sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

Capítulo 16 - O ex ataca novamente

Ontem, eu e Gustavo tivemos uma conversa um pouco séria e até tensa, talvez mais do meu ponto de vista do que do dele. Eu não sei se o que ele está sentindo por mim é mais do que eu sinto por ele. Na verdade, eu ainda não tinha parado para pensar direito sobre minha relação e muito menos meus sentimentos por ele. Só estou levando isso como uma amizade colorida e uma companhia de foda mesmo. Não me vejo namorando alguém ainda, não ao pensar racionalmente no assunto.

Logo de manhã, acordo, tomo meu café, me arrumo e vou para a minha terapia. Eu vou uma vez a cada quinze dias! Tem já alguns anos, quase dois para ser exata. E o foco do dia eram sobre meus complexos com o blog, com o reaparecimento do meu ex e também da conversa com o Gustavo.

Tinha acontecido muita coisa nesses poucos 15 dias, mas do meu amigo de foda ela já sabia. Mas, as outras coisas eu vou ter que atualizá-la. Não sei se uma hora de sessão vai ser suficiente para tal. Cheguei, nos cumprimentamos e me sentei numa das poltronas e ela ficou na outra. Logo ela perguntou como eu estava e o que tinha acontecido no intervalo de tempo entre uma sessão e outra. E logo fui despejando tudo, contando com mais detalhes sobre o reaparecimento do meu ex, o almoço de família e sobre o Gustavo. E ela, pontualmente, comentou sobre os assuntos.

- Não acha que está na hora de dar um ponto final nessa história com seu ex? Entendo que já falou com ele diversas vezes e há a medida restritiva, antes que aconteça algo mais grave, diga que você realmente não quer mais nada, em alto e bom som.

- Isso vai ser difícil. Tanto para ele entender, já que não respeita a distância, quanto eu conseguir falar sobre.

- Não vale a pena tentar? Transfira a força que aquela Helena do blog tem para a Helena da vida real. Aquela está em algum lugar ai!

- Eu estava pensando nisso. Estou cansada de fugir.

E falou sobre meu anonimato com o blog...

- E também precisa criar coragem para contar a sua família sobre o blog. Eles precisam saber!

- Seria muito criticada por eles.

- Mas e sua irmã e prima? Comece por elas!

- É uma boa ideia! – sorri

E sobre o Gustavo...

- Ele te perguntou isso?

- Sim. Eu fiquei tão nervosa! Talvez seja porque não me sinto pronta pra outro relacionamento.

- Não, você sente medo de se machucar igual antes. Porque, por mais entranha que seja, você já tem uma relação com ele. Sabe o que sente por ele?

- Eu nunca tinha parado para pensar...

- Você gosta dele. Do jeito que fala, dá para perceber! Agora se é por amizade ou por romance, só você pode dizer. Reflita sobre isso! Mas, da mesma maneira que ele falou, não se pressione, faça no seu tempo.

E assim, conversamos sobre mais algumas coisas da minha autoconfiança e sobre o resultado dos exercícios que tenho feito nos últimos tempos. E por incrível que parível, a sessão acabou no horário.

Sai de lá e parei para almoçar no caminho, aproveitando para ir a um dos restaurantes que mais gosto e que tem perto da minha casa, o mesmo em que encontrei o Pedro naquele domingo à noite e fugi dele de novo. Minha terapeuta tem razão: tenho que dar um ponto final nisso, de uma vez. Eu já tentei outras vezes, mas mais fugindo do que enfrentando.

Depois de comer, voltei para casa, tomei um banho e fiquei de bobeira assistindo algo na TV, sem perceber a hora passar.

Então, enquanto relaxava tomando uma xícara de chá, já no meio da tarde, meu interfone toca. O que indica uma visita! Não, a única pessoa que estou esperando é o Gustavo e mais tarde. Quem será? Atendo e o porteiro diz:

- Sra. Helena , tem um homem aqui chamado Pedro, ele quer saber se tem permissão para subir.

Não acredito que ele me encontrou de novo. Que inferno! E o porteiro deu a minha localização dentro do condomínio de mão beijada para ele. Tudo bem que ele não sabe do histórico, não o culpo, ela só está fazendo o trabalho dele. A questão é: como ele me achou? Será que alguém o indicou?

Bom, não era muita hora para pensar nisso. Queria ter mais calma e preparo para lidar com a tarefa que recebi da psicóloga, mas a vida quis pregar mais uma de suas peças. Eu queria escolher esse momento, mas tudo bem. Então, me motivei mentalmente para conseguir. Imediatamente respondi:

- Não! Eu desço ai! Obrigada!

