quarta-feira, 30 de julho de 2025

Boletim de Anelândia: #37 - Eu devo escrever só para mim? (Como lidar com processos de escrita)


 
Olá, pessoal! E boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia. 
Cá estou eu hoje para falar sobre mais um pouquinho do meu processo de escrita, misturando com coisas que já ouvi algumas vezes nessa minha trajetória. 
Espero que eu consiga me explicar, porque tem hora que só parece maluquice da minha cabeça. 
Bora lá!
 

Lidando com o processo de escrita 

Com certeza, eu devo ter comentado por aqui – ou até em algum dos meus blogs – mas o processo de escrita é diferente para cada autor.
A forma como criamos e escrevemos nossas histórias acaba por ser semelhante e muito diferente ao mesmo tempo.
Alguns autores tratam a história só como uma coisa que eles escrevem, tendo uma carga mais leve, sendo uma coisa mais mecânica e tudo o mais. (Concepções que tirei da minha cabeça.) Já, para mim, a escrita é uma coisa muito pessoal, então acabo por viver cada momento daquela história e com aqueles personagens, colocando praticamente a minha alma inteira em cada livro que eu escrevo. 
E é complicado lidar com esse processo de viver uma história ao mesmo tempo que a conta, porque a escrita sempre foi um local de fuga e um refúgio para mim. 
Então, quando eu escrevo, acabo me colocando de corpo de alma em cada uma das palavras que saem. 
Desde o momento em que eu penso nas histórias, até o momento em que as escrevo e, ouso dizer, até depois que as termino, vivo com cada uma delas dentro de mim sempre. Comigo é desta maneira, não sei para outros autores.
Eu lidando com meu processo de escrita, não ironicamente!
 

A primeira leitora sou eu mesma 

Como eu sou a primeira pessoa que acaba por ter contato com todos os elementos da história, a primeira leitora de cada uma delas termina por ser eu mesma. 
Sempre com este pensamento na cabeça, sempre acabei escrevendo histórias que eu gostaria de ler e não encontrava em lugar nenhum. “Coçando as minhas próprias coceiras”, como comentei uma vez por aqui.
E acredito que eu continue assim até hoje, pois eu realmente preciso gostar do que estou escrevendo para poder continuar. 
Acaba acontecendo, com tudo isso, algo bem engraçado: a primeira fangirl das minhas histórias. Que fica surtando por causa de cenas, de casais e com trechos... Tem horas que parece que nem fui eu mesma quem escreveu. 
 

Pensando no outro leitor 

Com os anos, o avançar da experiência pessoal e também por começar a postar minhas histórias nessa internet afora, foi que eu passei a pensar um pouco nesse outro lado da equação… Que é o leitor! (Por que eu faço analogias com matemática né?)
Ao compartilhar minhas histórias com o mundo que eu fui finalmente recebendo opiniões de pessoas que não me conheciam e vendo quais caminhos eu poderia seguir na história ou não; se o que escrevia estava bom ou estava agradando ao público. Soando bem escrota, mas a decisão final, no final das contas (e com o perdão do pleonasmo) é minha!
Claro que devemos levar em conta algumas opiniões de leitores, mas como já devo ter comentado aqui, sabendo filtrar o que realmente vale ou não. O aprendizado que o tempo me trouxe é que nem sempre o leitor tem 100% de razão, tem coisas que são apenas opinião e a gente não deve ficar surtando ou pisando em ovos para agradar cada alecrim dourado com uma opinião diferente.
A sua história acaba virando um frankenstein, com um monte de elementos “nada a ver” misturados e que, provavelmente, não farão sentido entre si. Se formos agir dessa forma, vai acabar acontecendo de querer agradar todo mundo e acabar não agradando ninguém.
O peso pesado demais de carregar e para surtar à toa!
 

Realmente é um problema escrever para si? 

