segunda-feira, 29 de setembro de 2025

Boletim de Anelândia: #39 - A autora com letra feia (Lidando com insegurança da não-caligrafia)

 
Olá, pessoas! Sejam bem-vindos a mais uma edição do Boletim de Anelândia.
Hoje quero falar sobre uma coisa que me incomoda e muito, não só na carreira de autora, mas até no meu trabalho. É tanto que até teve vídeo em um dos meus canais já faz uns bons anos!
A maioria de vocês só me vê usando palavras digitadas… Ou melhor, não é o tipo de informação que saio espalhando por aí. Mas, sim, hoje falaremos sobre eu ser uma autora que tem letra feia.
Se preparem que essa é uma edição reflexiva e bem aleatória. Então, segurem na minha mão e simbora!

Eu juro que eu tentei e muito

Como toda criança que está na fase de alfabetização, eu tinha a letra feia. Só que isso ocorre por conta da ainda ainda falta de coordenação motora fina e que se desenvolvendo ainda na infância.
Então o que fazem com a pobre da criança? Colocam ela para fazer caligrafia! Geralmente num caderno com mais linhas do que o normal, onde as letras devem ficar dentro daquele espaço e seguindo os desenhos de cada uma dessas letras. Para que se tenha o desenvolvimento tanto a coordenação motora necessária, quanto tornar a letra mais legível e agradável aos olhos. (Até porque o prefixo cali significa bonito!)
Sei que usei algumas palavras meio pesadas, mas é porque eu tenho um belo de trauma de ter que fazer caligrafia e meio que ser obrigada a isso. Pois é!
Por convenções sociais, não é aceitável que uma menina tenha uma letra feia. Afinal, as meninas têm que sempre ser bonitas, todas delicadas, arrumadinhas e com uma letra bonitinha.
Uma vez até ouvi uma conversa de duas senhoras e uma delas estava comentando justamente sobre esse assunto e de que ia botar a neta para fazer caligrafia para não ficar com a letra feia. Confesso que me coloquei no lugar da menina por uns instantes!
Eu juro que eu tentei e muito me encaixar nisso, fazendo vários cadernos de caligrafia durante a infância e na maior parte das vezes, era porque outros parentes acabavam por esse pensamento (especificamente uma tia que era professora de 1º segmento) de “menina não pode ter letra feia”.
Só que o quê aconteceu? A letra continuou feia e a pessoa ficou com trauma e sempre se sente insegura por causa da “letra feia”.

Análise!
 

Isso sempre foi uma questão 

Como falei acima, eu ser uma pessoa com letra feia sempre foi uma questão que me permeou e ainda permeia a minha vida!
Por sorte, minha letra nunca foi uma questão de bullying. (Como se todo o outro bullying que eu sofri fosse menos né?) Mas, ao ponto de alguns professores questionarem e até reclamarem da minha letra e sofrerem para entender.
Ainda lembro um caso específico, de um professor da faculdade de letras que disse que a minha letra era bem de criança - ele usou o termo pueril - e aquilo foi bastante ofensivo para mim!
Eu até hoje tenho pena de usar qualquer coisa de papelaria, principalmente folhas que sejam fofinhas ou que eu achei lindas. Acho que minha letra vai acabar “estragando” elas! Até hoje tenho um item da Hello Kitty que nunca usei por pura pena!
Como eu ainda recebo reclamações no meu trabalho - e que lá no começo quase me fez não passar da experiência - de que a professora não tem uma letra que dê para ler, que ela tem a letra feia. Eu já chego nas primeiras aulas e já aviso de que minha letra não é lá essas coisas, só para evitar a fadiga!
Como eu tenho até vergonha de dar autógrafos porque eu tenho a letra feia. Eu penso que vou estragar o papel com a minha letra.
Claro que minha letra melhorou bastante com o passar dos anos, seja no caderno ou até quando estou escrevendo no quadro durante as minhas aulas. Só que ainda sim, eu sinto que estou sendo observada por causa disso.
 

Só que, na real, é traço de personalidade 

Apesar de tudo o que eu falei acima, eu de alguma forma tento lidar com essa questão o máximo que passo. Tento até me blindar já dando desculpas antecipadas para ver se os julgamentos não cheguem. Usando o tal do humor autodepreciativo, sabe?
Só que por outro lado, eu já entendi que, na verdade, a minha ser assim é só um traço de personalidade! Não me lembro onde que eu vi, mas se procurar rápido deve dar para achar, mas pessoas com letra feia costumam ter o pensamento mais rápido e outras coisas. 
Eu já percebi que quanto mais rápido estou escrevendo mais rápido são que meus pensamentos estão fluindo. Quando eu escrevia meus livros de forma manuscrita, eu sentia muito isso.
Minha letra tem momentos e momentos. Posso até começar escrevendo devagar, mas pode ter certeza que eu perder a paciência e vou começar a escrever rápido!
É comum, inclusive, eu acabar comendo algumas palavras enquanto escrevo, porque minha cabeça chega a ser mais rápida que minha mão… Até digitando acontece!

