Depois
de ter os gêmeos Yui e Yuri e Seiya ter ganho a guarda deles e de
Lorranah. Anelise ficou um tempo afastada deles. Ela queria esquecer
a dor que Seiya lhe causou, mas não pode deixar de amá-lo. Não
havia dúvida a quem o coração de Anelise pertencia.
Os
gêmeos completaram três anos e Anelise decidiu voltar. Durante o
tempo de ausência, ela trabalhou como agente. A única pessoa com
quem mantinha contato era Ikki, seu parceiro nas missões. Era ele
que deixava todos informados de como estava.
Sua
volta trouxe surpresa e felicidade a todos, principalmente a Seiya.
Ele não sabia, ou insistia em não saber, mas seu coração ainda
palpitava por ela. Seiya tentava seguir sua vida, estava saindo com
uma mulher muito simpática.
Ao
chegar ao Brasil, Anelise foi dar uma volta com a mãe no shopping.
Estavam colocando a conversa em dia.
A
mãe de Anelise foi comprar alguma coisa e ela ficou ouvindo a
conversa de duas mulheres.
–E
aquele cara que você está saindo, amiga? Como vão?
–Estamos
indo bem. Ele é maravilhoso.
–Acho
ele um gato. E já...?
–Não
ainda. Mas é o que eu pretendo.
–Ele
tem filhos, não é?
–Tem!
Tem uma menina e os meninos são gêmeos.
Até
essa altura, Anelise sabia de quem se tratava. Sua mãe voltou e elas
continuaram conversando. Não ouviu mais nada daquela conversa. Mais
tarde, foi a casa de Seiya para ver ele e os filhos. As crianças
abraçaram-na bem apertado. E Lorranah falou:
–Mãe,
que saudade.
–Eu
também estava com saudade, Lorranah!
–Finalmente
voltou. – disse Seiya
–Olá,
Seiya!
–O
que fez esse tempo todo?
–Trabalhando
como agente.
–As
crianças sentiram sua falta, não suma assim outra vez,
–Está
bem.
–Outra
coisa: Posso te pedir um favor?
–Diga,
Seiya.
–Eu
tenho um encontro com a mulher que estou saindo. Pode ficar com eles
agora?
–Posso
sim.
–Obrigado!
Bem, já estou de saída.
–Tchau,
pai.
–Tchau,
crianças. Tchau, Anelise.
–Tchau,
Seiya.
Então,
ele bateu a porta e saiu. Nem é preciso dizer o aperto que Anelise
sentiu no coração.
Ela
foi brincar com as crianças e eles se divertiram bastante. Em
seguida, sentaram-se no sofá e Yui com sinceridade perguntou:
–Mamãe,
você gosta do papai?
Mas,
ela não repreendeu o filho, respondeu com a mesma sinceridade da
pergunta.
–Eu
gosto do seu pai, filho. Gosto tanto que tive vocês três.
E
acabou chorando, o que levou as crianças a abraçá-la.
–Então,
fala para ele. – disse Yuri, o outro gêmeo
–A
mamãe não pode falar, isso vai piorar tudo. – disse Lorranah, que
sabia de toda a história
–Sua
irmã tem razão. E sabe, seu pai não gosta de mim como eu gosto
dele. Não mais como antes.
E
os gêmeos tiveram o mesmo pensamento.
–Deixa
que a gente fala com o papai para você.
Anelise
e Lorranah riram. Anelise falou:
–Obrigada,
meninos. Não precisa! Só de ter vocês já me basta. E sua irmã
sabe o porquê.
–Nós
somos “pedacinhos de Seiya”.
–MEUS
“pedacinhos de Seiya”.
Então,
o Seiya completo chegou. As crianças correram para abraçá-lo.
Anelise, ainda no sofá, enxugou suas lágrimas rapidamente.
–Obrigado
por ter ficado com eles.
–Nada
além do meu trabalho de mãe.
