sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Capítulo 7 – Na piscina do condomínio

Depois da festa, Helena veio aqui em casa e bem, ela me deu um dos melhores orais da vida e não deixei por baixo também para ela. Acabou que transamos de novo! E dessa vez, não haveria conto sobre no blog.

Era um dia quente de domingo, o que pedia que eu descesse para a piscina do condomínio e desse aquele mergulho e pegasse um pouco de sol.

Tomei café, descansei um pouco, arrumando ainda algumas coisas das fotos da H, me troquei – colocando um short de banho - e fui ao rumo da piscina. E era óbvio que ela estava lotada! Crianças correndo e pulando de um lado e os mais velhos apenas sentados, conversando e tomando umas bebidas no outro. Aquilo me incomodava, porque eu queria nadar um pouco e isso seria uma tarefa impossível com toda aquela gente.

Passei pelo portão de grades que delimitava o local, depositei minha toalha numa das espreguiçadeiras e só pulei na água, permitindo que o gelado invadisse o meu corpo e me refrescasse por inteiro. O som das conversas e gritos das crianças diminuiu no tempo em que fiquei com a cabeça em baixo da água. Voltei à superfície e senti falta do silêncio.

Lá no canto, sentada numa das espreguiçadeiras, estava Helena. Eu não a tinha visto quando entrei. Ela estava tomando sol e lendo um livro, de longe nem dava para ver qual era. Decidi ir falar com ela. Sai da piscina, peguei minha toalha e sequei meus cabelos, caminhando em direção onde ela estava. Assim que ela me percebeu, sorriu e me cumprimentou:

- Boa tarde, Gustavo.

- Boa tarde, Helena. Cansou de ficar trancada em casa escrevendo?

- Um pouco. Quis curtir esse dia de Sol.

- E ficar sentada lendo só? Por que não dá um mergulho?

- Tem muita gente, na verdade.

- E você fica com vergonha?

- Não exatamente. Mas, eu sinto como se todos estivessem me olhando.

Ela me vem com essa quando faz aquilo tudo comigo quando estamos transando. A vontade de soltar isso foi grande, mas resolvi ficar na minha.

- E se eu for com você? Até porque está calor demais só para ficar sentada embaixo do Sol e lendo. Mesmo que o livro seja muito bom!

- Tudo bem, eu vou com você. Posso ler meu livro depois.

Ao terminar a frase, ela se levantou. Deixou o livro – cujo nome era O Diário da Escrava Amada – na espreguiçadeira e fomos para a piscina. Não havia perigo de alguém levar um livro e duas toalhas embora.

Entrei primeiro e ela depois. Ambos já molhamos os cabelos. Resolvemos brincar de jogar água um no outro e estávamos nos divertindo igual a duas crianças. Quando cansamos, resolvemos só ficar na água e conversando um pouco. Ela me falou dos planos que tem para o blog e até já recebera a proposta de publicar um livro.

- Eu só não sei sobre o que vou escrever nesse livro... – confessou

- Por que não sua experiência com o blog?

- Não! Isso é muito clichê. Eu queria escrever uma história mesmo. Igual as fanfics que eu fazia quando nova.

- Você escrevia fanfics? – indaguei surpreso

- Sim! – sorriu nostálgica – Mesmo que algumas fossem de gosto bem duvidoso.

- Todos nós começamos de algum lugar. Minhas primeiras fotos não eram lá essas coisas. Fique calma que logo você vai saber o que botar nesse livro.

- Eu sei. Logo a ideia vem, só espero que a tempo de atender a proposta da editora. Enquanto isso, continuo escrevendo as coisas do Contemporânea.

E continuamos conversando até que foi escurecendo e as pessoas foram voltando para seus apartamentos, até porque muitas delas trabalhariam no outro dia. Chegou o ponto de ficarmos só eu e Helena na piscina, depois de algumas saídas da água. O salva-vidas já tinha ido embora e a piscina do condomínio ficava aberta o dia todo nos finais de semana.

Acabou que a privacidade fez parte da vergonha da Helena sumir. Um clima se fez e nós acabamos trocando uns beijos e carícias ali na piscina. Mas, não foi nada demais, se comparar que já transamos igual a dois selvagens na casa dela. Eram beijos sutis, repletos de risadas entre a nossa longa conversa, se olhando nos olhos e só aproveitando o momento.

- Gosto muito da sua companhia, G. – ela disse

- Eu também gosto da sua, H. – respondi

- Quer sair qualquer dia desses? – perguntou

- E para onde iríamos?

- Talvez uma boate, tô com uma saudade de dançar. E bem, maioria das minhas amigas estão casadas e com filhos, nem pensam mais nisso. Ir sozinha é bem ruim!

