quarta-feira, 26 de março de 2025

Boletim de Anelândia: Bônus #11 - Mais um Capítulo de Mãe de Aluguel (História Inacabada)

 
Olá, pessoas! Boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia.
Trazendo mais um bônus, que é continuação de uma história inacabada, chamada Mãe de Aluguel (um nome provisório). Que é mais uma das histórias doidas que eu escrevia de puro fogo.
Quem quiser ver o começo, só entrar na outra edição bônus onde coloquei o Prólogo.
Hoje, fiquem com o primeiro capítulo - que é até bem curtinho.
 
Capítulo 1 – Grávida do Rei
Emil cumprimentou-me novamente e pediu para que o acompanhasse, pois mostraria os meus aposentos e pelo visto o caminho seria longo, pois logo ele começou a falar:
- Então, você é a moça que teve o bebê da Lady Rebecca e agora terá o bebê real?
- Não sei se posso falar sobre isto com você, não tenho autorização de suas majestades.
- Não se preocupe com isso. Eu serei seu guarda-costas pessoal enquanto estiver aqui. Apresentar-lhe-ei o castelo.
- Então serás minha companhia pelos próximos nove meses?
- Sim. O rei designou-me esta função. Só não posso prometer que será boa companhia.
- Será sim, com toda a certeza. – ri
Até aquele momento não tinha parado para prestar atenção em Emil. Ele tinha os cabelos compridos e uma barba rala, seu corpo aparentava ser atlético mesmo em baixo dos tecidos das roupas. Do tipo que me atraia e muito. Mas, nunca pude atender minhas necessidades carnais, pois estou sempre com bebê atrás de bebê. Apenas conheci alguns homens nas tavernas e dormimos uma noite (ou duas) juntos, naquele período em que não tinha chance alguma de acabar com uma barriga.
Meu ventre é exclusivo para ajudar essas outras mulheres e para, num futuro, meu próprio filho. Alias, o meu sonho é encontrar alguém para ser o pai deste bebê que eu quero ter. Só que está difícil de encontrar.
Então, Emil me tirou dos meus devaneios ao imaginar como ele fica sem todas aquelas roupas.
- Senhorita Mary, quando irá ao quarto do Rei Igor? Sei que é uma pergunta íntima.
- Não é. – corrigi – Irei já está noite.
- Assim tão cedo? As majestades estão realmente com pressa.
- Eu também estaria se fosse a Rainha com a pressão de ter um herdeiro. Eles estão casados já tem uns bons anos, apesar de ainda serem monarcas jovens.
- E você? Tem família?
- Eu tinha. Apenas a minha mãe. Ela morreu um ano atrás.
- Eu sinto muito. – um breve silêncio constrangedor – E chegamos. Não sei o porquê de ser o menor quarto e neste canto tão afastado de tudo.
- Porque eles querem me esconder. É isso!
- Vai ficar nove meses trancafiada neste quarto?
- Com você. – ri – Vamos entrar!
Abri a porta e mesmo sendo o menor quarto do castelo era ainda maior do que a minha casa. Com enormes janelas, duas camas – uma maior e outro bem menor, para um criado -, uma penteadeira e uma estante com livros. E também já tinha uma tina para o banho, mas ela se encontrava vazia.
- O Rei já mandou trazer para mais tarde.
- Deixe as coisas aqui, Emil. Quero ver o palácio.
- Claro, ia fazer exatamente isso.
Meus pertences ficaram e nós fomos passear pelos corredores. Ele me mostrou a Sala do Trono, o Salão de Jantar, o Salão de Treino, a Cozinha e depois caminhamos até o jardim e resolvemos ver a fonte no centro do labirinto.
- Aqui é tão lindo! – comentei – Uma pena que não poderei vir muito aqui.
- Aproveite enquanto pode. Alias, posso perguntar-lhe uma coisa?
- Claro!
- Quanto tempo leva até você descobrir que tem uma criança ai dentro? – e apontou
- Entre três semanas a um mês, isso porque tenho mais experiência nisso.  Quando se tem muitos filhos você sabe desse tipo de coisa.
