sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Capítulo 14 - Apenas mais um acordo?

Eu transei de novo com o Gustavo ontem à noite, mesmo depois de tudo o que aconteceu com o aparecimento do meu ex lá na praça. Mesmo preenchida pelos medos e pela aflição do meu ex me encontrar de novo. Devo confessar que eu estava com saudade do Gustavo, mas não apenas da companhia dele, mas do sexo também. E eu estava tão louca por ele que quis sentí-lo por inteiro e plenamente dessa vez. A sensação quente que me preencheu quando atingimos o ápice foi maravilhosa.

Eu poderia ficar a noite toda ali, deitada sob o corpo dele enquanto ele fazia carinho em meus cabelos. Porém, diferente de mim, ele iria trabalhar e não podia tirar-lhe a noite de sono prendendo ele no meu apartamento. Levantei-me e o chamei para tomar banho comigo, que estranhou.

- Helena, você me chamando para tomar banho junto?

- Tem sempre a primeira vez. Alias, não vou te mandar para casa todo fedendo a sexo, mesmo que more do outro lado do corredor.

Ainda bem que ele aceitou. Joguei a minha cabeça debaixo do chuveiro, mesmo que tivesse bem pouco tempo que o cabelo estava úmido. Gustavo também entrou naquela água gelada. E o que era óbvio aconteceu, a gente acabou se atracando de novo no chuveiro. Mal nos secamos e me carregou no colo até a cama, me jogando nela. Ele claramente queria de novo e eu também. E dessa vez, deixei que ele assumisse a situação e me usasse do jeito que quisesse. Entreguei-me totalmente a ele. Sentindo meu corpo pulsar e se arrepiar com cada toque das mãos dele. Nossas bocas não se desgrudavam nem um segundo, enquanto ele investia dentro de mim e eu segurava meus gemidos porque a parede do vizinho era bem ali do lado e eu não queria que nos ouvissem pois já era tarde.

Não demorou para que eu tivesse o meu segundo orgasmo por causa do Gustavo. Meu corpo inteiro se contraiu e o senti me apertar em seus braços e sabia que ele tinha chegado lá também. No fim, nos olhamos e sorrimos um para o outro.

- Acho que vou dormir aqui. – disse ele – Eu não aguento andar depois disso.

- Não vai mesmo te atrapalhar pra amanhã?

- Eu vou só depois do almoço, de manhã estou livre.

Sorri com a resposta, peguei um cobertor e nos cobrimos. Dormimos abraçados um no outro, num silêncio que só aquela noite permitia.

***

Acordei só quando o sol me incomodou e Gustavo ainda dormia do meu lado, mas deitado de bruços. Eu percebi que ele se mexeu durante a noite e acabou se descobrindo, o que agora deixava que eu visse sua bunda num momento privilegiado. A vontade de dar um tapa era grande, mas quis deixar o anjinho dormindo. Coloquei a coberta nele, vesti uma roupa e rumei em direção a cozinha, para fazer o café da manhã.

Enquanto remexia as panelas, preparando os ovos mexidos e o café terminava de passar no coador de pano, ele acordou e parou na frente da porta da cozinha. Virei-me para dar bom dia, mas tomei um leve susto quando vi que ele estava pelado. (Não que fosse nada que já não tivesse visto. Só que meus olhos foram direto para o abdômen e “vocês sabem onde” dele.)

- Vai se vestir para podermos comer.

- Você está me mimando demais, assim vou ficar mal acostumado.

- É só um café da manhã, Gustavo.

- Depois de uma foda e de eu ter dormido aqui. O que você está tramando, Helena?

- Não estou tramando nada! – respondi

- Transamos sem camisinha ontem. Se quer me aplicar o golpe da barriga...

- Para de graça! Eu sou independente e tenho meu próprio dinheiro.

- Então, por que quis fazer sem logo agora?

- Gustavo, eu só quis. – fiz careta – Claro que tenho medo de engravidar...

- Eu estou brincando, você sabe. Não vou te julgar! Mas, está difícil colocar nossas transas numa lista de melhores, todas são!

- Também não é pra tanto, G. Só que tenho que concordar que a de ontem foram das melhores sim.

- E ainda não vi as calcinhas comestíveis que me prometeu. Ou esqueceu que a caixa existe? – ele foi incisivo

- Não esqueci! Se quiser, venha aqui a noite que estarei usando uma especialmente para você.

Depois disso, comemos a refeição que preparei em menos de dez minutos. Ele foi para casa e eu fiquei sentada no computador escrevendo mais um dos contos que só uma noite como aquelas é capaz de render. Já estava até pensando qual seria o dia daquela semana que a postagem ia ser lançada ao blog, que estava bem agitado desde a última semana por causa das fotos novas. Muitas visitas novas vieram por causa delas!