- Precisa de um acompanhante pra balada?

- Na real, é um amigo para balada.

- Já aviso que não danço muito bem. Mas vou com você sim! – sorri

- Sério? – incrédula – Ah, que legal! Na sexta tem problema?

- Nenhum. Sabe que tô sem trabalho.

- Calma que isso logo muda. Suas fotos sairão no blog essa semana. E ainda preciso que me mande a resenha da camisinha.

- Farei hoje mesmo!

Beijamo-nos de novo, um pequeno selinho.

- G, obrigada por sua ajuda.

- Não é nada. Só não esqueça de transferir o valor. – e ri

- Farei assim que voltar para casa. – ela olhou pras estrelas lá em cima – Acho que já está tarde né? Preciso voltar pra casa.

- Acho que sim. Já está bem quieto por aqui. Depois de mais um mergulho, podemos ir.

E assim o fizemos, rindo igual adolescentes bobos. Coisas simples que adorava fazer e com a idade a gente acaba perdendo um pouco o valor disso.

Secamo-nos e finalmente subimos. Despedimo-nos na porta do elevador e caminhamos cada um para um lado do corredor.

E mesmo que não tenhamos feito nada demais, confesso que fiquei com vontade ali na piscina mesmo, porém era bem provável que fossemos pegos. E eu nem sei se a Helena estava com vontade também.

Eu tive que bater uma quando cheguei, durante o banho para tirar o cloro da piscina do corpo. Sai enrolado na toalha e fui pegar uma cueca para vestir. E meu celular apitou, nem mexi nele desde antes de ir lá para baixo. E qual não foi a surpresa de que estava lotado de mensagens, mas o motivo do som foi a H. Abri a mensagem dela primeiro:

Não esquece, por favor, de escrever a resenha. Não precisa ser algo muito longo, só sua experiência e de coisas que só homens percebem nesse tipo de produto.”

Tudo bem! Farei agora, enquanto lancho.” Respondi.

Se tiver alguma dificuldade, eu te ajudo.”

Não sou tão em escrever igual a você, mas dou meus pulos. Mas mando para você avaliar.”

Ah, outra coisa. Tem problema eu escrever algo sobre hoje?”

Depende. Sobre o que vai escrever?”

Sobre a piscina oras! Mas de forma fantasiosa.”

H! Por que não disse antes? Podíamos ter feito lá.”

Algumas coisas prefiro manter na imaginação. Essa é uma delas.”

Pode escrever então. Bem provável que bata outra por causa disso. Seus contos fazem isso comigo.”

Deixa de ser bobo. Vou me ausentar, senão a inspiração some.”

Vai lá! Inté!”

Até, G.”

E bloqueei o celular. Quem diria que a Helena fantasiou também? Acho que a parte da imaginação é desculpa dela, mas tudo bem, posso lidar com essa dúvida.

Preparei um misto quente com um suco e fui resenhar a bendita da camisinha. Eu nem fazia ideia do que escrever, sinceramente. Mas, aí fui lembrando quantas marcas diferentes desse produto já usei e no que elas mais me incomodavam e fui traçando um comparativo com a da que testei. Disse que ela era bem fácil de colocar e de tirar, oferecia conforto e sensibilidade ao mesmo tempo, porque por um lado não te esmaga e nem fica largo demais e acaba saindo. E bem, eu praticamente senti tudo quando entrei na Helena.

Confesso que foi meio estranho fazer o texto, mas ele ficou pronto, de uma forma ou de outra. E assim, mandei para a Helena, através do e-mail que ela já havia me passado para mandar as fotos do ensaio antes. Só a avisei por mensagem, mas ela deve estar tão ocupada escrevendo que nem viu.

Sai do meu escritório e fui a sala e comecei a ver uma série que já queria tinha muito tempo. Vi dois episódios, até que o celular apitou de novo, com a resposta de Helena.

Ficou ótimo, H. Nem eu poderia ter escrito melhor. Vai sair no blog na quarta.”

Ótimo! E o seu conto?”

Deve sair na terça, ainda não decidi.”

Curioso para ler.”

Tudo em seu tempo, G. Aliás, as fotos saem essa semana também, na sexta. E não se esqueça do compromisso também.”

Não esqueço.”

Agora vou lá jantar. Bjs, G!”

Bjs, H.”

Estou ansioso para o lançamento dessas fotos, será que elas vão me dar o retorno e a quantidade de trabalho que eu espero? Quero muito que a resposta para as minhas dúvidas seja sim!

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Capítulo 6 – No 805

Acabei escrevendo outro conto inspirado em mais uma das minhas transas com o Gustavo, é que acontece quando a coisa é boa. Ele ia sair no blog naquele mesmo dia. Programei a postagem para sair e me arrumei para a festa de aniversário da filha de uma das minhas amigas de faculdade: Nana.