Com a roupa que estava, peguei o elevador e desci. Assim que porta se abriu, sai e lá estava ele, de braços cruzados na entrada e assim que me viu, sorriu maliciosamente. Aproximei-me dele, que disse:

- Helena, querida. Descobri que você morava aqui e vim te ver.

- E quem te disse que morava aqui?

- Ora, seu irmão.

- Ah, ele. – sorri, sem graça – E o que você quer?

Ele ficou uns segundos em silêncio, sem entender se aquilo era de verdade, eu não tinha fugido ainda.

- Vim lhe falar para voltar a namorar comigo.

- Olha, Pedro, eu já te disse que não.

- E por que não? A gente se dava tão bem. Por favor, eu te amo.

- Eu já te disse meus motivos todas às outras vezes. E infelizmente, não é só amor que sustenta uma relação.

- Helena, por favor, eu preciso de você.

- Não, você não precisa. – soltei, já sentindo a raiva subir a minha espinha – Você precisa é de uma mulher para inflar seu ego e ser o seu capacho.

- Não diga isso, Helena. Eu nunca te tratei mal!

- Ah, Pedro, faça-me o favor. Isso é mentira! Nunca vou esquecer quantos vezes você mandou-me trocar de roupa, me proibiu de sair, e claro, quando pegou todos os meus rascunhos e jogou fora. Você fazia eu me sentir péssima todos os dias! Eu sentia que não valia nada! Eu posso ficar horas e mais horas aqui listando todos os traumas que você me deu e até hoje eu tento curar.

- Eu posso te ajudar com isso.

- Entenda! Eu não quero mais nada com você! - gritei

- Mas, a sua mãe disse...

- Como é que é? – bufei – O que ela disse?

- Disse que você ainda gostava de mim e fugia por medo.

- Eu não acredito nisso! – cruzei os braços – Saiba que ela mentiu para você.

- Helena... – ele ainda insistia e pegou no meu braço

- Não encosta em mim! – esbravejei

E então, me agarrou a força, segurando meus pulsos. Eu sabia que ia me forçar de novo a beijá-lo. Tentei inutilmente me soltar e vi que foi uma péssima decisão ter descido. Eis que escuto o portão do condomínio abrir e fechar logo em seguida e rapidamente olho para a direção do som e lá vem Gustavo, com a bolsa dos seus equipamentos transpassada no peito, se aproximar. Então, tirou a mão de Pedro de cima de mim e falou:

- Ela já não foi o suficientemente clara que não quer mais nada com você?!

- Ei, cara, a gente só estava conversando.

- Conversando? Sei!

- Agora ela precisa de você para se defender?

- Se necessário for, sim! Mas, sei bem que ela se vira sozinha.

- Vai ficar mesmo com esse merda, Helena? Vai me trocar por esse cara?

- E se for, o que pode fazer? Nada! – respondi – E, por favor, quero que respeite a minha decisão!

- Eu vou falar sobre isso com sua família e a sua mãe.

- Acredite, me ameaçar com isso não funciona mais. Não sou mais a mesma pessoa que conheceu.

- É isso o que vamos ver!

- Ah, Pedro, faça o que você quiser. Eu não quero mais nada com você e quero que respeite a distância.

- Você ainda vai perceber que sou o melhor para você.

E simplesmente saiu. Eu me mantive com o olhar firme sobre ele, até que ele se virou e me observou uma última vez. E eu fiquei séria e imponente. Eu precisava encarar isso. Não foi da forma que eu esperava e sei que isso ainda não teve um “ponto final”. Eu só quero ter paz!

Assim que ele sumiu de vista, eu baixei meu olhar e senti o fundo dos olhos arderem e as lágrimas querendo sair. Gustavo perguntou:

- Você está bem? Desculpa, eu não queria me meter nesse seu assunto de novo.

- Não, tudo bem. Obrigada! – sorri, olhando para ele – Eu preciso é resolver isso de uma vez! Eu não aguento mais! Só quero viver em paz!

- Quer ir lá para casa? – ele indagou

- Sim, eu preciso de companhia agora.

Entramos, subimos de elevador e fomos para o apartamento dele.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Capítulo 15 – Trabalho sem fim

Foi meio difícil trabalhar depois daquela noite maravilhosa com a Helena. Não sei se tudo o que aconteceu foi por causa do ex dela ter reaparecido. Junto com meu cansaço e preocupação por causa dela, foi complicado manter a concentração durante a sessão de fotos. Fui a um parque que tem aqui na cidade fazer um ensaio de 15 anos. Os pais da aniversariante se interessaram pelo meu trabalho porque eu faço coisas variadas.