Então, enquanto escrevia mais uma das postagens no blog, ajeitando com as fotos e tudo mais, recebo uma mensagem na minha rede social pessoal. E no momento em que vi a foto daquele homem que fez um inferno na minha vida, eu fiquei nervosa e meu coração acelerou. Não pode ser! A mensagem era:

Olá, Helena querida. Lembra de mim? O seu tão amado namorado. Que pena que não conseguimos conversar ontem, já que aquele outro interrompeu a nossa conversa. Mas pode deixar que não vão se esconder de mim por tanto tempo. Vou achar o lugar que você mora e dar uma surra nele. E claro, ficar com quem nunca deveria ter me deixado.”

Meu sangue ferveu e eu tive que responder:

Não o envolva nisso! E eu já fui clara com você, nas diversas vezes que me encontrou que não quero mais nada com você. Entenda isso de uma vez!”

Vai me trocar por aquele bosta? Eu sou muito melhor do que ele.”

Que bom para você. Pois eu discordo! E sabia que nem é preciso de muito para ser melhor do que você, só ser decente.”

Ai, eu perdi a paciência e já o bloqueei logo. Não era a primeira vez que ele vinha via rede social para me abordar. Não sei se ele está desesperado ou só quer me perturbar de novo. Eu sei bem o quanto ele se dá bem com minha família e por isso ainda insistem que voltemos, mas nem sabem de toda a história que aconteceu e se eu contar pode ter certeza que vão dizer que foi por minha culpa, porque não cuidei dele direito ou vão só inventar uma desculpa. Eu convivo com uma família claramente machista e isso é muito triste!

Até fui fazer o meu almoço depois daquilo, deixando o computador de lado durante a tarde todo e me prendendo em uma pequena maratona de série. Quando vi a hora quase tomei um susto com o tempo que eu gastei naquilo, mas eu me perdoei porque a série é realmente boa e algumas vezes podemos nos dar o luxo de ficar uma tarde de bobeira. Olhei o meu telefone e tinha uma mensagem do Gustavo:

Que horas quer eu vá ai, H? Vai ter jantar?”

Venha lá pelas 20h, se não for tarde. Vou preparar algo para nós, mas menos elaborado.”

Está ótimo. Assim que chegar, tomo um banho e vou ai!”

Então fui à cozinha e preparei uma comida não tão complexa e que, confesso, gosto bastante: estrogonofe. Fiz um arroz, preparei o frango e coloquei o creme de leite depois, jogando temperos que ajudassem a dar uma cor alaranjada a meu molho. O cheiro que subiu foi maravilhoso e meu estômago roncou! Ainda bem que faltava pouco para Gustavo chegar.

Fui tomar um banho e deixei a calcinha comestível separada para vestir depois, as outras que usara antes tinham me incomodado muito, então achei melhor coloca-la só para cumprir sua função. Lavei o cabelo, passei um creme hidratante na pele. E nem me arrumei, só botei uma outra roupa de casa.

Logo a minha campainha tocou e pelo olho mágico confirmei ser o meu vizinho gostosão – que já virou um amigo gostosão e meu amigo de sexo – e abri. Cumprimentamo-nos e eu pedi para que ele se sentasse a mesa enquanto trazia as panelas da cozinha. Coloquei a panela de arroz e a do estrogonofe na mesa e claro, sem esquecer da batata palha para completar. E só para não deixar passar, havia uma salada simples de alface e tomate.

- Oba! – exclamou Gustavo – Eu estava doido para comer estrogonofe. Como adivinhou?

- Não adivinhei, é que eu queria comer também. – sorri – Vamos ver se aprova a minha receita.

- Bom, é meio difícil superar o da minha mãe, mas veremos.

- Alias, - mudei brevemente de assunto – quando vou no seu almoço de família?

- Já ia comentar sobre isso. Vai ter um nesse final de semana, mas no domingo.

- Ótimo! – e involuntariamente eu lembrei daquele embuste do meu ex

- O que houve, Helena? – Gustavo indagou – Seu ex apareceu de novo?

- Sim e não. Ele veio me perturbar por mensagem.

- No celular? – ele se desesperou – Ele não tem seu número né?

- Não. Ainda bem, senão não ia ter paz. Foi pela rede social. Ele acaba criando perfis novos e até fakes para falar comigo, mas eu já estou calejada de tudo o que ele fez comigo e tudo o que faz para se reaproximar de mim. Eu já bloqueei esse perfil novo!

- Se precisar de alguma coisa com relação a esse assunto, já sabe.

- Na verdade, eu queria sim. Se não for abusar da sua boa vontade. Podemos fazer um outro acordo?