–Por
que seus olhos estão vermelhos?
–Caíram
ciscos neles.
–Ah
sim!
–Bem,
Seiya, crianças, eu já vou!
–Espera!
Quer vir jantar aqui amanhã?
–Não
tem encontro?
–Não,
ela vai viajar.
–Eu
venho então.
–OK!
Mamãe já vai. Deem um abraço nela.
Depois
de ser devidamente apertado, foi embora. E chorou que nem uma
adolescente no travesseiro, por causa de Seiya. Seus filhos a
lembraram da dor que é não poder ter Seiya.
No
dia seguinte, ela foi jantar na casa de Seiya. Anelise pensou que
jantariam todos juntos, mas eram ela e Seiya, sozinhos. Assustou-se
ao ver a mesa no jardim, Sentou-se junto a Seiya, os empregados
trouxeram o jantar. Então, ficaram a sós.
–Eu
não sou tão importante para ter um jantar assim.
–Claro
que é importante, você é a mãe dos meus filhos.
Anelise
deu um sorriso tímido.
Eles
conversaram sobre o que fizeram enquanto estavam distantes. Também
ficaram se lembrando dos tempos da escola e rindo, enquanto
caminhavam pelo jardim. Apesar de tudo, ainda eram bons amigos.
Continuaram conversando até que chegaram a primeira vez deles.
O
silêncio deu o tom do clima que levou ao beijo. Um beijo lento e
carregado com o amor dos dois.
Adivinha
quem espionava os dois e vibrou com esse beijo? A primogênita.
–Vamos
lá para o quarto.
–Não,
Seiya! Não posso. Você está saindo com outra.
–E
não tenho nada com ela ainda.
Anelise
encontrou-se em um dilema entre a razão e o coração. A razão
dizia: Não! Não faça isso. O coração dizia: Vai. Faça isso! Ela
acabou sendo levada por seu amor e os dois foram para o quarto. Seiya
estava ouvindo aquele amor que ele não percebia.
Anelise
se jogou na cama e Seiya foi para cima dela. Os dois começaram a se
beijar. Eles iam se beijando e tirando as roupas um do outro.
Aquilo
que no jardim fora lento, agora estava quente e agitado, sem perder a
carga de amor. Os dois estavam só de roupa íntima. Pararam a
beijação e se olharam. Aquele troca de olhar foi para ter certeza
do que estavam fazendo. A resposta foi sim!
Seiya
abriu o sutiã de Anelise e acariciou os seios dela enquanto ainda se
beijavam. Ela queria dizer alguma coisa, mas a fogocidade dos beijos
não deixava. Eles não sabiam, porém os seus poderes de youkai
acabariam aumentando com aquilo tudo, causando a metamorfose.
Principalmente Anelise, que ganhou mais poderes depois que os gêmeos
nasceram. Os seus olhos já haviam ficado avermelhados. Anelise
retribuiu os carinhos de Seiya. Nem conversavam, pelo menos sem ser
com palavras.
Seiya
já estava desesperado, ele virou-a na cama, deixou os dois
completamente nus e foi com tudo, seguido pelo grito de Anelise.
Nesse momento, Seiya se transformou e ficou em sua forma youkai.
Anelise também transformou-se, com a cor de cabelo rosa, sua mais
fraca.
Seiya
estava em um vai-e-vem tão rápido que os dois ficaram muito
ofegantes. Eles não faziam isso há mais de três anos. Estavam tão
conectados naquilo. Seiya deitou-se e agarrou Anelise, sem parar seu
movimento. Anelise pegou a cabeça de Seiya e beijou-o.
Seiya
já não estava aguentando mais e “acabou” fazendo um som de
alívio. E se jogou do outro lado da cama. Então, Anelise falou:
–O
que fizemos?
–Sexo!
– respondeu rindo
Seiya
acendeu o abajur e eles viram os cabelos um do outro. Sentaram na
cama e começaram a conversar:
–Seiya,
você está transformado.
