sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Capítulo 13 - Desabafo

Eu fui tranquilão comprar meu lanche na praça perto do prédio e enquanto estava escolhendo, ouvi uma gritaria e até estranhei. Resolvi olhar e tomei um susto quando vi que era a Helena, acompanhada de um cara. Mas, aquilo não parecia um encontro amigável e muito menos que eles estavam se dando bem. Eu me aproximei e prestei atenção brevemente. Helena claramente o estava rejeitando, tanto verbal quanto fisicamente e mesmo assim o cara não soltava o braço dela. Pensei comigo: Será que é aquele ex que ela contou?

Só que não tive tempo de montar muitas suposições, pois ele agarrou o outro braço dela e iria beijá-la a força. O que mais me impressionava era a quantidade de gente olhando e simplesmente não tentando sequer intervir. Eu tive que fazer alguma coisa. Falei alto, chamando atenção dele que veio me confrontar. Foi querer até se meter a brigar comigo. Não vou mentir que o cara é forte, mas com certeza não sabe usar os músculos que tem, ou melhor, ele não luta. Montou uma guarda torta e que me deu o buraco que eu precisava para derrubá-lo de uma vez. E foi exatamente o que fiz! Um soco certeiro no rosto e ele caiu nocauteado. Deixamos os intrometidos, que decidiram só se meter quando dois homens iam brigar, cuidando do coitado desmaiado.

Logo eu e Helena compramos nossos lanches e voltamos para o condomínio. Ela foi dirigindo só porque não queria deixar o carro na rua. Apesar dela ter dito que estava bem e conversando comigo normalmente, dava para perceber que o ocorrido mexera com ela de alguma forma. Eu já tinha visto algumas amigas e até primas que passaram pela mesma situação. Queria perguntar e saber mais para poder ajudar, mas não o fiz porque não quis que ela remexesse as feridas que pareciam reabertas levemente.

Estacionamos, pegamos o elevador e subimos. Era para nos despedirmos e cada um rumar para seu apartamento, mas, ela puxou minha camisa e pediu:

- Gustavo, vem comigo.

Entramos em seu apartamento, ela colocou a sacola do cachorro-quente na mesa, se jogou no sofá e desabou a chorar, copiosamente. Fechei a porta atrás de mim e me sentei ao lado dela, oferecendo um ombro amigo. Depois de poucos minutos, ela se acalmou e falou:

- Desculpe por isso. Eu só sei que não ia aguentar chorar por causa disso sozinha outra vez. – bufou – Que inferno!

- Não precisa se desculpar. Está tudo bem! Se quiser conversar sobre, serei todo ouvidos.

- Acho que eu finalmente preciso contar isso para alguém.

- Podemos comer primeiro? – disse após minha barriga emitir um som relativamente alto

- Claro! – respondeu sorrindo

Enquanto comíamos, Helena tomou forças e foi contar brevemente a história toda.

- Bom, eu e o Pedro nos conhecemos desde a infância. Ele é o melhor amigo do meu irmão, como já deve saber. Acabou que quando ficamos adolescentes, nos apaixonamos e começamos a namorar. Era tudo maravilhoso no começo, até ela começar a querer me controlar. Queria saber com quem saia e para onde; olhava todas as roupas que eu vestia e mandava descartar as que não gostava; mal podia ver meus amigos e até alguns parentes; sem contar quando tinha algum homem perto e que interagia comigo, ele ficava uma fera. Eu, na minha inocência da idade, achava que era a forma dele de ciúmes e de demonstrar, mas não! Dois episódios me revelaram a verdade. Um foi quando a gente brigou e ele me pegou pelo braço e por muito pouco não me deu um tapa. Mas fiquei com uma marca no braço exatamente onde segurou. E, quando ele descobriu o que eu escrevia, quando ainda fazia as fanfics eróticas. Ele praticamente jogou meu computador pela janela e levei bastante tempo para comprar outro. Chegamos até a morar juntos por um tempo, porém depois desses acontecimentos eu fui embora e terminei o relacionamento. Para ele, é claro que nunca acabou. Na cabeça dele ainda não percebi que sou a mulher da vida dele. Mas, para mim, é esse inferno de ficar fugindo.

- Sinto muito, H. – falei – Tem quanto tempo isso já?

