Música-tema: (Santiano - 500 Meilen) https://www.youtube.com/watch?v=TfeIcsVSI10
Mais uma
bela manhã de Sol no cais do porto. O meu navio, Queen Andromeda,
está recebendo mais um carregamento para a Europa. Eu estou nas
Américas deixando um e pegando este outro. Eu sou um navegante que
trabalha no fluxo Europa-Américas, o ano inteiro, incluindo os
feriados e até o meu próprio aniversário.
Eu não
tenho família, nem filhos e nem mais a minha mãe, que morreu pouco
depois que completei dezoito anos. A minha vida é esta embarcação,
tudo o que fui e sou hoje foi graças a Andromedazinha, como a chamo
carinhosamente. Outra coisa a revelar sobre mim é que eu sou gay. E já sofri e adquiri um forte trauma por conta disso. Eu
me acho tão homem quanto qualquer hétero. Ser gay não me faz menos
homem, apenas diferente.
Eu falei do
meu trauma não é? Pois é, eu já fui passivo, mas totalmente a
força.
Quando
minha mãe faleceu, decidi que seguiria a vida no mar, assim como o
meu pai, que abandonou a mamãe assim que soube de mim. Não era o
sonho de reencontrá-lo, mas de desbravar novos horizontes e conhecer
novos lugares, já que vivi na mesma cidade durante todo aquele
tempo. Naquela época já sabia o que sentia, me apaixonara algumas
vezes, mas nada demais. Apenas coisas platônicas... Porque todos
eles eram héteros!
Com meros
dezoito anos, eu, Steffen Frey, alemão, pele clara, cabelos loiros e
olhos verdes, virei tripulante de um navio, o Ressaltans. Era bem
mais franzino do que sou hoje. Eu tinha apenas 1,70m de altura e era
bem magrinho. Estes detalhes foram os suficientes para um dos marujos
mais velhos se aproveitar de mim. Por muitos anos, eu fui abusado por
esse cara. Não podia falar com ninguém sobre isso, porque eu cai na
laia dele e acabei me apaixonando e também tinham as ameaças que
ele fazia. Eu fiquei sem saída e me afundava cada vez mais naquele
mar de problemas. Mas durante esse tempo, eu ganhei um pouco mais de
altura e músculos por causa do trabalho pesado. Nunca me equiparei a
força dele, então toda vez que tentava me defender ou revidar,
acabava piorando mais a situação.
Até que um
dia, em um dos portos que passávamos frequentemente, eu recebi a
proposta de tripular o Queen Andromeda, vinda do próprio capitão do
navio: Tim Schmitt. Em
um dos bares perto do cais acabei contando pro cara toda a minha
história e ele se sensibilizou. Disse que o único jeito seria eu
trocar de embarcação e finalmente ter distância daquele que me
perturbava. Naquela noite mesmo zarparia com o navio dele. Peguei as
minhas coisas e quando estava chegando ao Andromeda, o meu ativo, meu
dono, apareceu e perguntou o que eu estava fazendo carregando minhas
coisas para outro navio. Simplesmente respondi:
-Estou te
deixando. Cansei de todas as suas chantagens, cansei de você!
-Mas achei
que me amasse.
-Eu amava,
quando tinha dezoito anos e era bobo e inocente. Tenho 25 agora,
cresci e amadureci.
-Não pode
simplesmente ir saindo assim. E quanto ao nosso capitão? E a mim? -
falou agarrando meu braço
-Já falei
com o capitão e ele entendeu perfeitamente a situação, agradeceu o
bom trabalho que fiz a ele, deu o meu dinheiro e pude sair.
-Não
respondeu a outra parte...
-Respondi
sim! Cansei de você, simples assim. Estou seguindo outro caminho.
-Não pode
fazer isso.
-Posso sim!
E estou fazendo...
-Seu filho
da puta! - me deu um soco, cai no chão – Depois de tudo o que fiz
por ti.
-O que? Tem
sete anos que eu sou marujo, não subi posto algum nesse tempo. E
olha que eu trabalhei muito.
-É assim
então? - bufou
Ele me deu
mais alguns socos antes de me deixar deitado no chão de cimento.
Estava ferido fisicamente, mas finalmente meu coração se curara e
eu tinha a minha liberdade de volta. Sentiria dores no corpo por uns
dias, contudo dormiria bem depois de anos. Aproveitar o meu sono, sem
ter ninguém querendo te comer no meio da madrugada.
Fui muito
bem recebido pelos meus novos companheiros de viagens. O trabalho era
praticamente o mesmo, eu que era outra pessoa. E diferente da outra
vez, meu trabalho foi reconhecido. No decorrer dos anos fui subindo
de patente, até chegar no posto mais alto antes do capitão.
Eu tinha
completado 30 anos pouco antes disso e estava muito feliz. Só que em
seguida outra coisa começou a preocupar todos no navio. O capitão
adoeceu e era muito grave e ele sabia disso. Sabia que não duraria
mais muito. E como ele também não tinha família, deixou o Queen
Andromeda para mim, porque eu me tornei um filho para ele e essa era
a maior retribuição que ele poderia me dar.
Foi assim
que me tornei o Capitão Frey do Queen Andromeda. Só não sou mais
tão jovem quanto antes, estou com 35 anos agora.
E naquela
manhã, além do descarregamento dos produtos que trouxemos da
Europa, eu também estava contratando novos tripulantes. Alguns
saíram porque queriam outras coisas na vida.
