Depois da festa, Helena veio aqui em casa e bem, ela me deu um dos melhores orais da vida e não deixei por baixo também para ela. Acabou que transamos de novo! E dessa vez, não haveria conto sobre no blog.
Era um dia quente de domingo, o que pedia que eu descesse para a piscina do condomínio e desse aquele mergulho e pegasse um pouco de sol.
Tomei café, descansei um pouco, arrumando ainda algumas coisas das fotos da H, me troquei – colocando um short de banho - e fui ao rumo da piscina. E era óbvio que ela estava lotada! Crianças correndo e pulando de um lado e os mais velhos apenas sentados, conversando e tomando umas bebidas no outro. Aquilo me incomodava, porque eu queria nadar um pouco e isso seria uma tarefa impossível com toda aquela gente.
Passei pelo portão de grades que delimitava o local, depositei minha toalha numa das espreguiçadeiras e só pulei na água, permitindo que o gelado invadisse o meu corpo e me refrescasse por inteiro. O som das conversas e gritos das crianças diminuiu no tempo em que fiquei com a cabeça em baixo da água. Voltei à superfície e senti falta do silêncio.
Lá no canto, sentada numa das espreguiçadeiras, estava Helena. Eu não a tinha visto quando entrei. Ela estava tomando sol e lendo um livro, de longe nem dava para ver qual era. Decidi ir falar com ela. Sai da piscina, peguei minha toalha e sequei meus cabelos, caminhando em direção onde ela estava. Assim que ela me percebeu, sorriu e me cumprimentou:
- Boa tarde, Gustavo.
- Boa tarde, Helena. Cansou de ficar trancada em casa escrevendo?
- Um pouco. Quis curtir esse dia de Sol.
- E ficar sentada lendo só? Por que não dá um mergulho?
- Tem muita gente, na verdade.
- E você fica com vergonha?
- Não exatamente. Mas, eu sinto como se todos estivessem me olhando.
Ela me vem com essa quando faz aquilo tudo comigo quando estamos transando. A vontade de soltar isso foi grande, mas resolvi ficar na minha.
- E se eu for com você? Até porque está calor demais só para ficar sentada embaixo do Sol e lendo. Mesmo que o livro seja muito bom!
- Tudo bem, eu vou com você. Posso ler meu livro depois.
Ao terminar a frase, ela se levantou. Deixou o livro – cujo nome era O Diário da Escrava Amada – na espreguiçadeira e fomos para a piscina. Não havia perigo de alguém levar um livro e duas toalhas embora.
Entrei primeiro e ela depois. Ambos já molhamos os cabelos. Resolvemos brincar de jogar água um no outro e estávamos nos divertindo igual a duas crianças. Quando cansamos, resolvemos só ficar na água e conversando um pouco. Ela me falou dos planos que tem para o blog e até já recebera a proposta de publicar um livro.
- Eu só não sei sobre o que vou escrever nesse livro... – confessou
- Por que não sua experiência com o blog?
- Não! Isso é muito clichê. Eu queria escrever uma história mesmo. Igual as fanfics que eu fazia quando nova.
- Você escrevia fanfics? – indaguei surpreso
- Sim! – sorriu nostálgica – Mesmo que algumas fossem de gosto bem duvidoso.
- Todos nós começamos de algum lugar. Minhas primeiras fotos não eram lá essas coisas. Fique calma que logo você vai saber o que botar nesse livro.
- Eu sei. Logo a ideia vem, só espero que a tempo de atender a proposta da editora. Enquanto isso, continuo escrevendo as coisas do Contemporânea.
E continuamos conversando até que foi escurecendo e as pessoas foram voltando para seus apartamentos, até porque muitas delas trabalhariam no outro dia. Chegou o ponto de ficarmos só eu e Helena na piscina, depois de algumas saídas da água. O salva-vidas já tinha ido embora e a piscina do condomínio ficava aberta o dia todo nos finais de semana.
Acabou que a privacidade fez parte da vergonha da Helena sumir. Um clima se fez e nós acabamos trocando uns beijos e carícias ali na piscina. Mas, não foi nada demais, se comparar que já transamos igual a dois selvagens na casa dela. Eram beijos sutis, repletos de risadas entre a nossa longa conversa, se olhando nos olhos e só aproveitando o momento.
- Gosto muito da sua companhia, G. – ela disse
- Eu também gosto da sua, H. – respondi
- Quer sair qualquer dia desses? – perguntou
- E para onde iríamos?
- Talvez uma boate, tô com uma saudade de dançar. E bem, maioria das minhas amigas estão casadas e com filhos, nem pensam mais nisso. Ir sozinha é bem ruim!