- Entendo. – ele sorriu, meio sem graça – Isso tudo ainda é estranho para mim. Você vai ter o filho do Rei e não vai ter direito nenhum sobre ele. Muitas moças dariam tudo para se beneficiar disso.
- Eu não quero ascender socialmente. Antes, minha mãe fazia isso para me dar de comer. Começou com alguns comerciantes e depois com pessoas com mais posses e claro, alguns nobres. Quando ela não pode mais, eu assumi o lugar dela e mesmo assim, ainda não consegui o que quero.
- E o que você quer?
- Uma família e claro algum lugar que possa chamar de meu. Uma pequena casa ou algo assim. Eu só quero viver bem e sem ter que me preocupar.
Encontramos logo a fonte e nos sentamos. Fiquei olhando aquele bela paisagem e ouvindo os pássaros cantando. Até que senti a mão dele tocar na minha e um calafrio subir pelas minhas costas e eu me assustei.
- Desculpe-me, foi sem querer. – ele disse
Eu ia responder, mas eu fintei aqueles olhos castanhos e não resisti ao impulso que o calafrio me dera. Estávamos sozinhos e sei que se alguém visse poderia dar algum problema. E, eu o beijei. Sem pudor! Porém, ele não correspondeu, como esperava. Assim que nossos lábios se tocaram, ele me afastou.
- Senhorita Mary, o que estás fazendo? Alguém pode nos ver e isso não lhe será bom. – ele ainda segurava meu rosto com as mãos
- Perdoe-me. Eu...
Ele não me permitiu completar a frase ao ocupar minha boca com seu beijo. Meu primeiro dia no castelo e é claro que eu me sentir atraída por meu guarda pessoal.
- Acho que não podemos fazer isso. Pelo menos não aqui! - ele disse por fim
- Eu me senti atraída, desculpe-me. Não acontecerá mais.
- Eu senti a mesma coisa. – sorriu
-Nós não podemos...
- Eu sei! Isso fica só entre nós!
- Claro! Ninguém precisa saber.
E com isso nosso passeio acabou. Retornamos ao meu quarto.
O resto do dia transcorreu com a arrumação dos meus pertences. Eu trouxe alguns dos meus vestidos que uso quando estou com a barriga já grande. Emil estranhou.
-Para que vestidos enormes assim?
- É para daqui alguns meses, precisa de espaço para a barriga aqui.
O clima ainda estava estranho por conta do beijo do jardim. Resolvi conversar com ele sobre isso:
- Olha, Emil, não quero que pense nada errado sobre mim...
- Só porque me beijou? Você não é nenhuma donzela e nem uma mulher comum.
- Eu sei, mas, eu não quero que esse mínimo acontecimento interfira no que devo fazer. Prefiro que não nos preocupemos com isso agora e sim, quando tudo terminar.
- Tudo bem! – ele riu – Fique tranquila quanto a isso. Eu sou um servo do Rei acima de tudo.
***
O jantar foi servido em meu quarto. Pouco depois, entraram algumas criadas, trazendo água, toalhas e uma roupa para usar na visita ao Rei naquela noite.
Emil saiu um pouco do quarto para que pudesse ficar mais a vontade. Tomei banho sozinha e me vesti sozinha também. Não precisava de ajuda para isso.
Sentei em minha penteadeira e comecei a pentear meus cabelos, fazendo também uma oração para que - que segundo minhas contas era a melhor época para conceber uma criança – desse tudo certo. Provavelmente passaria bem mais que uma só noite com o Rei.
Sai do quarto e encontrei com Emil, que me levou ao quarto, que já estava a minha espera. Eu trajava uma longa camisola e um roupão. Despedi-me de Emil, que disse:
- Ficarei aqui para acompanhá-la de volta ao quarto.
- Obrigada!
Abri a porta, sem precisar ser anunciada e lá estava o Rei Igor, com sua pele um pouco mais acobreada, cabelos e olhos castanhos. Ele vestia apenas uma calça e uma camisa de mangas compridas e estava sentado em sua cama.
- Boa noite, Senhorita Mary. Venha!