- E claro seria? – perguntou curioso

- Eu quero afastar meu ex de vez, então pensei que você podia fingir ser meu namorado. – olhei encabulada para ele

- Sem problemas, H. Eu só espero que isso o afaste de vez.

- E em troca... Bom... – mexi a comida pensando

- Não precisa de nada em troca. Faço pela nossa amizade!

- Pensarei em algo para te recompensar.

- Não é necessário!

- Mesmo assim, vou descobrir como retribuir. Mudando de assunto... Escrevi outro conto sobre a gente. Acabei me empolgando e escrevi logo depois que você saiu de manhã e nem perguntei se tinha problema.

- Nenhum problema. Eu fico matutando se não poderia compilar esses contos num livro. E por falar em livro...

- Ainda não saiu! Está horrível me inspirar e com meu ex surgindo de novo, só piora. Ainda bem que tenho terapia amanhã.

- Eu queria continuar com a minha, mas nem deu pela falta de grana.

- Por que fazia? – questionou curiosa

- Eu tenho alguns problemas pois sofri bullying quando mais novo e isso afetou a minha confiança.

- Sinto muito por isso. – falei

Continuamos a comer num clima agradável e Gustavo elogiou muito o meu estrogonofe, mas disse que só ficou atrás do que a mãe dele faz, que é o melhor de todos.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Capítulo 13 - Desabafo

Eu fui tranquilão comprar meu lanche na praça perto do prédio e enquanto estava escolhendo, ouvi uma gritaria e até estranhei. Resolvi olhar e tomei um susto quando vi que era a Helena, acompanhada de um cara. Mas, aquilo não parecia um encontro amigável e muito menos que eles estavam se dando bem. Eu me aproximei e prestei atenção brevemente. Helena claramente o estava rejeitando, tanto verbal quanto fisicamente e mesmo assim o cara não soltava o braço dela. Pensei comigo: Será que é aquele ex que ela contou?

Só que não tive tempo de montar muitas suposições, pois ele agarrou o outro braço dela e iria beijá-la a força. O que mais me impressionava era a quantidade de gente olhando e simplesmente não tentando sequer intervir. Eu tive que fazer alguma coisa. Falei alto, chamando atenção dele que veio me confrontar. Foi querer até se meter a brigar comigo. Não vou mentir que o cara é forte, mas com certeza não sabe usar os músculos que tem, ou melhor, ele não luta. Montou uma guarda torta e que me deu o buraco que eu precisava para derrubá-lo de uma vez. E foi exatamente o que fiz! Um soco certeiro no rosto e ele caiu nocauteado. Deixamos os intrometidos, que decidiram só se meter quando dois homens iam brigar, cuidando do coitado desmaiado.

Logo eu e Helena compramos nossos lanches e voltamos para o condomínio. Ela foi dirigindo só porque não queria deixar o carro na rua. Apesar dela ter dito que estava bem e conversando comigo normalmente, dava para perceber que o ocorrido mexera com ela de alguma forma. Eu já tinha visto algumas amigas e até primas que passaram pela mesma situação. Queria perguntar e saber mais para poder ajudar, mas não o fiz porque não quis que ela remexesse as feridas que pareciam reabertas levemente.

Estacionamos, pegamos o elevador e subimos. Era para nos despedirmos e cada um rumar para seu apartamento, mas, ela puxou minha camisa e pediu:

- Gustavo, vem comigo.

Entramos em seu apartamento, ela colocou a sacola do cachorro-quente na mesa, se jogou no sofá e desabou a chorar, copiosamente. Fechei a porta atrás de mim e me sentei ao lado dela, oferecendo um ombro amigo. Depois de poucos minutos, ela se acalmou e falou:

- Desculpe por isso. Eu só sei que não ia aguentar chorar por causa disso sozinha outra vez. – bufou – Que inferno!

- Não precisa se desculpar. Está tudo bem! Se quiser conversar sobre, serei todo ouvidos.

- Acho que eu finalmente preciso contar isso para alguém.

- Podemos comer primeiro? – disse após minha barriga emitir um som relativamente alto

- Claro! – respondeu sorrindo

Enquanto comíamos, Helena tomou forças e foi contar brevemente a história toda.