- Pouco mais de um ano e meio, quase dois e ele continua correndo atrás de mim. É desgastante, porque eu nunca dividi isso com ninguém além da minha irmã, que acompanhou a história toda. Inclusive, foi ela quem me ajudou a fazer o Boletim de ocorrência e fazer uma medida restritiva, mas que não adianta muito. - suspirou - Foi por isso que sai do emprego da revista, mesmo que já não quisesse ficar por outros motivos. Ele ia me procurar lá sempre e por culpa dos atritos acabei demitida. Faço terapia até hoje por conta disso e o blog é uma das poucas coisas que tem me dado energia para viver cada dia. O próprio blog foi ideia da terapeuta, nem esperava o sucesso todo, só escrevia mesmo para desabafar as mágoas.

- É por isso que tem vários contos sobre ele?

- Sim! É uma forma de passar por tudo. Só que ele vem e aparece de novo. Eu não aguento mais! Nem sei o que ele vai fazer depois de você ter virado meu “namorado”.

- Eu dou um jeito nisso se precisar. – Falei, a abraçando – Quer que eu fique aqui com você hoje?

- Você não tem trabalho amanhã? Não quero te atrapalhar.

- Não vai! Você precisa de companhia.

Terminamos de comer e ela foi tomar um banho para poder relaxar e respirar um pouco, enquanto eu limpei a nossa micro bagunça pós-refeição. Ela saiu já vestindo o pijama e riu para mim.

- Que foi, Helena?

- É que você nunca me viu de pijama.

- Não vai dizer que está com vergonha? Eu já te vi sem nada. – e ri alto

- Eu sei, mas ainda é constrangedor alguém me ver usando isso estampado de gatinho.

- Eu acho fofo! – e mudei e assunto – E vamos ver o quê?

- Pode ser um filme de comédia!

Sentamo-nos no sofá e logo colocamos alguma coisa que nenhum de nós sabia que ia sequer prestar atenção, porque mal deu 15 minutos de filme e a Helena pulou no meu colo e começamos e nos agarrar ali mesmo. Tinha uma semana que a gente não se via direito e trocamos poucas mensagens durante os dias. Então, eu sei lá se isso era saudade ou só fogo de transar de novo com ela. Mas, devo confessar que mesmo aquele pijama de gatinhos me deixava com tesão e seria bem melhor sem ele.

Fiquei por cima dela no sofá, enquanto ela abraçou a minha cintura com as pernas. Nossas bocas não conseguiam se separar um segundo. Desde a primeira vez vinha esse magnetismo maluco e que funcionava. Eu já estava ciente da minha situação na parte de baixo, mas eu não queria ir logo aos finalmentes, queria era brincar um pouco com cada parte da Helena. Parece que ela ouviu o meu clamor mental e num dos poucos momentos em que parávamos para respirar durante os beijos, ela disse:

- Quer ir pro chão? Tem mais espaço e um tapete felpudo.

Assenti e ela só escorregou para o chão, continuando de onde paramos. E foi só ai que as roupas começando a ir embora, uma de cada vez. Assim que ela tirou do pijama, revelou estar sem nada da blusa. Imediatamente fui brincar com os seios dela, que estavam muito cheirosos, assim como o resto do corpo dela. Enquanto isso, ela não parava de esfregar no meu quadril. Ela não devia estar aguentando, porque logo disse:

- Gustavo, por favor. – olhou para mim

- Deu sorte que eu trouxe camisinha hoje. – comentei

- Não. Eu quero sem hoje. Quero sentir você por completo!

- Mas, não tem problema? Mesmo?

- Eu calculei meu ciclo, está tudo bem!

- Se você diz...

Tirei a calcinha dela e ela involuntariamente abriu as pernas. Retirei a última peça de roupa que restava – minha cueca – e pela primeira vez penetrei na Helena sem proteção. Comecei a mexer meu quadril em diferentes velocidades, enquanto Helena também variava o volume dos gemidos! Porém, diferente das outras vezes, não parecia haver uma pressa, até porque tínhamos todo o tempo para fazer isso.

Helena pediu para ir por cima depois e eu permiti. Deitei no tapete e ela se encaixou com meu membro dentro dela e só então começou a se mover e dessa vez, sem censurar seus gemidos. Enquanto fazia seus movimentos, ela me apertava por dentro e em outros momentos olhava para mim e eu estava enlouquecendo com aquilo. Eu sabia que não aguentaria muito mais tempo e não queria que acabasse. Só que ao ver os seios delas pulando para cima e para baixo, junto com aquele olhar sedutor para mim, não consegui e logo gozei, junto com o som alto que ela soltou da garganta. Ela jogou o corpo sob meu peito, ofegante.

Afaguei seus cabelos enquanto ela respirava quente no meu cangote. E ficamos um tempo ali, descansando e nos recuperando de todo aquele fogo. E de alguma forma, matando um pouco a saudade um do outro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Copyright © Contos Anê Blog. All Rights Reserved.
Blogger Template by The October Studio