terça-feira, 29 de abril de 2025

Boletim de Anelândia: #34 - Obras que me influenciam (e me inspiram nos meus livros)


Olá, pessoas! Boas vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia.
E nesta edição, que até meio que complementar a edição de número #27, onde eu falei sobre como manter a inspiração trabalhando com arte... Hoje quero falar sobre quais obras que me influenciaram ou até ainda me influenciam e me inspiram nos meus livros.
É um bocadinho de coisa, mas vou tentar ser sucinta. Mas, sem antes dar a minha dose de opinião sobre este assunto.
Bora lá!


Não tem problema pegar uma coisa ou outra dali

É aquele ditado: Nada se cria, tudo se copia!
Não tem realmente nada de errado se pegar uma inspiração de uma coisa e misturar com outra coisa. Criar algo novo com base em algo que já existe!
As outras mídias estão aí para que tiremos proveito delas e misturemos elementos de vários em nossas criações, sendo capazes de criar uma coisa totalmente nova.
Se até nós somos feitos de todas essas misturas do que gostamos (e do que nós vivemos), imagine o que nós criamos…
Sei que existem alguns que acusam os outros de que tal obra parece muito com outra, mas semelhanças sempre irão aparecer. E sinceramente, é uma linha muito tênue mesmo do que é inspiração e do que seria um plágio. Porém, o mundo está aí desde sempre… - contando de diferentes calendários - então é realmente difícil algo ser realmente 100% original.
Até autores mais famosos tem claras inspirações em suas histórias… Só dar uma pesquisada que logo se encontra! Obviamente, eu estou inclusa nisso e falarei sobre elas logo!
Quem sabe algum dia fale - talvez no meu blog - sobre essas “pequenas regras malucas” que só autor ou gente que tem muito tempo livre na internet é capaz de inventar!
Vou parando esse tópico por aqui antes que me cancelem!
 

Obras que tem claras referências nos meus livros (ou tinham)

Como apontei acima, algumas das minhas obras têm bastante inspirações em coisas que eu gosto muito e que direta ou indiretamente acabei colocando dentro das tantas histórias que eu já cheguei a escrever.
Algumas, que são as que eu falarei, tenho claras na minha cabeça de onde que eu tirei as inspirações. Já outras, eu realmente não faço a mínima ideia!
Então, bora lá!

Sailor Moon, Saint Seiya e Inuyasha: As Super Agentes

Aqui eu me refiro à primeira versão, a de 2004. E como eu era uma criança ainda, obviamente misturei um pouco de tudo o que eu gostava naquela época e desde que eu comecei eu sabia disso. Até porque os personagens tinham os mesmos nomes e eu dizia claramente que eram youkais. Inclusive, no primeiro capítulo, eu literalmente escrevo os nomes das histórias, fazendo uma clara referência de uma pobre otaka fedida no auge do 11 anos de idade. (Se bem que Inuyasha eu vi um cadinho mais velha, então entrou depois!)
Só para constar aqui:

“O bem conta com ajuda dos Cavaleiros do Zodíaco que protegem a deusa Athena, Sailor Moon guardada pela lua, luta contra o mal, e Sakura que usa as mágicas Cartas Clow.”

ASA sendo apenas a salada de coisas mais maluca que eu criei desde sempre e deve ser por isso que eu amo tanto, mesmo sendo beeeem ruinzinho!



Zoey 101 / Manual de Sobrevivência Escolar do Ned:  As Aventuras de Jimmy Wayn

Além das claras inspirações em elementos reais, que eu cansei de falar inúmeras vezes por ai - até na edição especial só sobre o JV - tiveram algumas coisas que eu só percebi que acabaram por me inspirar mais velha, mas em algum momento eu percebi.
Pela época do eu adolescente e de acompanhar muitas séries da Nick, obviamente elas acabaram por me influenciar de uma forma indireta.
São umas influências bem superficiais mesmo, mas de Zoey 101 são mais claras do que as do Ned - que é mais o contexto da série do que qualquer outra coisa.
Aliás, com o filme Zoey 102, eu tô há muito pouco de, mais para frente, escrever uma história dos personagens mais velhos… Depois que fechar a série principal!
 