–É
mesmo! E você também – viu os olhos vermelhos – e os seus
olhos.
–Eles
estão vermelhos!
–Por
que isso?
–São
novos poderes de youkai. Eu os ganhei depois que tive Yui e Yuri.
–Eu
não sabia disso.
–Descobri
assim que meus poderes voltaram.
–Então,
está mais forte?
–Sim.
Tanto que meu poder pode sair do meu controle.
–Como
assim?
–Feche
os olhos.
Seiya
fez conforme ela pediu. Anelise transformou-se com cabelo preto, que
depois da cor vermelha, era a mais forte. De acordo com a cor do
cabelo, era uma quantidade de poder diferente. Pediu para Seiya abrir
os olhos e depois falou:
–Se
passar disso, fica fora de controle.
Seiya
resolveu soltar uma cantada.
–Então,
me deixa te tirar do controle.
Beijou-a
e a agitação voltou. Mas agora era bem mais perigoso, pois Anelise
estava de cabelo preto. A situação em que os poderes saíram de
controle já havia acontecido uma vez, durante um treino na agência
onde Anelise trabalha com Ikki. Ele era o único que podia pará-la
quando estava fora de controle. Anelise pedia a Seiya para parar, mas
se fazia de surdo. Ela estava passando de ofegante para bufante.
Porém, ainda consciente. Continuou pedindo para que parasse e ele
não escutava.
De
repente, Anelise gritou. Seiya parou e olhou para ela. Era tarde
demais!
Ele
foi empurrado, bateu na parede e se espatifou no chão. Quando se
levantou, Anelise já estava a sua frente e agarrou-o. Seiya iria
morrer se aquilo continuasse. Agora ele estava sendo enforcado e no
desespero tentou pensar em alguma coisa. Ele tinha que dar um jeito
para ela voltar ao normal. E não era na base da força que
conseguiria isso. Anelise apertava seu pescoço com força, o ar já
lhe faltava. Então, teve uma ideia de relance: poderia fazê-la
desmaiar. Mas como? Era ele quem estava nessa situação, tinha que
arrumar um jeito de soltar. Começou a se debater, não precisou
muito até que caísse, as mãos de Anelise estavam bem molhadas.
Seiya se levantou rápido e depressa correu para o outro lado do
quarto. Ainda não tinha a mínima ideia de como faria Anelise
desmaiar. Ela estava vindo em sua direção e iria atacá-lo de novo.
Como Seiya estava perto da mesa de cabeceira, havia um abajur ao seu
lado. Era exatamente o que precisava!
Na
mesma velocidade que Anelise avançou, Seiya pegou o abajur. Próximo
o suficiente, ele aplicou um golpe com o abajur bem na cabeça de
Anelise. O abajur acertou-a e caiu no chão em seguida, causando
enorme estrondo... E o desmaio de Anelise.
Ela
caiu e seus cabelos voltaram a ser castanhos. Seiya soltou um suspiro
de alívio, por duas coisas: por ele e Anelise estarem bem; e ninguém
ter acordado com o barulho.
Seiya
pegou Anelise desmaiada e colocou-a na cama e observou que cortou a
sua testa com a pancada. Ele limpou o sangue e fez um curativo. Após
isso, se deitou do outro lado da cama, olhou para Anelise, passou a
mão em seu rosto e falou:
–Espero
que me perdoe por isso.
Em
seguida, adormeceu. Na manhã seguinte, Anelise acordou e sentiu uma
dor em sua cabeça. Olhou a sua frente e viu Seiya sentado à mesa
com o café posto, pronto para eles comerem. Anelise perguntou:
–Seiya,
o que aconteceu?
–Sente-se
aqui. Eu conto para você!
Então
ela ouviu tudo o que houve e sentiu-se a pior pessoa do mundo. E
pediu desculpas.
–Não
precisa se desculpar. Eu que fui teimoso e não te ouvi. Ainda
machuquei você.