E de
repente, ele apareceu. Um rapaz, na casa dos vinte anos, com um corpo
um bocado definido e só um pouco menor do que eu, correndo e logo
chegou para falar comigo.
-Senhor,
ainda estão aceitando novos tripulantes?
-Sim! -
respondi sorrindo, acabei olhando ele de cima a baixo
-Ah, que
bom! - coçou a cabeça
Ele me
parecia ser americano, pele clara, cabelos castanhos e olhos azuis.
Fizemos os tramites legais e ele era oficialmente um marujo do Queen
Andromeda.
Eu não
entendia o que estava acontecendo comigo. Havia anos que alguém não
me chamava atenção como ele. Depois daquele brutamontes, me
desliguei disso. Só dava mesmo algumas descarregadas em festas e só.
Nunca me envolvi de novo.
O nome dele
é Bryant Vicent Kelly, de 23 anos, nascido nos Estados Unidos. Só
isso o que sei dele até agora.
Mais tarde,
na minha cabine, me peguei olhando a foto que ele me deu para
fazermos o contrato. Eu me sinto atraído por ele e não consigo
explicar isso. Será que todo mundo sente isso? Uma pessoa que mal
conheceu e já chamou a sua atenção? A única coisa que se quer é
estar do lado dela e saber mais sobre ela, para se aproximar.
Meu melhor
amigo, Torsten Reinhard , atual “vice do navio”, entrou e me
pegou no flagra.
-Olhando
esta foto com tanto afinco. Tem algo errado?
-Não. Não
há nada errado. - desviei o olhar
-Não
minta. O rapaz te chamou atenção. - ele era o único que sabia ali
que era gay
-Não sei
explicar isso.
-Não pense
na explicação. Vá atrás dele!
-Não sou
desesperado a investir tão cedo assim. Mal o conheço.
-Mas
estamos na época de adaptação dos novos marujos. Então terão
aquelas reuniões.
-Ah sim!
Elas são uma boa oportunidade.
-Alias, o
novo carregamento já está todo a bordo. Podemos zarpar
imediatamente.
O Sol já
iria se pôr, minha hora preferida para partir. Fui a frente para
falar com a tripulação.
-Senhores,
excelente trabalho que fizemos hoje. Haverá uma festa mais tarde em
comemoração. - gritos de alegria – E os novos marujos: sejam
bem-vindos ao Queen Andromeda. E a festa também será comemoração
da chegada de vocês. - mais outro grito em coro – Agora, hora de
partirmos rumo a Europa.
Finalmente
saímos do porto, navegamos um pouco e ancoramos alguns quilômetros
depois. Havia uma festa e todos os tripulantes participariam. O
convés estava lotado, lotado de zueira e de bebida. Era uma grande
reunião.
Eu sou o
tipo de capitão que é amigo de todos do navio, então conversei um
pouco com cada um deles. Cantei ao som do violão e fiz umas danças
malucas naquele convés. Essas nossas festas parecem de piratas.
Mas havia
um que estava isolado em um canto, apoiado numa das bordas,
observando o céu noturno. Era aquele que me chamara atenção no
momento em que olhei para ele. Não resisti ao impulso precoce e fui
falar com ele.
-O que faz
aqui sozinho, Mr. Kelly? - tive que usar o pronome de tratamento
certo
-Ah,
Capitão Frey, me desculpe, sei que devia estar com outros.
-Você não
respondeu a minha pergunta.
-Estava
pensando nessa nova fase da minha vida que acabei de começar. Tudo
pelo que passei e deixei para trás.
-O que quer
dizer com isso?
-Eu tinha
uma noiva, mas ela morreu em um acidente de carro. E, bem, eu chateei
meus pais por causa de uma coisa e eles não querem ver mais a minha
cara.
-E que
coisa seria essa? - falei me apoiando de costas para o mar, para
poder olhar melhor para ele – Desculpe se estou sendo inconveniente
te perguntando um pouco demais.
-Tudo bem,
capitão. Eu fico feliz que tenha se interessado por isso, eu
realmente nunca falei isso a ninguém. É meio que uma coisa
engasgada.
-Diga!
-I like
boys! - ele foi direto, falando na sua língua mãe e na qual
conversávamos – Não me lembro quando descobri isso, mas eu sempre
lutei contra, tanto que até noivei e ia me casar. Minha noiva era
uma grande amiga e a única que sabia até então. Ela me ajudou a
ter esse namoro de fachada, para mim e para ela. Só que, quando ela
se foi, eu surtei e percebi que não poderia continuar essa mentira
sozinho. Contei aos meus pais e fui expulso de casa. Vaguei por uns
dias e descobri que carregamentos chegariam ao porto e decidi que
queria ser um homem do mar. Foi assim que vim parar aqui!
Só pode
ser um sonho, ele é gay também. A oportunidade para investir subiu
bastante, mas não queria me mostrar atirado.
-Uma
história deveras comprida, assim como a minha. Vamos voltar e beber
um pouco mais.
-Claro!
Depois de
mais algumas cervejas, eu estava bem, mas Bryant estava totalmente
bêbado. Os outros começaram a voltar a suas cabines. No final das
contas ficamos só eu e ele no convés, falando um bocado de merda. E
em um de seus momentos de porre, ele soltou:
-Sabe,
Capitão, eu te achei tão sexy assim que te vi. - e se atirou em mim
Ele tava...