Ai no Kusabi: O Diário da Escrava Amada

Também falei sobre inúmeras vezes, numa edição específica sobre, mas são claras as inspirações que o DEA têm em ANK.
Talvez seja porque eu fiquei em luto pelo anime de 2012 ter sido cancelado e a minha cabeça fez o que ela faz sempre: inventa coisas malucas para eu ter que escrever. haha
Mas, eu amo toda a mistura e referências que eu coloquei como homenagem depois dentro do DEA. É uma obra que é um grande divisor de águas para mim, como pessoa e como autora. E agradeço a uma das minhas obras favoritas da vida ter feito parte disso de alguma forma!
 

Mais do que apenas inspirações

Aqui um outro sub-tópico aqui para falar sobre coisas em que não peguei apenas inspirações e que só lembra um pouquinho. Aqui é para falar sobre coisas que eu aproveitei como base para criar alguma coisa minha (e nova).
Sobre ambos já falei em edições específicas do Boletim, então só vou pincelar para relembrar.

Músicas da Chihara Minori: 12 Meses com Minorin

Esse aqui não é surpresa, pois é um projeto em que eu peguei a discografia quase inteira da minha cantora favorita e praticamente tirei leite de pedra para inventar histórias inspiradas nelas, com direito a fazer referências e muitas homenagens nesse processo.
Foi um projeto que me fez muito feliz e realizada como fã e como autora!
Alias, ainda estou pensando num 13º conto simplesmente porque a mulher voltou com música nova este ano - deve fazer pouco mais de um mês.


Fated to love you e Ase to Sekken: Destinos Florescentes

A minha história mais recente e que eu muito bem consciente do que estava fazendo, resolvi misturar o enredo do meu drama favorito com um mangá que se tornou um dos queridinhos do meu coração.
Eu chamo Destinos Florescentes de uma versão brasileira de Fated, misturando com os personagens da outra. E esta mistura está dando muito certo e eu só estou numa ressaca de escrita terrível, mas quero muito continuar a escrever esta história.
(Alias, a pobre está sofrendo com muita coisa no seu processo!)
 
Uma fotinha do drama que fizeram de Ase to Sekken!


Bem, pessoal, é isto para edição de hoje!
Ainda vou trazer a edição sobre criatividade, como tem um tempinho que prometi, mas eu preciso pegar o livro e ler todo de novo para tal.
Espero que tenham gostado de saber um pouco mais sobre as coisas que inspiraram em alguns dos meus livros.
Nos vemos no próximo Boletim de Anelândia!

segunda-feira, 31 de março de 2025

Boletim de Anelândia: #33 - Autora fanfiqueira (Histórias minhas que publiquei no wattpad e adjacências)

 
Olá, pessoas! Boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia.
Continuando nas pequenas edições especiais de comemoração aos meus 20 anos, trazendo uma outra partezinha do meu eu autora (e leitora), que foi um ponto crucial para eu alcançar muitas outras coisas na minha carreira.
E sim, vou falar sobre as fanfics. Mesmo que nunca tenha escrito uma propriamente, os sites desse tipo se tornaram um local onde coloquei algumas histórias originais.
Então, bora lá!
 

Como que eu descobri o universo das fanfics?

Não me recordo o ano exato, mas imagino que tenha sido por 2011/2012; que foi quando fiquei mais ativa em redes sociais, usando o tumblr inclusive.
E nessas minhas andanças, encontrei o Nyah! Fanfiction – que hoje em dia é Plus Fiction – e acabei lendo algumas coisas que as pessoas escreveram inspiradas em histórias já existentes, focando até nas coisas que eu gostava.
Eu já meio que conhecia o nome Fanfic, mas só fui me aventurar neste universo só nessa época.
Li coisas relacionadas a Sailor Moon, Yuyu Haksuho, Inuyasha, Ai no Kusabi...

Descobri também que as pessoas escreviam coisas originais e também postavam neste sites. E realmente tinha coisas muito boas e que tenho um carinho por ter lido.
Cito aqui o clássico Contos de Garotos; uma lenda do Nyah Fanfiction.
E foi ai que eu entrei mesmo nesse universo com tudo e nunca mais saí!