Ela
sorriu e deixou uma lágrima cair. Seiya enxugou a lágrima e olhou
fundo nos olhos dela. Rolou um beijo. Sem querer, assim que pode
falar, Anelise disse:
–Eu
te amo, Seiya!
–O
quê?
Nesse
momento que se tocou.
–Não
é nada, Seiya. Eu não tinha que ter falado isso.
–Como
não? Repete... Eu quero ouvir.
Ela
respirou fundo.
–Eu...
Te... Amo... Seiya!
–E
por esse tempo todo. – sorriu
–Eu
sei! Eu sou uma idiota!
–Idiota?
Eu chamaria isso de nobreza. Mesmo depois de tudo o que aconteceu
entre nós e seu sentimento por mim não mudou.
–Eu
não chamo isso de nobreza. Chamo de amor, amor de verdade!
Seiya
calou-se.
–E
você, Seiya?... Corresponde o mesmo amor por mim?
Era
exatamente a mesma situação de quando Yui, seu irmão gêmeo,
pressionava-o sobre Anelise. Normalmente a resposta seria não. Mas,
a voz de Anelise deixava Seiya como uma criança e abria a porta para
o coração falar.
–Se
eu correspondo?... Claro que sim! Você me deu três filhos lindos e
sempre esteve ao meu lado, mesmo quando estava pronto para te atacar.
O
coração de Seiya o fez chorar. Seiya resmungou:
–Eu
não entendo! Por que estou chorando? E falando essas coisas?
–Sabe
o que é? Seu coração finalmente falando para mim... E a verdade.
Anelise
se levantou e foi abraçá-lo.
–Você
não precisa dizer. Eu já sei!
–Mas...
Mas eu quero falar. Eu te amo, Anelise!
Os
dois já estavam enfraquecidos. Ao ouvir essas palavras, Anelise
também desabou a chorar. Eles se abraçaram e as crianças entraram
no quarto e foram dar bom dia aos dois. O meninos foram abraçar
Seiya e Lorranah, a mãe. Os meninos perguntam a Seiya:
–Papai,
por que você está chorando?
–Não
se preocupem. É que o papai está feliz!
Lorranah
já sabia sobre o que era e também sabia que eles não tinham se
resolvido completamente.
–Irmãos,
vamos com a mana. Papai e mamãe precisa conversar.
Os
gêmeos obedeceram e ao saírem, Lorranah piscou o olho para a mãe.
Anelise não conseguiu conter o riso.
Eles
ficaram sozinhos novamente. Olharam-se. Seiya se levantou e
aproximou-se de Anelise. As lágrimas de ambos haviam secado e os
dois estavam sérios. Olharam-se fundo nos olhos e não trocaram uma
palavra. Tudo o que devia ser dito já fora dito. Pela proximidade, o
beijo era inevitável. Iria acontecer a mesma coisa que na noite
anterior. Acabaram indo para a cama, as coisas esquentaram e fizeram
outra vez.
Quando
acabou, os dois estavam com sua aparência normal. Tinha sido
diferente. Seiya levantou-se e falou:
–Vamos
nos vestir. Logo Yui e Cammy chegam por aqui.
–Eles
vêm aqui hoje?
–Todos
virão aqui hoje. Reunião dos amigos!
Seiya
estava se vestindo, Anelise continuara deitada e muito pensativa.
Pensativa sobre ela e Seiya.
–Anelise,
o que houve?
–Não
é nada. Já vou me vestir.
E
se vestiu. Ela não queria preocupar e nem pressionar Seiya a ficar
com ela. Desceram. Seiya foi ao computador verificar algumas coisas
do trabalho. Anelise foi brincar com os filhos. Quando os gêmeos se
distraíram, a primogênita foi perguntar a sua mãe os detalhes do
acontecido. Ela respondeu:
–Eu
e seu pai estávamos nos resolvendo. Disse que o amava e ele disse
que me amava também.