Me cantando? De um modo bem estranho, mas era óbvio o efeito da
bebida. Não resisti aos meus desejos quando vi aqueles olhos azuis
com a franja caida entre eles e acabei beijando-o. Um beijo calmo,
que havia anos que não dava em ninguém. Ele pareceu corresponder se
enlaçando mais ao meu corpo, praticamente pulando no meu colo.
Seu corpo
era só um pouco menor que o meu, então o abracei-o com vontade e
trocamos algumas carícias por uns minutos. Foram apertos ali e cá e
alguns beijos no pescoço. Ele gemia baixo e eu sentia a minha calça
ficar mais apertada. Então, sussurrou:
-Capitão,
você que ir para o quarto?
Uma pessoa
normal responderia sim imediatamente. Mas, eu já estive no lugar
dele e sei bem o que poderia acontecer, acabaria perdendo o meu
controle. E ainda tinha outro detalhe, ele estava bêbado. Sinto-me
mal em transar com alguém nesse estado.
-Acho que
está na hora de você dormir, Marujo Kelly.
Sai
carregando-o ao seu quarto. Os seus colegas dormiam, coloquei ele na
cama.
-Fique aqui
comigo, Capitão.
-Eu...
Não... Posso. - gaguejei sentindo “ele” latejar de desejo
Com muita
força de vontade, voltei ao convés e me encontrei com Torsten lá.
-Por que
veio daquele lado? Sua cabine fica do outro.
-Eu sei.
Fui deixar um tripulante bêbado na cama.
-No duplo
sentido? Não acredito que fez isso.
-Eu não
transei com ele! - gritei – Mas fiquei na vontade. - falei mais
baixo
-Perdeu uma
oportunidade e tanto. Ele é hétero!
-Na
verdade, não. Ele usou essa noiva de fachada, ele é gay como eu.
-Ora, então
ainda há uma chance. E com certeza você vai correr atrás dele.
-Sim. Só
quero conhecê-lo um pouco melhor. Quero que as coisas sigam um fluxo
natural, ao contrário do que houve comigo na idade dele.
Despedi-me
e fui ao meu quarto. Tomei uma ducha fria e tive que bater uma para
aliviar o tesão que Bryant Vicent deixou em mim. Eu fantasiei com
ele, não pude evitar.
No dia
seguinte, seguimos viagem com maioria dos tripulantes de ressaca.
Os dias
foram se passando, tudo acontecendo em uma normalidade que já era
bem comum. Um dia, tarde da noite, após mais uma polução noturna
por causa de um sonho com Bryant, fui dar uma volta. Com quem eu me
encontrei? Sim, o próprio.
-Capitão
Frey, com insônia também?
-Sim. Eu
tive um sonho!
-Foi ruim?
-Nein. - eu
tinha essa mania de responder em alemão as vezes – Ele não ser
verdadeiro é que é ruim.
-Adoro seu
sotaque e quando você fala alemão. Tão sexy! - ele sorriu e depois
ficou com vergonha de ter falado aquilo, mas nem comentei nada
-E o que
está achando da vida do mar?
-Melhor do
que imaginava. Poderia viver assim para sempre.
-Eu pensei
a mesma coisa com a sua idade e aqui estou eu.
-Contei a
minha história a você na primeira noite, quero saber da sua. Pode
contar!
-Ja!
Contei toda
a história para ele, inclusive revelando o detalhe de eu ser gay.
Depois, ele perguntou:
-Capitão, aconteceu alguma coisa entre nós na
minha primeira noite aqui no navio? Eu me lembro de termos nos
beijado e depois você me levou ao meu quarto, mas eu não sei o que
aconteceu lá.
-Não aconteceu nada. Só te deixei na sua cama e
sai.
-Ah... - ele soltou com um ar de tristeza
-Não que você não tenha pedido para eu ficar.
Só que você estava muito bêbado.
-Não quis abusar de mim né? Achei que fosse esse
tipo de pessoa.
-Porque aconteceu a mesma coisa comigo e eu passei
anos sendo chantageado por um filho da puta.
Ficou um silêncio mortal por alguns segundos
enquanto trocávamos olhares. E mais um impulso resolveu me atacar...
E lhe roubei um beijo ardente.
-Capitão... - ele sussurrou quando nos separamos
-Fale, marujo Kelly. - falei em mesmo tom
-Por que não fazemos o que queríamos naquela
noite? Eu estou sóbrio agora.
-Claro! - sorri, dando um riso no canto da boca –
Vem, vamos ao meu quarto. Lá teremos mais privacidade.
Peguei na mão dele e o arrastei comigo. Ele vinha
atrás e parecia encabulado, olhando para os lados o tempo todo,
achando que alguém poderia aparecer a qualquer momento.
-Fica sussa, cara. Aqui é o lado das maiores
patentes e eles dormem que nem pedra.
Ele só riu!
-Fica sussa?! Gostei disso, capitão.
Chegamos ao meu quarto, entramos e eu tranquei a
porta.
-Enfim sós!
Ao ouvir isso, ele veio para cima de mim e
começamos uma série de beijos e carícias. Eu adorei dar alguns
beijos no seu pescoço, enquanto ele gemia baixo.
-Capitão... - disse coloca a sua mão na região
protuberante da minha calça – Eu quero... Dentro... De mim!
-Tudo em seu tempo. Acha que eu também não
quero?
-E me chame de Bryant, capitão. É meu nome
esqueceu?
