotada! Crianças correndo e pulando de um lado e os mais velhos apenas sentados, conversando e tomando umas bebidas no outro. Aquilo me incomodava, porque eu queria nadar um pouco e isso seria uma tarefa impossível com toda aquela gente.

Passei pelo portão de grades que delimitava o local, depositei minha toalha numa das espreguiçadeiras e só pulei na água, permitindo que o gelado invadisse o meu corpo e me refrescasse por inteiro. O som das conversas e gritos das crianças diminuiu no tempo em que fiquei com a cabeça em baixo da água. Voltei à superfície e senti falta do silêncio.

Lá no canto, sentada numa das espreguiçadeiras, estava Helena. Eu não a tinha visto quando entrei. Ela estava tomando sol e lendo um livro, de longe nem dava para ver qual era. Decidi ir falar com ela. Sai da piscina, peguei minha toalha e sequei meus cabelos, caminhando em direção onde ela estava. Assim que ela me percebeu, sorriu e me cumprimentou:

- Boa tarde, Gustavo.

- Boa tarde, Helena. Cansou de ficar trancada em casa escrevendo?

- Um pouco. Quis curtir esse dia de Sol.

- E ficar sentada lendo só? Por que não dá um mergulho?

- Tem muita gente, na verdade.

- E você fica com vergonha?

- Não exatamente. Mas, eu sinto como se todos estivessem me olhando.

Ela me vem com essa quando faz aquilo tudo comigo quando estamos transando. A vontade de soltar isso foi grande, mas resolvi ficar na minha.

- E se eu for com você? Até porque está calor demais só para ficar sentada embaixo do Sol e lendo. Mesmo que o livro seja muito bom!

- Tudo bem, eu vou com você. Posso ler meu livro depois.

Ao terminar a frase, ela se levantou. Deixou o livro – cujo nome era O Diário da Escrava Amada – na espreguiçadeira e fomos para a piscina. Não havia perigo de alguém levar um livro e duas toalhas embora.

Entrei primeiro e ela depois. Ambos já molhamos os cabelos. Resolvemos brincar de jogar água um no outro e estávamos nos divertindo igual a duas crianças. Quando cansamos, resolvemos só ficar na água e conversando um pouco. Ela me falou dos planos que tem para o blog e até já recebera a proposta de publicar um livro.

- Eu só não sei sobre o que vou escrever nesse livro... – confessou

- Por que não sua experiência com o blog?

- Não! Isso é muito clichê. Eu queria escrever uma história mesmo. Igual as fanfics que eu fazia quando nova.

- Você escrevia fanfics? – indaguei surpreso

- Sim! – sorriu nostálgica – Mesmo que algumas fossem de gosto bem duvidoso.

- Todos nós começamos de algum lugar. Minhas primeiras fotos não eram lá essas coisas. Fique calma que logo você vai saber o que botar nesse livro.

- Eu sei. Logo a ideia vem, só espero que a tempo de atender a proposta da editora. Enquanto isso, continuo escrevendo as coisas do Contemporânea.

E continuamos conversando até que foi escurecendo e as pessoas foram voltando para seus apartamentos, até porque muitas delas trabalhariam no outro dia. Chegou o ponto de ficarmos só eu e Helena na piscina, depois de algumas saídas da água. O salva-vidas já tinha ido embora e a piscina do condomínio ficava aberta o dia todo nos finais de semana.

Acabou que a privacidade fez parte da vergonha da Helena sumir. Um clima se fez e nós acabamos trocando uns beijos e carícias ali na piscina. Mas, não foi nada demais, se comparar que já transamos igual a dois selvagens na casa dela. Eram beijos sutis, repletos de risadas entre a nossa longa conversa, se olhando nos olhos e só aproveitando o momento.

- Gosto muito da sua companhia, G. – ela disse

- Eu também gosto da sua, H. – respondi

- Quer sair qualquer dia desses? – perguntou

- E para onde iríamos?