Ironicamente, o fotógrafo da festa era o Gustavo. Creio que por ser um iniciante, ele ainda faça esses eventos e não há vergonha alguma nisso, porque é um trabalho como qualquer outro. Até mesmo tirar foto de uma pessoa de lingerie como eu. Foi bom vê-lo fora do prédio e sem ter todo o acordo que nos cerca.

Acabou que ofereci uma carona para ele ao voltarmos para casa. Gustavo confessou a mesma coisa que estou sentindo e não falei. Então, decidi dar um agrado a ele, com a promessa de não escrever sobre.

Chegamos ao condomínio. Eu estacionei o carro na minha vaga e subimos, todo o trajeto sendo feito em silêncio. Descemos no 8º andar e Gustavo indagou:

- Na sua casa? – e apontou na direção do meu apartamento

- Não, na sua. Alias, não conheço onde mora. – e sorri

Ele foi na frente e abriu a porta. E bem, a casa dele não era feia, talvez só faltasse um pouco de decoração. Porém, resolvi não comentar para não estragar o clima. Eu entrei logo atrás dele. Gustavo trancou a porta e falou:

- Pode ficar a vontade. Quer uma água ou alguma coisa? – disse indo pra cozinha

- Não, obrigada. Na verdade... – me dirigi a cozinha e peguei em sua mão  - vamos pro seu quarto.

- Eu tô sem camisinha, H. – protestou

Apenas pedi indicação de onde era o bendito quarto e o coloquei sentado em sua cama. Passei a mão por cima da calça e pude sentir bem a situação que o conto fizera com ele. Imediatamente abri o botão e o zíper, puxando o membro dele para fora. Gustavo olhava para mim, tentando decifrar o que eu realmente ia fazer.

- Só relaxe e aproveite! – sorri maliciosa

E o coloquei na minha boca, sentindo o volume que nas outras vezes esteve dentro de mim. Ele claramente não era dos maiores, mas já percebia suas vantagens. Fiz o que sempre faço nos orais: Lambi, mordi de leve, coloquei inteiro na boca, chupei, fiz sucção. E tudo isso sem tirar meus olhos de Gustavo, que reagia e muito aos meus estímulos, soltando gemidos baixos. Dava para sentir suas pernas tremendo e o seu membro pulsando dentro da minha boca. Fiquei fazendo isso por alguns minutos, trocando os movimentos e intensidades. Não tardou muito e ele finalmente gozou, soltando um suspiro de alívio e se jogando na cama atrás dele. 

Todo o líquido que ele despejou foi para dentro da minha boca e como eu não gosto de engolir, procurei o banheiro para cuspir, me ausentando do quarto por breves segundos.

- Você não engole? – perguntou ele

- Eu não gosto! – respondi – Faz mal pro estômago!

- Quem diria, logo você.

- Não me julgue. Por falar nisso, eu preciso de um chocolate e ir para casa resolver a minha situação.

- Eu posso resolver ambos. – falou se levantando, fechando a calça – Sempre tenho algum doce por aqui. Deixe-me ver!

Sentei-me na cama e esperei enquanto ele foi a cozinha. Logo trouxe uma barra de chocolate fechada, abriu a embalagem, destacou dois tabletes e me deu. Eu mordi o primeiro e o colei no céu da boca, para fazer a sensação da endorfina do cacau durar mais. Só que ai, Gustavo me surpreendeu. Ele se aproximou de mim e me deu um beijo, acho que ele queria sentir o gosto do chocolate também.

- Sabe que tem uma barra inteira logo ali né? – comentei por fim

- Eu sei. Mas não era só o gosto do chocolate o que eu queria.

Eu ri com a tirada safada, depois questionei:

- Uma coisa você resolveu. E a outra?

- Deite-se que eu resolvo.

- Tudo bem! – fiz conforme ele disse

Como estava de vestido, ele apenas tirou a minha calcinha, jogou-a para trás e enfiou a cabeça entre as minhas pernas.  E começou a passar a língua por toda minha vulva, fazendo até um pouco de cócegas. Chupou, colocou a língua dentro e depois um dedo, depois outro. Vez ou outra mordia minhas coxas de leve e tudo aquilo estava me fazendo tremer e ter muitos calafrios subindo na espinha.

Ele fazia cada vez mais rápido e eu me contorcia para não gemer tão alto e nem me engasgar com o chocolate na boca, porque realmente estava muito bom. Não demorou e eu senti meu corpo inteiro pulsar, pedindo socorro e eu sabia exatamente que hora era essa e não me privei de soltar o grito da garganta e sentir meu corpo relaxar. Gustavo percebeu e saiu de entre minhas pernas com um sorriso faceiro.