- Bom, eu e o Pedro nos conhecemos desde a infância. Ele é o melhor amigo do meu irmão, como já deve saber. Acabou que quando ficamos adolescentes, nos apaixonamos e começamos a namorar. Era tudo maravilhoso no começo, até ela começar a querer me controlar. Queria saber com quem saia e para onde; olhava todas as roupas que eu vestia e mandava descartar as que não gostava; mal podia ver meus amigos e até alguns parentes; sem contar quando tinha algum homem perto e que interagia comigo, ele ficava uma fera. Eu, na minha inocência da idade, achava que era a forma dele de ciúmes e de demonstrar, mas não! Dois episódios me revelaram a verdade. Um foi quando a gente brigou e ele me pegou pelo braço e por muito pouco não me deu um tapa. Mas fiquei com uma marca no braço exatamente onde segurou. E, quando ele descobriu o que eu escrevia, quando ainda fazia as fanfics eróticas. Ele praticamente jogou meu computador pela janela e levei bastante tempo para comprar outro. Chegamos até a morar juntos por um tempo, porém depois desses acontecimentos eu fui embora e terminei o relacionamento. Para ele, é claro que nunca acabou. Na cabeça dele ainda não percebi que sou a mulher da vida dele. Mas, para mim, é esse inferno de ficar fugindo.

- Sinto muito, H. – falei – Tem quanto tempo isso já?

- Pouco mais de um ano e meio, quase dois e ele continua correndo atrás de mim. É desgastante, porque eu nunca dividi isso com ninguém além da minha irmã, que acompanhou a história toda. Inclusive, foi ela quem me ajudou a fazer o Boletim de ocorrência e fazer uma medida restritiva, mas que não adianta muito. - suspirou - Foi por isso que sai do emprego da revista, mesmo que já não quisesse ficar por outros motivos. Ele ia me procurar lá sempre e por culpa dos atritos acabei demitida. Faço terapia até hoje por conta disso e o blog é uma das poucas coisas que tem me dado energia para viver cada dia. O próprio blog foi ideia da terapeuta, nem esperava o sucesso todo, só escrevia mesmo para desabafar as mágoas.

- É por isso que tem vários contos sobre ele?

- Sim! É uma forma de passar por tudo. Só que ele vem e aparece de novo. Eu não aguento mais! Nem sei o que ele vai fazer depois de você ter virado meu “namorado”.

- Eu dou um jeito nisso se precisar. – Falei, a abraçando – Quer que eu fique aqui com você hoje?

- Você não tem trabalho amanhã? Não quero te atrapalhar.

- Não vai! Você precisa de companhia.

Terminamos de comer e ela foi tomar um banho para poder relaxar e respirar um pouco, enquanto eu limpei a nossa micro bagunça pós-refeição. Ela saiu já vestindo o pijama e riu para mim.

- Que foi, Helena?

- É que você nunca me viu de pijama.

- Não vai dizer que está com vergonha? Eu já te vi sem nada. – e ri alto

- Eu sei, mas ainda é constrangedor alguém me ver usando isso estampado de gatinho.

- Eu acho fofo! – e mudei e assunto – E vamos ver o quê?

- Pode ser um filme de comédia!

Sentamo-nos no sofá e logo colocamos alguma coisa que nenhum de nós sabia que ia sequer prestar atenção, porque mal deu 15 minutos de filme e a Helena pulou no meu colo e começamos e nos agarrar ali mesmo. Tinha uma semana que a gente não se via direito e trocamos poucas mensagens durante os dias. Então, eu sei lá se isso era saudade ou só fogo de transar de novo com ela. Mas, devo confessar que mesmo aquele pijama de gatinhos me deixava com tesão e seria bem melhor sem ele.

Fiquei por cima dela no sofá, enquanto ela abraçou a minha cintura com as pernas. Nossas bocas não conseguiam se separar um segundo. Desde a primeira vez vinha esse magnetismo maluco e que funcionava. Eu já estava ciente da minha situação na parte de baixo, mas eu não queria ir logo aos finalmentes, queria era brincar um pouco com cada parte da Helena. Parece que ela ouviu o meu clamor mental e num dos poucos momentos em que parávamos para respirar durante os beijos, ela disse:

- Quer ir pro chão? Tem mais espaço e um tapete felpudo.

Assenti e ela só escorregou para o chão, continuando de onde paramos. E foi só ai que as roupas começando a ir embora, uma de cada vez. Assim que ela tirou do pijama, revelou estar sem nada da blusa. Imediatamente fui brincar com os seios dela, que estavam muito cheirosos, assim como o resto do corpo dela. Enquanto isso, ela não parava de esfregar no meu quadril. Ela não devia estar aguentando, porque logo disse:

- Gustavo, por favor. – olhou para mim

- Deu sorte que eu trouxe camisinha hoje. – comentei

- Não. Eu quero sem hoje. Quero sentir você por completo!

- Mas, não tem problema? Mesmo?

- Eu calculei meu ciclo, está tudo bem!

- Se você diz...

Tirei a calcinha dela e ela involuntariamente abriu as pernas. Retirei a última peça de roupa que restava – minha cueca – e pela primeira vez penetrei na Helena sem proteção. Comecei a mexer meu quadril em diferentes velocidades, enquanto Helena também variava o volume dos gemidos! Porém, diferente das outras vezes, não parecia haver uma pressa, até porque tínhamos todo o tempo para fazer isso.