- Precisa de um acompanhante pra balada?
- Na real, é um amigo para balada.
- Já aviso que não danço muito bem. Mas vou com você sim! – sorri
- Sério? – incrédula – Ah, que legal! Na sexta tem problema?
- Nenhum. Sabe que tô sem trabalho.
- Calma que isso logo muda. Suas fotos sairão no blog essa semana. E ainda preciso que me mande a resenha da camisinha.
- Farei hoje mesmo!
Beijamo-nos de novo, um pequeno selinho.
- G, obrigada por sua ajuda.
- Não é nada. Só não esqueça de transferir o valor. – e ri
- Farei assim que voltar para casa. – ela olhou pras estrelas lá em cima – Acho que já está tarde né? Preciso voltar pra casa.
- Acho que sim. Já está bem quieto por aqui. Depois de mais um mergulho, podemos ir.
E assim o fizemos, rindo igual adolescentes bobos. Coisas simples que adorava fazer e com a idade a gente acaba perdendo um pouco o valor disso.
Secamo-nos e finalmente subimos. Despedimo-nos na porta do elevador e caminhamos cada um para um lado do corredor.
E mesmo que não tenhamos feito nada demais, confesso que fiquei com vontade ali na piscina mesmo, porém era bem provável que fossemos pegos. E eu nem sei se a Helena estava com vontade também.
Eu tive que bater uma quando cheguei, durante o banho para tirar o cloro da piscina do corpo. Sai enrolado na toalha e fui pegar uma cueca para vestir. E meu celular apitou, nem mexi nele desde antes de ir lá para baixo. E qual não foi a surpresa de que estava lotado de mensagens, mas o motivo do som foi a H. Abri a mensagem dela primeiro:
“Não esquece, por favor, de escrever a resenha. Não precisa ser algo muito longo, só sua experiência e de coisas que só homens percebem nesse tipo de produto.”
“Tudo bem! Farei agora, enquanto lancho.” Respondi.
“Se tiver alguma dificuldade, eu te ajudo.”
“Não sou tão em escrever igual a você, mas dou meus pulos. Mas mando para você avaliar.”
“Ah, outra coisa. Tem problema eu escrever algo sobre hoje?”
“Depende. Sobre o que vai escrever?”
“Sobre a piscina oras! Mas de forma fantasiosa.”
“H! Por que não disse antes? Podíamos ter feito lá.”
“Algumas coisas prefiro manter na imaginação. Essa é uma delas.”
“Pode escrever então. Bem provável que bata outra por causa disso. Seus contos fazem isso comigo.”
“Deixa de ser bobo. Vou me ausentar, senão a inspiração some.”
“Vai lá! Inté!”
“Até, G.”
E bloqueei o celular. Quem diria que a Helena fantasiou também? Acho que a parte da imaginação é desculpa dela, mas tudo bem, posso lidar com essa dúvida.
Preparei um misto quente com um suco e fui resenhar a bendita da camisinha. Eu nem fazia ideia do que escrever, sinceramente. Mas, aí fui lembrando quantas marcas diferentes desse produto já usei e no que elas mais me incomodavam e fui traçando um comparativo com a da que testei. Disse que ela era bem fácil de colocar e de tirar, oferecia conforto e sensibilidade ao mesmo tempo, porque por um lado não te esmaga e nem fica largo demais e acaba saindo. E bem, eu praticamente senti tudo quando entrei na Helena.
Confesso que foi meio estranho fazer o texto, mas ele ficou pronto, de uma forma ou de outra. E assim, mandei para a Helena, através do e-mail que ela já havia me passado para mandar as fotos do ensaio antes. Só a avisei por mensagem, mas ela deve estar tão ocupada escrevendo que nem viu.
Sai do meu escritório e fui a sala e comecei a ver uma série que já queria tinha muito tempo. Vi dois episódios, até que o celular apitou de novo, com a resposta de Helena.
“Ficou ótimo, H. Nem eu poderia ter escrito melhor. Vai sair no blog na quarta.”
“Ótimo! E o seu conto?”
“Deve sair na terça, ainda não decidi.”
“Curioso para ler.”
“Tudo em seu tempo, G. Aliás, as fotos saem essa semana também, na sexta. E não se esqueça do compromisso também.”
“Não esqueço.”
“Agora vou lá jantar. Bjs, G!”
“Bjs, H.”
Estou ansioso para o lançamento dessas fotos, será que elas vão me dar o retorno e a quantidade de trabalho que eu espero? Quero muito que a resposta para as minhas dúvidas seja sim!