-Não. E se for assim, eu sou Steffen. Sem
formalidades!
Então, eu o joguei na cama. E continuamos nos
beijos e ia desabotoando cada um dos botões de seu pijama. Quando
estava completamente aberto, passei minhas mãos por seu peito magro
e ele gemeu baixo. Ajudou-me a tirar a minha blusa e eu arranquei a
dele. Ele admirou o meu físico e a minha tatuagem de uma âncora no
antebraço direito, acariciando-me.
Logo tirei a calça dele e também a cueca dele.
Bryant estava nu diante de mim. O tamanho dele era só um pouco menor
que o meu, não que eu seja pirocudo. Tô na média! Ele achou que
ficaria pelado também, mas se desesperou quando viu minha boca
chegando perto do seu membro.
-Steffen, não precisa fazer isso. - falou
tentando afastar o quadril, mas segurei
-Mas eu quero fazer, Bryant. - olhei para ele –
Aliás, posso te chamar só de Bryan?
-Pode, Stef! - respondeu sorrindo e cortando meu
nome também
Delicadamente comecei o sexo oral nele. Chupava,
mordiscava, engolia, de um tudo um pouco, com pouca ou mais
intensidade e sendo acompanhado pelos sons que ele emitia. Parecia
que nunca tinha recebido algo assim, ele ficou excitado rápido e
chegaria ao ápice logo, porém parei antes disso.
-Por que parou? - ele reclamou
-Você está quase gozando. Eu não quero que se
divirta sozinho! - soltei com um sorriso malicioso
Levantei da cama e tirei minha calça e cueca,
deixando-as pelo chão da cabine. Minha situação tava crítica,
talvez não aguentaria muito tempo.
-Quer que eu faça em você também, Stef? -
indagou se apoiando nos cotovelos para me ver
-Não precisa! Senão gozarei forte na sua boca.
Muito tempo na seca.
Voltei a cama, dando-lhe um beijo com vontade. Ele
inconscientemente já abriu as pernas para mim, me querendo e muito.
Estiquei-me até a gaveta do criado-mudo, ao lado da cabeceira da
cama e peguei o lubrificante. Coloquei uma quantidade boa na mão,
dividindo um pouco entre a entrada de Bryan e meu pênis. Abri um
pouco o espaço usando primeiro um dedo, passando para dois, até o
terceiro. Ele só me observava e tinha um olhar e rosto totalmente
envergonhados e cobertos de prazer ao mesmo tempo. Resolvi parar com
o sofrimento dele e também com o meu e penetrei. Comecei devagar
para ele se acostumar e não sentir tanta dor ou incômodo. Só
depois que aumentei a velocidade. Foi então que ele danou a gemer e
eu arfava. Aproveitei para masturbá-lo um pouco no meio das
estocadas.
-Stef... Stef... Capitão! - foi o que ele disse
antes de gozar, junto comigo, porque não aguentei ouvi-lo dizendo
isso
Eu me joguei sob o peito magro dele e senti o suor
dos nossos corpos nos fazerem grudar um ao outro. Ele passou os dedos
nos meus cabelos, enquanto recuperava o fôlego. Não trocamos uma
palavra por um tempo, até que Bryant finalmente falou.
-Foi tão bom, Capitão... Stef. - sorriu
-Também gostei, Bryan. Mas só quero uma coisa
agora: Um banho. Vamos?
-Sim!
Minha cabine é suíte, então só acendi a luz do
banheiro e fomos para lá. E essa cabine é tão grande que eu tenho
uma banheira, eu a enchi e entramos, ficando cada um em uma ponta.
Bryant relaxou o corpo e estava aproveitando a água quente. Era uma
visão maravilhosa!
-Por que os chuveiros dos vestiários não tem a
água assim tão quentinha?
-Porque senão os chuveiros seriam mais disputados
do que já são. E ninguém morre com banho de água morna. Mas, se
você quiser tomar um banho quente, só vir aqui.
-Depois da foda, não é Capitão?
-Seria melhor que sim, mas se quiser só tomar um
banho, tudo bem.
E ele riu.
-Que foi?
-Você é engraçado, Stef. Achei que fosse mais
carrancudo e mandão, mas eu vejo que isso é só fachada.
-Eu só tenho cara mesmo. Eu fiz essa máscara
pois já sofri muito por ser quem eu sou.
-Gay?
-Ja! Aquilo que te contei.
-Eu nem consigo pensar o quanto sofreu durante
todos aqueles anos. Eu achava que sofria, mas com certeza a sua dor
foi pior. Perdeu a sua única família e ainda foi abusado por muito
tempo.
-Eu já superei. Agora eu sou feliz... Bom...
Quase.
-Por que “quase”?
-Eu não me apaixonei novamente. Não consigo! Eu
tenho medo de me envolver demais e acontecer igual àquela vez. Acho
que eu seria feliz se encontrasse alguém para amar.
-A gente poderia tentar, capitão. - falou se
aproximando de mim e sentando na minha frente, instintivamente
abracei-o
-Poderíamos. - retruquei e completei em seguida –
Teve uma coisa que não lhe disse: Realmente senti algo estranho
quando te vi no cais, eu me senti atraído por você. Eu ainda não
entendo isso, ainda estou tentando entender. E foi por muito pouco
que não fizemos na sua primeira noite na embarcação.