E aqui se recaí na pergunta que dá título a esta edição e que por um bom tempo - e até hoje, confesso - foi motivo de muitas reflexões minhas acerca da minha carreira de escritora. Já conversei na terapia sobre isso e até uma crítica que recebi falava exatamente com essas palavras.
E bem, como vocês já devem saber (ou não), meu tipo de personalidade acaba me levando justamente por esses caminhos de pensar demais e buscar algum sentido ou alguma lógica em coisas da vida, por mais simples que sejam. (MBTI = Lógico. Para quem é mais curioso!)
E na minha humilde opinião não é um problema um autor escrever para si mesmo em certos momentos. Nossos livros começam como coisas “só nossas”, seja um arquivo em branco no computador ou uma folha em branco de um caderno. Os nascimentos das histórias se dão por nossas mãos e por nossas palavras. A história se constrói em um ambiente íntimo e seguro. Com o tempo e o avançar dele é que vai conquistando o mundo e aí sim, deixando de ser “só nosso”!
É tudo sobre o que eu comentei acima: precisa que o autor goste de contar aquela história ou que tenha realmente alguma coisa maior por trás. Senão vira algo mecânica e tudo o mais.
Eu sei que eu costumo romantizar (e gourmetizar) tudo o que envolve o processo de escrita - e a carreira também -, mas para mim isso faz todo o sentido, sabe? Porque, como sempre falo (e falei hoje), a escrita representa muitas coisas e é algo que é bem pessoal e que sempre foi um sonho. Agora é um sonho mais realista, um pessoal mais pé no chão, porém ainda representa muito.
E falo isso com conhecimento de causa de que eu sou assim. Já embarquei em projetos de escrita que não deram resultado algum externo - sim, estou falando do 12 Meses do Minorin -, só internamente foi uma grande realização. E tudo bem com isso, sabe? Era algo que eu mesma queria fazer e eu cumpri com o compromisso que eu fiz! Ninguém me obrigou e ninguém leu também, mas faz parte! (E eu posso usar ainda esse material, que eu gostei muito do resultado.)
Posso ser muito julgada por este pensamento, mas é a verdade! Até porque se formos escrever pensando só no pós - como publicar e compartilhar com os leitores - vai sobrar só é muita pressão na cabeça e nada mais!

Bem, pessoal, é isto para esta edição!
Peço perdão por divagar demais, como costuma acontecer. Espero que tenham gostado!
Até o próximo Boletim de Anelândia!

domingo, 29 de junho de 2025

Boletim de Anelândia: #36 – Uma autora de Bienal (Minhas participações em Bienal e outros eventos)

 
Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais uma edição do Boletim de Anelândia. 
Aproveitando esse clima de bienal, ainda mais que a do Rio ocorreu nas últimas semanas, vamos falar um pouco sobre eventos literários e minhas participações neles. Como me sinto com tudo isso e se realmente vale a pena participar! 
Vai ser quase como uma linha do tempo... Então bora! 
 

Bienais da infância/adolescência (e um pouco da vida adulta) - até 2015 

Durante a minha infância e adolescência, fui a bienal algumas vezes com meus pais e meu irmão. Mas, são poucas as lembranças que eu tenho delas. E tem uma coisa desta época que eu ainda tenho, que são os livros que eu comprei. A maioria acaba por ser livros de infância e alguns são de 2015, onde conheci algumas das minhas autoras favoritas, como a Luciane Rangel e a Juliana Leite. 


Bienal 2017 - aquela que todo mundo já sabe 

Mesmo que a minha primeira publicação seja de 2014, foi só em 2017 que eu fui à bienal como autora. 
E esta é uma das mais marcantes, que foi quando aconteceu toda aquela história do avental e que eu viralizei e tudo mais. 
Não vou me estender muito por aqui, pois temos uma edição exclusiva sobre essa história inteirinha. 
 