Aproximei-me e parei diante dele. Ele abriu o meu roupão, que caiu no chão. Ele me puxou para si, me lançando na cama e vindo para cima de mim, me beijou. Nossos corpos ficaram atracados por uns minutos, até que o Rei tirou a parte de baixo de sua roupa e me possuiu, com vontade. Eu abri as pernas, deitada na cama e eu não estava ali, eu sempre desligava nesse momento, pensava em outra coisa. Gemia pela questão física mesmo, porque sentir algo eu nem sentia. Acabei pensando em Emil, ali no lugar do Rei e não fiquei mal por isso.  Mal podia esperar para poder fazer isso com ele também. O Rei me possuiu mais algumas vezes antes de adormecer. Sendo assim, apenas me levantei, vesti-me e sai.
Emil me esperava na porta e talvez meio constrangido pelos sons que saíram do quarto antes, nem olhou para mim. Apenas pediu para que seguisse. Chegamos ao quarto e dormimos.
***
Os dias se passaram e eu ia ao quarto do Rei todas as noites, depois a Rainha ia para lá para acordar com ele de manhã, para todos acreditarem na história da gravidez dela.
Assim, passaram três semanas e eu já estava me sentindo diferente, eu sabia que já estava grávida, mas decidi esperar um episódio mais claro para que os outros percebessem.
Passava meus dias na companhia do meu guarda-costas. Estávamos construindo uma relação nesse meio tempo. Líamos, conversamos, passeávamos pelo castelo, ele me ensinava umas técnicas de luta, era bem divertido. Nem tocamos novamente no momento do beijo, mas eu já nutria um pequeno sentimento por ele. E foi para ele quem contei primeiro sobre a gravidez.
- Eu estou grávida, Emil.
- Sério? Como sabe?
- Já estou sentindo meu corpo mais sensível e as minhas roupas estão ficando apertadas.
- Assim tão rápido?
- Já tem quase um mês.
- Precisa contar ao Rei e a Rainha.
- Prefiro esperar um pouco, pelo menos até meu corpo dar um sinal mais forte e que possa ser percebido pelos outros.
- Como o quê?
- Como...
Não consegui completar a frase, porque me veio uma vontade de vomitar e eu apenas vomitei todo o café da manhã que acabará de comer. Emil veio desesperadamente ao meu socorro.
- Estás bem?
- Algo como isso. – sorri – Eu estou bem! Agora podemos falar aos monarcas sobre a criança.
Emil convocou uma audiência com os governantes imediatamente. E os sintomas resolveram me afetar todos de uma vez. Eu já estava enjoada e me sentindo um pouco tonta, tive que pedir ajuda dele para chegar ao gabinete do Rei, onde tanto ele quanto a esposa e o conselheiro esperavam.
- Senhorita Mary, vossa alteza. – ele me anunciou
- Entre, querida. – disse a Rainha Gorana ao ver meu estado – Por que está tão pálida? O que aconteceu?
O guarda-costas colocou-me numa cadeira e eu pude responder as perguntas deles.
- Eu estou grávida, majestades.
- Assim tão rápido? – reclamou o conselheiro – Não tem nem um mês.
- Conselheiro, eu conheço o meu corpo e dormi com o Rei sabendo bem a possibilidade alta de conceber a criança.
- E os sintomas? Grávidas tem sintomas. – retrucou novamente
- Vocês os estão vendo. Acabei de vomitar no jardim. Emil, inclusive, viu.
- Sim, senhor. E depois disso, ela ficou tonta.
- Isso é maravilhoso! – comemorou a Rainha – Meu bebê está ai!
- Sim, majestade. – peguei a mão dela e coloquei na minha barriga – Bem pequenino, mas está aqui.
- Agora precisamos montar o plano para que essa gravidez passe despercebida.
- Simples, é só a Senhorita Mary ficar apenas no quarto, ninguém suspeitará. Enquanto isso, a Rainha forja os sintomas por uns dias e anunciamos a gravidez dela.
Emil olhou para mim com pena, estava condenada a ficar trancada num quarto pelos próximos meses, porém eu já estava acostumada com aquilo, não era nem a primeira e nem a última vez que aquilo aconteceria.
 
