sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Capítulo 3 – Quando te oferecem confiança

Helena me chamou para o primeiro ensaio já no dia seguinte. Deixei-a bem à vontade para que conseguisse os melhores ângulos e momentos dela. Apesar do nervosismo inicial, com uma música ela acabou se soltando. Conforme a canção tocava, ela se mexia e eu clicava sobre ela. Foi assim durante todo um ensaio. Ela me mostrou o seu lado mais sexy e que eu sei que ela tem, só por conta do que ela escreve eu sei. E foi maravilhoso poder passar a pessoa das palavras para as imagens. É aquele ditado: Uma imagem vale mais do que mil palavras.

Mas, eu tive que ter um enorme autocontrole. Porque conforme ela ia se mexendo de forma tão sexy, a minha calça apertava mais e mais. E quando ela veio com a última roupa então... Eu respirei o mais fundo que consegui. Eu não sabia se iria resistir por mais muito tempo e eu estava com vergonha dela perceber. Terminamos o ensaio, com ela e eu extasiados e com calor. Apaguei as luzes auxiliares e soltei

- H, você foi maravilhosa. – sentei no chão – Vou passar as fotos para o computador e nós as escolhemos.

- Podemos fazer isso depois? – disse se aproximando de mim

- Por quê?

- Porque acho que você está na mesma situação que eu. – completou me levantando e me fazendo encará-la

- H...

- Fale G...

- Não me obrigue a fazer isso...

- Isso o quê? – falou se apertando contra meu quadril, me provocando

Imediatamente, a joguei contra a parede e a beijei com a vontade que estava desde que ela tirou aquele roupão. Pressionei-a entre mim e parede, unindo nossos lábios e corpos num beijo selvagem e repleto de desejo. Ela correspondeu as minhas expectativas. Pouco minutos depois fomos para a cama. E tivemos uma transa daquelas. Uma das melhores da minha vida, confesso.  Depois, escolhemos as melhores fotos do ensaio e em seguida, recolhi minhas coisas para voltar para casa. Antes de sair, ela perguntou:

- G, tem problema se eu escrever algo sobre hoje no blog?

- Depende, se virar um dos personagens dos seus contos, ficarei lisonjeado.

Ela riu. Despedimo-nos e retornei para casa, pensando em tudo tão intenso que acontecera.

Qual não foi a minha surpresa ver que havia um novo conto na Contemporânea Erótica no dia seguinte.


“Conto: Fotografia

Encontrei sem querer um rapaz muito sexy no meu prédio. Tudo culpa do porteiro que trocou nossos pacotes. Desfizemos o engano, mas a atração não nos impediu de nos encontrarmos no dia seguinte, já que ele disse que queria tirar umas fotos minhas.

No horário combinado, ele apareceu, com todo a sua aparelhagem, nos dois sentidos da palavra. E Montou um pequeno estúdio em minha casa.

Eu já fui vista através das lentes de câmeras, mas das minhas câmeras, não das de outra pessoa, sob os olhos de outra pessoa. Estava completamente fora da minha zona de conforto, com um outro par de olhos além dos meus e um obturador diferente me captando sob outro ISO. Com luzes e flashes estranhos para mim. Porém, ele me deixou mais a vontade do que imaginei. Deixou-me ser eu mesma, dançar sob o som de uma das músicas enquanto ele me via sob o seu olhar. E é engraçado perceber o jeito diferente que alguém nos olha.

Ele pode não ter percebido, mas eu também o observava e vi a forma como ele me enxergava. Apesar de eu estar o mais sexy que conseguia, dançando e movendo o meu corpo conforme a canção, olhando diretamente para a lente, tentando ajudar na captura. Porém, não havia a feição do desejo, não da mesma forma que me fora direcionada diversas vezes. Olhares que são capazes de te comer mesmo com você vestindo a roupa de inverno mais pesado, que quase nunca usamos por aqui. Eu estava apenas de lingerie e ele não me olhou assim. Ele me olhou com admiração, admirando cada uma das minhas curvas, o meu cabelo, minha boca, meus olhos, tudo através daquelas luzes avermelhadas.

Quando os flashes cessaram, notei que ele estava tão cansado e tão excitado assim como eu. Ele falou para olharmos as fotos com o sorriso mais normal do mundo, enquanto eu o comia por dentro. Eu o queria, mas será que ele queria a mim? Para descobrir, fui ao ataque!