- Talvez uma boate, tô com uma saudade de dançar. E bem, maioria das minhas amigas estão casadas e com filhos, nem pensam mais nisso. Ir sozinha é bem ruim!

- Precisa de um acompanhante pra balada?

- Na real, é um amigo para balada.

- Já aviso que não danço muito bem. Mas vou com você sim! – sorri

- Sério? – incrédula – Ah, que legal! Na sexta tem problema?

- Nenhum. Sabe que tô sem trabalho.

- Calma que isso logo muda. Suas fotos sairão no blog essa semana. E ainda preciso que me mande a resenha da camisinha.

- Farei hoje mesmo!

Beijamo-nos de novo, um pequeno selinho.

- G, obrigada por sua ajuda.

- Não é nada. Só não esqueça de transferir o valor. – e ri

- Farei assim que voltar para casa. – ela olhou pras estrelas lá em cima – Acho que já está tarde né? Preciso voltar pra casa.

- Acho que sim. Já está bem quieto por aqui. Depois de mais um mergulho, podemos ir.

E assim o fizemos, rindo igual adolescentes bobos. Coisas simples que adorava fazer e com a idade a gente acaba perdendo um pouco o valor disso.

Secamo-nos e finalmente subimos. Despedimo-nos na porta do elevador e caminhamos cada um para um lado do corredor.

E mesmo que não tenhamos feito nada demais, confesso que fiquei com vontade ali na piscina mesmo, porém era bem provável que fossemos pegos. E eu nem sei se a Helena estava com vontade também.

Eu tive que bater uma quando cheguei, durante o banho para tirar o cloro da piscina do corpo. Sai enrolado na toalha e fui pegar uma cueca para vestir. E meu celular apitou, nem mexi nele desde antes de ir lá para baixo. E qual não foi a surpresa de que estava lotado de mensagens, mas o motivo do som foi a H. Abri a mensagem dela primeiro:

Não esquece, por favor, de escrever a resenha. Não precisa ser algo muito longo, só sua experiência e de coisas que só homens percebem nesse tipo de produto.”

Tudo bem! Farei agora, enquanto lancho.” Respondi.

Se tiver alguma dificuldade, eu te ajudo.”

Não sou tão em escrever igual a você, mas dou meus pulos. Mas mando para você avaliar.”

Ah, outra coisa. Tem problema eu escrever algo sobre hoje?”

Depende. Sobre o que vai escrever?”

Sobre a piscina oras! Mas de forma fantasiosa.”

H! Por que não disse antes? Podíamos ter feito lá.”

Algumas coisas prefiro manter na imaginação. Essa é uma delas.”

Pode escrever então. Bem provável que bata outra por causa disso. Seus contos fazem isso comigo.”

Deixa de ser bobo. Vou me ausentar, senão a inspiração some.”

Vai lá! Inté!”

Até, G.”

E bloqueei o celular. Quem diria que a Helena fantasiou também? Acho que a parte da imaginação é desculpa dela, mas tudo bem, posso lidar com essa dúvida.

Preparei um misto quente com um suco e fui resenhar a bendita da camisinha. Eu nem fazia ideia do que escrever, sinceramente. Mas, aí fui lembrando quantas marcas diferentes desse produto já usei e no que elas mais me incomodavam e fui traçando um comparativo com a da que testei. Disse que ela era bem fácil de colocar e de tirar, oferecia conforto e sensibilidade ao mesmo tempo, porque por um lado não te esmaga e nem fica largo demais e acaba saindo. E bem, eu praticamente senti tudo quando entrei na Helena.

Confesso que foi meio estranho fazer o texto, mas ele ficou pronto, de uma forma ou de outra. E assim, mandei para a Helena, através do e-mail que ela já havia me passado para mandar as fotos do ensaio antes. Só a avisei por mensagem, mas ela deve estar tão ocupada escrevendo que nem viu.

Sai do meu escritório e fui a sala e comecei a ver uma série que já queria tinha muito tempo. Vi dois episódios, até que o celular apitou de novo, com a resposta de Helena.