Bem, pessoal, é isto!
Ainda tenho mais um capítulo dela - ou melhor, parte de um capítulo, pois não terminei - e quem sabe não o traga aqui, talvez só para deixar vocês mais curiosos.
Até a próxima!

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Boletim de Anelândia: #32 - Minha experiência com publicação em físico


Olá, pessoas! Boas-vindas a mais uma edição do nosso querido Boletim de Anelândia.
Continuando a leva de postagens especiais sobre meu aniversário de 20 anos como escritora, trago mais uma edição contando sobre algumas etapas da minha carreira. Também tentando trazer algum aprendizado para quem ainda está começando.
Hoje falarei sobre quando eu finalmente consegui imprimir alguns dos meus livros, ou seja, quando essa autora aqui finalmente teve algum livro em formato físico.
Lembrando que eu falarei da minha experiência como autora independente e também dona da própria editora, o que difere e muito de outros autores.
Enfim, bora lá!

O que realmente precisa?

Primeiro, sem querer iludir ninguém, mas o que se precisa é de dinheiro. Porque pagar impressão em gráfica é bem, mas bem caro! (E ficou muito mais depois da pandemia!)
Mas, como uma autora que costuma fazer tudo sozinha, cuido de todas as etapas do processo de preparação de um livro e, com o tempo, acabei aprendendo em cada uma delas; fosse como funciona ou apanhando ao mexer em programas específicos.
A revisão é a mais de boas, porque num editor de texto simples já dá para fazer. Sei que não é o ideal, mas pensando como autora que economiza para focar na impressão, eu mesma revisava o livro. Atualmente, conto com a ajuda de digníssimo nessa etapa.
Depois fazer a capa e a diagramação, tomando cuidado com as margens e fazendo os cálculos certinhos para a capa aberta fique certinha na hora de montar tudo; assim da mesma forma que a diagramação. E claro, escolhendo qual o melhor tamanho para o seu livro, pois existem vários.
Se preocupar com o registro do livro na CBL (Câmara Brasileira do Livro), pagando para gerar o ISBN; depois fazendo a ficha catalográfica (que entra na diagramação) e o código de barras, este que vai no verso do livro.
Pesquisar uma gráfica, puxando orçamento de uma e de outra, comparando preços e ver qual pode oferecer um melhor serviço para a impressão do livro.
Muita coisa né? Pois é! Tem algumas etapas a mais do que na publicação de um ebook, mas ainda assim é bastante trabalhoso e custoso. Eu corto muitos destes custos justamente porque eu tive muita paciência da primeira vez e sai pesquisando de que formas eu poderia cortar alguns gastos destes. Se eu fosse pagar por tudo isso, pode colocar o dobro nesta conta ai!
Depois que eu publiquei que eu finalmente entendi quando outros autores diziam que a parte mais uma fácil é escrever o livro... Isso sem contar que tem gente que ainda acha que você está vendendo o livro “muito caro”.

Quando eu decidi imprimir meus livros

Na verdade, a questão é: Quando eu pude imprimir meus livros...
Lembram que eu falei que precisa de dinheiro? Foi justamente quando eu tive, ou melhor, quando comecei a trabalhar no meu CLT e fui guardando meus primeiros salários com este objetivo (e também para participar da Bienal).
Como era em 2019 – que eu vou contar com mais detalhes logo – acabou que nem me foi tão custoso assim, já que eu quase não tinha outras despesas. Foi caro sim, mas isso eu já tinha uma ideia pois outros autores me falaram.
E desde então, tento ao máximo fazer os livros físicos que eu consigo, mas, desde a pandemia, a coisa mudou muito de figura.
 

Minhas experiências até então


Vou contar, de uma forma bem breve, cada uma destas vezes. Não foram muitas, mas qualquer experiência é válida!