Ousada e safada, mas eu tinha que atender aos meus desejos. E uma felicidade me preencheu quando ele me jogou contra a parede e me roubou um beijo. Quando ele me apertou, pude sentir a situação que ele enfrentava lá em baixo. Não é que ele não me desejou em momento algum, ele não quis demonstrar, talvez por achar que iria julgá-lo.

Mas, as minhas dúvidas e as dele foram respondidas com aquele beijo, que foi tomando cada vez mais proporção. Eu me enlacei com as pernas em sua cintura e fomos para a cama.

O magnetismo não nos deixava desgrudar um do outro. Estávamos atracados e misturados na cama bagunçada. Tirei sua camisa e pude finalmente ver alguma parte do corpo dele, aquele peitoral até um pouco definido. Passei as mãos sobre ele, sentindo finalmente o toque de sua pele desnuda. Olhamo-nos, sem precisar trocar uma palavra. Sorrimos e unimos nossas bocas novamente. Não demorou muito para que as peças de roupas fossem arrancadas quase que com rasgos, tamanho o desejo latente.

Procuramos nos proteger antes da última ação. E finalmente, eu o tive inteiro dentro de mim. Pude sentir cada veia entrando, pedindo licença e abrindo caminho em mim. Não houve dúvida, só prazer!

Um vai-e-vem já muito conhecido, numa posição já muito conhecida, mas não menos excitante. Duas respirações descompassadas e ofegantes. Eu segurando os gemidos altos que queria soltar porque não queria que os vizinhos nos ouvissem. O cabelo dele caído sobre a testa, tampando o olhar. Nossos corpos suados. Nossos lábios se uniram uma última vez, antes dele dizer que não aguentava mais e que iria gozar. Eu não o repreendi, porque já estava sentindo calafrios na espinha com cada estocada que ele dava e não eram pequenas estocadas, eram aquelas estocadas, que a gente sente bem fundo. Eu sentia meu interior vibrar e se apertar, como se pedisse socorro, talvez por mais, talvez por quase não aguentar mais. Eu sinceramente não sei! E ele finalmente gozou e eu também, pouco depois.

E se eu pudesse registrar uma cena disso tudo foi a forma como ele me sorriu no fim. Um sorriso de alívio, de satisfação, de agradecimento.

Gostaria de ter essa imagem guardada em algum lugar além da minha memória, como uma fotografia, da mesma forma que as tantas que ele tirou de mim pouco antes.”


Eu confesso que já fiquei bem excitado com alguns dos contos que a Echii escreveu e tive bater uma depois. Só que esse especialmente, comigo envolvido, me deixou pior ainda, porque eu lembrei de tudo que acontecera na noite anterior. Eu ainda estou tentando associar a imagem e as palavras com a pessoa que conheci tem dois dias. Eu ainda nem acredito que eu transei com ela e acabou escrevendo sobre isso. Qualquer outro fã se mataria por isso e eu só consegui sem querer!

Na sequência, recebi uma mensagem dela:

“Gostou do conto, G?”

“Sim. Acho que se tornou meu novo favorito... Modéstia a parte! Fico até com vergonha com os elogios ao meu desempenho.”

“Eu que agradeço a inspiração... E a transa, claro. Se quiser repetir qualquer dia desses!”

“Se você quiser repetir também. Deixa perguntar: Você escreve os contos inspirados nas suas transas de verdade?”

“Na maioria sim! Até nas piores eu escrevo.”

“O que dão aqueles contos engraçados.”

“São os que mais me divirto escrevendo. Pelo menos transformo a desgraça em entretenimento e em dinheiro.”

“É verdade! E desculpe falar, mas acabei ficando excitado lendo.”

“Você e mais boa parte dos leitores. Haha Feliz de ter se tornado um personagem?”

“Sim! E as fotos? Vai publicar quando?”

“Na próxima semana. Alias, preciso da sua avaliação da camisinha. Será que pode escrever?”

“Não vou escrever tão bem quanto você, mas posso tentar.”

“Ah, e obrigada pela ajuda. Eu gostei muito das suas fotos. Nunca imaginei que pudesse ficar tão bonita.”

“Você é bonita! Só enalteci isso!”

“Para que assim que você me deixa sem graça.”

“Só colocar uma música para você ficar mais a vontade. Lembre-se que estou a disposição. E quando soltar a postagem das fotos, por favor, me avisa que tenho que divulgar no meu perfil.”