Ficou ótimo, H. Nem eu poderia ter escrito melhor. Vai sair no blog na quarta.”

Ótimo! E o seu conto?”

Deve sair na terça, ainda não decidi.”

Curioso para ler.”

Tudo em seu tempo, G. Aliás, as fotos saem essa semana também, na sexta. E não se esqueça do compromisso também.”

Não esqueço.”

Agora vou lá jantar. Bjs, G!”

Bjs, H.”

Estou ansioso para o lançamento dessas fotos, será que elas vão me dar o retorno e a quantidade de trabalho que eu espero? Quero muito que a resposta para as minhas dúvidas seja sim!

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Capítulo 6 – No 805

Acabei escrevendo outro conto inspirado em mais uma das minhas transas com o Gustavo, é que acontece quando a coisa é boa. Ele ia sair no blog naquele mesmo dia. Programei a postagem para sair e me arrumei para a festa de aniversário da filha de uma das minhas amigas de faculdade: Nana.

Ironicamente, o fotógrafo da festa era o Gustavo. Creio que por ser um iniciante, ele ainda faça esses eventos e não há vergonha alguma nisso, porque é um trabalho como qualquer outro. Até mesmo tirar foto de uma pessoa de lingerie como eu. Foi bom vê-lo fora do prédio e sem ter todo o acordo que nos cerca.

Acabou que ofereci uma carona para ele ao voltarmos para casa. Gustavo confessou a mesma coisa que estou sentindo e não falei. Então, decidi dar um agrado a ele, com a promessa de não escrever sobre.

Chegamos ao condomínio. Eu estacionei o carro na minha vaga e subimos, todo o trajeto sendo feito em silêncio. Descemos no 8º andar e Gustavo indagou:

- Na sua casa? – e apontou na direção do meu apartamento

- Não, na sua. Alias, não conheço onde mora. – e sorri

Ele foi na frente e abriu a porta. E bem, a casa dele não era feia, talvez só faltasse um pouco de decoração. Porém, resolvi não comentar para não estragar o clima. Eu entrei logo atrás dele. Gustavo trancou a porta e falou:

- Pode ficar a vontade. Quer uma água ou alguma coisa? – disse indo pra cozinha

- Não, obrigada. Na verdade... – me dirigi a cozinha e peguei em sua mão  - vamos pro seu quarto.

- Eu tô sem camisinha, H. – protestou

Apenas pedi indicação de onde era o bendito quarto e o coloquei sentado em sua cama. Passei a mão por cima da calça e pude sentir bem a situação que o conto fizera com ele. Imediatamente abri o botão e o zíper, puxando o membro dele para fora. Gustavo olhava para mim, tentando decifrar o que eu realmente ia fazer.

- Só relaxe e aproveite! – sorri maliciosa

E o coloquei na minha boca, sentindo o volume que nas outras vezes esteve dentro de mim. Ele claramente não era dos maiores, mas já percebia suas vantagens. Fiz o que sempre faço nos orais: Lambi, mordi de leve, coloquei inteiro na boca, chupei, fiz sucção. E tudo isso sem tirar meus olhos de Gustavo, que reagia e muito aos meus estímulos, soltando gemidos baixos. Dava para sentir suas pernas tremendo e o seu membro pulsando dentro da minha boca. Fiquei fazendo isso por alguns minutos, trocando os movimentos e intensidades. Não tardou muito e ele finalmente gozou, soltando um suspiro de alívio e se jogando na cama atrás dele. 

Todo o líquido que ele despejou foi para dentro da minha boca e como eu não gosto de engolir, procurei o banheiro para cuspir, me ausentando do quarto por breves segundos.

- Você não engole? – perguntou ele

- Eu não gosto! – respondi – Faz mal pro estômago!

- Quem diria, logo você.

- Não me julgue. Por falar nisso, eu preciso de um chocolate e ir para casa resolver a minha situação.

- Eu posso resolver ambos. – falou se levantando, fechando a calça – Sempre tenho algum doce por aqui. Deixe-me ver!