- Achei que estivesse enferrujado. – e me mostrou o que saiu

Ele pegou um lenço de papel que estava na mesa de cabeceira e limpou sua mão. Enquanto eu estava estirada na cama, recuperando o fôlego. Gustavo olhou para sua calça e riu.

- Que droga! – reclamou

- O que foi?

- Nada. Só fiquei aceso de novo.

- Quer transar? – joguei na lata

- Querer eu quero. Mas, tô sem camisinha, já disse.

- Tem na minha bolsa. Eu deixei na sala.

- Por que você anda com elas? – lançou um olhar julgador – Esperava que fizéssemos algo?

- Não. É um hábito que tenho!

Saiu do quarto e logo voltou trazendo a minha pequena bolsa. Abri e de dentro da carteira tirei as duas que deixava estrategicamente ali.

- São da marca que você recebeu. – Gustavo comentou

- Tem pouco tempo que as troquei. As outras perderam a validade. – entreguei para ele

Eu confesso que realmente guardei pensando no Gustavo, mas era mesmo só um hábito que já tinha. Fiquei feliz, pois há muito tempo que as camisinhas da carteira não me são úteis.

Ele sorriu, agradecendo. Tirou a calça, sua camisa e a cueca e eu vi a situação que ele estava. Colocou a camisinha sem dificuldades. E eu tirei o meu vestido, ficando apenas de sutiã.

Gustavo se aproximou e eu permaneci deitada. Ele me deu um beijo com vontade, segurando minha nuca. E no momento seguinte, finalmente penetrou. E entrou fácil, pois eu estava muito molhada. E ele começou o movimento de vai-e-vem, dando estocadas que eu sentia no colo do meu útero.

Ainda estava me recuperando daquele oral que ele fez e com isso, parecia que eu ia era gozar de novo. Controlava meus gemidos, com minhas pernas envolvendo as costas dele. Calafrios e mais calafrios que se espalhavam por todo o meu corpo e houve um momento em que eu só desliguei. A cabeça relaxou, o corpo que estava tenso também se aliviou. Eu sabia o que era mesmo tendo sentido poucas vezes: era um orgasmo.

No mesmo instante, Gustavo se contraiu todo e soltou um suspiro de alívio. Fomos juntos dessa vez!

- Você me apertou e acabei gozando. Aguentava mais tempo. – ele reclamou

- Não foi intencional. Eu...

- Eu percebi. – rebateu – Assim você vai me deixar com o ego lá em cima. – e riu

Ele saiu de dentro de mim, tirou a camisinha, dando um nó e descartando no banheiro. Depois, se jogou ao meu lado na cama. Eu ainda estava ofegante e estirada na cama.

- Quer comer alguma coisa?

- Daqui a pouco. – olhei para a janela e já havia escurecido

- Podemos pedir algo. Que acha?

- Acho ótimo! Tô zero vontade de cozinha hoje.

- Ótimo!

E ficamos um tempo ali, olhando o teto, sem falar nada. Em seguida tomamos um banho – separados – e Gustavo pediu uma pizza para a gente.  Na verdade, mal sai do banho e a pizza chegava. Sentei-me com ele a mesa, que era minúscula se comparar com a minha e fomos comer. E claro, resolvi puxar um assunto:

- Trabalha com fotografia tem quanto tempo? – indaguei

- Tem pouco mais de dois anos. Nunca cheguei a trabalhar numa empresa, só faço eventos e alguns trabalhos para agências vez ou outra.

- E você vive disso? Bem, não fica com orçamento apertado?

- Em alguns meses sim. Só estou conseguindo me segurar por enquanto por causa das reservas de dinheiro.

- Então, me diga quanto são as sessões de foto e dos produtos que fez pra mim. Eu quero pagar!

- Não precisa, H.

- Apesar do nosso acordo, eu quero pagar pelo seu trabalho, G. Me diga quanto fica que lhe transfiro hoje mesmo.

- Obrigado! – ele disse – Tá bem difícil este mês...

- E você ainda me oferece uma permuta nessa situação. Mesmo as fotos já saindo na outra semana.

- Eu me desesperei, confesso. – falou– Foi mesmo uma surpresa saber que minha vizinha é a Echii do Contemporânea.

- E eu fui burra em manter meu segredo. Ou melhor, alguém foi bem xereta no meu computador. – e ri para ele

- Culpe o porteiro e não a mim!

- G, nessa altura, cada um de nós tem uma parcela!

E depois mudamos de assuntos sobre alguma leviandade, como os filmes ou livros.

Naquela mesma noite, eu voltei para casa. E bem, eu até escrevi, mas foi no meu diário e não para o blog como havia prometido.

