Acabei
dormindo um pouco demais. Foi Kazuko quem me acordou. Ela já tinha
preparado a comida e me esperava até aquele momento. Parecia um
zumbi caminhando para lavar o rosto. Joguei água gelada e foi então
que eu realmente despertei. Dirigi-me a sala de jantar e comi junto a
minha esposa. Ajudei-a a recolher e arrumar tudo quando acabamos. E
por ser um final de semana, e eu ter terminado todo o meu trabalho,
fui ficar de bobeira no sofá com Kazuko e Takumi.
Peguei
um filme antigo para assitir. Divertimo-nos bastante!
Em
seguida, fui ao quarto e peguei o diário, voltei à sala. Como
sempre, Kazuko não reclamou. Observei que meu filho adormecera. Abri
o diário e continuei de onde parara.
“Querido
diário,
hoje
é segunda. Makoto não me deixou em paz o fim de semana inteiro. Só
posso dizer que ele está muito chato com a minha gravidez. Eu não
posso fazer mais nada. Ele acha que eu não posso fazer nenhum
esforço. Eu não estou doente, só estou grávida. Não quer dizer
que eu tenha que ficar nove meses numa cama, apenas vendo a barriga
crescer e esperando a hora do parto. Que pensamento medieval! Isso
está me irritando!
Levantei
no sábado, no meu quarto, e fui vomitar. Makoto, pelo visto, ouviu o
som e correu ao meu socorro. Quando acabou a crise, ele indagou:
-Tá
melhor?
-Um
pouco! Eu queria comer alguma coisa, mas não sei se vou conseguir.
-Eu
faço algo para você.
Consegui,
com muito esforço, comer algumas frutas e beber um copo de leite.
Depois peguei o livro que estou lendo na biblioteca e retornei para
meu quarto. Li uns três capítulos e olhei para o relógio, percebi
que era hora de preparar o almoço. Levantei e fui à cozinha.
Chegando lá, me surpreendi. Makoto cozinhava e estava com o pano no
ombro e tudo mais. Tive de perguntar:
-Que
tá fazendo, Makoto?
-O
almoço, não vê?
-Achei
que essa fosse a minha função.
-Com
sua atual condição, nem pensar.
Acabei
fazendo uma careta querendo dizer “Mas que merda é essa?”. Ele
prosseguiu, então:
-Já
tô quase acabando, me espere na sala. Afinal temos coisas a falar.
-Sobre
o quê?
-A
sua gravidez!
-Ah,
sim. Tudo bem!
Fui
para a sala e fiquei vendo qualquer coisa. Nem prestava muita
atenção. Meu humor estava péssimo! Passados alguns minutos, Makoto
sentou-se ao meu lado. Pelo jeito já notei que queria conversar.
Desliguei a televisão e ele começou:
-Kazuko,
a sua atual condição implica em novas regras.
-Quais
são?
-Deve
dormir, todos os dias, no meu quarto, independente se fizermos algo
ou não; Não deve fazer esforço e nenhum serviço doméstico; Vai
fazer uma dieta, comendo apenas o que for prescrito; Não deve ficar
muito tempo sozinha, pode te acontecer algo e não ter como pedir
socorro.
-Entendi,
Makoto.
-Ok!
Venha, vamos comer.
Ele
não citara nenhuma regra quanto as nossas transas. Eu não posso
lavar um copo, mas ficar pulando em cima dele está tudo ótimo.
Para
alguns, essas regras podem não ser nada demais. Só que considerando
todas as circunstâncias, eu estou mais escravizada ainda. Já tinha
pouca liberdade e perdi apenas este pouco.”
Realmente
fui meio radical com as regras, porém foi por cautela. Não queria
que ela abortasse por conta de esforço. Sabia bem que Kazuko ajudava
Keiko nas tarefas, e bastante até. Pelo tamanho da casa, era algo
desgastante. Cortei completamente, mas sabendo que ela ia contrariar
e pegar numa vassoura, pelo menos.
Em
relação ao que interessa: não ficaria por nove meses na seca.
Deixaria ela mais passiva nessa época, fazendo só para me
“descarregar”.
“Agora
entende por que estou tão irritada?
Eu
carrego o filho de uma pessoa que não conheço muito bem. Ela é
minha dona e me aprisionou uns meses atrás ao me tornar sua escrava.
Agora, com o bebê, estou mais presa ainda. Por ele e a ele!
Nos
últimos meses, meu corpo não pertencia mais a mim. Minha liberdade
não me pertencia.
Se
antes não tinha importância alguma, agora menos ainda. Tudo o que
eu fizer ou deixar de fazer será por conta desta ervilha dentro de
mim. Chega a ser engraçado! Essa coisinha é bem mais importante do
que eu. Não a culpo, mas as coisas não estariam assim se o
resultado fosse negativo.”
Não
fazia ideia que ela rejeitava a criança nesse início. Deve ter sido
assim, pois foi tão de repente. Decidi questioná-la:
-Kazuko,
eu li aqui uma coisa... Você não gostava daquele bebê no
início?