Bienal 2019 – a melhor para mim até hoje 

Já em 2019, já muito mais calejada (por ter passado uns perrengues e saber de histórias de outros autores) e aproveitando que eu comecei a trabalhar, resolvi que uma das metas era fazer a publicação dos meus livros. 
Com bastante organização, paciência e muita pesquisa, consegui fazer todas as etapas da publicação - tirando a parte gráfica do DEA que eu ganhei num sorteio – da revisão até a impressão, que eu custeei com os primeiros salários que eu guardei. 
E com este mesmo dinheiro guardado que eu também, com bastante tempo de sobra, fui buscar estandes onde pudesse sublocar o espaço e poder exibir meus livros por lá. Peguei o mais em conta (e que tirava a porcentagem menor das vendas dos livros) e compareci ao evento o máximo de dias que me foram possíveis. Neste ano, também fiz duas sessões de autógrafos e conheci pessoas com quem tenho contato até hoje. 
Esta foi de longe a melhor bienal que eu tive até então! Pois foi a primeira onde eu fiz um lançamento e uma sessão de autógrafos digna; onde também várias pessoas me alcançaram através daquele evento. (Tipo a pessoa estar passando pelo estande e se apaixonar pelo livro e comprar e assim, conhecer seu trabalho.) 
Apesar de ter sido muito cansativo, ainda sim foi maravilhoso! Confesso que queria que toda a bienal (para mim) fosse como essa. Porém, não controlamos tudo né? Ficaram só as lembranças e o carinho por uma edição que me marcou muito.


 

Bienal 2021, 2023 e 2025 – muitas vontades e nenhuma realização 

Terminei 2019 com a energia lá em cima e já estava até pensando em ir na edição de São Paulo em 2020; comparecer a mais eventos neste ano posterior... Só que... Aconteceu o que aconteceu!  
Tudo parou e acabou que eu fui obrigada a me divulgar nessa internet. E eu já falei por aqui como é trezentas vezes mais complicado de se fazer isso. Mas, apesar de difícil, prossegui; pois eu ainda estava com aquele gás de 2019. 
Na Bienal de 2021, acabou que eu não fui, por vários motivos. Já na de 2023, eu já estava com expectativas de conseguir publicar o JV3, mas num geral foi um ano mega complicado para mim e não rolou ir em nenhum estande. Aproveitei para fazer compras para o evento do trabalho (onde acabo revendendo alguns livros), pegar autógrafos de autoras que eu gosto e também para distribuir alguns marcadores, numa tentativa de divulgar meu trabalho um pouco. Foi muito mais cansativo e só me frustrei – outra pá de cal naquele ano catastrófico. 
E neste ano, com tantas mudanças - da própria Bienal e minhas – acabou que só fui para passear mesmo, aproveitando para comprar umas coisas para mim, fazendo um pequeno reestoque para o evento do trabalho (que também será mais cedo neste ano) e pegar alguns autógrafos também. 
Isso porque eu tentei pelo menos uma sessão de autógrafos que fosse, mas não deu mesmo! 
Espero que em 2027 (ou até 2026, se rolar a de São Paulo) seja melhor! 






  

Outros eventos literários (e pensamentos quanto a eventos menores) 