Quando comecei a publicar minhas histórias nesses sites

Eu sempre tive vontade de compartilhar meus escritos na internet, mas eu conhecia bem pouco de muitas coisas quando comecei. Na época que eu entrei mais de coisa de ter blog - hábito e algo que amo até hoje – quis abrir um para poder postar as minhas histórias.
Como eu era a doida e autodidata em fazer layouts de blog, criei um bonitinho, usando as bonequinhas de dollmaker que eu sempre gostei e dei um nome que nem é estranho: Contos da Anê. (Nunca época que eu nem escrevia contos ainda, mas detalhes!)
A vontade eu tinha (e muita), mas ai surgiu a: Praga de Mãe!
Ela acabou vendo o layout que eu estava mexendo e brigou comigo, dizendo que as pessoas iam roubar meus livros se eu postasse na internet. Como era bem mais nova, eu só acatei mesmo e deixei para lá. Porém, a vontade de compartilhar meus escritos na internet afora nunca sumiu.



Uma foto do que um dia foi aquele blog que eu inventei.

 
Passaram uns bons anos, na mesma época em que comecei o tumblr do Contos Anê e que foi que tudo veio junto. Primeiro, até a ideia do Tumblr do Contos Anê era postar algumas coisas, mas logo depois descobri os famosos sites de fanfic e o tumblr se transformou num meio de divulgação.
E o pior é que eu acabei escrevendo muitas coisas novas justamente nesta época, especialmente entre 2015-2018, que imagino que tenha sido a época em que fui mais ativa nesse nicho. Participei de muitos grupos em que aconteciam concursos e até projetos especiais.
Então, eu só fui aumentando cada vez mais a quantidade de locais, principalmente para o Wattpad. E até hoje, mesmo que super floopadas, ainda posto algumas histórias minhas nestes sites, porque pelo menos as pessoas podem acabar encontrando!

 

Algumas dessas histórias são...

Algumas das tantas histórias que já postei por essa internet afora, já cheguei a comentar sobre algumas delas em outras edições daqui do Boletim de Anelândia, como: Ascensão de Uma Scarlet; Sasaki, a mulher Samurai; Guilty Angels; As Princesas Gêmeas.
Vou aproveitar o espaço aqui para poder comentar sobre algumas que nunca cheguei a falar por aqui e que também são histórias que fazem parte desta época da minha escrita. Bora lá!
 

Minha Tsundere é uma agente

Se não me engano, este foi para um pequeno concurso de grupo lá no “caralivro”, seguindo uma ideia de ser um “clichê não-clichê”. E eu, como boa otaka que sou, peguei a ideia da Tsundere e misturei com coisas de agentes e nasceu isso.
Confesso que é uma história que eu amo muito e que, com certeza, devo escrever uma versão maior.

O Capitão e o Marujo

Este aqui é uma história com temática BL/Yaoi, que eu escrevi para um projeto (e grupo de facebook) que tinha como nome ABC do Lemon; onde cada uma das autoras ia pegar uma letra do alfabeto e escrever uma história com tema que iniciava com aquela letra. Eu escolhi a letra A, de Ativo (pois é!) e daí nasceu essa história que eu tenho um carinho muito grande. Com inspirações em folk alemão e marinheiros.


O próprio DEA

Não é nenhuma novidade de que o DEA nasceu dentro do Nyah Fanfiction. Tudo porque eu tive aquela ideia maluca por causa de um sonho, com algumas inspirações em diversas coisas que eu gosto. Foram cinco longos anos escrevendo a história e publicando no site, e teve gente que acompanhou até o final.
Mas, tem uma edição exclusiva falando do DEA para quem quiser saber melhor e com mais detalhes.

 

Tão fanfiqueira que o TCC foi sobre Fanfics (e eu fui visionária)

Isso mesmo que vocês leram: Meu TCC numa das minhas faculdades - a de Jornalismo especificamente - foi justamente com essa temática das fanfics. E por ser autora também, acabei falando sobre os autores que começaram neste universo e se tornaram autores publicados.
Ainda me lembro que eu terminei este TCC junto com um dos NaNo em que eu quase terminei o DEA. Infelizmente também, meus professores não entenderam o meu tema e me deram um mísero sete, para um trabalho que eu dediquei praticamente seis meses e que eu sabia mais do tema do que eles.
Falei desde a impressa, a cibercultura, chegada dos livros ao brasil. Falei sobre as origens dos termos das fanfics e das fanfics em si, onde coloquei casos também de autores publicados. Foi um longo e exaustivo  trabalho e que realmente me dediquei e confesso, fiquei muito chateada com a minha nota!
Porém, o tempo acabou me “inocentando” e lá em 2023, um tema muito parecido com o do meu TCC foi tema de um painel na Bienal do Rio.
Eu fui visionária, mas não fui valorizada (eu raramente sou nos meios onde convivo, pois né…)!