“Eu sei. E também preciso tirar as fotos dos produtos.”

“Se quiser, podemos fazer isso amanhã. Estou livre, anyway.”

“Pode vir amanhã então. Aproveito e te ofereço um jantar.”

“Tudo ao contrário, né, H?”

“Não me julgue.”

“Não estou. Até amanhã!”

“Até!”

Bloqueei o celular e fiquei pensando na montanha-russa que foram esses dois últimos dias, depois que conheci a Helena.

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Capítulo 2 – A primeira sessão de fotos

Ontem, finalmente recebi o pacote da Mirotic Sex com os produtos para testar, mas não da forma habitual. Na verdade, houve uma confusão e minha encomenda e do meu vizinho – muito gato, alias – foram trocadas. A dele eram só alguns equipamentos para fotografia, já as minhas eram uma sex shop praticamente inteira. Imagina a minha vergonha quando ele bateu à minha porta trazendo já a caixa aberta? Eu fiquei tão nervosa e dei um mole e em cinco minutos ele descobriu que sou a Echii, autora do Contemporânea Erótica.

Echii quer dizer H em japonês, mas também tem o significado do obsceno, o que tem total relação com o que escrevo no meu blog.

Sempre gostei muito de escrever, especialmente na minha adolescência, brincando com as fanfics dos meus personagens favoritos. Cresci, amadureci e na verdade, depois que me formei, passei a trabalhar em uma revista de sobre saúde, porém a minha paixão é escrever sobre sexo e também os meus contos eróticos. Foi com isso em mente que eu criei o Contemporânea Erótica, que é um lugar onde posso escrever o que gosto e me dá vontade. No começo, era por pura diversão, depois a coisa tomou proporções gigantescas, tanto que atualmente o blog é sim a minha fonte de renda. Tenho parcerias com lojas, com empresas e também ganho bastante com propaganda. Quando pedi demissão do emprego formal para poder me focar no que gosto, me senti nas nuvens. E tem sido assim desde então.

Tenho um dos blogs mais famosos, mas sou uma pessoa anônima, e tudo bem para mim isso. Sempre escrevi meus erotismos às escondidas. Não quero mesmo que meus pais, nem primos, nem amigos, muito menos vizinhos saibam o que faço para ganhar meu dinheiro. Posso ser muito julgada por isso! As pessoas julgam.

Ninguém sabia do meu segredo, até ontem. Fui pega totalmente desprevenida. A minha sorte é que ele é meu fã, ao menos isso. Ele foi bem espertinho de oferecer o acordo só para se aproximar de mim, contudo eu entendi o jogo dele e vou jogar também. Eu realmente estava precisando de um fotógrafo e uma transa, só reuni o útil ao agradável.

Assim que ele saiu do meu apartamento, fui olhar a caixa e vi que tudo que me prometeram mandaram. Meu vizinho também não foi sacana de roubar as camisinhas. Tinham as lingeries, os cremes com sabor, vibradores e tudo mais o que tem direito. Bem, os vibradores posso testar sozinha, mas para uma camisinha masculina, preciso de uma opinião masculina, infelizmente. E como não tenho amigos homens, por que não contar com a ajuda de quem já se ofereceu? Eu pensei nisso justamente no momento em que ele tentou me ferrar. Ri internamente com a minha inteligência!

Pouco depois, meu celular faz o som de que tem uma nova mensagem. Fui olhar e vi que era o vizinho gostosão, se me lembro bem o nome dele é Gustavo. A mensagem dizia:

“E, ai, H? Posso te chamar assim? Aqui é o seu vizinho fotógrafo. É só para você salvar meu contato. Estou a disposição para quando quiser começar.”

Tratei imediatamente de salvar o contato e como precisava primeiramente das fotos com as roupas íntimas para postar no blog, eram elas que iria fazer primeiro.

“Olá, vizinho. Ou posso te chamar de G, já que é Gustavo? Haha Eu deixo me chamar de H, sem problemas. Enfim, tenho que começar com as fotos das peças que vieram na caixa. Prefiro fazer com todas elas de uma vez. Pode ser amanhã?”

“Claro. Amanhã mesmo! Tem alguma ideia em mente para as fotos?”

“Na verdade, não. Faria do mesmo jeito de sempre, na frente da parede branca, para destacar as roupas.”