Foi um ensaio leve e divertido! A menina ficou com vergonha no início, mas eu fui brincando com ela e a deixando mais à vontade. As fotos ficaram lindas e tanto a menina e os pais adoraram o resultado.

Durante o trajeto de volta, recebi mensagem da Helena me chamando para jantar. Dessa vez não foi uma refeição tão elaborada e que eu gosto muito, porém ela não superou a receita da minha mãe.

Ela me surpreendeu contando o ocorrido com ela mais cedo e também fez um pedido, justamente por causa do ex. Agora, para casos eventuais, vou fingir ser o namorado dela. Eu espero que o plano funcione!

Depois que arrumamos toda a bagunça do jantar, não resistimos muito tempo e começamos a nos agarrar ali mesmo e fomos para o quarto. Ela tinha me prometido a calcinha comestível e logo levantei o vestido dela para ver e lá estava, minúscula e bem vermelha. Não pensei duas vezes e mordi uma das bordas e comi um pedaço e senti o gosto de morango. Comi um pouco daquele lado e deixei a mostra o que eu queria da Helena. Mordi o outro lado e puxei, levando a peça pendurada na boca e jogando em cima da Helena.

- Você nem comeu tudo. – ela protestou

- Deixei um pedaço para você. É de morango! – sorri faceiro

Ela comeu uma parte e sorriu.

- Realmente é bem gostoso! Lembra sorvete e acabei de lembrar que o meu acabou. – riu

Dei um beijo nela, com vontade. Senti um calafrio subir no meu corpo e um calor dentro da minha bermuda, mas eu podia esperar por isso um pouco mais.

Fui em direção a parte livre de Helena, onde antes estava a calcinha que comi parte e comecei a lamber, morder de leve, enquanto ela se abria cada vez mais para mim, gemendo baixo.

- Gustavo, por favor. – ela pediu

- Por favor, o quê?

- Só vem logo. Eu quero você!

- O que anda acontecendo com você esses dias?

- Não esquece a camisinha, tem daquelas na gaveta.

- Pode deixar!

Tirei a bermuda e a cueca e coloquei a proteção. Até eu estava assustado no quão duro eu estava, nunca achei ser possível ficar daquele tamanho. Não que eu tenha dos maiores, mas ele estava além do normal.

Penetrei e comecei os movimentos que sempre faço de vai e vem. Helena estava relaxada e estirada na cama, o que é uma bela visão. Mas, não queria ela ali, a queria mais perto.

- Ei, H, chega mais perto.

Não reclamou, apenas a ajudei a levantar e ela ficou sentada da minha frente, abraçada a mim e começou a se mexer. Ela descabelava meus cabelos e olhava diretamente nos meus olhos enquanto rebolava em cima de mim. Não resisti e a beijei com vontade de novo, depois apertei levemente seus seios. Seu corpo se contorcia com os estímulos!

Nenhum de nós dois estava com pressa para acabar. Ficamos ainda mais um tempo naquela posição e fomos trocando, o que gerava gemidos diferentes, vindo tanto de mim quanto dela. Por fim, ela ficou de quatro e só me implorou para ir com mais força. E acabou me apertando inteira antes que nós gozássemos.

Ela ficou caída de bruços na cama e eu sentei ao lado dela. O cabelo escondendo o rosto. Revelei seu rosto e sorri para ela, que respondeu da mesma forma.

- Vai dormir aqui hoje? Ou vai trabalhar amanhã?

- Amanhã vai ser cedo, mas bem que eu queria fica aqui.

- Melhor ir descansar. – disse e se sentou a minha frente

- Eu ainda nem sei como agradecer por tudo.

- Não precisa, já falei. Somos amigos.

- Amigos, H? – não sei porquê disse isso, mas saiu

- Amigos coloridos! – sorriu

- E se eu quisesse algo mais com você?

- Tipo?

- Se o nosso namoro não fosse mentira para espantar o seu ex.

- Por que veio com essa pergunta do nada? – ela parecia na defensiva

- Eu só quero saber! – peguei em sua mão – Seja sincera!

- Eu aceitaria! Eu gosto muito de você, G!

- Eu também gosto muito de você, H.

- Só que eu ainda não me sinto 100% pronta para entrar num relacionamento de novo, mesmo depois de tanto tempo do meu ex.

- Não se sinta pressionada. – resolvi me explicar – Sabe que não faria nada que você não quisesse. Podemos ir com calma. – coloquei uma mecha de cabelo dela atrás da orelha

- Obrigada por entender. Por favor, não ache que estou sendo evasiva.