Helena pediu para ir por cima depois e eu permiti. Deitei no tapete e ela se encaixou com meu membro dentro dela e só então começou a se mover e dessa vez, sem censurar seus gemidos. Enquanto fazia seus movimentos, ela me apertava por dentro e em outros momentos olhava para mim e eu estava enlouquecendo com aquilo. Eu sabia que não aguentaria muito mais tempo e não queria que acabasse. Só que ao ver os seios delas pulando para cima e para baixo, junto com aquele olhar sedutor para mim, não consegui e logo gozei, junto com o som alto que ela soltou da garganta. Ela jogou o corpo sob meu peito, ofegante.

Afaguei seus cabelos enquanto ela respirava quente no meu cangote. E ficamos um tempo ali, descansando e nos recuperando de todo aquele fogo. E de alguma forma, matando um pouco a saudade um do outro.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Capítulo 12 – Encontro com o Ex

Fiquei tão feliz do Gustavo estar conseguindo trabalhar bastante essa semana, era o que ele queria já que estava com a grana bem curta.

Eu aproveitei para adiantar mais algumas postagens do blog e escrever mais uma das postagens motivacionais que eu faço de vez em quando, justamente para deixar passar o que ouvi – de novo – das bocas dos meus familiares no almoço de sábado. É uma forma de absorver a situação e também conseguir uma visibilidade em cima de alguma coisa. Mas, acho que acaba sendo bom para mim e para os meus leitores. Não demorei a escrever o texto e deixei programado mais pra frente na semana, senão ia entregar muito para quem me conhecia pessoalmente. Porém, sei que a parte que me causou a escrita daquilo não iria ler, porque eles só veem quando são as partes eróticas e para quem acompanha sabe bem que meu blog tem bem mais conteúdo.

Também tentei, inutilmente, ter uma ideia boa para o bendito do meu livro, mas nada saia da minha cabeça. Anotei algumas ideias para quem sabe não conseguisse maturar pelo menos uma delas e escrever. Cheguei até a procurar no meu velho e-mail as minhas fanfics para ver que dava para aproveitar algo de lá, mas achei melhor não, senti uma enorme vergonha alheia ao ler parte delas. Resolvi não pressionar tanto, porque não vou ter ideia forçando.

Aproveitei o dia de domingo para espairecer e sai com umas amigas para almoçar, dessa vez sem as crianças – inclusive aquela amiga cuja festa encontrei o Gustavo trabalhando – e elas falaram sobre como estavam as suas vidas e claro, vieram perguntar da minha:

- E você, amiga, ainda solteira? Só trabalhando de casa mesmo?

- Sim e sim!

- Mas aquele fotógrafo da festa da minha filha é um gato. Não tem nada com ele não?

- Um gato mesmo. E bom, a gente acaba se cruzando aqui e ali no prédio. A gente conversou mais na piscina, mas não rolou nada. – menti

- Amiga, aproveita! Você só tem trabalho desde que terminou com o Pedro. Lembro a relação complicada que tiveram, mas acho que está na hora de se abrir de novo.

- Estou tentando fazer isso. Seguir em frente. Deve ser por isso que estou trabalhando que nem louca!

- Trabalhar não é ruim. Fico feliz de ver você alcançando coisas com seus escritos, mas deve seguir em frente em outros aspectos.

- Não quer dizer que precisa namorar, mas quem sabe pegar um cara ou outro ali, vez ou outra.

- Eu sei! Estou me abrindo para isso! Na última semana até fui na balada.

- Isso já é um avanço! – comemoraram

A conversa foi se estendendo e aproveitamos para passear pelo shopping ali perto, colocando os assuntos em dia. Foi um dia muito divertido e que estava precisando mesmo. Só tenho ficado trancada escrevendo pro meu blog e não tenho visto o mundo, deve ser isso a minha falta de inspiração.

Despedi-me das minhas amigas, entrei em meu carro e fiz o caminho de volta. Como não queria fazer o jantar, estacionei na rua e fui a um restaurante comprar comida para viagem. E para minha surpresa, assim que desci, dei de cara com o bendito ex que fez um inferno na minha vida. Ele se aproximou de mim e me cumprimentou:

- Olá, Helena, quanto tempo! Como está?

- Olá, Pedro. Estou bem, obrigada!

- O que faz aqui sozinha?

- Estou só indo comprar meu jantar.

- Posso jantar com você?

- Não. Só vai embora!

- Não até você falar comigo direito.

- Falar o que? O inferno que você fez na minha vida?