Então, eu costumo falar que a beleza das minhas palavras está justamente em outro lugar e que não é aquele que percebemos à primeira vista, é preciso ler para poder perceber! (Já que a gata é escritora!)
E posso dizer com orgulho que eu já dei umas canetadas dentro dos livros, bem daquele meme da caneta pegando fogo!
 

A ironia é que: eu gosto de Lettering

E vejam como são as coisas né? Ainda vou fazer uma edição sobre meus hobbies por aqui. Só que um deles envolve exatamente a caligrafia, que é o Lettering.
Eu sempre gostei de desenhar, mas nunca fui boa; só que na pandemia acabei por encontrar justamente essa arte de desenhar as letras. Na verdade, eu inventava de desenhar letras desde o ensino médio. Só que eu enxergo mais como um desenho do que algo a ver com escrita ou com caligrafia em si.
Tudo bem que não acho meus letterings as coisas mais bonitas do mundo, porém é hobby que eu realmente faço por ser hobby mesmo.
Cheguei até a desenhar alguns relacionados aos meus livros e quero fazer de todos, se for possível!




 
Bem, pessoal, é isto!
Peço desculpas por toda essa reflexão e que a edição de hoje fosse fora dos padrões.
Até o próximo Boletim de Anelândia!

sábado, 30 de agosto de 2025

Boletim de Anelândia: #38 - Primeiro você começa, depois você melhora (Sobre observar a própria evolução)


 
Olá, pessoal! Boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia. 
Hoje trago mais uma edição que faz parte da minicoleção (que eu inventei) sobre os meus 20 anos como escritora. 
Hoje falarei um pouco sobre a minha própria evolução como autora, da forma que eu observo como minhas histórias, meu modo de escrita, vocabulário e todos os outros detalhes foram mudando conforme eu crescia, tanto como pessoa quanto escritora.  
Um dia, eu fui uma menina que escrevia em um caderno antigo, rabiscando as folhas com histórias que hoje em dia dá até vergonha de mostrar (e algumas mostrei mesmo assim). Atualmente, sou uma mulher adulta - sempre esquisito falar isso – e com isso escrever e crio histórias mais maduras e com mais responsabilidade. 
Claro que, como sempre, farei algumas das minhas observações e reflexões. 
Oficialmente, vamos lá! 
 

Claro que o início de tudo não foi a melhor coisa 

No meu começo, no longínquo ano de 2004, quando a escrita era só um mero passatempo e eu o fazia bem esporadicamente, não escrevi as melhores coisas do mundo. 
A primeira versão de As Super Agentes não é a melhor coisa do mundo. É repleto de buracos, de referências que permeiam ao plágio e toda uma carga mais infantil; bem condizente com a época da vida que eu escrevi. 
Todas as minhas histórias iniciais, apesar de eu gostar muito, sei com plena consciência de que não são incríveis ou o próximo best-seller ou até que vai revolucionar o mundo. 
São criações de uma criança/adolescente que tinha uma grande imaginação e resolveu colocar para fora de alguma forma, mesmo que não fizesse sentido na maior parte das vezes. 
 

Sempre na tentativa, erro e experimentação 

Outra característica muito clara que eu percebo durante todos esses anos escrevendo é que eu gosto muito de experimentar com a escrita. Ainda mais com essas mais iniciais, pois acabam cada uma sendo de um gênero diferente. Tem fantasia, young adult, medieval com ação, sci-fi. Claro que eu não fazia ideia de nenhum desses gêneros, só escrevia o que me dava na telha ou o que eu tinha vontade.
Por muito tempo mesmo, poucas pessoas sabiam que eu escrevia. Não era algo que eu saía compartilhando por aí, ainda mais porque eram outros tempos, principalmente na internet.
Não tinha medo de arriscar e explorar inventando histórias e personagens, de diversos jeitos. Eu estava me descobrindo e desenvolvendo na escrita, enquanto dava vida a tudo dentro daquilo, cada uma em seu próprio universo.
Não tinha realmente uma técnica e nenhum grande estudo, na minha humilde cabeça de adolescente, eu já fazia isso na escola; ali, inclusive, era o meu refúgio de muitas coisas. Era o local onde eu podia me expressar livremente e deixar fluir tudo o que tinha dentro de mim, que sempre fui muito tímida na adolescência.
Foi experimentando, errando em alguns momentos e acertando em outros que eu fui desenvolvendo parte da minha escrita. Montando melhor as ideias, os acontecimentos, os jeitos dos personagens, a própria construção do texto. Apelando um pouco para o meu eu “formada em letras”: a coesão e a coerência de tudo.
Até hoje meio que faço assim na experimentação, mas junto com alguns momentos de estudos, pois eles são sim necessários.
Uma coisa que meus cadernos (agora velhos) me ensinaram foi que não há limites para a escrita!