- É o mínimo que posso fazer. E fosse evasiva, H, eu não estaria nem aqui.

- Eu só tenho medo por um lado sabe. – suspirou – Eu vou precisar falar disso na terapia amanhã.

- Eu entendo perfeitamente.

Apenas nos abraçamos depois disso. Eu não sei que impulso tive de perguntar tudo isso para a Helena. Acho que nós estamos começando a ficar confusos com essa nossa relação.

Voltei para casa e logo fui dormir. Eu tenho uma sessão de fotos logo agora de manhã. E ainda haverá outra sessão à tarde. Ambas vão ser longas!

Por enquanto, estou num quarto de motel esperando que as minhas clientes, que são duas amigas terminem de se arrumar. Elas querem fazer um ensaio sensual, bem do estilo do que fiz com a Helena, para ter as fotos para si. Talvez até façam umas nudes mais sofisticadas! Obviamente elas são leitoras assíduas do Contemporânea Erótica. E este quarto, é um dos mais caros ouso dizer, foi escolhido como o nosso cenário. Não acho tão esquisito, é até aceitável porque está bem decorado e dá muito para aproveitar todos os espaços para as fotos.

As duas amigas que serão minhas modelos estão bem longe de ter estar dentro do ideal de beleza que se vê por ai. Ambas já são mães e estão longe de serem o símbolo da magreza. E eu acho que é essa é a beleza de todas as pessoas, é ser diferente entre si. Existem vários tipos de corpos, em altura, no formato de corpo, cor dos cabelos, cor da pele. E foram essas nuances que me fizeram virar fotógrafo, para poder mostrar isso, da forma como vejo essa beleza. Foi isso o que eu pensei quando fiz a proposta das fotos para a Helena. Eu sabia que as fotos que ela postava no blog tinham potencial para serem maravilhosas, mas eu sei o quanto as próprias pessoas veem o corpo delas de forma diferente. É por isso que eu amo fotografar pessoas e não lugares, porque gosto de ver a reação delas quando percebem que podem ficar bonitas em fotos. Muitas pessoas acreditam que não são bonitas, mas eu discordo. Cada pessoa é bonita a sua maneira!

As mulheres saíram vestindo roupões e ainda com um pouco de vergonha de mim. Estavam com cabelos arrumados e com a maquiagem bem forte. Ainda lembro o que elas disseram que queriam com este ensaio. Apenas se sentirem mais confiantes e terem essas fotos de lembrança para si!

- Querem começar por onde? – perguntei do jeito mais natural possível

- Na cama? Pode ser? – uma delas disse confusa

- Comecemos por lá então. Querem colocar uma música para ficarem mais à vontade?

- Sim, por favor!

E assim o fizemos. Ironicamente, esse ensaio me lembrou um bocado o que eu fiz com a Helena. Toda a vergonha e a parte da música – que é até bem normal de pedir para colocarem – e depois elas se soltaram. Iam cantando e dançando e rindo uma da outra. Elas estavam leves e eu também! Tiramos fotos no jardim e até na banheira do quarto. Foi uma manhã muito divertida!

Depois que terminamos as fotos, elas se trocaram, me pagaram e nos despedimos na entrada do motel. Os atendentes até acharam engraçado toda a situação, mas aceitaram de boas. Até porque provavelmente devem ter visto coisa mais estranhas!

Peguei um ônibus em direção ao meu destino da tarde, que era fotografar mais uma festa de aniversário, dessa vez num daqueles salões infantis. A minha barriga já estava roncando e eu estava rezando para que tivesse almoço na festa. E minhas expectativas estomacais e digestivas foram atendidas, teve almoço e tudo mais que tinha direto na festa.

Esse trabalho durou até mais menos umas quatro da tarde, então, após receber, agradeci e peguei outro ônibus de volta para casa. Eu me arrependo e muito de não ter feito autoescola e não sabe dirigir, tem dia é que é horrível andar com esses equipamentos no transporte. Diversas vezes eles já quase caíram e quebraram, ainda bem que tenho bons reflexos.

Desci no ponto que é um pouco antes do prédio e caminhei pela calçada até ver a entrada. Não leva cinco minutos e me surpreendo com a cena que vejo. Helena está conversando com alguém ali no hall da frente, ou melhor, gritando com alguém. Não demora muito para eu distinguir quem é quando ele simplesmente se acha no direito de agarrá-la. O meu sangue ferve e eu não penso duas vezes antes de fazer alguma coisa!

 
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