Eu já tinha desistido de entrar no restaurante, atravessei a rua e fui para a praça que havia ali em frente.

- Não exagere! Tudo o que fiz foi porque te amava e ainda amo muito.

- Conta outra vai. Você não faz ideia do quão lixo eu me sentia enquanto estávamos juntos. Alias, como me achou?

- Te vi com suas amigas no shopping e quando saiu, resolvi te seguir para saber onde morava.

- Eu não acredito! – gritei – Eu já disse com todas as letras que não te quero mais na minha vida e muito menos perto de mim.

- Helena, não diga isso. Você sabe o quanto sacrifiquei para que desse certo entre nós.

- Não! Você não sacrificou nada. Eu quem o fiz! Fiquei muito tempo num emprego horrível, escrevendo sobre o que não gostava, enquanto você fazia questão de dizer todos os dias que nunca chegaria a lugar nenhum escrevendo minhas histórias.

- Não penso mais assim, Helena. – pela cara dele, sabia que era mentira – Por favor, me dá outra chance.

Ele já tinha agarrado no meu braço e não tinha como sair dali. Enquanto o local estava cheio e ninguém fazia nada para me ajudar.

- Depois de todas as chances que te dei antes. Nunca! – esbravejei do fundo da minha garganta

Então, agarrou meu outro braço e ele iria me beijar a força. Não conseguia fazer mais nada, eu já gritara, tentara me afastar e de nada adiantava. Havia pouco mais de um ano que me mudara para aquele apartamento e estava até então conseguindo me manter escondida dele. Ele já tinha me achado outras vezes e me agarrado à força, daquele mesma forma e iria acontecer de novo. E nem sei conseguiria escapar dessa vez. Eu fechei os olhos e já me preparei para acabar aquele dia com o meu lençol molhado de tanto chorar. Mas, então, veio uma voz gritando em nossa direção e eu a reconheci. Era Gustavo!

- Ei, cara, o que você está fazendo? Ela já disse em alto e bom som para você e para todo mundo aqui que não quer mais nada com você. Por que insiste?

- E você é quem, seu merda? – Pedro gritou com Gustavo

- Eu sou o namorado dela, seu filho da puta! – disse me puxando para seus braços

- Namorando um bosta igual você? É mentira!

- Quer tirar a prova? Vamos resolver isso agora então! – ele já armou a postura de luta

- Se você quiser sair daqui direto pra ambulância.

Gustavo pediu para que me afastasse e os dois se olharam – e isso agora chamou a atenção de todos – e começaram a briga. Ou melhor, foi bem rápido. Mesmo o meu ex sendo bem maior e ouso dizer mais forte, ele só tomou um soco e logo caiu. E imediatamente, vieram apartar a briga! Engraçado né? Quando gritei por socorro ninguém se manifestou, quando dois caras brigaram que foram se meter. Gustavo apenas se virou e deixou meu ex caído ai, que foi ajudado pelo outros em volta. Ele se virou e falou comigo:

- Você está bem?

- Estou sim. Obrigada pela ajuda!

- Aquele é seu ex que você comentou?

- O próprio!

- Que cara sem noção. Não é a primeira vez ele te encontra né?

- Não! Já fugi outras vezes. Dei sorte de estar aqui.

- Vim comprar um lanche para comer. Quer um também?

- Um podrão de vez em quando não faz mal! Eu ia comprar pra viagem no restaurante, mas ele me abordou antes que pudesse entrar.

Andamos um pouco para escolher algo de nosso agrado e compramos cachorro-quente prensado, daqueles bem completos e cheios de tranqueira. Levamos para comer em casa. Acabei pegando o carro e voltamos pro condomínio.

E o meu ex? Bom, pelo pouco que vi depois, algumas pessoas o ajudaram, colocaram gelo nele e tudo o mais. E a meu ver foi mais um bem feito para ele.

A minha sorte foi que eu parei no caminho, senão ia entregar de bandeja o local em que estava morando e seria questão de tempo até ele me encontrar de novo. Espero que depois desse acontecimento com o Gustavo, que veio como um anjo naquele momento, porque eu não sabia mesmo como iria sair daquilo, ele resolva se afastar de vez e me deixar em paz! É a única coisa que eu quero! E é horrível ter que reviver todo o medo dele estar perto de mim de novo. Eu me finjo de forte, tento me defender, mas por dentro estou gritando por socorro!

Ainda faço terapia por causa disso e é o que tem me dado mais confiança, além de escrever o Contemporânea Erótica. É um passo de cada vez!