Porém, nem só de bienal vive esta autora, já participei de alguns eventos menores pela minha região: zona oeste do Rio. 
Já participei – entre 2019 e 2025 - do ELIZO (Evento Literário da Zona Oeste); Primavera Literária; Feira Literária de Campo Grande (se é que esse era o nome mesmo); e os mais recentes foram a FLIPR (Feira Literária do Parque Realengo) e PLIPO (Feira Literária do Parque Oeste). Isso porque eu nem estou contanto o Feirão Empreendedor do meu trabalho CLT como evento literário (porque não é). 
Os eventos menores acabam sendo mais de autor para autor do que para leitores mesmo. O público acaba por ser muito pequeno, entre a falta de interesse mesmo e uma falta de melhor divulgação; ou até de um melhor trabalho na organização lá no dia. No dia do evento, acaba ficando lotado de autores e passando uma meia dúzia de gatos pingados, que só olha porque o evento é em um ambiente frequentado por muitas pessoas e é só mais uma coisa para ver. 
Alias, boa parte desses eventos tem problemas terríveis de organização. Ainda lembro de um que participei que colocaram todos os painéis/palestras/roda de conversa no mesmo ambiente da feira... Pensando em concentrar melhor todo mundo, só que acabou que, na hora em que estava acontecendo alguma apresentação lá na frente, as pessoas não conseguiam passar. Coisa esta que prejudicou muito às nossas vendas! 
Outro evento foi uma falta de organização tão grande que ficamos no ar livre, embaixo de uma tenda enorme, mas que não protegia a todos... Um dos dias acabou chovendo e o ambiente onde estávamos virou uma lama pura. Isso sem contar que paguei a participação e ninguém no momento que cheguei foi conferir numa lista o meu nome. Eu podia ter sido bem da safada e só metido a cara no evento e botar mesa sem pagar nada, porque eles nem iam saber! (O que levanta a teoria de que tem gente que faz este evento para embolsar dinheiro de autor independente.) 
Até quero participar de mais eventos na minha região, só que estas pequenas coisas – que acabam por nem ser até muitas no final das contas – acaba me incomodando e me fazendo ter receio de participar. 
Só que, por outro lado, se eu ficar só tentando divulgar na internet também não dá certo... Estar em eventos é ser visto e conhecido e lembrando. 
Acho que eu preciso mesmo é escolher melhor quais eventos eu participarei! 




  

Realmente vale a pena participar de eventos? 

Com tudo isso que eu falei, fica a questão do título deste tópico. E minha resposta é - apesar de tantas coisas que eu falei contra – que vale a pena sim!
Mesmo com tantos problemas, que costumam ser mais culpa de organização do que qualquer coisa, num geral o saldo depende da ideia ou objetivo que se tem com a participação.
Claro que é sempre bom participar de algum evento, expor nossos livros e conversar e conhecer outros autores e até leitores. Por este lado, o saldo acaba por ser positivo! Muitas pessoas maravilhosas que eu conheci fazem parte disso. 
Porém, se formos levar em conta o lado financeiro, não costuma compensar tanto. Tirando o valor da impressão dos livros da conta... Porém, ainda tem alguma taxa de participação (para alugar mesa, por exemplo), combustível ou transporte para ir ao local (seja ir em carro próprio, de uber ou de transporte público). Além disso, toda a logística também soma nesta equação! Quando você vai avaliar tudo, acaba por não compensa, pois os gastos costumam ser maiores do que a venda.
Então, tem que saber realmente avaliar o que vai pesar mais. Eu acho que vale a pena por ser vista e mais pessoas conhecerem meu trabalho, até porque saio distribuindo marcadores e eles vão embora igual vendaval e podem chegar em lugares que eu não alcançaria. Tenho contato com outras pessoas do mercado, então acabo conhecendo outros autores também.
Vendo um livro aqui ou ali, mas acho que se eu fizesse só pelo dinheiro, não continuaria na minha carreira de autora de um modo geral.
Como disse acima, preciso saber escolher melhor minhas participações, pois estes eventos menores têm me frustrado bastante.

 
Bem, pessoal, é isto!
Termino a newsletter de hoje com muitas reflexões, como sempre. Saber pesar o que vale a pena ou não, até neste tipo de coisa. Como tudo na carreira de escritor!
Nos vemos no próximo Boletim de Anelândia! 

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Boletim de Anelândia: #35 - Uma autora, a autocrítica e as críticas (lidando com opiniões negativas)

 
Olá, pessoal! Boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia.
Cá estou hoje para bater mais um papo cabeça autoral com vocês. Eu gosto de escrever meus pensamentos aleatórios na internet desde sempre. E nada mais justo do que falar sobre algo que já me incomodou muito no início, mas que hoje eu consigo ver a sua real importância.
Sim, vamos falar sobre elas, talvez as tão temidas por muitos autores: As Críticas (nossas com nós mesmos; e dos outros).
Enfim, bora lá!