Pelo menos, alguns detalhes não precisava me preocupar

Inclusive, uma coisa muito engraçada do meu eu escritora e até pela minha área de formação ouso dizer, é que alguns detalhes da minha escrita acabo por não precisar tanto me preocupar. Vou explicar! (Meio que dando uma carteirada também, me perdoem!)
Primeiro que eu vou ser justa de que só entrei no curso de letras no auge dos meus 17 para 18 anos mais porque eu já era escritora e não porque eu queria lecionar; mesmo que atualmente seja isso que eu faça. E na faculdade de jornalismo acabei por entrar por recomendação de um professor do curso anterior.
Imagino, inclusive, que muitas pessoas devam entrar em certos cursos para finalmente aprender alguma coisa de algum assunto e digo isso mais especificamente ao curso de letras… Só que assim… Não adianta você ter todo o conhecimento técnico se não souber isso na prática! Eu fiz dois cursos diferentes (e que até se relacionam em certo ponto), mas acreditem não é isso que é capaz de fazer uma pessoa escrever bem.
E por que estou falando tudo isso? (Olha meu tipo de MBTI atacando novamente, porque eu entrei em devaneio… De novo!)
Justamente pelo motivo que desde sempre - ou pelo meu próprio desenvolvimento - não me preocupam na escrita. Um deles é justamente a minha questão com a gramática, mais a ortografia em específico. Uma coisa é verdade: a minha formação me ajudou muito com a minha escrita, contudo eu só evolui uma aptidão que eu já tinha.
E confesso que é muito mais fácil ser uma autora que já tem conhecimento de gramática normativa e já consegue ir aplicando isso enquanto isso.
Meu marido/digníssimo, que é o revisor das minhas obras, agradece!
 

Mesmo assim, é bom revisar 

Apesar de ter toda a parte teórica na minha cabeça e também um vocabulário desenvolvido por conta de ser leitora também, eu não sou perfeita! Confesso, inclusive, que eu cometo muitos erros de digitação, por que meu dedinho é nervoso!
Alias, nenhum autor consegue escrever a história perfeita no primeiro rascunho. A história sempre precisa ser lapidada, arrumada e claro, revisada. Não só na questão da ortografia, pontuação e etcs. Também com relação ao seu próprio desenvolvimento!
Toda história precisa de revisão! Sempre! Por isso que eu sempre recomendo a quem eu conheço que tenha ou uma outra pessoa para revisar ou que deixe o que foi escrito descansar um pouco antes de uma revisão.
Falei sobre minha questão de escrita “dentro das regras” ainda agora, pois foi digníssimo quem fez este apontamento! (Só para vocês não acharem que eu tirei da minha cabeça!) Contudo, ele comentou que não se preocupa com isso, mas observa outros detalhes que também fazem parte da história e de seu desenvolvimento.
Então, gente, é muito bom sempre revisar o que se escreve! 
Um meme antigo só para dar uma descontraída!

Não existe um “final da evolução”, ela continua sempre 

Estou aqui falando sobre a minha evolução, só que não significa que ela chegou ao fim. Isso nem inclusive tem um final! Estamos sempre em evolução na escrita!
Eu mesma observei as minhas ideias e meu modo de escrita evoluírem como o tempo e de vez em quando até penso ter alcançado o auge disso tudo. Só que aí vem alguma nova e que faz explorar alguma coisa que nunca tinha feito antes.
Aprendi que a escrita para mim é além de um local seguro e de conforto, é um local onde eu posso explorar em inventar sem pudor e sem limites. Continuando a me desenvolver em algo que eu (acho) que tenho alguma aptidão.
Olho para trás, com todas as coisas que escrevi nessa minha longa trajetória. Por um lado, sinto até vergonha porque existem coisas realmente muito toscas ou realmente ruins; por outro, eu entendo que era o meu eu daquela época e era o que ela podia fazer com o que tinha, aí eu sinto orgulho de mim. Vendo todas as histórias e personagens que eu criei e que eu tenho um grande carinho, todos eles se desenvolveram enquanto a autora estava se descobrindo em diversas fases da vida.
E acredito que a escrita vá além de algo mecânico para mim. Não é só colocar palavras num papel, de forma fria e artificial. É realmente o momento que coloco muita coisa de mim para fora.
E é interessante observar também não só a evolução das histórias, mas a evolução da própria escritora que me tornei e que eu sou hoje!
É aquele ditado: FOGUETE NÃO DÁ RÉ! (E eu colocando meme do Drag Race Brasil aqui!)