Só quero que eu fique em paz comigo e meu ex faça da mesma forma.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2021

Capítulo 11 – Trabalho e distância

O almoço com a família da Helena foi bem divertido, acho que mais para mim do que para ela. Eu entendi agora tudo o que ela chegou a comentar comigo sobre as críticas dos pais e os motivos de ela manter a identidade dela como Echii em segredo praticamente de estado. Eu percebi o quanto ela ficou desconfortável e até com raiva dos comentários dos familiares.

Eu nem consigo me imaginar no lugar dela, que tanto se esforça e trabalha no blog dela e tem que ficar ouvindo esses tipos de coisas de quem mais devia dar apoio. Meus pais sempre me animaram a seguir com o que eu queria fazer e mesmo estando um pouco fodido de dinheiro, eles sabem que faz parte da vida, pois muitas vezes nós ficamos com o orçamento apertado. Hoje eles vivem bem com aposentadoria e eu não quero ficar incomodando-os com meus perrengues e meus próprios problemas, já sou grandinho e sei me cuidar. Mas, de alguma forma, sei que para qualquer coisa eles estarão lá comigo para me segurar de uma possível queda.

Uma pena que a família da Helena talvez a jogasse direto no abismo pelo jeito que são. Acho as duas únicas pessoas que dariam a mão para ela são a irmã e a prima, que elogiaram o trabalho da Echii. Só que por um ponto faz sentido, elas tem a idade e ideias muito parecidas com as que o blog traz.

Eu fiquei nesse devaneio enquanto voltávamos para o condomínio, distraído, olhando a paisagem pela janela, até porque a Helena estava quieta desde que saímos. Senti que estava estranha e não deixei de pensar se era eu quem tinha feito alguma coisa ou se era por toda a situação que passamos durante o almoço.

Deixei que a gente chegasse ao estacionamento para perguntar, assim que desci do carro:

- Helena, aconteceu alguma coisa?

- Nada. – disse cabisbaixa

Tentei me aproximar para talvez abraçá-la e tentar oferecer um ombro amigo. Porém, ela me rejeitou.

- Gustavo, não. – reclamou

- Eu fiz alguma coisa? Se sim, me desculpe.

- Não foi você. Eu só estou chateada. Só isso!

- Até posso imaginar o que seja.

- Eu só preciso de um tempo sozinha.

- Tudo bem! Vamos subir então.

E no mesmo silêncio do carro, pegamos o elevador e descemos no nosso andar. Antes de nos separarmos disse:

- Se precisar, pode me chamar, manda mensagem ou eu vou ao seu apartamento.

- Obrigada, Gustavo, – sorriu, sem graça – especialmente por ser tão compreensivo.

- Não custa ter empatia. Fica bem tá? O que sua família disse lá no almoço não tem nada a ver com você. Eu sei que você sabe disso.

- Não é sobre o Contemporânea, é também uma série de outras coisas que não quero falar agora.

- Tudo bem! Até logo, H.

- Até logo, G. – disse tentando se animar

Então, cada um de nós caminhou em direção a seu respectivo apartamento. Entrei e logo sentir meu telefone tocar, era o meu amigo Mateus.

- Fala ai, Gustavo.

- Diga, cara.

- Acabei de ver a postagem das fotos lá no Contemporânea Erótica. Eu nem sabia que você conhecia a Echii e muito menos que tinha feito fotos dela. Por que não me contou?

- Era segredo esse trabalho, até porque você sabe que ela esconde quem é de todo mundo. – fui sincero

- Ela deve ser ainda mais gostosa pessoalmente né?

- Eu não vou responder a essa pergunta. – e muito menos falar sobre o meu acordo com a Helena

- Você e esse seu profissionalismo tem hora que me dão no saco! Enfim, seu perfil está bombando. Bem provável que esse trabalho com a Echii te renda outros trabalhos.

- Sim. Eu nem tive tempo de responder as mensagens que chegaram. Estive ocupado o dia todo.

- Fazendo o quê?

- Sai com uns amigos pra um almoço. – o que era meia-verdade

- Cara, não perde tempo e marcar todos os trabalhos que conseguir. Liguei só para te dar parabéns, porque foi um trabalho de ouro que você conseguiu.

- Nem é para tanto. É como outro qualquer!

- Cê perdeu a noção né? Tirar fotos da Echii não é “qualquer coisa”, deixa de ser modesto.

- Obrigado, cara! – ri

Depois disso, nos despedimos e desligamos. Acho que finalmente estou conseguindo separar a Helena da Echii, ou talvez não. Talvez seja que eu finalmente esteja enxergando além daquela pessoa dos textos, porque eu estou convivendo com ela já tem algum tempo e eu sei sobre sua vida, seu passados, seus sonhos. Eu não vejo mais a ídolo que eu tinha, mas sim como ela é de verdade. E isso não significa que ela não seja menos encantadora!