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Capítulo 5 – Personagem mais uma vez

Eu passei a noite de ontem no apartamento da Helena. Ela me chamou para jantar, acabei indo bem desleixado e ela com aquele vestido. Foi tudo tão agradável e foi natural termos transado de novo. Menos selvagem do que da outra vez, mas bem mais gostoso, ouso dizer.

Ela está escrevendo sobre nós outra vez. Não sei se ela está me usando como uma cobaia de teste pros produtos ou pros contos dela. E sinceramente, não me importa. Ela é tão sedutora que não tem como eu dizer não. Aquele olhar... Só de pensar... E eu ainda a vejo como a Echii e não como a Helena que conheci, ainda estou separando as duas coisas. É confuso, eu sei.

Depois de tomar café da manhã e tirar as fotos que faltavam – até porque esquecemos na noite anterior – voltei para o 805 – vulgo meu lar – e tomei a ducha mais fria e coloquei a cabeça em baixo do chuveiro. Bati uma, porque apesar de um pouco do efeito da bebida, ainda lembrava de tudo que ocorrera e o tesão estava incontrolável. Fiquei lembrando dela em cima de mim e sentindo a virilha doer.

Sai do chuveiro com a toalha enrolada na cintura e meu telefone toca. Era meu melhor amigo: Mateus.

- Gustavo, e ai? Cara, onde você estava? Te liguei ontem a noite e nem atendeu.

- Ah, eu dormi cedo. – dei uma desculpa

- Conta outra. – reclamou – Enfim, arrumei um freela pra você.

- Pra quando?

- Hoje à tarde!

- Assim tão em cima? Sabe que odeio?

- Não seria “em cima da hora” se tivesse atendido ontem.

- Ah, me desculpe, meu empresário. – bufei – O que? Onde é?

- É uma festa de aniversário infantil. Não é muito longe de onde você mora.

- Quanto vão me pagar?

- Trezentos contos.

- Melhor do que nada. Passa o endereço, o horário e tudo por mensagem.

- Assim farei.

- E obrigado, Mateus. De novo!

- Estou aqui para isso!

Despedimo-nos e eu desliguei. Fui trocar de roupa e arrumar a casa e o meu equipamento. Preparei um almoço rápido antes de ir. O lugar ficava a dez minutos do meu prédio. Os contratantes, que eram os pais da aniversariante foram bem simpáticos comigo. Eu sabia que ia voltar com uns lanches para casa, porque em festa de criança comida não falta.

Esse era um dos serviços mais comuns que conseguia, tendo em vista a quantidade de condomínios pela região e até pela cidade. E como fotógrafo iniciante na carreira, meu preço é bem abaixo e eles acabam pagando por ser mais barato mesmo.

Seria mais uma das diversas vezes em que já fotografei, se não fosse quem apareceu lá. Sim, a Helena. O que ela fazia ali? Eram da família dela, amigos? Não sei. Mas, ela cumprimentou os convidados com bastante intimidade. Assim que ela me viu, veio falar comigo:

- Gustavo, você por aqui? Quanto tempo. – e com essa cara de pau

- Conhece ele, amiga? – questionou a mãe da criança

- Ah, sim. Ele é meu vizinho.

Por pouco não respondo: Eu estive na sua casa hoje de manhã. Mas, mantive a compostura e só falei:

- Conhece ela de onde, Helena?

- Da faculdade e do trabalho. Ela trabalhava na revista comigo.

Apenas assenti. Fora as trocas de olhares entre eu e a Helena, foi tudo bem tranquilo. Algumas horas depois cantaram o parabéns e tinha acabado de anoitecer quando os convidados começaram a ir embora. O pai da aniversariante agradeceu o serviço, passou o contato para que enviasse as fotos e me pagou. Agradeci igualmente e ia embora quando a Helena me chamou.

- Gustavo, espera. Vamos voltar juntos. Eu estou de carro, te ajudo a levar os equipamentos também. Deixa-me só terminar de ajudar minha amiga aqui. Se incomoda de esperar?

- Claro que não.

Ele se distanciou e eu peguei o celular enquanto esperava. E lá estava a notificação de mais uma nova postagem do Contemporânea Erótica.  Pensei ser mais das postagens comuns ou até já a avaliação de alguns dos produtos novos, mas não. Era outro conto! Ela escreveu dois em dois dias. Será que nossas transas dão tanta inspiração assim?

Como não tinha nada para fazer, decidi ler.


“Conto: Fisgando pelo estômago

Encontrei com um dos meus vizinhos do prédio no elevador, já estava de olho nele tem um tempo, então decidi convidá-lo para jantar na minha casa. Queria fazer algo especial.