Vídeos que fiz relendo algumas coisa antigas

Vou compartilhar com vocês alguns vídeos que gravei no meu canal de autora, onde acabo por ler algumas das versões antigas das minhas primeiras histórias.
Tenho certeza que vocês vão dar muitas risadas, porque foi uma criança quem escreveu a maioria delas.








Com isso, encerramos a edição do Boletim de Anelândia de hoje!
Nos vemos na próxima!

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Boletim de Anelândia: #37 - Eu devo escrever só para mim? (Como lidar com processos de escrita)


 
Olá, pessoal! E boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia. 
Cá estou eu hoje para falar sobre mais um pouquinho do meu processo de escrita, misturando com coisas que já ouvi algumas vezes nessa minha trajetória. 
Espero que eu consiga me explicar, porque tem hora que só parece maluquice da minha cabeça. 
Bora lá!
 

Lidando com o processo de escrita 

Com certeza, eu devo ter comentado por aqui – ou até em algum dos meus blogs – mas o processo de escrita é diferente para cada autor.
A forma como criamos e escrevemos nossas histórias acaba por ser semelhante e muito diferente ao mesmo tempo.
Alguns autores tratam a história só como uma coisa que eles escrevem, tendo uma carga mais leve, sendo uma coisa mais mecânica e tudo o mais. (Concepções que tirei da minha cabeça.) Já, para mim, a escrita é uma coisa muito pessoal, então acabo por viver cada momento daquela história e com aqueles personagens, colocando praticamente a minha alma inteira em cada livro que eu escrevo. 
E é complicado lidar com esse processo de viver uma história ao mesmo tempo que a conta, porque a escrita sempre foi um local de fuga e um refúgio para mim. 
Então, quando eu escrevo, acabo me colocando de corpo de alma em cada uma das palavras que saem. 
Desde o momento em que eu penso nas histórias, até o momento em que as escrevo e, ouso dizer, até depois que as termino, vivo com cada uma delas dentro de mim sempre. Comigo é desta maneira, não sei para outros autores.
Eu lidando com meu processo de escrita, não ironicamente!
 

A primeira leitora sou eu mesma 

Como eu sou a primeira pessoa que acaba por ter contato com todos os elementos da história, a primeira leitora de cada uma delas termina por ser eu mesma. 
Sempre com este pensamento na cabeça, sempre acabei escrevendo histórias que eu gostaria de ler e não encontrava em lugar nenhum. “Coçando as minhas próprias coceiras”, como comentei uma vez por aqui.
E acredito que eu continue assim até hoje, pois eu realmente preciso gostar do que estou escrevendo para poder continuar. 
Acaba acontecendo, com tudo isso, algo bem engraçado: a primeira fangirl das minhas histórias. Que fica surtando por causa de cenas, de casais e com trechos... Tem horas que parece que nem fui eu mesma quem escreveu. 
 

Pensando no outro leitor 

Com os anos, o avançar da experiência pessoal e também por começar a postar minhas histórias nessa internet afora, foi que eu passei a pensar um pouco nesse outro lado da equação… Que é o leitor! (Por que eu faço analogias com matemática né?)
Ao compartilhar minhas histórias com o mundo que eu fui finalmente recebendo opiniões de pessoas que não me conheciam e vendo quais caminhos eu poderia seguir na história ou não; se o que escrevia estava bom ou estava agradando ao público. Soando bem escrota, mas a decisão final, no final das contas (e com o perdão do pleonasmo) é minha!
Claro que devemos levar em conta algumas opiniões de leitores, mas como já devo ter comentado aqui, sabendo filtrar o que realmente vale ou não. O aprendizado que o tempo me trouxe é que nem sempre o leitor tem 100% de razão, tem coisas que são apenas opinião e a gente não deve ficar surtando ou pisando em ovos para agradar cada alecrim dourado com uma opinião diferente.
A sua história acaba virando um frankenstein, com um monte de elementos “nada a ver” misturados e que, provavelmente, não farão sentido entre si. Se formos agir dessa forma, vai acabar acontecendo de querer agradar todo mundo e acabar não agradando ninguém.
O peso pesado demais de carregar e para surtar à toa!
 

Realmente é um problema escrever para si? 