Sentei-me na cama e esperei enquanto ele foi a cozinha. Logo trouxe uma barra de chocolate fechada, abriu a embalagem, destacou dois tabletes e me deu. Eu mordi o primeiro e o colei no céu da boca, para fazer a sensação da endorfina do cacau durar mais. Só que ai, Gustavo me surpreendeu. Ele se aproximou de mim e me deu um beijo, acho que ele queria sentir o gosto do chocolate também.

- Sabe que tem uma barra inteira logo ali né? – comentei por fim

- Eu sei. Mas não era só o gosto do chocolate o que eu queria.

Eu ri com a tirada safada, depois questionei:

- Uma coisa você resolveu. E a outra?

- Deite-se que eu resolvo.

- Tudo bem! – fiz conforme ele disse

Como estava de vestido, ele apenas tirou a minha calcinha, jogou-a para trás e enfiou a cabeça entre as minhas pernas.  E começou a passar a língua por toda minha vulva, fazendo até um pouco de cócegas. Chupou, colocou a língua dentro e depois um dedo, depois outro. Vez ou outra mordia minhas coxas de leve e tudo aquilo estava me fazendo tremer e ter muitos calafrios subindo na espinha.

Ele fazia cada vez mais rápido e eu me contorcia para não gemer tão alto e nem me engasgar com o chocolate na boca, porque realmente estava muito bom. Não demorou e eu senti meu corpo inteiro pulsar, pedindo socorro e eu sabia exatamente que hora era essa e não me privei de soltar o grito da garganta e sentir meu corpo relaxar. Gustavo percebeu e saiu de entre minhas pernas com um sorriso faceiro.

- Achei que estivesse enferrujado. – e me mostrou o que saiu

Ele pegou um lenço de papel que estava na mesa de cabeceira e limpou sua mão. Enquanto eu estava estirada na cama, recuperando o fôlego. Gustavo olhou para sua calça e riu.

- Que droga! – reclamou

- O que foi?

- Nada. Só fiquei aceso de novo.

- Quer transar? – joguei na lata

- Querer eu quero. Mas, tô sem camisinha, já disse.

- Tem na minha bolsa. Eu deixei na sala.

- Por que você anda com elas? – lançou um olhar julgador – Esperava que fizéssemos algo?

- Não. É um hábito que tenho!

Saiu do quarto e logo voltou trazendo a minha pequena bolsa. Abri e de dentro da carteira tirei as duas que deixava estrategicamente ali.

- São da marca que você recebeu. – Gustavo comentou

- Tem pouco tempo que as troquei. As outras perderam a validade. – entreguei para ele

Eu confesso que realmente guardei pensando no Gustavo, mas era mesmo só um hábito que já tinha. Fiquei feliz, pois há muito tempo que as camisinhas da carteira não me são úteis.

Ele sorriu, agradecendo. Tirou a calça, sua camisa e a cueca e eu vi a situação que ele estava. Colocou a camisinha sem dificuldades. E eu tirei o meu vestido, ficando apenas de sutiã.

Gustavo se aproximou e eu permaneci deitada. Ele me deu um beijo com vontade, segurando minha nuca. E no momento seguinte, finalmente penetrou. E entrou fácil, pois eu estava muito molhada. E ele começou o movimento de vai-e-vem, dando estocadas que eu sentia no colo do meu útero.

Ainda estava me recuperando daquele oral que ele fez e com isso, parecia que eu ia era gozar de novo. Controlava meus gemidos, com minhas pernas envolvendo as costas dele. Calafrios e mais calafrios que se espalhavam por todo o meu corpo e houve um momento em que eu só desliguei. A cabeça relaxou, o corpo que estava tenso também se aliviou. Eu sabia o que era mesmo tendo sentido poucas vezes: era um orgasmo.

No mesmo instante, Gustavo se contraiu todo e soltou um suspiro de alívio. Fomos juntos dessa vez!

- Você me apertou e acabei gozando. Aguentava mais tempo. – ele reclamou

- Não foi intencional. Eu...