Preparei tudo, a comida e a mim mesma. Ele foi pontual ao tocar a campainha. Apareceu mais a vontade do que eu, que estava presa num vestido justo só para tentar impressionar. Não significa que ele não percebeu, só achou engraçado ser um pouco demais.

Trouxe o vinho e a refeição, que nem sei se era do seu gosto ou não, porém ele não reclamou, então creio que ao menos ele coma sem frescuras. O jantar foi regado de garfadas, goladas no vinho, muita conversa e risadas. Estava um clima leve e descontraído.

Depois nos sentamos no sofá e falamos sobre os nossos sonhos e que nem sempre as coisas acontecem na ordem e da forma que queremos. Uma hora, nossas bocas não conseguiram ficar mais tão distantes. De maneira calma e até doce, ele me deu um beijo, me afagando com suas mãos. Não resisti em não corresponder. O sofá era pequeno, mas não nos importamos, queríamos era só sentir um ao outro. Em dado momento, não aguentamos mais e fomos ao quarto.

Mas, ainda não estávamos prontos para os finalmentes. Não queríamos que aquilo acabasse logo, queríamos fazer durar o máximo que fosse.  Uma camisa foi desabotoada e tirada, jogada num canto. Deitou-se de bruços e me deixou fazer uma boa massagem em suas costas, explorando lugares do pescoço até quase a bunda, usando de um óleo com cheiro afrodisíaco.

Depois da vez dele, foi a minha, mas ele não queria fazer massagem nas costas, mas sim na frente. Na verdade, ele queria uma desculpa para tirar meu vestido e conseguiu. E tirou meu sutiã também, me deixando só de calcinha naquela meia-luz. Usou do mesmo óleo perfumado para acariciar meus braços, coxas, barriga e até meus seios, também explorando cada pedaço que podia.

Uma hora não aguentamos mais. Ele tirou as peças que faltavam e eu também.

Pedi para que ele se deitasse, porque eu iria por cima. E obedeceu. Colocamos a proteção. Montei nele, me ajeitei e me senti ser preenchida imediatamente, soltando um suspiro de prazer. Recuperei o fôlego e comecei a usar meu quadril para fazer os movimentos. Para cima e para baixo, rebolando em cima dele, enquanto ele segurava e apertava minhas coxas com o máximo de força que conseguia. Senti minhas pernas queimarem, tamanha a força e em empenho de satisfazê-lo. Minhas mãos estavam sob o peito dele, apoiando meus movimentos, sentindo os mamilos ficarem eriçados com aquilo tudo. Olhei seu rosto, assim como ele olhou pro meu, sabia que ele não ia aguentar muito mais. Fui variando a velocidade, mais forte, mais fraco, enquanto tentava controlar a respiração e os meus gemidos, enquanto ele emitia apenas sons baixos, enquanto a parte inferior pulsava dentro de mim. Eu já estava chegando no meu ápice e limite. Num último esforço, deu o máximo de mim, colocando pressão nele até finalmente sentir o calor e ouvir o gemido de satisfação. Gozou com os olhos fechados e mordendo os lábios, jogando o quadril pra cima, me levantando levemente. Eu senti meu interior se comprimir e a resposta saiu em minha garganta. Olhamo-nos novamente e trocamos mais um beijo, antes de eu finalmente descer e ir para o outro lado da cama, completamente ofegante e exausta, contudo satisfeita.

Ele não teve forças para voltar para casa e eu muito menos para expulsá-lo. Pegamos no sono e eu só acordei com a luz do Sol. Resolvi alimentá-lo novamente antes dele ir embora.

Eu espero que o tenha fisgado pelo estômago.”


Assim que terminei de ler, ela apareceu.

- Vamos embora?

- Claro!

Fomos até o estacionamento, entramos no carro e partimos. Resolvi comentar:

- Estava lendo o conto novo.

- Ah, é. E o que achou?

- Misturou um pouco de ficção dessa vez né?

- Não. Só escondi que você é o fotógrafo. Assim, dá a impressão até de ser outro personagem.

- H, deixa eu perguntar: Nossas transas inspiram você?

- Bem, foram só duas, mas sim. Que foi? Está com vergonha?

- Não é isso. É que é esquisito.

- Esquisito como?

- Não sei explicar. A gente mal se conhece...

- G, se te incomoda, podemos parar. Ficamos só com a parte das fotos.

- Não é isso.

- O que é então?

- Bem... Parece que você é tão mais experiente que eu!

- Pode dizer, acha que eu sou rodada?

- Também não.

- É estranho ver uma mulher mais experiente. Não sou rodada, já tive algumas histórias de uma noite, mas maioria dos contos são com meu ex-namorado.

- Sério?

- Sim. Ele era bem abusivo, detestava que eu escrevesse minhas coisas. A única coisa que ele serviu foi para as histórias do blog. Apesar de que aprendi muito nessa época.