–E
o que mais?
–Mais
nada. Nem sei o que vai acontecer, pareço uma adolescente
preocupada.
–Difícil
ele voltar atrás, mãe. Já revelou seus sentimentos.
–Eu
sei, filha. Mas, não que pressioná-lo. Não quero que ele fique
comigo porque o obriguei.
–Eu
entendo, mãe. Mas estou torcendo por vocês.
E
ela respondeu sorrindo. Lorranah ressaltou que também havia apoio de
todos os amigos.
–...
Principalmente do tio Ikki.
–E
do seu tio Yui.
–Quer
que eu os convença a falar com o papai?
–Não.
Já falei que não quero pressioná-lo.
–Tudo
bem então.
Nesse
instante a campainha tocou. Lorranah correu para atender. Eram Yui,
Cammy e seu filho.
–Cunhada!
– Yui sempre chamava Anelise assim.
–Yui,
pare com isso. – Anelise o repreendia. – Tudo bem?
–Tudo
sim. Estamos ótimos e felizes.
–Ele
é muito lindo.
E
pegou o filho deles no colo. Falou com Cammy, que perguntou:
–O
que você faz aqui a essa hora? E esse machucado na testa?
–Eu
cheguei aqui cedo. E a luminária de casa caiu na minha testa.
Yui
não acreditou.
–Não
minta! Você dormiu aqui ontem.
Anelise
fez careta.
–Sim,
eu dormi aqui.
–E
dormiu com o papai. – Falou Lorranah
Ela
repreendeu a filha. Yui e Cammy riram.
–É
verdade isso?
–Sim!
–Quero
saber TU-DO! – falou Cammy
Anelise
ia começar a contar, mas a campainha tocou novamente, era o resto
dos amigos. Não demorou para todos saberem o que aconteceu entre
Seiya e Anelise na noite anterior. E os amigos sabendo da longa
história deles, queriam que eles se resolvessem. Os homens cercaram
Seiya e fizeram um interrogatório com ele. Quando Seiya disse que
revelou seus sentimentos a ela, Yui falou:
–Eu
disse! Eu falei! Você ainda ama ela!
O
interrogatório com Seiya acabou. Ele disse que iria conversar com
Anelise. Depois que todos comeram, ele foi falar com ela.
–Anelise,
podemos conversar lá em cima?
–Claro!
Eles
subiram. Foram ao escritório. Seiya começou:
–Eu
sei e você sabe o que aconteceu conosco hoje. E... Eles conversaram
comigo...
–Eu
não acredito! Eu falei para não fazerem.
Anelise
começou a se desesperar e chorar. Seiya segurou seus ombros e
prosseguiu:
–Eles
me fizeram pensar sobre você... Sobre nós!
Seiya
deu uma pausa para segurar o choro.
–Eu
disse que te amo e não foi da boca para fora. Eu sou tão teimoso e
digo que é mentira.
–O
Yui tinha razão o tempo todo. – disse sorrindo
–Ele
está certo! Eu só precisava de um empurrão seu para perceber.
–Empurrão?
Uma jogada do penhasco, você quer dizer! – Ela sempre ironizava
Seiya
não conteve o riso.
–Você
sabia também. Por que não me seduziu? Ou conversou comigo?
–Eu
estava muito machucada, Seiya. Eu queria te esquecer, mas não
consegui. Você me possui!
–E
você me persegue.
Eles
riram. Anelise perguntou séria:
–E
então, o que decidiu?
–Vou
escutar meu coração. E o melhor para ele é ficar com você.
–Não!
O melhor para você é ficar comigo.
Anelise
caiu na choradeira. Chorar de soluçar. Seiya a abraçou e deixou-a
chorar. Está mostrando sua felicidade de maneira inusitada.
–Esperei
anos para ouvir isso. – disse com a voz abafada pelo braço de
Seiya.