“Se importa se eu trouxer algumas ideias?”

“Não. Você se ofereceu para isso né?”

“Sim. Haha Então, vou levar umas coisinhas amanhã.”

“Ok. Amanhã às 18h?”

“Combinado.”

Bloqueei o telefone e aproveitei o resto daquela noite para terminar de escrever algumas das postagens que sairão esta semana. Ainda bem que os testes desses produtos estão pra daqui uns quinzes dias, então posso adiantar as fotos e fazer o teste das calcinhas também. Porque além da beleza, também comento sobre o conforto das peças. Aproveitei para jogá-las na máquina de lavar para usar amanhã sem problemas.

No dia seguinte, no horário combinado, Gustavo tocou a campainha. Eu já estava devidamente arrumada, maquiada e com a primeira roupa. Abri e vi que ele trouxe uma bolsa grande e dois difusores de luz.

- Pra que tudo isso? – indaguei

- Para as fotos. Acredite que vai dar certo.

- Bem, entre. A parede é essa aqui! – apontei

- Posso dar uma olhada no seu quarto?

- Claro! – meio cabreira – Não tem nada de interessante lá.

O guiei até o quarto e ele sorriu.

- Aqui é perfeito! – falou posicionando as luzes, uma em cada canto – Você fica na cama! Vou só ajustar os parâmetros da câmera.

Eu fiquei meio sem entender, apenas sentada na cama, enquanto ele ligava as luzes e colocou uma branca e outra avermelhada.

- O que você pretende com isso?

- Vou te dar fotos profissionais de lingerie. Confia em mim!

Ele mexeu um pouco na câmera, ajustando aqui e ali. E tirou uma foto para testar. Os flashes das luzes laterais me assustaram. Ele riu!

- Fique calma! Isso é normal! Pode ir fazendo as poses que achar boas que vou tirando as fotos.

Abri o meu roupão, um pouco tímida, porque nunca fiquei na frente de ninguém assim. Ele percebeu o meu nervosismo, porque eu praticamente congelei.

- Finja que não estou aqui. Quer colocar uma música para relaxar?

Assenti e imediatamente peguei meu celular que estava ali do lado e liguei na caixa de som que fica no quarto, colocando num volume razoável. Fechei os olhos e me deixei levar pela música, imaginando estar sozinha em casa, sem o Gustavo ali, sem aquelas luzes. Jogando meu corpo para frente, para trás, passando as mãos pelas minhas coxas e seios. Foi assim com cada um dos visuais que montei. Meu fotógrafo só ia me incentivando, dizendo: “Isso! Linda! Maravilhosa!”. Não sei se eram reais elogios ou só faziam parte do trabalho dele.

Eu me entreguei de corpo e alma naquele ensaio, dando o melhor de mim. Quem diria que ficaria tão à vontade com um completo estranho durante um ensaio de roupa íntima?

O que aconteceu depois disso? Decidi escrever para o blog!

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Capítulo 1 – Pacote entregue por engano

Meu interfone toca, era da portaria dizendo que chegara um pacote para mim. Bem, eu já estava esperando tem uns dias. Desço imediatamente e pego a caixa. Ela parece mais leve do que imaginei, mas deve ser por causa da enorme quantidade de espuma que colocam, especialmente porque eu comprei objetos frágeis e os correios não tem cuidado algum com qualquer coisa.

Chego em casa e coloco o pacote na sala mesmo, com uma faca de cozinha corto a fita que prende as abas da caixa, finalmente revelando o conteúdo que está dentro. E, para a minha surpresa, havia menos espuma do que pensei. E na verdade, os artigos não tem nada a ver com as lentes novas para a câmera e nem os suportes que comprei. O que havia na caixa era uma variedade de produtos eróticos. Vibradores, lingeries, calcinhas comestíveis e até camisinhas. Quem seria capaz de comprar tanta coisa assim de uma vez?

Fui então, procurar alguma etiqueta e encontrei. Estava apenas escrito Helena Erótica e o endereço era o do prédio, mas de outro apartamento, alias, do mesmo andar que o meu. Eu moro no 805, o pacote é para o 810. Então, eu tinha que consertar esse equívoco e imediatamente peguei a encomenda e me dirigi ao 810 e toquei a campainha. Dava para ouvir a música que tocava, até um pouco alta. O volume diminuiu e ouvi o som das trancas e logo na sequência a porta se abriu. Era uma garota, talvez da mesma idade ou até mais nova que eu, vestindo um top e um short e usando óculos de leitura. Ela imediatamente indagou:

- O que quer? – meio grossa, mas entendo, pois interrompi a música dela

- Ah, desculpa. Acho que me entregaram isso errado. Creio que seja seu. Você é a Helena?