- Eu percebi. – rebateu – Assim você vai me deixar com o ego lá em cima. – e riu

Ele saiu de dentro de mim, tirou a camisinha, dando um nó e descartando no banheiro. Depois, se jogou ao meu lado na cama. Eu ainda estava ofegante e estirada na cama.

- Quer comer alguma coisa?

- Daqui a pouco. – olhei para a janela e já havia escurecido

- Podemos pedir algo. Que acha?

- Acho ótimo! Tô zero vontade de cozinha hoje.

- Ótimo!

E ficamos um tempo ali, olhando o teto, sem falar nada. Em seguida tomamos um banho – separados – e Gustavo pediu uma pizza para a gente.  Na verdade, mal sai do banho e a pizza chegava. Sentei-me com ele a mesa, que era minúscula se comparar com a minha e fomos comer. E claro, resolvi puxar um assunto:

- Trabalha com fotografia tem quanto tempo? – indaguei

- Tem pouco mais de dois anos. Nunca cheguei a trabalhar numa empresa, só faço eventos e alguns trabalhos para agências vez ou outra.

- E você vive disso? Bem, não fica com orçamento apertado?

- Em alguns meses sim. Só estou conseguindo me segurar por enquanto por causa das reservas de dinheiro.

- Então, me diga quanto são as sessões de foto e dos produtos que fez pra mim. Eu quero pagar!

- Não precisa, H.

- Apesar do nosso acordo, eu quero pagar pelo seu trabalho, G. Me diga quanto fica que lhe transfiro hoje mesmo.

- Obrigado! – ele disse – Tá bem difícil este mês...

- E você ainda me oferece uma permuta nessa situação. Mesmo as fotos já saindo na outra semana.

- Eu me desesperei, confesso. – falou– Foi mesmo uma surpresa saber que minha vizinha é a Echii do Contemporânea.

- E eu fui burra em manter meu segredo. Ou melhor, alguém foi bem xereta no meu computador. – e ri para ele

- Culpe o porteiro e não a mim!

- G, nessa altura, cada um de nós tem uma parcela!

E depois mudamos de assuntos sobre alguma leviandade, como os filmes ou livros.

Naquela mesma noite, eu voltei para casa. E bem, eu até escrevi, mas foi no meu diário e não para o blog como havia prometido.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Capítulo 5 – Personagem mais uma vez

Eu passei a noite de ontem no apartamento da Helena. Ela me chamou para jantar, acabei indo bem desleixado e ela com aquele vestido. Foi tudo tão agradável e foi natural termos transado de novo. Menos selvagem do que da outra vez, mas bem mais gostoso, ouso dizer.

Ela está escrevendo sobre nós outra vez. Não sei se ela está me usando como uma cobaia de teste pros produtos ou pros contos dela. E sinceramente, não me importa. Ela é tão sedutora que não tem como eu dizer não. Aquele olhar... Só de pensar... E eu ainda a vejo como a Echii e não como a Helena que conheci, ainda estou separando as duas coisas. É confuso, eu sei.

Depois de tomar café da manhã e tirar as fotos que faltavam – até porque esquecemos na noite anterior – voltei para o 805 – vulgo meu lar – e tomei a ducha mais fria e coloquei a cabeça em baixo do chuveiro. Bati uma, porque apesar de um pouco do efeito da bebida, ainda lembrava de tudo que ocorrera e o tesão estava incontrolável. Fiquei lembrando dela em cima de mim e sentindo a virilha doer.

Sai do chuveiro com a toalha enrolada na cintura e meu telefone toca. Era meu melhor amigo: Mateus.

- Gustavo, e ai? Cara, onde você estava? Te liguei ontem a noite e nem atendeu.

- Ah, eu dormi cedo. – dei uma desculpa

- Conta outra. – reclamou – Enfim, arrumei um freela pra você.

- Pra quando?

- Hoje à tarde!

- Assim tão em cima? Sabe que odeio?

- Não seria “em cima da hora” se tivesse atendido ontem.

- Ah, me desculpe, meu empresário. – bufei – O que? Onde é?