2019: JV1 e DEA

A primeira oficialmente foi a do JV1, sendo a do DEA poucos meses depois, mas que eu considero ter sido junto.
Foi aqui que eu só meti a cara e a coragem, com muita pesquisa e muita vontade de ver meu livro impresso.
O livro do Jimmy foi todo feito por mim, enquanto do DEA, teve aquela história de que eu ganhei a diagramação e capa num sorteio; só que eu ainda quero muito eu mesma fazer uma segunda edição dele. Quem sabe quando acabar a primeira né?
Fiz em duas gráficas diferentes e foram ótimas experiências. E quase que o livro do DEA não chega a tempo da Bienal de 2019, pois eu fiquei atribulada ou melhor, enrolada até o pescoço com um outro projeto que estava fazendo parte (que eu contei numa outra edição).
E adiciona nesta conta ai, que teve promoção de marcadores e de brindes também, para os dois livros. (Sem que os filtro dos sonhos do Jimmy sou eu quem faço manualmente! Cada um deles!)




2020: JV2

Já no ano seguinte, na mesma gráfica do primeiro, fiz o segundo volume da série. Não teve muita dificuldade, pois eu já sabia o caminho das pedras e como é uma série, algumas coisas do design acabam por ser fixas, só alterando algumas imagens. O que realmente facilita do que você ter que criar tudo do zero.
Fiz na mesma gráfica do primeiro, bem no meio da pandemia; tanto que fomos buscar o livro de carro, usando de todas as formas de proteção possíveis.
Mudaram algumas coisas de registro nesse meio tempo – foi neste momento em que passou para a CBL – e antes era com a Biblioteca Nacional. E confesso que com a CBL foi bem fácil e prático... Só fiquei revoltada pois na BN, eu paguei o valor para me cadastrar como autora, algo que foi uns 300 reais; só para no ano seguinte mudar tudo.
Foi uma experiência bem tranquila também, pois eu tive toda a paz do mundo para fazer, já que meu trabalho tinha suspendido todas as atividades.
A minha sorte foi que essa impressão foi bem antes dos valores subirem... Se eu esperasse mais alguns meses talvez nem fosse o mesmo valor. (Teve marcador de brinde também!)


2024/2025: JV3

Esta foi a minha última experiência - e que ainda está rolando, na verdade.
Vocês já devem saber que tinha uns bons anos – talvez uns dois – que eu queria fazer o lançamento do JV3, porém por muitas razões pessoais, só fui adiando e adiando...
Só que chegou no finalzinho de 2024 e eu falei: Tem que ser agora! Num aguento mais!
Eu já estava com a capa pronta, já tinha feito os marcadores. Só tive que terminar algumas partes do processo, como terminar de digitar o manuscrito - já que o livro foi todo escrito num caderno – revisar, diagramar e tudo o mais.
A coisa começou a dar ruim quando fui procurar uma gráfica! Primeiro que eu sempre faço pesquisas para poder comparar e tudo o mais; juntando com a subida que os valores tiveram, isso era ainda mais necessário.
A minha gráfica de sempre estava mais cara do que eu podia arcar, visto que agora eu tenho bem mais despesas - então, fui na caça de outra mais em conta. Não vou citar os nomes só para evitar a fadiga, mas encontrei uma que fazia bem mais em conta e resolvi testar para poder outras opções. E ai que começou o “Barato que sai caro!”.
Primeiro que eu mandei o livro em meados de Novembro, demorou um tempão para chegar – o que explica o 2025 no título - e bem, confesso que não consegui ficar feliz quando meu livro chegou. Ainda estou tentando resolver – vamos ver se consigo – o problema que teve na impressão, porque senão terei que vender os livros do jeito que estão.
Não quero me alongar muito aqui, pois esta a minha experiência atual e ainda não teve resolução. Quem sabe, quando acabar tudo, eu deixo uma atualização aqui com o que aconteceu. Mas, já me adianto que talvez nem faça com eles de novo, pois ficou bem aquém do que eu sei que posso entregar como autora.