-Também me senti atraído assim que te vi,
Steffen. Acho que eu deixei isso bem claro quando bebi um pouco
demais... Eu lembro!
Não pude evitar de rir e concordar. Bryan se
virou, me beijando em seguida. Dava para perceber que ele queria uma
segunda rodada e eu também.
-Vamos nos secar e ir para a cama. - falei
Sai primeiro e fiquei esperando sentado. E acabou
acontecendo de novo e foi tão boa quanto a primeira. Acabamos
adormecendo em seguida e só me dei conta disso quando alguns raios
de sol atingiram meu rosto. Resmunguei e abri os olhos, me vi nu e
com Bryant adormecido de bruços, também nu, do meu lado. Ele tinha
uma carinha de anjo e aparentava sonhar. Eu fiquei com muita pena de
acordá-lo, mas tive de fazê-lo.
-Bryan... Bryan... - cutuquei nele – Já
amanheceu! Precisamos nos levantar, temos trabalho para hoje.
Ele reclamou alguma coisa que não entendi e virou
pro outro lado. Chamei-o novamente, só então se levantou, e falando
meio rouco:
-Que foi?! - e me viu – Ah, capitão, bom dia! -
sorriu sonolento
-Bom dia!
-Já amanheceu né? - assenti – Não era para eu
estar aqui, eu apaguei. Desculpa!
-Não precisa se desculpar, eu também dormi.
Vamos nos trocar!
Levou menos de meia hora, contando com o tempo do
banho. Mandei Bryan sair primeiro e eu sairia uns cinco minutos
depois para evitar qualquer coisa. Pela hora todos estariam no
refeitório para o café da manhã.
Sai e me encontrei com Torsten na mesa e ele me
fez uma careta assim que me viu e comentou:
-Bom dia, Capitão. - baixou o tom da voz para um
sussurro – Eu ouvi o que aconteceu no seu quarto. Quem era?
Bryant estava algumas mesas perto dali e ele olhou
diretamente para mim quando desviei o olhar do meu amigo. Foi a
resposta que ele precisava!
-Foi exatamente o que supus. - soltou
-Por favor, você sabe que isso é segredo. Não
conte a ninguém!
-Minha boca é um túmulo e você sabe disso,
Stefen.
Pela proximidade, podia ouvir os colegas de Bryan
falando com ele:
-Você sumiu, onde esteve?
-Acordei mais cedo. Simples assim!
-Já apareceu de banho tomado e nós viemos do
vestiário agora. - ele não devia ter lavado o cabelo
-Eu molhei o meu cabelo com uma garrafa de água.
Para de falar, você está se afundando nisso. Não
tenta enrolar eles.
-E cadê a garrafa?
Ele titubeou, sem resposta.
-Onde você esteve então? - indagou um, bem firme
-Ah... Eu... Eu...
Eu ia ter que resolver aquilo e rápido.
-Ele realmente se levantou mais cedo que o de
costume. - Respondi, me levantando e indo em direção a eles – Eu
estava no convés e o vi cair no mar por conta de um balanço forte
de uma onda. Tive que salvá-lo. - bati no ombro dele e ele me olhava
perplexo, mas logo entendeu
-É, eu levantei e fiquei olhando o mar no convés,
até que eu cai. Sorte que o Capitão me salvou. Ai me sequei,
troquei-me e vim para cá. - concordou sorrindo e aquilo fazia
sentido com a troca de roupa
-Você precisa aprender a se segurar para que isso
não aconteça de novo.
-Sim, Capitão, pode deixar!
Eu me afastei e a situação se resolveu, ainda
bem. Tudo correu normalmente a partir daí. Exceto pelo fato de, no
meio da tarde, quando estava na cabine de controle controlando as
manobras do navio e o Marujo entra, me assustando. Sorte que estava
sozinho!
-Stef, obrigado por mais cedo. Eu realmente não
sabia o que fazer.
-Sem problemas, Marujo. Mas você podia ter
esperado mais para me falar isso.
-Perdoe-me, não consegui. - ele olhou para o mar
– A visão daqui é tão bonita!
-Eu concordo. É meu lugar favorito para observar
os azuis dos céus e mares se juntarem.
Ele ficou mudo.
-Veio aqui só para me agradecer?
-Não! É que... Como eu direi... Podemos nos
encontrar hoje a noite?
-Claro. Por que não? - sorri – De madrugada?
-Uma da manhã está bom?
-Ótimo!
-Preciso ir, senão eles notarão minha ausência
por tempo demais.
Ele ia sair correndo, mas eu o peguei pelo braço.
-Espere! (Em alemão) - o puxei para perto de mim
– Um beijo pelo menos?
-Alguém pode nos ver.
-Nein. Eu sei todos os horários do Queen
Andromeda e eu estou sozinho aqui neste horário.
Ele relaxou e isso permitiu que nos beijássemos.
Quando nos desvencilhamos, ele disse:
-Até mais tarde!
E neste e nos outros dias que se seguiram, eu me
encontrei com Bryant Vincent Kelly durante a madrugada para irmos ao
meu quarto. Só ficamos mais atentos a não dormir igual da primeira
vez.
Chegamos ao porto de Londres e ficaríamos
atracados por uns dois dias até o próximo carregamento. Esse era o
tempo que os homens saíam do barco para aproveitar um pouco. Raras
as vezes que eu ia com eles. Decidi ficar no navio. Pude ver o Marujo
que me fez companhia nas últimas noites partir com os novos amigos
para se divertir. Não fiquei com ciúmes, afinal, não temos nada.