Ela
entendeu perfeitamente o que queria dizer e respondeu:
-Ele
tomou o pouco de mim que eu tinha, no caso, quando você saía de
casa. Mesmo com você fora, o bebê estava ali para me lembrar que eu
não era dona de mim, nem um pouco mais. Minha vida girava em torno
de você e não gostava disso.
Kazuko
permitiu que uma lágrima caísse.
-Desculpe,
Makoto! - falou chorosa – Não queria que soubesse disso. Eu não
odiava nosso filho.
Nada
comentei. Apenas abracei-a e fiquei ali, junto dela, até se acalmar.
Com ela ainda pendurada no meu pescoço, prossegui a leitura.
“Nada
demais aconteceu naquele dia. Apenas dormi no quarto de Makoto pela
primeira vez.
No
dia seguinte, acordei passando mal outra vez. Eu já estou me
acostumando com isso. Makoto acordou, meio irritado e gritou:
-Isso
não acaba nunca?! Quando que você vai melhorar destes enjoos?
Levantei
e parei em frente a porta do banheiro. Respondi em igual tom:
-Se
você, que só escuta, já tá puto! Imagine eu, que estou me
sentindo assim todo dia e o dia inteiro?!
-Não
fale desse jeito comigo. - falou vindo em minha direção e agarrando
o meu braço
-Desculpe,
Makoto. É que... Você falou com irritação e seu tom me deixou
assim também. De certa forma, não é minha culpa. Não posso
controlar.
-Eu
é que peço desculpas, Kazuko. - ele suspirou e colocou a mão no
próprio rosto – É chato ser acordado por esse barulho. -
Abraçou-me – O que se pode fazer é esperar, né?
-Até
o meu corpo acostumar.
Empurrei
Makoto na sequência. Eu tive que “botar para fora” de novo. E
uma coisa estranha, muito estranha, aconteceu. Notei que Makoto se
abaixou ao meu lado e ficou acariciando as minhas costas. Foi a
primeira sensação boa disso tudo.”
Nesse
episódio, observei-a com um pouco de pena. Aquela adolescente (ela
tinha dezessete anos) que foi comprada por mim e já tinha passado
por um bocado de coisas comigo, agora carregava um filho que não
queria. Sofria por ter nascido pobre e sofria mais com essa nova
situação.
Resolvi
aplicar meu princípio: tratá-la bem. Dava para ver, no jeito que se
comportava, que ela não estava satisfeita. Decidi tornar aquilo o
melhor possível para ela. Inclusive, não fazer com ela. Não
morreria por falta de sexo.
“O
dia passou com Makoto sendo uma espécie de servo para mim.
Pressentia que ele iria pedir alguma coisa. Contudo, ele apenas se
deitou e virou. Eu me senti obrigada a abordá-lo:
-Makoto!
- cutuquei-o
-Kazuko,
vai dormir!
-Você
não vai querer nada não?
-Não.
Tô sem vontade!
-Agora
quem quer sou eu!
Puxei-o,
tirei a coberta e sua cueca. Comecei a fazer um oral nele e com muita
vontade. Engolia tudo, lambia e chupava. Era ironia ouvir os pedidos
contra de Makoto e os gemidos, à favor.
-Kazuko...
Não! - e suspirava
Ele realmente não aparentava estar com vontade. Quando digo ele,
me refiro ao pênis do Makoto. (risos) Bastou o meu estímulo e ele
ficou preparado. Makoto desistiu de me contrariar. Ameaçou se
levantar, mas eu pus a mão e o coloquei de volta.
Subi
nele e me ajeitei até o que pênis estivesse totalmente em mim.
Comecei o movimento de sobe-desce, apoiando com as mãos no peito
dele. Fazia um movimento lento que parecia excitá-lo. Nossas
respirações ainda estavam lentas e sincronizadas, de certa forma.
Aumentava gradativamente o movimento. Nossas respirações também. O
momento de auge de Makoto se aproximava, sentia a pulsação. Ele
colocou as mãos em meus seios, ficou apertando e acariciando,
enquanto eu não parava. No fim, Makoto soltou um suspiro de alívio,
e eu percebi algo quente me encher.
Fui
para o lado vazio da cama e comentei:
-Viu?
Um esforcinho não faz acontecer nada. Só não fazer na frequência
de antes.
Makoto
sorriu, me desejou boa noite e se virou novamente.
Hoje
de manhã, acordei vomitando de novo. Makoto fez carinho nas minhas
costas, só isso. Não reclamou e nem falou nada.
Ele
também contou a Keiko que estou grávida. Ela ficou muito feliz e me
abraçou e parabenizou Makoto.
Logo
ele saiu para o trabalho. Fiquei aliviada. Prefiro ter a Keiko no meu
pé, gosto mais da companhia dela.
Agora
eu irei. Vou contrariar a regra de Makoto um pouco. (risos)
Acha
mesmo que eu ficar sem fazer nada?”
Fechei
o diário.
Kazuko,
ainda pendurada em mim, me abraçou. Depois disso, nós namoramos um
pouquinho.
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