Comparando meu título em 2017 com o tema do painel na Bienal 2023!



Bem, pessoal, é isto! Um pouco da minha breve história como autora fanfiqueira (ou nem tanto assim).
Espero que tenham gostado!
Até o próximo “Boletim de Anelândia”!

quarta-feira, 26 de março de 2025

Boletim de Anelândia: Bônus #11 - Mais um Capítulo de Mãe de Aluguel (História Inacabada)

 
Olá, pessoas! Boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia.
Trazendo mais um bônus, que é continuação de uma história inacabada, chamada Mãe de Aluguel (um nome provisório). Que é mais uma das histórias doidas que eu escrevia de puro fogo.
Quem quiser ver o começo, só entrar na outra edição bônus onde coloquei o Prólogo.
Hoje, fiquem com o primeiro capítulo - que é até bem curtinho.
 
Capítulo 1 – Grávida do Rei
Emil cumprimentou-me novamente e pediu para que o acompanhasse, pois mostraria os meus aposentos e pelo visto o caminho seria longo, pois logo ele começou a falar:
- Então, você é a moça que teve o bebê da Lady Rebecca e agora terá o bebê real?
- Não sei se posso falar sobre isto com você, não tenho autorização de suas majestades.
- Não se preocupe com isso. Eu serei seu guarda-costas pessoal enquanto estiver aqui. Apresentar-lhe-ei o castelo.
- Então serás minha companhia pelos próximos nove meses?
- Sim. O rei designou-me esta função. Só não posso prometer que será boa companhia.
- Será sim, com toda a certeza. – ri
Até aquele momento não tinha parado para prestar atenção em Emil. Ele tinha os cabelos compridos e uma barba rala, seu corpo aparentava ser atlético mesmo em baixo dos tecidos das roupas. Do tipo que me atraia e muito. Mas, nunca pude atender minhas necessidades carnais, pois estou sempre com bebê atrás de bebê. Apenas conheci alguns homens nas tavernas e dormimos uma noite (ou duas) juntos, naquele período em que não tinha chance alguma de acabar com uma barriga.
Meu ventre é exclusivo para ajudar essas outras mulheres e para, num futuro, meu próprio filho. Alias, o meu sonho é encontrar alguém para ser o pai deste bebê que eu quero ter. Só que está difícil de encontrar.
Então, Emil me tirou dos meus devaneios ao imaginar como ele fica sem todas aquelas roupas.
- Senhorita Mary, quando irá ao quarto do Rei Igor? Sei que é uma pergunta íntima.
- Não é. – corrigi – Irei já está noite.
- Assim tão cedo? As majestades estão realmente com pressa.
- Eu também estaria se fosse a Rainha com a pressão de ter um herdeiro. Eles estão casados já tem uns bons anos, apesar de ainda serem monarcas jovens.
- E você? Tem família?
- Eu tinha. Apenas a minha mãe. Ela morreu um ano atrás.
- Eu sinto muito. – um breve silêncio constrangedor – E chegamos. Não sei o porquê de ser o menor quarto e neste canto tão afastado de tudo.
- Porque eles querem me esconder. É isso!
- Vai ficar nove meses trancafiada neste quarto?
- Com você. – ri – Vamos entrar!
Abri a porta e mesmo sendo o menor quarto do castelo era ainda maior do que a minha casa. Com enormes janelas, duas camas – uma maior e outro bem menor, para um criado -, uma penteadeira e uma estante com livros. E também já tinha uma tina para o banho, mas ela se encontrava vazia.
- O Rei já mandou trazer para mais tarde.
- Deixe as coisas aqui, Emil. Quero ver o palácio.
- Claro, ia fazer exatamente isso.
Meus pertences ficaram e nós fomos passear pelos corredores. Ele me mostrou a Sala do Trono, o Salão de Jantar, o Salão de Treino, a Cozinha e depois caminhamos até o jardim e resolvemos ver a fonte no centro do labirinto.
- Aqui é tão lindo! – comentei – Uma pena que não poderei vir muito aqui.
- Aproveite enquanto pode. Alias, posso perguntar-lhe uma coisa?
- Claro!
- Quanto tempo leva até você descobrir que tem uma criança ai dentro? – e apontou
- Entre três semanas a um mês, isso porque tenho mais experiência nisso.  Quando se tem muitos filhos você sabe desse tipo de coisa.