Ou será que temos?
Durante a noite, me peguei olhando a foto dele de
novo. Sim, era saudade, acho eu. Era estranho estar sozinho a noite
agora. Sentia falta do calor dele, da voz dele, do sorriso dele,
daquela franja caída entre os olhos. Merda! Será que eu estou me
apaixonando? Eu não sei!
Passadas algumas horas, Torsten entrou desesperado
e ofegante na minha cabine. Ele veio correndo até ali, dava para
saber.
-O que foi, Torsten?
-O Kelly... - disse tentando recuperar o fôlego –
Ele... Ele entrou nunca briga e agora está prestes a ser estuprado
pelo cara com quem arrumou confusão. Vim correndo te avisar!
Eu nem pensei duas vezes, levantei, vesti o meu
casaco e sai correndo para o bar, com o meu amigo me guiando. Eu não
queria que acontecesse com ele o que houve comigo.
Cheguei ao bar e todos os outros tripulantes se
surpreenderam ao me ver ali. Tive que perguntar a um garçom atrás
do balcão.
-Onde eles foram? O garoto de branco de cabelos
castanhos e o outro?
-Eles foram para um dos quartos lá em cima. Acho
melhor não se meter com ele, senhor.
Eu ignorei essa última frase, meu sangue fervia,
tanto pela corrida, quanto para bater no filho da puta. Todos me
indicaram qual era e eu fui lá. Coloquei o ouvido na porta e pude
ouvir os gritos de Bryan. Já tinha acontecido! Eu só podia tornar
aquilo menos pior. Afastei-me e com todo a minha força, eu chutei a
porta, que abriu facilmente, pois era frágil. As dobradiças
rangeram com a pancada e os dois viraram o olhar para a minha
direção. Eu vi Bryan muito machucado e sem roupa, ele arregalou os
seus olhos azuis ao me ver. E o outro, eu jamais me esqueci daqueles
cabelos compridos e a aquela barba mal feita. Ele só estava um pouco
grisalho comparado as minhas lembranças. E nem preciso dizer que me
sangue borbulhou ainda mais ao saber que era ele. Sem as calças e
com o Bryan de quatro para ele. O reconhecimento foi recíproco.
-Steffen?!
Não respondi. Apenas me aproximei dele, tirei ele
de perto de Bryant e lhe dei um soco com toda a vontade e deixei-o
cair no chão em seguida. Falei com o marujo:
-Vista-se e vamos embora daqui.
-Ah, mas não vai mesmo. - o outro se levantou –
Não vai ferrar com a minha diversão desta noite. - vestiu a sua
parte de baixo da roupa
-Eu me esqueci que para você o estupro é
divertido. Quanto tempo se divertiu comigo não?
Ele avançou para me atacar, tentando me dar
vários socos seguidos, desviei de todos.
-Vejo que aprendeu a lutar.
-É o que se deve fazer para sobreviver.
Mais uma sequência de golpes, infelizmente alguns
desses me acertaram. Enquanto isso, Bryan só olhava, sem reação.
Ao falar com ele, me distraindo, acabe tomando um na boca do
estômago, o que me fez cair ajoelhado no chão.
-O que esse cara é seu, afinal de contas? Por que
o está defendendo?
-Ele é da minha tripulação. Não posso permitir
que nada ruim aconteça com eles. - fiquei de pé
-Não faria isso por um mero marujo.
-Acha que me conhece, mas não sabe nada sobre
mim. Só se aproveitou de mim, sem se importar com meus sentimentos.
Ele, puto, veio de novo. Tentou me acertar e não
conseguiu. Bryant ia sair, mas ele correu para pegá-lo, fugindo de
mim. O marujo desceu as escadas sendo seguido por nós dois. Torsten
o escondeu atrás dele.
-Vai fugir de mim?! Não se esqueça que perdeu
uma aposta comigo e você vai pagar. - cutuquei nele – Mas
primeiro, deixe eu acabar com esse seu capitão de merda.
Começamos uma briga no meio do bar, todos os meus
homens torciam por mim. Foram muitos socos e chutes certeiros.
Apanhei um bocado, mas consegui derrubá-lo. Quando ele estava caído,
o prendi com as pernas subindo em cima dele.
-Me solta, Stefen.
-Nein! - gritei – Eu vou te bater igual você
fez comigo naquele dia e tantas outras vezes e também por ter batido
no meu marujo.
-Capitão, não precisa disso. - Vincent se
manisfestou, saindo da proteção de Torsten
-Não é só por você, é por mim também. Eu
ainda tenho a cicatriz que esse filho da puta deixou em mim. E ele
resolveu abri-la de novo ao mexer com você.
-Eu sabia que tinha algo entre vocês. - ele
bravejou – Dá para ver na cara dele.
-Cale a boca! - e dei uns três socos na face dele
e o nocauteei – Eu não te perguntei nada!
Todos os membros da tripulação vibraram com a
minha vitória. E Bryan veio me abraçar.
-Obrigado, Stef.
-Por nada, Bryan.
Torsten cruzou os braços como uma forma de me
chamar atenção. Eu tinha dado mole e um dos grandes. Os outros
olharam para nós sem entender nada e eu devia explicações...
Explicações de anos!
-Capitão... - eles me olharam quando subi em um
das cadeiras para falar
-Atenção todos os tripulantes do Queen
Andromeda, eu, Steffen Frey, seu Capitão, tenho algo a lhes contar.
