segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A Fada e o Vampiro

Obs: Essa história é infantil! Não estranhem se estiver simples ou bobo demais. 
Obs 2: As partes em itálico são da história que a tia lê, ou seja, A fada e o vampiro.
 
 –Tiia - pega cobertor e ursinho - Conta uma “histolia” pra mim? - fala deitando e se enrolando com o dedão na boca.

Qual história você quer?

Da fadinha e do “vampilo” .

Hum... Deixa eu pegar o livro! - Pega o livro e volta ao lado da cama.

Abre e começa a ler...

Era uma vez... Em um reino distante, havia um rei muito malvado, que cuidava muito mal de seu povo. Os deixava mortos de fome e cobrava os maiores impostos imagináveis.

A menina abraça o elefante e a observa com atenção.

Não gosto desse "lei"! Vou bate nele com ajuda da fadinha! - falou empolgada

Apenas se importava com si, raramente ouvia os problemas dos outros, mas quando ele queria, tinha que ser ouvido e dado a maior atenção.

O povo e boa parte da corte não aguentava mais os caprichos do rei. Rezavam para que algo acontecesse e ele pudesse melhorar e se redimir. E as suas preces foram atendidas...

Quando “apalece” a fadinha? - apertou o elefante ainda com o dedo na boca

Agora, calma!

Um dia, uma mulher muito bonita chegou ao reino. Ela tinha uma presença quase que mágica e hipnotizante.


O rei, interesseiro, encantou-se pela beleza dela. Só que ele não sabia que aquela mulher tinha mais poderes do que imaginava.


Ela era uma fada. Estava transformada em sua forma humana para poder ajudar aquele lugar.

Ela casa com o “vampilo” né?

Veremos! Não adiante a história.

Tá bom...

O rei convidou-a para jantar. Ela aceitou. Durante a noite, desfrutaram da presença um do outro.


A fada percebeu o comportamento do rei, como ele tratara todos ao seu redor, muito mal. Sempre gritando e dando ordens. E com ela... Bem... Um cortês!

E ela dormiu com ele? Eca! - fez carinha de nojo - E o que é um cortês?

Não! A fada não é dessas coisas!... Cortês? Uma pessoa que fala bem e te trata do mesmo jeito.

Você é cortês tia!

Acho que não! - falou rindo - Posso continuar?

Sim!

Então, eles conversavam na sacada do castelo. A fada resolveu perguntar:

Majestade, eu percebi que me trata tão bem, diferente de seus criados. Por quê?


Ora, eles são meus servos. Não merecem receber minha educação.


A fada fez uma careta e prosseguiu:


Eles são pessoas como você. Não é que você seja o rei que pode sair por ai pisando nos outros.


O rei, sentiu-se atingido e vociferou.

Vociferou?

Ele gritou, mostrou a sua voz de poder.

Como é? Quem pensa que é, para chegar aqui e dizer essas coisas? Ainda mais de mim.


Ora, aonde está a educação com a qual me tratou até agora?


Achei que fosse digna, mas não é. A senhorita tem uma língua maior que a boca e fica dizendo coisas sobre os outros.


Eu apenas disse a verdade, Majestade. E irritou-se com isso, é porque realmente é.


Não me venha com essas suas asneiras e julgamentos. - O rei olhou fundo nos olhos da fada - Retire-se do meu reino ou eu mandarei cortar sua cabeça. O seu belo rosto me enganou!

E a fada? Ela se mostrou pra ele?

A fada, sem nada dizer, apenas se transformou, não mudando de tamanho. Suas asas se revelaram. O rei, gaguejando, falou:


O... O quê... é você?


Sou uma fada, Majestade. - respondeu, colocando a mão em seu queixo - E vim aqui para fazer mudar. Não pode ficar tratando ninguém dessa forma.

E o que fará comigo?


Infelizmente... Terei que te amaldiçoar. Transformar-te-ei em um ser imortal que se alimenta de sangue.


O rei sabia muito bem o que era, questionou apenas para sua certeza.


Um Vampiro? Serei um vampiro?


Exatamente, majestade. E só quando se tornar um homem melhor, que não maltrate e nem rebaixe outrem, será liberto desta maldição.


Mais alguma coisa? - sentia-se o medo em sua voz

Não! Contudo, caso precise de algo, pode me chamar. Estarei ao seu dispor. Afinal, quanto mais rápido mudar... Melhor para nós dois!


Tudo bem... Estou pronto!


E...?


A fada, então, sacudiu a sua varinha e saíram alguns brilhos dela. Estes rodearam o rei e realizaram uma metamorfose. Ele mudara, mais por dentro do que por fora.


Acabou?


Já! Agora és um vampiro!


Não me sinto nem diferente e nem estranho.


Sem dúvidas começa a notar isso amanhã de manhã. Com sua licença, preciso ir.


Respeitosamente, curvou-se diante dele. Diminuiu de tamanho e saiu voando. O rei viu-a afastar-se.

Ai amanheceu e ele morreu! Eee - jogou o elefante pra cima e o agarrou quando ele caiu - Obrigada tia!

Nada disso! Faltam algumas páginas.

Então, ele se deitou. O dia seguinte chegou. Espreguiçou-se na cama e dirigiu-se para o lado de fora, a fim de aproveitar o sol da manhã.


Nada aconteceria se fosse normal, porém sentiu o seu corpo queimar. Correu para dentro, sentindo um alívio. Lembrou-se das restrições dos vampiros e o Sol era uma delas.