- Entendo. – ele sorriu, meio sem graça – Isso tudo ainda é estranho para mim. Você vai ter o filho do Rei e não vai ter direito nenhum sobre ele. Muitas moças dariam tudo para se beneficiar disso.
- Eu não quero ascender socialmente. Antes, minha mãe fazia isso para me dar de comer. Começou com alguns comerciantes e depois com pessoas com mais posses e claro, alguns nobres. Quando ela não pode mais, eu assumi o lugar dela e mesmo assim, ainda não consegui o que quero.
- E o que você quer?
- Uma família e claro algum lugar que possa chamar de meu. Uma pequena casa ou algo assim. Eu só quero viver bem e sem ter que me preocupar.
Encontramos logo a fonte e nos sentamos. Fiquei olhando aquele bela paisagem e ouvindo os pássaros cantando. Até que senti a mão dele tocar na minha e um calafrio subir pelas minhas costas e eu me assustei.
- Desculpe-me, foi sem querer. – ele disse
Eu ia responder, mas eu fintei aqueles olhos castanhos e não resisti ao impulso que o calafrio me dera. Estávamos sozinhos e sei que se alguém visse poderia dar algum problema. E, eu o beijei. Sem pudor! Porém, ele não correspondeu, como esperava. Assim que nossos lábios se tocaram, ele me afastou.
- Senhorita Mary, o que estás fazendo? Alguém pode nos ver e isso não lhe será bom. – ele ainda segurava meu rosto com as mãos
- Perdoe-me. Eu...
Ele não me permitiu completar a frase ao ocupar minha boca com seu beijo. Meu primeiro dia no castelo e é claro que eu me sentir atraída por meu guarda pessoal.
- Acho que não podemos fazer isso. Pelo menos não aqui! - ele disse por fim
- Eu me senti atraída, desculpe-me. Não acontecerá mais.
- Eu senti a mesma coisa. – sorriu
-Nós não podemos...
- Eu sei! Isso fica só entre nós!
- Claro! Ninguém precisa saber.
E com isso nosso passeio acabou. Retornamos ao meu quarto.
O resto do dia transcorreu com a arrumação dos meus pertences. Eu trouxe alguns dos meus vestidos que uso quando estou com a barriga já grande. Emil estranhou.
-Para que vestidos enormes assim?
- É para daqui alguns meses, precisa de espaço para a barriga aqui.
O clima ainda estava estranho por conta do beijo do jardim. Resolvi conversar com ele sobre isso:
- Olha, Emil, não quero que pense nada errado sobre mim...
- Só porque me beijou? Você não é nenhuma donzela e nem uma mulher comum.
- Eu sei, mas, eu não quero que esse mínimo acontecimento interfira no que devo fazer. Prefiro que não nos preocupemos com isso agora e sim, quando tudo terminar.
- Tudo bem! – ele riu – Fique tranquila quanto a isso. Eu sou um servo do Rei acima de tudo.
***
O jantar foi servido em meu quarto. Pouco depois, entraram algumas criadas, trazendo água, toalhas e uma roupa para usar na visita ao Rei naquela noite.
Emil saiu um pouco do quarto para que pudesse ficar mais a vontade. Tomei banho sozinha e me vesti sozinha também. Não precisava de ajuda para isso.
Sentei em minha penteadeira e comecei a pentear meus cabelos, fazendo também uma oração para que - que segundo minhas contas era a melhor época para conceber uma criança – desse tudo certo. Provavelmente passaria bem mais que uma só noite com o Rei.
Sai do quarto e encontrei com Emil, que me levou ao quarto, que já estava a minha espera. Eu trajava uma longa camisola e um roupão. Despedi-me de Emil, que disse:
- Ficarei aqui para acompanhá-la de volta ao quarto.
- Obrigada!
Abri a porta, sem precisar ser anunciada e lá estava o Rei Igor, com sua pele um pouco mais acobreada, cabelos e olhos castanhos. Ele vestia apenas uma calça e uma camisa de mangas compridas e estava sentado em sua cama.
- Boa noite, Senhorita Mary. Venha!
