“Eu
tenho meus quatro amigos inseparáveis, formamos nós, os cinco, a
manada team ou só manada.
Ah,
o grupo somos, o Freire, o Píter, Adriano, o Ique e eu. Antes que
perguntem, a ideia do nome foi do Ique. Então por deveras, reclamem
com ele.”
(As
aventuras de Jimmy Wayn – O menino virgem)
Olá!
Quem vos fala sou eu: Jimmy.
Estou
aqui para lhes contar uma coisa pertinente, sobre como a Manada Team
surgiu e como chegamos ao que estamos hoje. Afinal, tenho certeza que
querem saber desta história.
Os
primórdios da Manada são o início do 1° ano. Foi quando eu, Ique
e Freire nos conhecemos e fizemos amizade. Era apenas nós três, o
resto da turma era chato, aprontando as piores merdas possíveis.
E
permaneceu desta maneira até o início do 2° ano. Nessa época é
normal acontecer a chegada de alunos novos. Então, Dricow e Píter
se enturmaram conosco e passamos a ser cinco.
Correu-se
um tempo e nos mantínhamos assim.
Decidimos
finalmente sair da vagabundagem e ser um grupo decente.
Primeiro
escolhemos o nome, que já é conhecido por vocês: Manada Team. A
escolha deste nome foi meio (ou totalmente) por imposição do Ique,
que disse que não queria bando porque “Bando lembra bando de
viado”.
Em
mais um dia, na hora do intervalo, decidimos que o nosso grupo
deveria ter um líder. Se fosse por votação, iria dar empate, cada
um votaria em si mesmo. Com certeza, ficaríamos uma eternidade
nisso.
Conversamos
mais um pouco e tivemos uma das ideias completamente loucas das
nossas vidas: Fazer uma disputa.
Calma!
Eu tenho que explicar uma coisa antes de falar sobre o que era o
desafio.
Eu
e meus amigos precisamos lavar a boca com sabão ou passar pimenta
nela.
Nós
xingamos bastantes palavrões. Sem moderação alguma! Até alguns de
nossos “momentos amizade” tem um aqui e acolá.
Muitos
nos olham ou até reclamam disso. E você acha que ligamos? Óbvio
que não! Porém, nesse dia, decidimos acatar as tais reclamações.
A
disputa para ser o líder da Manada era: Não falar palavrão.
Quem
falasse por último, ou seja, ficasse mais tempo sem xingar, ganhava.
Bateu-me
um nervoso e uma ansiedade. Afinal, quem de nós não queria ganhar?
Ser o líder da Manada Team é uma coisa foda demais! (Sintam o nível
da situação.)
E
demos início ao “teste da manada”.
A
conversa continuou a rolar normalmente, com um autocontrole
impressionante (e bem forçado) de todos. Correram cinco minutos e
passavam algumas meninas por onde estávamos.
Somos
homens e não conseguimos evitar os comentários maliciosos e
engraçados. A sinceridade se mostra nessas horas, tanto para o lado
bom quando o mal.
Mais
um grupo de garotas passou por nós e a última delas, diga-se de
passagem (e perdoem-nos), era um tanto feia. Píter, o mega tarado e
sincero, soltou:
–Caralho,
cara. Que garota feia! Acho que nem bêbado pegava.
Píter
fora da disputa. Eu, Ique e Freire contivemos o riso. Adriano
completou:
–Porra,
concordo com você.
Aí
já era. O risada acabou saindo. Consegui controlar o meu primeiro.
Contudo, o hábito foi mais forte do que eu e meu controle.
–Se
fuderam!... - deu um delay e eu percebi – Merda...
Ique
e Freire, que já estavam escangalhados de tanto rir, acabaram
piorando. Cheguei a ver seus olhos lacrimejarem. Além disso, os dois
que perderam antes de mim também entraram na sinfonia do riso.
Após
as gargalhadas controladas, a guerra pela liderança ficou entre Ique
e Freire. Estava uma briga acirrada! Os dois sempre medindo e
pensando nas palavras que diziam. O que normalmente tinha uns cem
palavrões, caiu para zero. Do modo mais sofrido existente.
O
intervalo logo terminou e voltamos para a aula.
Como
sempre, continuamos a falar as nossas besteiras de
aula/intervalo/qualquer coisa. Eu, Píter e Adriano ficamos mais
relaxados e descontraídos, pois podíamos discursar livremente.
Sentia
a tensão entre os dois guerreiros remanescentes. Aquilo se
prolongava mais e mais. Do lado de fora era engraçado ver toda a
situação. Podia ver as bocas dos dois tremularem com vontade de rir
ou de querer gritar um belo palavrão. Abstinência dessas coisas é
terrível! (risos)
Para
entenderem como estava o nível... Habitualmente seria:
–Cara,
na boa! Esses filhos da puta me estressam para caralho. Vontade de
dar um porrada neles!
E
nesse dia, a mesma frase poderia ser dita assim:
–Cara,
na boa! Esses moleques me irritam demais. Vontade de matar cada um
deles.
Ou
era mais ou menos isso.
Passou-se
o quarto, o quinto e chegou o sexto e último tempo. Nada se decidira
ainda. Talvez tivesse que adiar e fazer o teste de novo. Desse jeito
existiria chance pra este burro ser que vos fala.
Faltavam
apenas trinta minutos para o fim da escola naquele dia. E os dois não
iam desistir nem que custasse suas vidas. Dez minutos depois, que
pareceram uma eternidade, finalmente o vencedor apareceu.
E
sabem bem quem ganhou. Pois é, ele mesmo: Ique!
Tudo
isso porque o Freire perdeu a paciência, não aguentava mais. Ele
perdeu assim:
–Caralho!
Desisto! Senão a gente fica nessa merda para sempre.
No
segundo seguinte, nosso líder comemorou:
–Aê,
ganhei, porra! Sou o líder dessa bagaça!
Nos
minutos restantes nosso vocabulário voltou ao normal. E a rotina
também.
Bem...
Era essa história que eu queria contar-lhes. Sei que não é algo
que mudou a vidas e nem valeu o dia de vocês. Mas, para mim e para a
Manada, é uma coisa engraçada e relevante. (Seria cômico se Ique
fosse líder do “bando de viado”?)
Perdoem-nos
por dermos estes garotos bobos e desbocados.
Afinal,
nosso jeito é assim!
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