Eu guardei isso por muito tempo, mas acho que já é hora de saberem.
Apenas Torsten e Bryant sabiam disso até então. A verdade é que:
Eu sou gay!
-Sério, Capitão? - soltou um
-Se não falasse, eu nunca saberia. - comentou
outro
-É por isso que você sumia no meio da noite né,
Kelly? Ia ficar com o Capitão. - falou um dos amigos do marujo, que
ficou sem ter onde se esconder
Já sabia que iam insinuar algo entre mim e Bryan
e começou um burburinho.
-Senhores, calma. - voltei a falar – Sim, há
algo entre eu e o Marujo Kelly, mas isso não é do interesse de
vocês. Continuem cuidando dos seus direitos e deveres. Bom, agora
que já sabem, se me dão licença... - puxei-o pelo braço - Eu vou
cuidar dele.
Pedi um quarto e um kit de primeiros socorros ao
dono do bar, que me atendeu prontificamente. Bryant sentou na cama
assim que entramos e eu fechei a porta para termos mais privacidade.
Ajoelhei-me diante dele e só assim pude ver como ele realmente
estava. Ele tinha alguns hematomas e machucados pelo corpo. Cuidei
deles junto com as reclamações de que não precisava e que estava
bem, mas eu fingia que não ouvia. E depois Bryant insistiu para
cuidar dos meus também, ainda mais do olho roxo que consegui e para
isso, pediu gelo. Então, resolvi perguntar:
-O que foi que aconteceu para que tudo acabasse
assim?
-Estávamos jogando cartas e quem perdesse fazia
algumas coisas bem simples, como virar uma dose de uma só vez. Só
que as apostas foram aumentando e bem, eu ganhei por muito pouco e
ele ficou muito puto. Indignado, partiu para briga e fui apagado por
ele. Quando dei por mim de novo, ele estava me batendo para acordar.
E ele me virou e daí você já sabe o que houve.
-Isso é bem a cara dele.
-De onde você o conhecia, Stef?
-Ele é aquele cara que eu lhe falei, o que abusou
de mim por longos anos. - ele fez uma careta, entendendo – Ele
conseguiu o que queria com você não?
-Parcialmente! Você o interrompeu. - sorriu –
Só fiquei um pouco machucado, mas estou bem. Até tentei me defender
do estupro dele, mas ele era bem mais forte do que eu.
-Eu te entendo. Passei por isso mais vezes do que
possa imaginar.
-Pelo menos, eu tinha você para me ajudar. Foi o
Sub-Capitão Torsten que o chamou no navio?
-Sim! Ele era o único que sabia sobre nós,
acabou ouvindo o que não devia. - e ri
Bryan sentou-se ao meu lado e colocou a cabeça no
meu ombro e me questionou:
-O que faremos agora em relação ao resto dos
marinheiros?
-Nada. Já fui bem claro com eles: não lhes
interessa. É algo entre eu e você apenas.
Passadas algumas horas, todos voltamos ao navio,
carregamos e zarpamos de volta as Américas. O clima no navio se
manteve o mesmo apesar do que houve no Bar em Londres. Eu dei um
tempo para Bryan se recuperar do que passara e uns dias depois ele
falou que iria para o meu quarto a noite. Encontrei-o no convés e
fomos para lá. Alguns beijos e amassos depois, ele falou:
-Eu farei oral em você!
-Não precisa, Bryan, é sério. - reclamei,
porque eu realmente não gostava muito
-Deixe eu fazer ao menos uma vez.
Não pude brigar com esse argumento. Sentei-me na
cama e marujo começou. Parecia que ele sabia o que estava fazendo.
Chupava e mordiscava algumas vezes com vontade, enquanto eu sentia
calafrios subirem minha espinha. Nunca recebera um oral tão bom
quanto aquele. Quando faziam em mim era sempre algo meio sem graça e
sem sal, com aquela ideia de só “me acender” para depois, acho
que era esse o motivo de não gostar muito. Mas ele estava além
disso, ele queria me fazer gozar. E não precisou de muito tempo para
conseguir. Senti um calor subir na espinha quando gozei. Bryan
engoliu tudo e tirou a boca. Ele me olhou sorrindo e disse depois:
-Eu vou me deitar.
Claro que isso indicava o “vamos começar”,
mas eu decidi que faria algo diferente naquela noite.
-Nein! Eu me deito hoje.
-Mas você disse que nunca mais queria ser
passivo.
-Eu não disse isso. - retruquei – Disse que
nunca mais fui, por conta de alguns traumas. Mas é diferente...
-Eu não sei como fazer. Nunca fui ativo lembra? -
me olhou, com medo
-Confio em você. - coloquei a mão no rosto dele
– Já teve e viu isso tantas vezes. É só se recordar de como faço
com você.
-Mas...
-Sem “mas”. Confio em você. - me joguei na
cama
Pude vê-lo engolir a seco. Suas respirações
aceleraram e o vi a mão dele tremer um pouco. Peguei-a e segurei,
dando mais um voto de confiança. Ele inspirou fundo e me beijou.
Bryan seguiu praticamente o mesmo script que eu.
Levou ao pé da letra demais, porém ele estava se esforçando. E eu
estava em um misto de estranheza e prazer. Anos sem ter nenhuma
daquelas sensações. As de ser tocado e receber carinho de alguém
de quem você gosta. Na verdade, eu nunca soube o que era isso.