Aproximei-me e parei diante dele. Ele abriu o meu roupão, que caiu no chão. Ele me puxou para si, me lançando na cama e vindo para cima de mim, me beijou. Nossos corpos ficaram atracados por uns minutos, até que o Rei tirou a parte de baixo de sua roupa e me possuiu, com vontade. Eu abri as pernas, deitada na cama e eu não estava ali, eu sempre desligava nesse momento, pensava em outra coisa. Gemia pela questão física mesmo, porque sentir algo eu nem sentia. Acabei pensando em Emil, ali no lugar do Rei e não fiquei mal por isso.  Mal podia esperar para poder fazer isso com ele também. O Rei me possuiu mais algumas vezes antes de adormecer. Sendo assim, apenas me levantei, vesti-me e sai.
Emil me esperava na porta e talvez meio constrangido pelos sons que saíram do quarto antes, nem olhou para mim. Apenas pediu para que seguisse. Chegamos ao quarto e dormimos.
***
Os dias se passaram e eu ia ao quarto do Rei todas as noites, depois a Rainha ia para lá para acordar com ele de manhã, para todos acreditarem na história da gravidez dela.
Assim, passaram três semanas e eu já estava me sentindo diferente, eu sabia que já estava grávida, mas decidi esperar um episódio mais claro para que os outros percebessem.
Passava meus dias na companhia do meu guarda-costas. Estávamos construindo uma relação nesse meio tempo. Líamos, conversamos, passeávamos pelo castelo, ele me ensinava umas técnicas de luta, era bem divertido. Nem tocamos novamente no momento do beijo, mas eu já nutria um pequeno sentimento por ele. E foi para ele quem contei primeiro sobre a gravidez.
- Eu estou grávida, Emil.
- Sério? Como sabe?
- Já estou sentindo meu corpo mais sensível e as minhas roupas estão ficando apertadas.
- Assim tão rápido?
- Já tem quase um mês.
- Precisa contar ao Rei e a Rainha.
- Prefiro esperar um pouco, pelo menos até meu corpo dar um sinal mais forte e que possa ser percebido pelos outros.
- Como o quê?
- Como...
Não consegui completar a frase, porque me veio uma vontade de vomitar e eu apenas vomitei todo o café da manhã que acabará de comer. Emil veio desesperadamente ao meu socorro.
- Estás bem?
- Algo como isso. – sorri – Eu estou bem! Agora podemos falar aos monarcas sobre a criança.
Emil convocou uma audiência com os governantes imediatamente. E os sintomas resolveram me afetar todos de uma vez. Eu já estava enjoada e me sentindo um pouco tonta, tive que pedir ajuda dele para chegar ao gabinete do Rei, onde tanto ele quanto a esposa e o conselheiro esperavam.
- Senhorita Mary, vossa alteza. – ele me anunciou
- Entre, querida. – disse a Rainha Gorana ao ver meu estado – Por que está tão pálida? O que aconteceu?
O guarda-costas colocou-me numa cadeira e eu pude responder as perguntas deles.
- Eu estou grávida, majestades.
- Assim tão rápido? – reclamou o conselheiro – Não tem nem um mês.
- Conselheiro, eu conheço o meu corpo e dormi com o Rei sabendo bem a possibilidade alta de conceber a criança.
- E os sintomas? Grávidas tem sintomas. – retrucou novamente
- Vocês os estão vendo. Acabei de vomitar no jardim. Emil, inclusive, viu.
- Sim, senhor. E depois disso, ela ficou tonta.
- Isso é maravilhoso! – comemorou a Rainha – Meu bebê está ai!
- Sim, majestade. – peguei a mão dela e coloquei na minha barriga – Bem pequenino, mas está aqui.
- Agora precisamos montar o plano para que essa gravidez passe despercebida.
- Simples, é só a Senhorita Mary ficar apenas no quarto, ninguém suspeitará. Enquanto isso, a Rainha forja os sintomas por uns dias e anunciamos a gravidez dela.
Emil olhou para mim com pena, estava condenada a ficar trancada num quarto pelos próximos meses, porém eu já estava acostumada com aquilo, não era nem a primeira e nem a última vez que aquilo aconteceria.
 
Bem, pessoal, é isto!
Ainda tenho mais um capítulo dela - ou melhor, parte de um capítulo, pois não terminei - e quem sabe não o traga aqui, talvez só para deixar vocês mais curiosos.
Até a próxima!
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