- É uma festa de aniversário infantil. Não é muito longe de onde você mora.

- Quanto vão me pagar?

- Trezentos contos.

- Melhor do que nada. Passa o endereço, o horário e tudo por mensagem.

- Assim farei.

- E obrigado, Mateus. De novo!

- Estou aqui para isso!

Despedimo-nos e eu desliguei. Fui trocar de roupa e arrumar a casa e o meu equipamento. Preparei um almoço rápido antes de ir. O lugar ficava a dez minutos do meu prédio. Os contratantes, que eram os pais da aniversariante foram bem simpáticos comigo. Eu sabia que ia voltar com uns lanches para casa, porque em festa de criança comida não falta.

Esse era um dos serviços mais comuns que conseguia, tendo em vista a quantidade de condomínios pela região e até pela cidade. E como fotógrafo iniciante na carreira, meu preço é bem abaixo e eles acabam pagando por ser mais barato mesmo.

Seria mais uma das diversas vezes em que já fotografei, se não fosse quem apareceu lá. Sim, a Helena. O que ela fazia ali? Eram da família dela, amigos? Não sei. Mas, ela cumprimentou os convidados com bastante intimidade. Assim que ela me viu, veio falar comigo:

- Gustavo, você por aqui? Quanto tempo. – e com essa cara de pau

- Conhece ele, amiga? – questionou a mãe da criança

- Ah, sim. Ele é meu vizinho.

Por pouco não respondo: Eu estive na sua casa hoje de manhã. Mas, mantive a compostura e só falei:

- Conhece ela de onde, Helena?

- Da faculdade e do trabalho. Ela trabalhava na revista comigo.

Apenas assenti. Fora as trocas de olhares entre eu e a Helena, foi tudo bem tranquilo. Algumas horas depois cantaram o parabéns e tinha acabado de anoitecer quando os convidados começaram a ir embora. O pai da aniversariante agradeceu o serviço, passou o contato para que enviasse as fotos e me pagou. Agradeci igualmente e ia embora quando a Helena me chamou.

- Gustavo, espera. Vamos voltar juntos. Eu estou de carro, te ajudo a levar os equipamentos também. Deixa-me só terminar de ajudar minha amiga aqui. Se incomoda de esperar?

- Claro que não.

Ele se distanciou e eu peguei o celular enquanto esperava. E lá estava a notificação de mais uma nova postagem do Contemporânea Erótica.  Pensei ser mais das postagens comuns ou até já a avaliação de alguns dos produtos novos, mas não. Era outro conto! Ela escreveu dois em dois dias. Será que nossas transas dão tanta inspiração assim?

Como não tinha nada para fazer, decidi ler.


“Conto: Fisgando pelo estômago

Encontrei com um dos meus vizinhos do prédio no elevador, já estava de olho nele tem um tempo, então decidi convidá-lo para jantar na minha casa. Queria fazer algo especial.

Preparei tudo, a comida e a mim mesma. Ele foi pontual ao tocar a campainha. Apareceu mais a vontade do que eu, que estava presa num vestido justo só para tentar impressionar. Não significa que ele não percebeu, só achou engraçado ser um pouco demais.

Trouxe o vinho e a refeição, que nem sei se era do seu gosto ou não, porém ele não reclamou, então creio que ao menos ele coma sem frescuras. O jantar foi regado de garfadas, goladas no vinho, muita conversa e risadas. Estava um clima leve e descontraído.

Depois nos sentamos no sofá e falamos sobre os nossos sonhos e que nem sempre as coisas acontecem na ordem e da forma que queremos. Uma hora, nossas bocas não conseguiram ficar mais tão distantes. De maneira calma e até doce, ele me deu um beijo, me afagando com suas mãos. Não resisti em não corresponder. O sofá era pequeno, mas não nos importamos, queríamos era só sentir um ao outro. Em dado momento, não aguentamos mais e fomos ao quarto.