- Sim. Sou eu! E você é o Gustavo?

- Sim, como sabe?

- Acho que o seu pacote está comigo. O porteiro se confundiu todo.

- Ah, obrigado. Eu já estava preocupado que o meu não chegou.

- Pode colocar a caixa aqui na sala e pegue o seu. E nosso problema está resolvido. – disse abrindo mais a porta para que pudesse passar

- E desculpe porque eu acabei abrindo a caixa... – tratei logo de falar – Tem umas coisas bem pessoais.

- Sem problemas! Também acabei abrindo o seu!

Não pude evitar de olhar a tela do computador que estava na mesa de centro da sala, com o blog Contemporânea Erótica aberto. E tive que me abaixar e pude ver outra coisa aberta, na barra de tarefas, indicando um texto sendo produzido. Então, minha cabeça ligou os pontos: Os produtos eróticos, o blog, o nome na etiqueta... Helena, H...

- Peraí, você é a Echii, a autora do Contemporânea?

- De onde tirou isso?

- Bem... Acabei vendo o nome na caixa... Seu nome é Helena, Echii é H em japonês... Só liguei os pontos. – e olhei o computador

- E quem te deu o direito de bisbilhotar o meu computador? – reclamou, indo fechar o notebook

- Então, é você mesmo! Olha, eu acompanho o seu blog e adoro o que você escreve.

- Eu agradeço! – sorriu – Mas, se você já pegou a sua caixa, pode sair tá?

- Quem diria que é minha vizinha? Por que se esconde no anonimato?

- Porque não quero que fiquem comentando que eu escrevo essas coisas. E que não me perturbem. Por favor, só peço que não conte a ninguém.

E nesse meio tempo, eu tive uma ideia daquelas. Eu sou fotógrafo e estou num tempo de vacas magras, quase sem trabalho, tendo em vista que maior parte vem de freelances. Então, resolvi, talvez como uma forma de me aproximar da pessoa que admiro através do blog, oferecer uma proposta.

- Eu guardo o seu segredo, mas com uma condição.

- E qual é? – bufou – Como fui me meter nisso. – disse baixinho

- Calma, não é nada demais... Bem, eu sei que você posta algumas fotos no blog, mostrando os produtos e tudo mais, só que, admitamos, a qualidade é bem amadora. E eu como fotógrafo, posso te ajudar com isso, com fotos mais profissionais, mas... Você me ajuda a divulgar o meu trabalho. Tá meio complicado para mim, ter uma divulgação no seu blog iria ajudar muito!

- Só isso? Tudo bem, então!  Eu já estava pensando em contratar um fotógrafo para tal. Alguns leitores já comentaram sobre a qualidade das fotos.

- Vai aceitar mesmo? Puxa, agradeço muito. – sorri sem acreditar que ela concordou com aquela maluquice

- Até porque eu devo precisar de alguém para testar alguns desses produtos comigo, pode ser você. – pegou um dos pacotes de camisinha e uma das calcinhas comestíveis – Se você aceitar é claro.

- Por mim, tudo bem!

- Mas, vamos deixá-las mais para o final. Aqui está meu telefone. - disse entregando-me um cartão – Nos falamos melhor por chat. Você deve estar com pressa e eu também.

Despedimo-nos e retornei para casa. Olhei para a caixa onde realmente estavam as coisas que comprei e repensei em tudo que acabou de acontecer. Se eu contasse para alguém, ia dizer que foi viagem da minha cabeça. Descobri que a Echii, a autora e dona da Contemporânea Erótica, que é um blog voltado a relacionamentos, sexo e tem até uns contos eróticos, é minha vizinha aqui no prédio.

E ofereci a proposta de parceria na maior sinceridade de ajudá-la, mas também porque me atrai por aquela pessoa que vi na minha frente, ao menos o rosto dela, porque o corpo já apareceu no blog diversas vezes usando as mais variadas peças de lingerie.

E bem, ela disse que precisa de alguém para testar os produtos com ela, o que ela realmente quis dizer com isso?

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