Dicas para autores que querem imprimir seus livros

E para fechar esta edição, a minha pequena dose de conselhos aos autores. Especialmente aqueles que estão começando e ficam cheio de sonhos e vontades e tudo o mais. Não quero estragar as expectativas de vocês, mas preciso falar a dura realidade.
A primeira é que ter um livro impresso não deve ser uma grande prioridade, a não ser que você realmente tenha condições para custear e fazer isso. Agora, se você não tiver e tiver que ir atrás de uma editora para fazer isso... Cabe muita pesquisa e o dobro de paciência, porque realmente tem muita editora por aí que não faz só publicação tradicional – que é aquela que você não paga – mas fazem de outra forma, acabando ser tão caro quanto.
Só que, cada autor sabe do seu cada qual; o que melhor para si e para os seus livros.
Eu tinha muita vontade de fazer meus livros em físico, mas sabia que ia fazer isso de forma independente e fiz por onde para que isso acontecesse. Então, se você autora sabe o que quer para o seu livro, faça por ele assim.


Bem, pessoal, terminando por aqui mais uma edição do Boletim de Anelândia.
Nos vemos na próxima! Até!

sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Boletim de Anelândia: #31 - Sou menos autora por não ter nenhum prêmio? (Sobre comparações e não-reconhecimento)


Olá, pessoal! Boas-vindas a primeira edição do Boletim de Anelândia de 2025.
Espero que tenham aproveitado as festas de final de ano da melhor forma. Continuando a nossa programação da newsletter especial de 20 anos, ainda misturando uns temas que eu acabo por falar aqui.
Hoje vou comentar sobre eu ser escritora, mas nunca sequer tem ganhado nenhum concurso ou prêmio por conta de alguma coisa que eu escrevi e como isso já pesou muito na minha cabeça e no final, acaba por trazer reflexões demais, como sempre!
Então, sigam-me na linha de pensamento.

 

Não foi por falta de tentativa

Desde que eu realmente me interessei em levar a minha carreira como escritora mais a sério, a gente tenta, de alguma forma, participar de coisas que podem nos dar um certo reconhecimento e obviamente os concursos e premiações entram nessa lista.
Eu já participei desde concursos de grupos que participava no finado “caralivro” até concursos de editora para conseguir publicar meu livro, inclusive o famoso The Wattys do Wattpad.
E em todas as vezes, o resultado foi o mesmo: Eu nunca ganhei nada. Fosse por escolha de um júri ou por votação popular, os resultados sempre diziam outros nomes que não o meu.
Ainda lembro claramente da quantidade de vezes em que participei, tendo alguma esperança - porque a gente pode ter a expectativa – e acabar por me frustrar quando eu via que não tinha dado certo... De novo!
Ficava profundamente magoada em todas as vezes, só que eu continuava tentando e tentando, até que teve simplesmente uma hora que eu cansei e não quis mais, pois a minha sanidade valia mais.
Eu literalmente me matando tentando pensar em ideias para estes concursos e nunca dava certo.
 
 

Será que o problema era comigo?