Quem se expõe se arrisca, por bem ou mal

É meio triste dizer isso, mas quem se arrisca e mostra o seu trabalho, no caso dos livros, os publica, está sujeito ao “julgamento de opinião” das outras pessoas.
Seja para o lado bom, que a pessoa gosta; elogia; dá todas as estrelas do mundo; recomenda para outros. Ou do lado ruim, em que a pessoa não gosta (ou até odeia); xinga horrores; dava estrela negativa se possível fosse; fala para os outros não lerem.
Isso sendo bem simplista e lendo as coisas bem preto no branco, porque acredito que tudo tenha partes boas e ruins, até nas críticas. Mas, não vou me aprofundar muito nisso, vou focar só nos dois extremos.
É aquilo, quem bota a cara pode receber ou um tapa ou um carinho.
Eu receosa esperando qual a reação da pessoa! (O meme para descontrair!)
 
 

Tendo maturidade para lidar com isso

Primeiro falando sobre a parte ruim... Quem nunca nessa internet não recebeu uma opinião negativa? Independente de que forma seja, em resenha, em mensagem, em comentário.
Eu mesma já recebi diversas vezes, inclusive em épocas diferentes da minha vida. E sendo sincera, nem sempre eu lidei muito bem com isso, justamente pela falta maturidade.
Muitas vezes, quando recebia críticas, eu chegava a ficar muito mal, duvidando e me questionando sobre as minhas capacidades. Eu me sentia horrível, a pior escritora do mundo e muitas outras coisas. Algumas vezes, até quebrou minha empolgação com a história. E tudo por causa de uma pessoa aleatória na internet sabe?
Ainda me lembro até das sensações, porque foram emoções bem profundas. Vou citar alguns exemplos:
Algumas desqueridas – sim, no plural - que tiveram opiniões demais depois de ler apenas alguns capítulos do meu livro. Uma postou como “resenha” para todo mundo ver, dando uma estrela; e surgiu gente de todo o buraco do “caralivro” para poder comentar e dar razão para a dita cuja. E a outra que eu estava as vésperas de mandar o livro para impressão e a pessoa falou tanto e eu fiquei tão chateada, que a minha vontade foi só jogar o livro inteiro fora e fingir que ele nunca existiu. (E hoje é um dos meus maiores orgulhos como autora!)
Ou da vez quando teve o aniversário de um ano do Café com Letra, em que eu aproveitei uma ideia que já tinha engavetada fazia uns 10 anos e quase ninguém gostou do conto e obviamente, eu perdi o “concurso de aniversário”. A coisa tomou uma escala tão grande – da minha chateação comigo mesma, que ninguém entendeu – que chegaram a me acusar de que eu estava descredibilizando o concurso porque eu não ganhei. (E teve um dos contos numa das coletâneas que eu amei quando escrevi, mas o povo do grupo não gostou e eu passei a odiar! Por que eu era assim?)
Outra foi a vez que uma conhecida me xingou de forma anônima (eu sabia que era ela), dizendo que o que eu tinha escrita foi uma das piores coisas que ela já leu, mandou eu me tratar e “crescer”, porque quem sabe assim eu não conseguisse escrever algo melhor e “mais interessante” (para ela). Essa história já é conhecida por quem me segue a mais tempo... Só que essa foi umas vezes que eu realmente pensei em desistir de tudo nessa coisa de ser escritora!
Foi apenas com o tempo e meu desenvolvimento pessoal e profissional que eu aprendi a separar, finalmente adquirindo a maturidade o suficiente para lidar melhor com as críticas negativas. Finalmente entendendo que algumas opiniões a gente pode aproveitar – se elas fizerem sentido – e outras a gente pode simplesmente descartar e fingir que nunca viu.