E aqui se recaí na pergunta que dá título a esta edição e que por um bom tempo - e até hoje, confesso - foi motivo de muitas reflexões minhas acerca da minha carreira de escritora. Já conversei na terapia sobre isso e até uma crítica que recebi falava exatamente com essas palavras.
E bem, como vocês já devem saber (ou não), meu tipo de personalidade acaba me levando justamente por esses caminhos de pensar demais e buscar algum sentido ou alguma lógica em coisas da vida, por mais simples que sejam. (MBTI = Lógico. Para quem é mais curioso!)
E na minha humilde opinião não é um problema um autor escrever para si mesmo em certos momentos. Nossos livros começam como coisas “só nossas”, seja um arquivo em branco no computador ou uma folha em branco de um caderno. Os nascimentos das histórias se dão por nossas mãos e por nossas palavras. A história se constrói em um ambiente íntimo e seguro. Com o tempo e o avançar dele é que vai conquistando o mundo e aí sim, deixando de ser “só nosso”!
É tudo sobre o que eu comentei acima: precisa que o autor goste de contar aquela história ou que tenha realmente alguma coisa maior por trás. Senão vira algo mecânica e tudo o mais.
Eu sei que eu costumo romantizar (e gourmetizar) tudo o que envolve o processo de escrita - e a carreira também -, mas para mim isso faz todo o sentido, sabe? Porque, como sempre falo (e falei hoje), a escrita representa muitas coisas e é algo que é bem pessoal e que sempre foi um sonho. Agora é um sonho mais realista, um pessoal mais pé no chão, porém ainda representa muito.
E falo isso com conhecimento de causa de que eu sou assim. Já embarquei em projetos de escrita que não deram resultado algum externo - sim, estou falando do 12 Meses do Minorin -, só internamente foi uma grande realização. E tudo bem com isso, sabe? Era algo que eu mesma queria fazer e eu cumpri com o compromisso que eu fiz! Ninguém me obrigou e ninguém leu também, mas faz parte! (E eu posso usar ainda esse material, que eu gostei muito do resultado.)
Posso ser muito julgada por este pensamento, mas é a verdade! Até porque se formos escrever pensando só no pós - como publicar e compartilhar com os leitores - vai sobrar só é muita pressão na cabeça e nada mais!

Bem, pessoal, é isto para esta edição!
Peço perdão por divagar demais, como costuma acontecer. Espero que tenham gostado!
Até o próximo Boletim de Anelândia!

domingo, 29 de junho de 2025

Boletim de Anelândia: #36 – Uma autora de Bienal (Minhas participações em Bienal e outros eventos)

 
Olá, pessoal! Sejam bem-vindos a mais uma edição do Boletim de Anelândia. 
Aproveitando esse clima de bienal, ainda mais que a do Rio ocorreu nas últimas semanas, vamos falar um pouco sobre eventos literários e minhas participações neles. Como me sinto com tudo isso e se realmente vale a pena participar! 
Vai ser quase como uma linha do tempo... Então bora! 
 

Bienais da infância/adolescência (e um pouco da vida adulta) - até 2015 

Durante a minha infância e adolescência, fui a bienal algumas vezes com meus pais e meu irmão. Mas, são poucas as lembranças que eu tenho delas. E tem uma coisa desta época que eu ainda tenho, que são os livros que eu comprei. A maioria acaba por ser livros de infância e alguns são de 2015, onde conheci algumas das minhas autoras favoritas, como a Luciane Rangel e a Juliana Leite. 


Bienal 2017 - aquela que todo mundo já sabe 

Mesmo que a minha primeira publicação seja de 2014, foi só em 2017 que eu fui à bienal como autora. 
E esta é uma das mais marcantes, que foi quando aconteceu toda aquela história do avental e que eu viralizei e tudo mais. 
Não vou me estender muito por aqui, pois temos uma edição exclusiva sobre essa história inteirinha. 
 



Bienal 2019 – a melhor para mim até hoje 

Já em 2019, já muito mais calejada (por ter passado uns perrengues e saber de histórias de outros autores) e aproveitando que eu comecei a trabalhar, resolvi que uma das metas era fazer a publicação dos meus livros. 
Com bastante organização, paciência e muita pesquisa, consegui fazer todas as etapas da publicação - tirando a parte gráfica do DEA que eu ganhei num sorteio – da revisão até a impressão, que eu custeei com os primeiros salários que eu guardei. 
E com este mesmo dinheiro guardado que eu também, com bastante tempo de sobra, fui buscar estandes onde pudesse sublocar o espaço e poder exibir meus livros por lá. Peguei o mais em conta (e que tirava a porcentagem menor das vendas dos livros) e compareci ao evento o máximo de dias que me foram possíveis. Neste ano, também fiz duas sessões de autógrafos e conheci pessoas com quem tenho contato até hoje. 
Esta foi de longe a melhor bienal que eu tive até então! Pois foi a primeira onde eu fiz um lançamento e uma sessão de autógrafos digna; onde também várias pessoas me alcançaram através daquele evento. (Tipo a pessoa estar passando pelo estande e se apaixonar pelo livro e comprar e assim, conhecer seu trabalho.) 
Apesar de ter sido muito cansativo, ainda sim foi maravilhoso! Confesso que queria que toda a bienal (para mim) fosse como essa. Porém, não controlamos tudo né? Ficaram só as lembranças e o carinho por uma edição que me marcou muito.


 

Bienal 2021, 2023 e 2025 – muitas vontades e nenhuma realização 

Terminei 2019 com a energia lá em cima e já estava até pensando em ir na edição de São Paulo em 2020; comparecer a mais eventos neste ano posterior... Só que... Aconteceu o que aconteceu!  
Tudo parou e acabou que eu fui obrigada a me divulgar nessa internet. E eu já falei por aqui como é trezentas vezes mais complicado de se fazer isso. Mas, apesar de difícil, prossegui; pois eu ainda estava com aquele gás de 2019. 
Na Bienal de 2021, acabou que eu não fui, por vários motivos. Já na de 2023, eu já estava com expectativas de conseguir publicar o JV3, mas num geral foi um ano mega complicado para mim e não rolou ir em nenhum estande. Aproveitei para fazer compras para o evento do trabalho (onde acabo revendendo alguns livros), pegar autógrafos de autoras que eu gosto e também para distribuir alguns marcadores, numa tentativa de divulgar meu trabalho um pouco. Foi muito mais cansativo e só me frustrei – outra pá de cal naquele ano catastrófico. 
E neste ano, com tantas mudanças - da própria Bienal e minhas – acabou que só fui para passear mesmo, aproveitando para comprar umas coisas para mim, fazendo um pequeno reestoque para o evento do trabalho (que também será mais cedo neste ano) e pegar alguns autógrafos também. 
Isso porque eu tentei pelo menos uma sessão de autógrafos que fosse, mas não deu mesmo! 
Espero que em 2027 (ou até 2026, se rolar a de São Paulo) seja melhor! 






  

Outros eventos literários (e pensamentos quanto a eventos menores) 

Porém, nem só de bienal vive esta autora, já participei de alguns eventos menores pela minha região: zona oeste do Rio. 
Já participei – entre 2019 e 2025 - do ELIZO (Evento Literário da Zona Oeste); Primavera Literária; Feira Literária de Campo Grande (se é que esse era o nome mesmo); e os mais recentes foram a FLIPR (Feira Literária do Parque Realengo) e PLIPO (Feira Literária do Parque Oeste). Isso porque eu nem estou contanto o Feirão Empreendedor do meu trabalho CLT como evento literário (porque não é). 
Os eventos menores acabam sendo mais de autor para autor do que para leitores mesmo. O público acaba por ser muito pequeno, entre a falta de interesse mesmo e uma falta de melhor divulgação; ou até de um melhor trabalho na organização lá no dia. No dia do evento, acaba ficando lotado de autores e passando uma meia dúzia de gatos pingados, que só olha porque o evento é em um ambiente frequentado por muitas pessoas e é só mais uma coisa para ver. 
Alias, boa parte desses eventos tem problemas terríveis de organização. Ainda lembro de um que participei que colocaram todos os painéis/palestras/roda de conversa no mesmo ambiente da feira... Pensando em concentrar melhor todo mundo, só que acabou que, na hora em que estava acontecendo alguma apresentação lá na frente, as pessoas não conseguiam passar. Coisa esta que prejudicou muito às nossas vendas! 
Outro evento foi uma falta de organização tão grande que ficamos no ar livre, embaixo de uma tenda enorme, mas que não protegia a todos... Um dos dias acabou chovendo e o ambiente onde estávamos virou uma lama pura. Isso sem contar que paguei a participação e ninguém no momento que cheguei foi conferir numa lista o meu nome. Eu podia ter sido bem da safada e só metido a cara no evento e botar mesa sem pagar nada, porque eles nem iam saber! (O que levanta a teoria de que tem gente que faz este evento para embolsar dinheiro de autor independente.) 
Até quero participar de mais eventos na minha região, só que estas pequenas coisas – que acabam por nem ser até muitas no final das contas – acaba me incomodando e me fazendo ter receio de participar. 
Só que, por outro lado, se eu ficar só tentando divulgar na internet também não dá certo... Estar em eventos é ser visto e conhecido e lembrando. 
Acho que eu preciso mesmo é escolher melhor quais eventos eu participarei! 




  

Realmente vale a pena participar de eventos? 

Com tudo isso que eu falei, fica a questão do título deste tópico. E minha resposta é - apesar de tantas coisas que eu falei contra – que vale a pena sim!
Mesmo com tantos problemas, que costumam ser mais culpa de organização do que qualquer coisa, num geral o saldo depende da ideia ou objetivo que se tem com a participação.
Claro que é sempre bom participar de algum evento, expor nossos livros e conversar e conhecer outros autores e até leitores. Por este lado, o saldo acaba por ser positivo! Muitas pessoas maravilhosas que eu conheci fazem parte disso. 
Porém, se formos levar em conta o lado financeiro, não costuma compensar tanto. Tirando o valor da impressão dos livros da conta... Porém, ainda tem alguma taxa de participação (para alugar mesa, por exemplo), combustível ou transporte para ir ao local (seja ir em carro próprio, de uber ou de transporte público). Além disso, toda a logística também soma nesta equação! Quando você vai avaliar tudo, acaba por não compensa, pois os gastos costumam ser maiores do que a venda.
Então, tem que saber realmente avaliar o que vai pesar mais. Eu acho que vale a pena por ser vista e mais pessoas conhecerem meu trabalho, até porque saio distribuindo marcadores e eles vão embora igual vendaval e podem chegar em lugares que eu não alcançaria. Tenho contato com outras pessoas do mercado, então acabo conhecendo outros autores também.
Vendo um livro aqui ou ali, mas acho que se eu fizesse só pelo dinheiro, não continuaria na minha carreira de autora de um modo geral.
Como disse acima, preciso saber escolher melhor minhas participações, pois estes eventos menores têm me frustrado bastante.

 
Bem, pessoal, é isto!
Termino a newsletter de hoje com muitas reflexões, como sempre. Saber pesar o que vale a pena ou não, até neste tipo de coisa. Como tudo na carreira de escritor!
Nos vemos no próximo Boletim de Anelândia! 

quarta-feira, 28 de maio de 2025

Boletim de Anelândia: #35 - Uma autora, a autocrítica e as críticas (lidando com opiniões negativas)

 
Olá, pessoal! Boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia.
Cá estou hoje para bater mais um papo cabeça autoral com vocês. Eu gosto de escrever meus pensamentos aleatórios na internet desde sempre. E nada mais justo do que falar sobre algo que já me incomodou muito no início, mas que hoje eu consigo ver a sua real importância.
Sim, vamos falar sobre elas, talvez as tão temidas por muitos autores: As Críticas (nossas com nós mesmos; e dos outros).
Enfim, bora lá!

Quem se expõe se arrisca, por bem ou mal

É meio triste dizer isso, mas quem se arrisca e mostra o seu trabalho, no caso dos livros, os publica, está sujeito ao “julgamento de opinião” das outras pessoas.
Seja para o lado bom, que a pessoa gosta; elogia; dá todas as estrelas do mundo; recomenda para outros. Ou do lado ruim, em que a pessoa não gosta (ou até odeia); xinga horrores; dava estrela negativa se possível fosse; fala para os outros não lerem.
Isso sendo bem simplista e lendo as coisas bem preto no branco, porque acredito que tudo tenha partes boas e ruins, até nas críticas. Mas, não vou me aprofundar muito nisso, vou focar só nos dois extremos.
É aquilo, quem bota a cara pode receber ou um tapa ou um carinho.
Eu receosa esperando qual a reação da pessoa! (O meme para descontrair!)
 
 