Nesses meus momentos de frustração, eu sempre ficava me perguntando qual era o motivo... Se é que tinha algum! Tudo culpa do meu MBTI, que é Lógico.
Muitas vezes, eu tentava buscar uma culpa em mim mesma. Eu que não tive uma ideia boa e as pessoas não gostaram ou que eu não era popular o suficiente para que as pessoas votassem em mim.
Teve uma vez, no famoso Café com Letra, que até separei uma edição para comentar sobre, que teve a edição especial de aniversário em que fizeram um concurso especial e eu lancei uma história que tinha anos que estava guardada – A Busca da Criatividade – e só recebi críticas (que fizeram sentido depois) que me deixaram muito triste. Isso porque, em outros meses, talvez sem a pressão de saber que era um concurso, talvez eu tivesse escrito uma boa história, mas não valia nada. Quando foi para valer, eu fiz tudo errado! (Era o pensamento que eu tive naquele momento.)
Minha reclamação dentro do grupo foi tão grande que até chegaram a me acusar de que eu queria descredibilizar o concurso porque eu não tinha ganhado. Sendo que quem me conhece sabe que eu sou a pessoa que mais se anula em qualquer situação e foi justamente isso que eu fiz. E tive que me justificar! (Talvez fosse ainda a minha imaturidade com as críticas negativas.)
Pior que não era só a frustração pessoal não... Chegou já a acontecer, umas duas vezes, se minhas contas estiverem certas, de que eu realmente tinha alguma chance, mas o concurso simplesmente implodia, ou melhor, era cancelado e nem eu e nem ninguém ganhava nada.
O primeiro foi de um grupo novo que eu entrei, naquela rede azul e teve o primeiro mês do concurso de contos... Normal! Ai chegou o segundo mês, participaram eu e mais uma pessoa – que é uma leitora minha – e ela mesma me disse que eu ia ganhar o concurso mensal. Cês acreditam que o grupo simplesmente acabou do nada? Pois é!
Da outra vez, eu enviei o JV1 – sem 90% das mudanças que eu fiz depois – para o concurso de publicação tradicional que uma editora promoveu. Ainda lembro que tive que imprimir uma parte do livro para enviar. O concurso foi cancelado, mas eu recebi um e-mail da editora perguntando se eu não tinha interesse em fazer uma publicação com eles – provavelmente paga –, mas o que me pegou foi que escreveram o nome do livro errado. Juro!
Ai me diz: você não pensa que tem algo errado com você quando acontece algo assim? Eu fico encucada até hoje com as duas situações! Claro que, não era 100% certo de que eu ia ganhar, talvez fosse mais uma vez que ia perder... Enfim, espero que tenham entendido o meu ponto!
Só uma representação do concurso simplesmente "sumindo" e eu seguindo o baile.
 

Hoje eu só desencanei mesmo e vida de que segue

Nessa altura já cheguei à conclusão de que eu não sou autora de prêmios e está tudo bem! O reconhecimento pode vir de outras maneiras além de algum concurso ou prêmio.
Por outro lado, sempre surge aquela maldita comparação com os outros autores, ainda mais aqueles que acumulam algumas dessas vitórias e reconhecimentos. Você ter o título é relativamente importante e tem gente que realmente liga para isso. Antes, eu ligava e até pensava que minhas histórias só teriam valor se eu tivesse também estes títulos, estes reconhecimentos, estas validações.
Porque um prêmio é justamente isso, é uma validação daquilo que você faz. Que aquele seu texto, conto, história ou livro teve algo a mais e que despertou a atenção de outros que te gratificaram com isso.
E nos meus longos anos de terapia (e seguindo também como autora) é de que nem sempre é preciso fazer algo buscando alguma aprovação ou validação dos outros. Por isso que eu realmente parei de tentar, porque eu senti que realmente não precisava disso.
 

Um prêmio, na real, nem significa tanto assim...

Ou será que eu digo isso só por que eu não tenho um né? Brincadeiras à parte, mas ninguém “menos autor” ou “mais autor” só porque nunca recebeu algum prêmio ou ganhou algum concurso.  
Obviamente, receber um tem importância e significado... Não estou invalidando isso! (Se não daqui a pouco o povo vem com todas as pedras na mão!) Nós autores já lidamos com tanta coisa negativa que um reconhecimento desse tipo é sim algo a ser comemorado.
Só que, como eu falei acima, o reconhecimento do nosso trabalho pode vir de outras formas sem ser alguma vitória em algum concurso. Nem tudo precisa ser uma disputa! Nós estamos juntos nessa corrida, cada um no seu próprio ritmo.
Para mim, tem bastante significado quando uma pessoa comenta o quanto gostou do livro, que adora minhas obras, que te me acompanha já tem alguns anos. São algumas pequenas validações e que também valem a pena.
Pode até parecer um pouco simplório, mas realmente se algum livro meu deixa uma pessoa feliz, mesmo que essa pessoa seja eu mesma, para mim já está de bom tamanho.
O que importa é que eu gosto do que eu faço e sei que um dia, de uma forma natural, essa coisa vai alcançar a muitas outras.
Eu feliz e seguindo um dia de cada vez!

 
Com esse clima de otimismo, o que é um milagre, vou terminando por esta edição do Boletim de Anelândia.
Só espero que não me odeiem depois de tudo o que eu falei, porque a gata aqui adora cutucar em vespeiro em assunto literário.
Até a próxima!
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