 Prints relacionadas às três histórias que eu contei acima! (Porque eu guardo PROVAS!)


Cuidado com o ego

Agora falando dos cuidados que devemos ter com a parte boa!
Inclusive, eu sou daquele tipo de pessoa que fica completamente sem jeito quando alguém me tece um elogio – pessoal mesmo. Não que eu não encare bem, mas eu sou bem introspectiva e só não sei o que responder além de um agradecimento que quase sai num sussurro.
Claro que se pode ficar feliz, contente e sorridente quando o livro é elogiado e a pessoa acaba por falar bem sobre.
Como toda pessoa que trabalha com arte, eu gosto muito e fico muito feliz quando alguém critica de forma positiva alguma história minha. Dá uma enchida no meu ego e também me incentiva ainda mais para continuar. Inclusive, dá para sentir que o que estamos fazendo faz sentido e está tocando outras pessoas.
Ainda lembro quando publicava um dos meus livros no site de fanfics e veio uma moça - acho que era – dizendo quanto a história era especial para ela, isso num capítulo que é um dos mais tensos do livro e a leitora passou por algo semelhante.
Ou outra que chegou e já tinha lido o livro em um lugar, encontrou em outro – porque eu publicava em vários sites – e disse que leria tudo de novo porque amava a história.
E a quantidade de pessoas que nunca tinha sequer interagido comigo, lendo como um leitor fantasma, mas de vez quando dava as caras e diziam o quanto gostavam da história. Ai que se percebe o quanto um livro pode ir longe e quantas pessoas diferentes pode alcançar.
Só que o cuidado que se deve tomar é só para esse ego não acabar ficando inflado demais. É ficar feliz, só que com o pé no chão e tendo a consciência que existe sempre alguma forma de evoluir e não ficar estagnado.
Buscar um equilíbrio justamente entre as duas partes (boas e ruins), ai sim dá certo!

Prints relacionadas às histórias que contei acima!
(A segunda não é comentário propriamente dito, mas é a mesma pessoa!)
 
 

A autocrítica pode ser pior do que a crítica

Estamos aqui só falando sobre os outros, mas existe uma pessoa que é o pior crítico de todos: Nós mesmos!
Digo isso com conhecimento de causa, da minha experiência convivendo comigo mesma. Piadas à parte! O quanto de cobrança que eu faço comigo de vez em quando chega a ser surreal.
Já trabalhei bastante sobre isso na terapia e agora eu sei muito bem enxergar quando essa minha autocrítica acaba por mais me atrapalhar do que ajudar.
Como os outros aspectos que falei, todos aqui devem ser feitos com equilíbrio. Então, um pouco de cada um deles é até bom, mas demais acaba por piorar tudo.
Quantas vezes já não me cobrei para escrever mais ou escrever todos os dias ou criar histórias de forma X, Y ou Z? Quantas vezes já me peguei relendo o que eu escrevi e achando aquilo a pior coisa do mundo e ficar me perguntando o que eu tinha na cabeça quando escrevi?
São tantas cobranças pessoais, de metas pessoais ou profissionais e elas podem acabar apenas sobrecarregando, tornando tudo mais difícil e complicado.
A nossa própria opinião acaba por pesar muito mais pelas que vêm de fora e elas também vêm com mais força, justamente porque nossa cobrança própria é muito maior. Seja esta para alcançar objetivos ou por pura comparação.
O problema é que ela também é bem capaz de fazer mal e causar problemas ainda piores. E quem trabalha com arte, acaba por afetar de uma forma mais profunda.
Como disse, melhor ficar no meio termo. Ter uma crítica consigo sim, mas de uma maneira que seja mais leve e que te impulsione para frente e não te puxe mais para trás.
Um meme velho (e meu) para descontrair!
 
 
Bem, pessoal, é isto!
Espero que tenham gostado do Boletim de Anelândia de hoje.
Nos vemos na próxima! Até!
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