Mas, ainda não estávamos prontos para os finalmentes. Não queríamos que aquilo acabasse logo, queríamos fazer durar o máximo que fosse.  Uma camisa foi desabotoada e tirada, jogada num canto. Deitou-se de bruços e me deixou fazer uma boa massagem em suas costas, explorando lugares do pescoço até quase a bunda, usando de um óleo com cheiro afrodisíaco.

Depois da vez dele, foi a minha, mas ele não queria fazer massagem nas costas, mas sim na frente. Na verdade, ele queria uma desculpa para tirar meu vestido e conseguiu. E tirou meu sutiã também, me deixando só de calcinha naquela meia-luz. Usou do mesmo óleo perfumado para acariciar meus braços, coxas, barriga e até meus seios, também explorando cada pedaço que podia.

Uma hora não aguentamos mais. Ele tirou as peças que faltavam e eu também.

Pedi para que ele se deitasse, porque eu iria por cima. E obedeceu. Colocamos a proteção. Montei nele, me ajeitei e me senti ser preenchida imediatamente, soltando um suspiro de prazer. Recuperei o fôlego e comecei a usar meu quadril para fazer os movimentos. Para cima e para baixo, rebolando em cima dele, enquanto ele segurava e apertava minhas coxas com o máximo de força que conseguia. Senti minhas pernas queimarem, tamanha a força e em empenho de satisfazê-lo. Minhas mãos estavam sob o peito dele, apoiando meus movimentos, sentindo os mamilos ficarem eriçados com aquilo tudo. Olhei seu rosto, assim como ele olhou pro meu, sabia que ele não ia aguentar muito mais. Fui variando a velocidade, mais forte, mais fraco, enquanto tentava controlar a respiração e os meus gemidos, enquanto ele emitia apenas sons baixos, enquanto a parte inferior pulsava dentro de mim. Eu já estava chegando no meu ápice e limite. Num último esforço, deu o máximo de mim, colocando pressão nele até finalmente sentir o calor e ouvir o gemido de satisfação. Gozou com os olhos fechados e mordendo os lábios, jogando o quadril pra cima, me levantando levemente. Eu senti meu interior se comprimir e a resposta saiu em minha garganta. Olhamo-nos novamente e trocamos mais um beijo, antes de eu finalmente descer e ir para o outro lado da cama, completamente ofegante e exausta, contudo satisfeita.

Ele não teve forças para voltar para casa e eu muito menos para expulsá-lo. Pegamos no sono e eu só acordei com a luz do Sol. Resolvi alimentá-lo novamente antes dele ir embora.

Eu espero que o tenha fisgado pelo estômago.”


Assim que terminei de ler, ela apareceu.

- Vamos embora?

- Claro!

Fomos até o estacionamento, entramos no carro e partimos. Resolvi comentar:

- Estava lendo o conto novo.

- Ah, é. E o que achou?

- Misturou um pouco de ficção dessa vez né?

- Não. Só escondi que você é o fotógrafo. Assim, dá a impressão até de ser outro personagem.

- H, deixa eu perguntar: Nossas transas inspiram você?

- Bem, foram só duas, mas sim. Que foi? Está com vergonha?

- Não é isso. É que é esquisito.

- Esquisito como?

- Não sei explicar. A gente mal se conhece...

- G, se te incomoda, podemos parar. Ficamos só com a parte das fotos.

- Não é isso.

- O que é então?

- Bem... Parece que você é tão mais experiente que eu!

- Pode dizer, acha que eu sou rodada?

- Também não.

- É estranho ver uma mulher mais experiente. Não sou rodada, já tive algumas histórias de uma noite, mas maioria dos contos são com meu ex-namorado.

- Sério?

- Sim. Ele era bem abusivo, detestava que eu escrevesse minhas coisas. A única coisa que ele serviu foi para as histórias do blog. Apesar de que aprendi muito nessa época.

- Lamento por isso.

- Já passou.

- É que... Você me deixou louco ontem e com o conto agora.  – confessei

- Podemos resolver isso quando chegarmos. E prometo não escrever sobre dessa vez. – me dirigiu um olhar safado

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