Conteve
o choro. E se beijaram! Após isso, desceram e foram recebidos pelos
amigos, mais felizes do que nunca.
A
reunião de amigos acabou virando a festa de comemoração por
Anelise e Seiya finalmente terem se resolvido. As mulheres se
sentaram para conversar:
–Parabéns,
Anelise!
–Obrigada,
Susi!
–Eu
e Yui achamos que este dia nunca chegaria.
–Mas
o Seiya não estava saindo com outra?
–Sim!
Ele vai explicar tudo a ela.
–Espero
que ele não te enrole de novo.
–Seiya
não vai fazer isso. Se fizer, eu jogo ele mesmo do penhasco.
Todos
foram para casa em seguida. Ficou só a família de novo. Anelise
decidiu ir para casa. Disse a Seiya que queria um tempo sozinha. Ao
chegar, ela só tomou um banho e deitou-se e pensou em tudo o que
aconteceu naquele dia. Ficou tão feliz, sua vida deu uma
reviravolta. Sabia que logo seria pedida em casamento, mas não tão
rápido assim. No dia seguinte, a campainha tocou, era Seiya. Eles se
sentaram e Seiya falou:
–Posso
te falar um coisa?
–Diga,
Seiya!
–Eu
estava mexendo em umas coisas e encontrei isto.
Seiya
puxou do bolso uma caixinha de anel. Ajoelhou-se diante dela.
–E
eu queria saber: Você quer se casar comigo?
–Sim!
Sim! Sim!
O
anel era de ouro com um rubi em cima. Seiya colocou o anel no dedo
dela e se beijaram.
–Eu
amei o anel, Seiya.
–Eu
sei. Tem tempo que eu comprei para você. Eu ia dar-lhe no dia em que
terminamos.
–Podíamos
estar casados há tanto tempo.
–Sim.
Culpa do meu padrasto, que fez nos mudarmos e fez eu terminar com
você.
–Eu
não gostava dele.
–Eu
também não! Alias, quero que conheça uma pessoa.
–Está
bem.
Seiya
levou-a a casa de sua sogra, mãe dele. Anelise ficou muito feliz em
ver a mãe de Seiya. Ela já sabia do que acontecera e
parabenizou-lhes.
–E
quem tenho que conhecer?
–Onde
ele está, mãe?
–Nos
fundos, Seiya.
Os
dois foram aos fundos. Lá estava um senhor, um pouco mais velho que
a mãe de Seiya, pintando.
–Pai!
– chamou Seiya
Ele
se virou, abriu um sorriso, abraçou Seiya e disse:
–Olá,
meu filho. Como está?
–Eu
estou bem. Tenho uma pessoa para te apresentar.
–Essa
bela moça, eu suponho.
–Anelise,
este é o meu pai!
–É
um prazer, senhor.
–Para
mim é uma honra. Estou conhecendo a mãe dos meus netos. – Ele viu
o anel na mão de Nise – E parece que temos outras notícias.
–Pois
é, vamos nos casar.
–Quando
será?
–Isto
ainda não sabemos. – respondeu Anelise
Eles
ficaram conversando por um tempo, depois o casal foi embora. Anelise
achou o pai de Seiya muito simpático e gostou dele bem mais do que o
padrasto. No dia seguinte, como era sexta-feira, Anelise resolveu
levar a família (Seiya e os filhos) para conhecer um lugar. Somente
Lorranah sabia que lugar era, já fora lá quando mais nova. Anelise
tem uma ilha particular, cuja ganhou da mãe em seu 18º aniversário.
Para ela, aquele lugar era um refúgio, sempre ia para lá quando
queria ficar só, ou ficava triste ou até apenas para relaxar.
Ninguém (ou quase ninguém) sabia da existência deste lugar.
Afinal, ele era segredo. Ao chegarem a ilha, Seiya falou:
–Nossa,
que lugar lindo!
–Eu
sei! Ele é meu.
–Essa
ilha é sua? Mesmo?
–É
sim, Seiya!
–E
eles me deram a guarda das crianças porque eu tinha mais dinheiro.
–Eu
não pude contar com minha fortuna de agente no julgamento, apenas
com o dinheiro de estilista.
A
ilha era grande e tinha uma mansão, próxima a praia. Após
conhecerem o lugar, a família foi a praia. O casal observava os
filhos brincando e conversavam:
–Eu
nunca pensaria em te procurar em um lugar deste. Por isso você o
chama de refúgio.
–É
um ótimo lugar e que uso para me esconder. Usei bastante nesses
últimos tempos. Foi o melhor presente que ganhei na vida.
–Quem
mais sabe daqui?
–Meus
pais, meus irmãos e vocês.
–Então,
se escondeu bem.
Eles
riram e Anelise falou.
–Alias,
eu tenho um sonho com este lugar.
–Sonho?
Qual sonho?
–Sonho
em me casar nesta praia... E com você.
–Por
mim, casamos aqui. Já que quer assim. Mas... E o segredo?
–Não
me importo! Posso mentir e dizer que não estou aqui quando me
procurarem.
Seiya
riu.
–Ora,
você em!
Anelise
respondeu com outra risada. Rolou um beijo.
A
família passou o fim de semana na ilha. Se divertiram muito.
O
casal começou os preparativos do casamento. Queriam uma coisa bem
simples, casariam o mais rápido possível. Não queriam perder mais
tempo. Passados dois meses, finalmente era o dia do casamento. Seiya
se arrumava sozinho e nem demorou. Já Anelise estava se arrumando
com a ajuda das amigas. Tinha cabelo, unhas e maquiagem para fazer.
Apesar
de feliz, Anelise aparentava nervosismo. Cammy percebeu e falou:
–Está
nervosa, Nise?
–Estou,
Cammy.
–Ora,
não fique assim. Acha que o Seiya vai fugir? – falou Joenize
–Só
se for nadando. – falou Camilly
Todas
riram e Susi falou:
–Ele
ama você! Ele não vai mais fugir desse amor.
–Meninas,
o problema não é esse. É que... Este dia finalmente chegou. Sempre
foi um sonho, agora é real.
–Então,
está com medo de não ser como sempre imaginou?
Anelise
assentiu e caiu uma lágrima. Todas a abraçaram.
–Ainda
bem que não estou maquiada, senão teria borrado tudo.
Nise
se controlou e não chorou mais.
Já
estava chegando a hora, a hora da realização do casamento. Seria ao
pôr-do-sol na praia. E todos os convidados haviam chegado.
Finalmente chegou a hora da realização do sonho de Anelise: Casar
com Seiya. Ela entrou ao som das ondas e com as falas das pessoas
comentando sobre ela. Ela usava um vestido bem simples e leve, tinha
apenas algumas lantejoulas na parte de cima, que mal chegavam a saia
do vestido. Enquanto caminhava em direção ao altar, só olhava para
Seiya. Ele respondia reciprocamente.
Ela
chegou ao altar e juiz começou o casamento, fez as perguntas
habituais. Anelise e Seiya assinaram os papéis e depois as
testemunhas, que eram Yui e Cammy. O casal se beijou e foi aplaudido
pelos convidados.
A
festa de casamento seria um lual na praia. Bem, quase um lual. Tinha
uma pista de dança dentro da mansão. E o melhor é que os
convidados não iriam embora, todos dormiriam na mansão (também não
eram muitos). A festa-lual acabou no meio da madrugada. Era o momento
da noite de núpcias do casal. Mas... Eles iriam dormir na mansão
lotada? Claro que não. Havia um casebre do outro lado da praia.
Anelise costumava ir para lá quando realmente queria ficar sozinha.
Agora, era para o casal ficar sozinho. Eles entraram no casebre e
Seiya disse:
–Nossa,
que bonito aqui.
–Eu
sei. É a casa “quero ficar só”. Costumava vir para cá quando
queria pensar ou ficar mesmo sozinha.
–Você
passou a gostar desse tipo de coisa. – falou Seiya sorrindo.
–Quando
se sofre por amor acontece esse sentimento de solidão.
–E
foi por minha culpa. Perdoe-me.
–Não
precisa se desculpar. Agora que estamos juntos, nada mais importa.
Nem mesmo tudo o que sofri.
Beijaram-se.
Consequentemente foram para a cama. E eles finalmente puderam fazer
amor como um casal perante a sociedade. E foi bem diferente do que da
última vez, quando Anelise retornara. Foi uma coisa mais calma.
(Justamente agora que eles podiam fazer barulho, eles não fazem.)
Eles se sentiam diferentes com aquilo tudo. Afinal, era a primeira
vez como marido e mulher. Após tudo, eles ficaram deitados
conversando:
–Finalmente
nos casamos, Seiya.
–E
foi como você imaginou?
–Foi
melhor ainda. Só fui boba de ter ficado nervosa.
–Sério?
– perguntou rindo.
–Sim.
Não ria de mim!
–Sabe,
eu também fiquei nervoso. Mas, foi por medo de estragar seu sonho.
–Ah,
Seiya, seu bobo!
E
roubou um outro beijo. Em seguida, Seiya soltou um enorme bocejo.
–Eu
estou com sono. Vamos dormir, senão daqui a pouco vemos o amanhecer.
–Tudo
bem!
E
eles dormiram. No dia seguinte, Anelise acordou e sentiu um cheiro
bom de café da manhã. Levantou-se e foi até a cozinha, Seiya
fritava ovos.
–Bom
dia, amor!
–Bom
dia! Demorou a acordar.
–Eu
sei. O que está fazendo? – disse abraçando Seiya e espiando
–Ovos!
–Oba!
E o que mais tem?
–Tem
algumas frutas e pão.
–Que
delícia! Vou me sentar a mesa.
Assim
ela fez. Seiya colocou os ovos fritos na mesa e se sentou.
–Nosso
primeiro café-da-manhã. Mas, falta uma coisa para ser perfeito.
–Eu
sei! – Alguém bate à porta – E parece que chegaram!
Seiya
abriu a porta. Eram os três filhos: Lorranah, Yui e Yuri. Eles
correram para abraçar os pais e depois sentaram. Todos comeram
juntos! Depois de comer, foram à praia. Os convidados estavam lá
também. A praia estava cheia.
–Nunca
vi esse lugar cheio assim. – comentou Anelise
As
crianças foram brincar e o casal ficou conversando com os amigos.
Ikki, o curioso, perguntou:
–E
aí, como é que foi?
–Foi
o quê, Ikki? – perguntou Seiya
–A
noite de núpcias, ou melhor, a primeira noite de sexo oficial.
Anelise
e Seiya riram. Eles entenderam.
–Ikki,
o que é isso? – falou Camilly
E
todos os outros fizeram cara de “Mas que porra é essa?”.
Com
os anos de convivência como dupla, Anelise e Ikki se tornaram
grandes amigos. E ele fazia perguntas desse tipo, já estava
acostumada. Respondeu, direcionando seu olhar para Seiya:
–Bem,
foi melhor do que eu esperava.
Os
comentários não foram menores do que a pergunta de Ikki. Esse
assunto dispersou e eles ficaram conversando sobre outras coisas.
No
final daquele dia, todos foram embora, exceto a família, que ficou
para aproveitar umas férias.
Anelise
e Seiya demoraram anos, porém finalmente ficaram juntos. Estavam
muito felizes e tinham uma família linda. Nise continuou como
parceira de Ikki e com a vida de agente. Seiya continuou trabalhando
na empresa com o irmão. E os filhos? Bem, eles continuaram
estudando.
E
todos esses amigos e agentes seguiram suas vidas e do melhor jeito
possível: felizes!
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