Tomei um banho, coloquei só uma cueca e eu fui finalmente olhar o meu perfil com mais calma e poder responder o máximo de pessoas possível. E confesso que eu fiquei umas boas horas nisso.

Dentre as mensagens e comentários, haviam desde os elogios ao meu trabalho e parabéns pela fotos da Echii e também algumas pessoas oferecendo propostas de trabalho, perguntando sobre a agenda, os valores, o que eu fazia especificamente. Calmamente fui respondendo a essas mensagens todas! Com certeza algumas delas se reverteriam nos freelas e me dariam a grana que eu estava precisando para fechar o mês de forma decente.

Eu já tinha montado um plano de divulgações para aquela semana, resgatando alguns dos trabalhos que já fiz, incluindo algumas das fotos que fiz da Helena e não chegaram a ir pro blog. Passei minha semana montando e fazendo tudo, aproveitei aquele resto de noite para conseguir programar tudo, usando um outro aplicativo a parte. Iria aproveitar a chegada dos novos seguidores para divulgar o meu trabalho.

Depois, fui ver um filme e acabei me deitando um pouco tarde.

O dia seguinte começou meio arrastado por ser um domingo. Abri minhas redes e já tinham respostas de algumas das mensagens. E fui tomando meu café enquanto respondia as pessoas. E já terminei aquela refeição com vários trabalhos marcados para a semana, começando já na segunda. Eu teria, depois de um bom milênio, uma semana atribulada na minha vida.

Aproveitei o resto do meu domingo para ficar em casa de bobeira. Mas, não esqueci de agradecer a Helena por tudo o que a sessão de fotos que fiz para ela proporcionou.

H, estou cheio de trabalho essa semana. Graças a você!”

Meus parabéns! =D O seu trabalho é muito bom. Você merece, G!”

E como você está? Melhor?”

Na medida do possível, sim!”

Você sabe que nada do que a sua família disse é verdade. Você é incrível e o que faz no blog é maravilhoso!”

Obrigada! Só espero que não esteja dizendo isso porque transou comigo. haha”

Claro que não! Alias, quer falar das outras coisas que disse que te incomodavam?”

Prefiro pessoalmente!”

Entendi. Tem mais algum projeto fotográfico pro blog? Ou tem mais algum produto daquela caixa para testar?”

Por enquanto não! Mas podemos pensar em algo. Quanto a caixa, falta pouca coisa, as lingeries usei com você, as camisinhas idem, os óleos de massagem, acho que falta a calcinha comestível.”

Podemos testar ela então. Quer que eu vá ai?”

Não. Aproveita e descansa. Você vai ter uma semana agitada.”

Despedimo-nos e bloqueei o telefone. Passei o resto do dia fazendo vários nadas. Fui dormir relativamente cedo porque já tinha uma sessão marcada para a manhã seguinte.

***

Acordei correndo na segunda e em todos os outros dias da semana, porque realmente eu estava desesperando por dinheiro e usei todos os horários humanamente possíveis para fazer sessões de fotos de vários tipos: casal, criança, festa de aniversário, animais. Eu fiz de tudo um pouco na semana que passou. Trabalhei até no sábado. E mal descansei no domingo, porque eu tive que olhar as centenas de fotos que descarreguei no computador e selecioná-las. O que levou quase a manhã toda, já que sou bem rápido de selecionar as melhores fotos.

Eu mal parei em casa e respirei essa semana e também praticamente não falei com a Helena. Mas, creio que ela estivesse tão ocupada quanto eu, porque o Contemporânea Erótica teve uma semana agitada de postagens e eu lembro que ela me disse que iria aproveitar para tentar trabalhar no livro dela. Não faço ideia do que ela estava escrevendo, só espero que não seja nada erótico. Mas, lembro da postagem falando sobre a aceitação da família sobre o que fazemos. E lá ela incentivou os leitores e leitoras a correr atrás dos sonhos e fazer o que quisessem, mesmo que ao ver de algumas pessoas não fosse válido. Eu adoro quando ela escreve essas postagens mais reflexivas. Ainda recordo quando ela escreveu sobre relacionamento abusivo e que as forças que fazemos para perceber que estamos dentro de um. O que agora me fez lembrar que ela comentou do ex-namorado dela. Nem consigo imaginar o inferno que foi, porque não é único relato desse tipo que já ouvi ou até li na internet.

Confesso que essa semana um pouco distante dela me fez ficar com um pouco de falta dela. Quem sabe a gente não se encontre essa semana, porque eu vou trabalhar, mas num ritmo menos frenético porque consegui cobrir meus gastos para daqui um tempo. Sua companhia é muito boa!

Aproveitei o final da noite e desci para comprar um lanche ali perto, onde tem a praça com as barraquinhas. Minha fome estava daquelas!

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