- Lamento por isso.

- Já passou.

- É que... Você me deixou louco ontem e com o conto agora.  – confessei

- Podemos resolver isso quando chegarmos. E prometo não escrever sobre dessa vez. – me dirigiu um olhar safado

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Capítulo 4 – O jantar romântico?

Sai cedo de casa para poder ir ao mercado, precisava comprar os ingredientes para o meu convidado especial da noite: Gustavo, ou só G. Nem eram tantas coisas, mas aproveitei para repor o estoque, porque algumas coisas já estavam em falta. Enquanto estava na fila, recebi uma ligação da minha mãe. Atendi, porque já até pressentia sobre o que seria.

- Alô, mãe. – falei

- Filha, tudo bem? Está em casa?

- Não, eu sai. Vim ao mercado para comprar umas coisas.

- Finalmente saiu daquela caverna que é a sua casa. Filha, você precisa arrumar um emprego. Ainda não entendo porque saiu daquela revista, ganhava tão bem.

- Mas não era feliz trabalhando lá. E alias, estou ganhando bem mais agora.

- Com o quê? Filha, eu não sei com o que você trabalha.

- Eu trabalho como escritora, escritora fantasma. Sabe quando alguém famoso vai lançar um livro e não sabe escrever? Então, eu escrevo fingindo ser essa pessoa.

Bem, parte dessa resposta era verdade e a outra mentira. Eu já fiz antes alguns freelas desse gênero, mas agora não mais. E minha mãe, obviamente, ia ser uma das pessoas que não iam gostar de saber o que eu realmente escrevo. Até porque ela é toda conversadora!

- Por que não escreve suas próprias histórias? Que vergonha é essa que você tem, filha?

- Ai, Rita, - esse é o nome da minha mãe, eu a chamo assim quando me irrito – para com isso. Eu estou feliz assim. Não quero ser super conhecida!

- Mas, escreva o que é só seu. Tenho certeza que irão gostar. – imagina se ela soubesse – Alias, sua prima não para de ler aquela tal da Achi... Ichi... Sei lá que diabo!

- É Echii.

- Isso! Aquela mulher que escreve aquelas coisas sem pudor. Acredita que a última foi com um fotógrafo? Essa garota dá para qualquer um!

- Eu acho os textos dela bem poéticos. – respondi

- É sem-vergonhice. Isso sim! Sua tia sempre pega sua prima lendo essas coisas.

- Ela já é maior de idade, mãe.

- Não importa. Estando na casa da sua tia tem que respeitar as regras.

- Não entendo porque ler contos eróticos seria desrespeito a regras.

- Quando for mãe vai entender. Alias, já arrumou alguém?

- Não, Rita. E eu nem quero. Estou feliz sozinha!

- Mas, precisa dar um jeito na sua vida. Vai ficar sozinha para sempre?

- Se assim tiver de ser... Será!

- Vou ver se acho um pretendente para você. Vou falar com minhas conhecidas!

- Rita, este não é o século 14, é o 21. Eu não preciso de marido para ser completa e feliz, pelo amor da deusa!

- Filha, não insista. Sou sua mãe e sei o que é melhor para você.

- Ai, está bem. – bufei, sem querer discutir mais – Vou desligar. Está chegando a minha vez. Te amo!

- Também te amo, filha. Tchau!

Despedi-me e desliguei, feliz por aquela conversa ter terminado. Eu tento ter a melhor relação possível com a minha mãe, mas eu e ela pensamos bem diferente uma da outra. Ela nunca descobriu sobre as “sem-vergonhices” que escrevo, só chegou a ler as outras coisas, mais romances. Eu fico imaginando o choque caso ela descobrisse. Com certeza, seria julgada pela família inteira, mais do que já sou. Considerada a ovelha desgarrada desde a adolescência.

Voltei para casa andando, já que era perto. Fui pegar o elevador para subir e encontrei com Gustavo. Ele me sorriu e perguntou:

- Para quê tudo isso?

- Maioria para hoje à noite. Animado?

- Devo confessar que sim. Devo vestir algum traje especial?

- Não. Pode ir com a roupa que quiser.

- Tudo bem! Até mais tarde! – chegamos no nosso andar

- Até.