Beijos e chupões em várias partes do meu corpo, junto com os meus
gemidos baixos. Até que ele decidiu que ia penetrar. Eu só apontei
em que gaveta estava, pois eu soube a pergunta só pelo olhar dele. E
fui eu quem ficou com medo nesse momento, com muito esforço não
fechei as pernas imediatamente. Bryan colocou lubrificante na mão e
começou a abrir o caminho em mim, do mesmo jeito que eu faço.
Primeiro um dedo, depois dois, até um terceiro. Enquanto ele fazia
isso, senti espasmos subindo pelas costas, como havia tempos que não
sentia. Pegou mais um pouco e passou em seu pênis. Ambos estávamos
nervosos, dava para perceber pelo jeito que nos olhamos.
Completamente fora da posição de conforto.
Penetrou devagar, até que conseguiu colocar tudo.
Era algo muito estranho ter algo dentro de mim de novo, era sempre o
contrário. Mas eu aceitei isso bem, fui eu quem quis. Só não fazia
ideia do que poderia acontecer quando ele começar a se mexer.
-Tudo bem, Stef? - ele perguntou
-Só um pouco aflito. Só isso!
-Quer que eu pare? - disse, relutante
-Nein! Já falei: está tudo bem. Eu vou saber
onde colocar as pernas, não se preocupe com isso.
Ele riu. Isso serviu bem para quebrar a tensão.
Então, Vincent iniciou o movimento de vai e vem.
Primeiro devagar e aumentando gradativamente. Cada estocada vinha com
um gemido meu, que eu não conseguia controlar. Ele se agarrou nas
minhas coxas para conseguir ir mais fundo e estava conseguindo.
Sentia todo o meu interior se contraindo e relaxando a cada segundo.
Eu percebi que tinha ficado duro de novo com aquilo tudo. Foi uma
coisa que nunca aconteceu, nem durante os anos em que fui um boneco
nas mãos daquele outro. Após alguns minutos, Bryan já fazia muitas
caretas. Nós dois estávamos quase sem ar. Ele soltou em meio a
respiração ofegante:
-Não vou aguentar tanto tempo, Stef.
Assim que ele completou a frase, senti algo quente
me encher por dentro, enquanto ele suspirou aliviado. Eu também
cheguei ao meu limite e gozei também, sujando minha barriga e o
rosto dele. Falei para ele pegar os lenços para nos limpar. Assim o
fez!
-E então, Stef? - perguntou ao se deitar sob o
meu peito – O que achou?
-Diferente. Estranho. E... maravilhoso!
-Fico feliz por isso. - ele respondeu – Também
achei maravilhoso. Poderíamos fazer mais vezes.
-Concordo!
-Acho que está na hora de eu ir, Capitão.
-Não tem problema agora. Os outros sabem sobre
nós.
-Eu me sinto mal ficando aqui. Podem falar algo.
-Não se preocupe. Posso dizer que caiu no mar de
novo, marujo.
-Tudo bem, você me convenceu. - Ele riu – Um
banho?
-Estou cansado para isso. Agora eu te entendo em
todas as outras vezes.
-Gemer também cansa né?
-Tinha me esquecido disso.
Dormimos juntos naquela noite. E nada demais
aconteceu no navio depois. Já tinha sido claro que estava com ele e
todos os tripulantes entenderam isso perfeitamente. Tão
perfeitamente que tomei café da manhã com ele. E dessa forma, os
dias foram passando. Carregamentos para lá e para cá. Até que
voltamos, mais uma vez, àquela cidade, onde meu encontrei com Bryant
pela primeira vez, para deixar mais um e pegar outro. Nada fora da
rotina.
Era mais um pôr-do-sol quando o navio ficou
vazio, os homens foram festejar na cidade, como sempre. E eu, decidi
ficar na Andromedazinha de novo. Supus que fosse ficar sozinho,
então, fui a popa do navio para assistir o Sol ir embora, para
depois fazer outra coisa, talvez comer. Estava distraído quando ouvi
passos de alguém se aproximando. Virei-me e era ele.
-Stef! Te achei.
Bryan se sentou do meu lado, no banco que ficava
fixo ali. Tive que questionar:
-Não vai sair com os outros?
-Não. É minha cidade natal aqui, eu passei maior
parte da minha vida nela. Alias, eu não quero encontrar com ninguém
conhecido.
-Você diz: Seus pais?
-Exatamente. - e pegou na minha mão – Eu
prefiro ficar no navio com você, Stef. - sorriu
-Byan, ich liebe dich. - falei que o amava,
olhando para ele
-O que isso quer dizer? Você sabe que não
entendo, mesmo que goste quando fale.
-Você sabe a resposta, Bryan. Sei que sabe!
-Isso é uma pergunta então?
-Nein. É uma afirmação! Mas é uma do tipo que
pode ser correspondida.
-I love you too, Stef.
-Você sabia, não falei? - disse antes de
beijá-lo
-O que faremos a noite? - indagou depois
-Um jantar romântico. Que acha?
-Você cozinha, Capitão?
-Eu trabalhei um tempo na cozinha do Andromeda e
tem um pouco do que minha mãe me ensinou.
-Então, quero provar da sua comida.
E ficamos ali, observando o Sol dar o seu “adeus”
aquele dia, da mesma forma que ele deu um “olá” para o nosso
amor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário