sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Capítulo 12 – Encontro com o Ex

Fiquei tão feliz do Gustavo estar conseguindo trabalhar bastante essa semana, era o que ele queria já que estava com a grana bem curta.

Eu aproveitei para adiantar mais algumas postagens do blog e escrever mais uma das postagens motivacionais que eu faço de vez em quando, justamente para deixar passar o que ouvi – de novo – das bocas dos meus familiares no almoço de sábado. É uma forma de absorver a situação e também conseguir uma visibilidade em cima de alguma coisa. Mas, acho que acaba sendo bom para mim e para os meus leitores. Não demorei a escrever o texto e deixei programado mais pra frente na semana, senão ia entregar muito para quem me conhecia pessoalmente. Porém, sei que a parte que me causou a escrita daquilo não iria ler, porque eles só veem quando são as partes eróticas e para quem acompanha sabe bem que meu blog tem bem mais conteúdo.

Também tentei, inutilmente, ter uma ideia boa para o bendito do meu livro, mas nada saia da minha cabeça. Anotei algumas ideias para quem sabe não conseguisse maturar pelo menos uma delas e escrever. Cheguei até a procurar no meu velho e-mail as minhas fanfics para ver que dava para aproveitar algo de lá, mas achei melhor não, senti uma enorme vergonha alheia ao ler parte delas. Resolvi não pressionar tanto, porque não vou ter ideia forçando.

Aproveitei o dia de domingo para espairecer e sai com umas amigas para almoçar, dessa vez sem as crianças – inclusive aquela amiga cuja festa encontrei o Gustavo trabalhando – e elas falaram sobre como estavam as suas vidas e claro, vieram perguntar da minha:

- E você, amiga, ainda solteira? Só trabalhando de casa mesmo?

- Sim e sim!

- Mas aquele fotógrafo da festa da minha filha é um gato. Não tem nada com ele não?

- Um gato mesmo. E bom, a gente acaba se cruzando aqui e ali no prédio. A gente conversou mais na piscina, mas não rolou nada. – menti

- Amiga, aproveita! Você só tem trabalho desde que terminou com o Pedro. Lembro a relação complicada que tiveram, mas acho que está na hora de se abrir de novo.

- Estou tentando fazer isso. Seguir em frente. Deve ser por isso que estou trabalhando que nem louca!

- Trabalhar não é ruim. Fico feliz de ver você alcançando coisas com seus escritos, mas deve seguir em frente em outros aspectos.

- Não quer dizer que precisa namorar, mas quem sabe pegar um cara ou outro ali, vez ou outra.

- Eu sei! Estou me abrindo para isso! Na última semana até fui na balada.

- Isso já é um avanço! – comemoraram

A conversa foi se estendendo e aproveitamos para passear pelo shopping ali perto, colocando os assuntos em dia. Foi um dia muito divertido e que estava precisando mesmo. Só tenho ficado trancada escrevendo pro meu blog e não tenho visto o mundo, deve ser isso a minha falta de inspiração.

Despedi-me das minhas amigas, entrei em meu carro e fiz o caminho de volta. Como não queria fazer o jantar, estacionei na rua e fui a um restaurante comprar comida para viagem. E para minha surpresa, assim que desci, dei de cara com o bendito ex que fez um inferno na minha vida. Ele se aproximou de mim e me cumprimentou:

- Olá, Helena, quanto tempo! Como está?

- Olá, Pedro. Estou bem, obrigada!

- O que faz aqui sozinha?

- Estou só indo comprar meu jantar.

- Posso jantar com você?

- Não. Só vai embora!

- Não até você falar comigo direito.

- Falar o que? O inferno que você fez na minha vida?

Eu já tinha desistido de entrar no restaurante, atravessei a rua e fui para a praça que havia ali em frente.

- Não exagere! Tudo o que fiz foi porque te amava e ainda amo muito.

- Conta outra vai. Você não faz ideia do quão lixo eu me sentia enquanto estávamos juntos. Alias, como me achou?

- Te vi com suas amigas no shopping e quando saiu, resolvi te seguir para saber onde morava.

- Eu não acredito! – gritei – Eu já disse com todas as letras que não te quero mais na minha vida e muito menos perto de mim.

- Helena, não diga isso. Você sabe o quanto sacrifiquei para que desse certo entre nós.

- Não! Você não sacrificou nada. Eu quem o fiz! Fiquei muito tempo num emprego horrível, escrevendo sobre o que não gostava, enquanto você fazia questão de dizer todos os dias que nunca chegaria a lugar nenhum escrevendo minhas histórias.

- Não penso mais assim, Helena. – pela cara dele, sabia que era mentira – Por favor, me dá outra chance.

Ele já tinha agarrado no meu braço e não tinha como sair dali. Enquanto o local estava cheio e ninguém fazia nada para me ajudar.

- Depois de todas as chances que te dei antes. Nunca! – esbravejei do fundo da minha garganta

Então, agarrou meu outro braço e ele iria me beijar a força. Não conseguia fazer mais nada, eu já gritara, tentara me afastar e de nada adiantava. Havia pouco mais de um ano que me mudara para aquele apartamento e estava até então conseguindo me manter escondida dele. Ele já tinha me achado outras vezes e me agarrado à força, daquele mesma forma e iria acontecer de novo. E nem sei conseguiria escapar dessa vez. Eu fechei os olhos e já me preparei para acabar aquele dia com o meu lençol molhado de tanto chorar. Mas, então, veio uma voz gritando em nossa direção e eu a reconheci. Era Gustavo!

- Ei, cara, o que você está fazendo? Ela já disse em alto e bom som para você e para todo mundo aqui que não quer mais nada com você. Por que insiste?

- E você é quem, seu merda? – Pedro gritou com Gustavo

- Eu sou o namorado dela, seu filho da puta! – disse me puxando para seus braços

- Namorando um bosta igual você? É mentira!

- Quer tirar a prova? Vamos resolver isso agora então! – ele já armou a postura de luta

- Se você quiser sair daqui direto pra ambulância.

Gustavo pediu para que me afastasse e os dois se olharam – e isso agora chamou a atenção de todos – e começaram a briga. Ou melhor, foi bem rápido. Mesmo o meu ex sendo bem maior e ouso dizer mais forte, ele só tomou um soco e logo caiu. E imediatamente, vieram apartar a briga! Engraçado né? Quando gritei por socorro ninguém se manifestou, quando dois caras brigaram que foram se meter. Gustavo apenas se virou e deixou meu ex caído ai, que foi ajudado pelo outros em volta. Ele se virou e falou comigo:

- Você está bem?

- Estou sim. Obrigada pela ajuda!

- Aquele é seu ex que você comentou?

- O próprio!

- Que cara sem noção. Não é a primeira vez ele te encontra né?

- Não! Já fugi outras vezes. Dei sorte de estar aqui.

- Vim comprar um lanche para comer. Quer um também?

- Um podrão de vez em quando não faz mal! Eu ia comprar pra viagem no restaurante, mas ele me abordou antes que pudesse entrar.

Andamos um pouco para escolher algo de nosso agrado e compramos cachorro-quente prensado, daqueles bem completos e cheios de tranqueira. Levamos para comer em casa. Acabei pegando o carro e voltamos pro condomínio.

E o meu ex? Bom, pelo pouco que vi depois, algumas pessoas o ajudaram, colocaram gelo nele e tudo o mais. E a meu ver foi mais um bem feito para ele.

A minha sorte foi que eu parei no caminho, senão ia entregar de bandeja o local em que estava morando e seria questão de tempo até ele me encontrar de novo. Espero que depois desse acontecimento com o Gustavo, que veio como um anjo naquele momento, porque eu não sabia mesmo como iria sair daquilo, ele resolva se afastar de vez e me deixar em paz! É a única coisa que eu quero! E é horrível ter que reviver todo o medo dele estar perto de mim de novo. Eu me finjo de forte, tento me defender, mas por dentro estou gritando por socorro!

Ainda faço terapia por causa disso e é o que tem me dado mais confiança, além de escrever o Contemporânea Erótica. É um passo de cada vez!

Só quero que eu fique em paz comigo e meu ex faça da mesma forma.

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