Cada um de nós seguiu para uma direção, pois nossos apartamentos ficam em lados opostos. Entrei em casa e comecei a guardar as compras. Separei os ingredientes e coloquei o vinho, escolhido para hoje, e as outras bebidas para gelar. Fiz meu almoço e descansei um pouco. Como estava com as postagens adiantadas, pude tirar esse dia de folga. Mais tarde, retornei a cozinha e já fui colocando a mão na massa para fazer a minha receita especial, que é risoto com salmão grelhado. Levei um bocado de tempo, mas me sobrou o suficiente para tomar um banho e colocar outra roupa antes do Gustavo chegar. Lavei o cabelo, coloquei uma das lingeries que ganhei, coloquei o meu melhor vestido e fiquei esperando. Estou até ansiosa, devo confessar. A campainha tocou e eu sabia bem quem era. Abri e ele estava bem informal, colocou uma camisa de botões estampada, bermuda e uma sandália. Foi ai que percebi que meu visual estava bem mais... Como diria? Ousada!

- Nossa! – ele disse – Se tivesse avisado, eu vinha à altura desse vestido.

- Não precisa. Está bom assim. Eu que quis me arrumar. Não é todo dia que recebo visitas em casa.

- Eu te visitei ontem, H. – reclamou

- Mas veio a trabalho. Não conta! – apontei a mesa – Sente-se que só vou trazer a comida.

A mesa já estava posta. Com os jogos de talheres e taças devidamente posicionadas. Trouxe o vinho primeiro e pedi para ele ir abrindo e servindo. Voltei e peguei os dois pratos de comida. Sentei-me junto com ele e disse:

- Risoto com salmão grelhado. Eu espero que goste.

- Cheiroso e bonito está. Vamos ver se está bom?

Fizemos um brinde e fomos comer. Ele gostou bastante, porque raspou o prato até o final.

- Onde aprendeu a cozinhar assim? – indagou

- Com a minha avó, que já partiu tem um tempo. – sorri nostálgica

- Também sinto falta das minhas.

- Vou tirar a mesa e lavar tudo.

- Nada disso. – protestou – Você fez a comida, eu lavo a louça.

- Que convidado educado você é, G. Tudo bem então! Vou te esperar no sofá! – peguei o vinho e as taças – Com isso aqui!

Não demorou muito e ele voltou, ocupando o outro lado do sofá. E foi ai que a conversa começou. Falamos sobre tudo que se possa imaginar, sobre a família, a faculdade, sobre os planos. Ele me perguntou sobre o blog, toda a origem, porque até isso eu escondi. Eu perguntei a ele sobre seus trabalhos como fotógrafo. O papo foi se estendendo e a garrafa de vinho se esvaziando. Então, olhei para a caixa com os produtos, que ainda estavam na sala. Levantei-me, procurei um dos óleos de massagem e também peguei umas camisinhas.  Olhei para ele e questionei:

- Quer ir lá pro quarto?

- Para testar isso? Se você quiser.

- Lembra que eu disse que queria repetir.

- Claro que lembro.

- E se for agora? Tem problema?

- E por que veria problema nisso? – colocou a taça na mesa de centro, levantou-se e veio em minha direção

E diferente da outra vez, ele pegou na minha cintura e me beijou calmamente. Soltei o que segurava – nada que ia quebrar, deixei a taça na mesa também – e respondi a seu ato. Acabamos indo para o sofá e ficamos atracados naqueles beijos por uns minutos. Até que decidimos ir para o quarto, lembrando de levar o que separei. E eu tinha certeza que aquilo ia me render mais um conto no blog, porque ele me olha com esse olhar de admiração que ainda não entendo e isso me cativa e me deixa louca.

Acordei no dia seguinte com o Sol entrando pela janela. Eu estava sem roupa e Gustavo também. Ele fica a coisa mais linda dormindo. Não quis incomodá-lo e como sei que ele ia acordar com fome, fui fazer o café da manhã.

Enquanto preparava tudo, escutei alguns passos arrastados caminhando para meu encontro. Um bom dia foi resmungado e eu disse para ele esperar na mesa que já estava terminando. Levei tudo e fomos fazer a segunda refeição juntos.

- Desculpa ter dormido aqui. – ele falou

- Não tem nada. Depois daquele vinho todo, você não ia chegar do outro lado do corredor e nem eu ia conseguir te levar.

- É... Ficamos um pouco alegres.

- Sim, mas foi bom de qualquer maneira.

- Vai escrever sobre isso mais tarde?

- Provável que sim! Se importa?

- Não. Já disse que gosto de ler o que escreve. Alias, esquecemos de tirar as fotos dos produtos ontem, nem tirei a câmera da bolsa.

- Pois é. Pode fazer depois de terminar de comer. Pode até usar a mesa de centro e aproveitar essa luz linda da manhã.

Enquanto eu escrevia o novo conto para postar mais tarde, Gustavo tirava uma a uma as fotos dos produtos para mim. Na sequência escolhemos as melhores e ele foi para seu apartamento. E eu fiquei o resto do dia escrevendo e pensando no que acontecera na noite anterior, que não ia sair da minha cabeça tão cedo.

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