Vai ser complicado viver assim.


A comida do rei chegou em seguida. Ele comeu, contudo não se sentiu satisfeito. Parecia que ele não havia se alimentado.

Fada! Fada!


Diga, Majestade. - disse aparecendo a sua frente.


Estou com fome, mesmo depois de ter comido.


Mas é muito bobo! Esqueceu que tem que beber sangue pra ficar alimentado.

Homens! - gargalhou

Ora, esqueceu-se que se alimenta de sangue. Precisa apenas disso. Comida normal entrará em seu corpo e não terá diferença.


E onde vou arrumar sangue?


Que tal em pessoas ou animais?-comentou a menina


Tu és o monarca, te vira, querido. Pode ser de gente, de animal. Só não venha ficar de matança.


Criadoooooo! - chamou em um berro, o servo veio correndo

–”Te vira, querido?” - disse rindo

Esta fada é engraçada!

Servo, quero que me traga carne, bastante e sangrando, pois estou com fome.

O criado olhou-o estranho e nem podia questionar, apenas atendeu a ordem.


E assim vários dias se passaram e o rei se alimentava de sangue e começaram a ter que matar os animais para isso. E mais um motivo para os outros sentirem mais raiva dele.


O rei começou a ver o seu reinado sucumbir. Houve uma revolução que o retirou do poder. O antes rei ficou sem rumo, perdido em um lugar próximo. Então, clamou pela fada novamente. Ela o atendeu.


Diga, ex-majestade? O que te atormentas?


Não seja irônica. Eu não sei o que fazer e estou com fome e... Logo vai amanhecer.


Hum... - olhou ao redor e avistou um casebre – Por que não pede ajuda ali?


Ele seguiu o conselho da fada, que o seguiu até a porta. Bateu e um velho senhor o atendeu e o recebeu muito bem. Deu-lhe comida e abrigo.


Está melhor, meu filho? -perguntou o senhor


Sim. Obrigado!


Quer comer mais alguma coisa?


Na verdade... Comida não me satisfaz.... Serei sincero com você, eu sou um vampiro! Bem, fui transformado em um.


O velho fez uma expressão de surpresa e logo comentou:


Ora... Não sei o que dizer. Posso te arrumar um pouco de sangue dos meus animais apenas amanhã.


O ex-rei sorriu.


Eu posso esperar. Obrigado de novo!


A fada observara toda a cena e se encheu de alegria ao ver como ele conversava com o outro homem.


Assim, passou-se mais um tempo. Ele morava com o velho e lhe ajudava em algumas coisas, pelo menos dentro do casebre. E pouco depois, o velho adoeceu e faleceu. Deixou seu casebre e sua fazenda a aquele que se tornara seu amigo e se alimentava de sangue. A ex-majestade ficou triste com a morte dele e decidiu que continuaria a cuidar do lugar, em honra a ele, que acolheu um completo estranho. A fada agora fazia companhia ao antigo rei, auxiliando nos serviços do lado de fora.


Havia um vilarejo próximo daquela fazenda e a noite, o antigo rei saia para tomar um ar e se divertia muito com as pessoas da cidade e as ajudava em qualquer coisa. A fada via tudo isso!


Percebeu que ele mudara e de verdade... Aquilo custou-lhe a sua posição. Além de ser bondoso, aprendeu a ser humilde. Ela teria que reverter a maldição dele. Uma tarde, chamou-o:


Diga, fada! - Ele falou sentando-se


Bem... Eu vi a mudança em você. Significa que a sua maldição... Bem, eu tenho que acabar com ela.


Quer dizer que serei normal?


É e voltará a ser mortal também.


Mas... Eu não quero isso!


Como é?


É... Quero passar a eternidade do lado daquela que mudou a minha vida com um passe de mágica.


O homem se apaixonou secretamente pela fada depois que perdeu o reino e decidiu que viveria com ela. A fada... Bem... Ao ver o que ele se tronara, também passou a amá-lo.


Comigo? - falou meio desacreditada


Sim! Você, DONA FADA!


Mas... Vai querer continuar vampiro?


Se assim puder ficar ao seu lado... Sim!


A fada não evitou das lágrimas se formarem em seus olhos. Isso não costuma acontecer, só quando a situação é sentimental demais. Porém, a ex-majestade não precisaria ficar bebendo sangue para sempre.


Você pode se tornar uma fada que nem eu!


Achei que só existissem fadas mulheres.


Existem as machos também. - respondeu sorrindo


E o que eu preciso fazer?


Um treinamento e um teste, aí receberá seus poderes.


Então, passarei por tudo isso. Por você, por nós.


Sorrisos se formaram no rosto de ambos e aconteceu o primeiro beijo deles.


No dia seguinte, a fada chamou um superior do mundo das fadas e explicou a situação. O ex-rei começou seus treinamentos e em alguns meses estava preparado para o teste. E ao fazê-lo, passou. Ganhou suas asas e seus poderes. Deixou de ser um vampiro e virou uma fada.


A primeira coisa que fez como fada? COMER!


Aí... É tão bom sentir-se satisfeito com comida.


Sei que estava com saudade disso. - disse sua amada rindo


Alguns dias depois, a fada e “o fado” se casaram.


E viveram a eternidade juntos, ajudando alguns a se tornarem melhores, assim como aconteceu quando se conheceram.

Ao terminar a leitura, a menina já estava quase dormindo. Apenas agradeceu a tia pela história.

A tia deu-lhe um beijo de boa noite, guardou o livro e saiu do quarto.

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