Tendo maturidade para lidar com isso

Primeiro falando sobre a parte ruim... Quem nunca nessa internet não recebeu uma opinião negativa? Independente de que forma seja, em resenha, em mensagem, em comentário.
Eu mesma já recebi diversas vezes, inclusive em épocas diferentes da minha vida. E sendo sincera, nem sempre eu lidei muito bem com isso, justamente pela falta maturidade.
Muitas vezes, quando recebia críticas, eu chegava a ficar muito mal, duvidando e me questionando sobre as minhas capacidades. Eu me sentia horrível, a pior escritora do mundo e muitas outras coisas. Algumas vezes, até quebrou minha empolgação com a história. E tudo por causa de uma pessoa aleatória na internet sabe?
Ainda me lembro até das sensações, porque foram emoções bem profundas. Vou citar alguns exemplos:
Algumas desqueridas – sim, no plural - que tiveram opiniões demais depois de ler apenas alguns capítulos do meu livro. Uma postou como “resenha” para todo mundo ver, dando uma estrela; e surgiu gente de todo o buraco do “caralivro” para poder comentar e dar razão para a dita cuja. E a outra que eu estava as vésperas de mandar o livro para impressão e a pessoa falou tanto e eu fiquei tão chateada, que a minha vontade foi só jogar o livro inteiro fora e fingir que ele nunca existiu. (E hoje é um dos meus maiores orgulhos como autora!)
Ou da vez quando teve o aniversário de um ano do Café com Letra, em que eu aproveitei uma ideia que já tinha engavetada fazia uns 10 anos e quase ninguém gostou do conto e obviamente, eu perdi o “concurso de aniversário”. A coisa tomou uma escala tão grande – da minha chateação comigo mesma, que ninguém entendeu – que chegaram a me acusar de que eu estava descredibilizando o concurso porque eu não ganhei. (E teve um dos contos numa das coletâneas que eu amei quando escrevi, mas o povo do grupo não gostou e eu passei a odiar! Por que eu era assim?)
Outra foi a vez que uma conhecida me xingou de forma anônima (eu sabia que era ela), dizendo que o que eu tinha escrita foi uma das piores coisas que ela já leu, mandou eu me tratar e “crescer”, porque quem sabe assim eu não conseguisse escrever algo melhor e “mais interessante” (para ela). Essa história já é conhecida por quem me segue a mais tempo... Só que essa foi umas vezes que eu realmente pensei em desistir de tudo nessa coisa de ser escritora!
Foi apenas com o tempo e meu desenvolvimento pessoal e profissional que eu aprendi a separar, finalmente adquirindo a maturidade o suficiente para lidar melhor com as críticas negativas. Finalmente entendendo que algumas opiniões a gente pode aproveitar – se elas fizerem sentido – e outras a gente pode simplesmente descartar e fingir que nunca viu.



 Prints relacionadas às três histórias que eu contei acima! (Porque eu guardo PROVAS!)


Cuidado com o ego

Agora falando dos cuidados que devemos ter com a parte boa!
Inclusive, eu sou daquele tipo de pessoa que fica completamente sem jeito quando alguém me tece um elogio – pessoal mesmo. Não que eu não encare bem, mas eu sou bem introspectiva e só não sei o que responder além de um agradecimento que quase sai num sussurro.
Claro que se pode ficar feliz, contente e sorridente quando o livro é elogiado e a pessoa acaba por falar bem sobre.
Como toda pessoa que trabalha com arte, eu gosto muito e fico muito feliz quando alguém critica de forma positiva alguma história minha. Dá uma enchida no meu ego e também me incentiva ainda mais para continuar. Inclusive, dá para sentir que o que estamos fazendo faz sentido e está tocando outras pessoas.
Ainda lembro quando publicava um dos meus livros no site de fanfics e veio uma moça - acho que era – dizendo quanto a história era especial para ela, isso num capítulo que é um dos mais tensos do livro e a leitora passou por algo semelhante.
Ou outra que chegou e já tinha lido o livro em um lugar, encontrou em outro – porque eu publicava em vários sites – e disse que leria tudo de novo porque amava a história.
E a quantidade de pessoas que nunca tinha sequer interagido comigo, lendo como um leitor fantasma, mas de vez quando dava as caras e diziam o quanto gostavam da história. Ai que se percebe o quanto um livro pode ir longe e quantas pessoas diferentes pode alcançar.
Só que o cuidado que se deve tomar é só para esse ego não acabar ficando inflado demais. É ficar feliz, só que com o pé no chão e tendo a consciência que existe sempre alguma forma de evoluir e não ficar estagnado.
Buscar um equilíbrio justamente entre as duas partes (boas e ruins), ai sim dá certo!

Prints relacionadas às histórias que contei acima!
(A segunda não é comentário propriamente dito, mas é a mesma pessoa!)
 
 

A autocrítica pode ser pior do que a crítica

Estamos aqui só falando sobre os outros, mas existe uma pessoa que é o pior crítico de todos: Nós mesmos!
Digo isso com conhecimento de causa, da minha experiência convivendo comigo mesma. Piadas à parte! O quanto de cobrança que eu faço comigo de vez em quando chega a ser surreal.
Já trabalhei bastante sobre isso na terapia e agora eu sei muito bem enxergar quando essa minha autocrítica acaba por mais me atrapalhar do que ajudar.
Como os outros aspectos que falei, todos aqui devem ser feitos com equilíbrio. Então, um pouco de cada um deles é até bom, mas demais acaba por piorar tudo.
Quantas vezes já não me cobrei para escrever mais ou escrever todos os dias ou criar histórias de forma X, Y ou Z? Quantas vezes já me peguei relendo o que eu escrevi e achando aquilo a pior coisa do mundo e ficar me perguntando o que eu tinha na cabeça quando escrevi?
São tantas cobranças pessoais, de metas pessoais ou profissionais e elas podem acabar apenas sobrecarregando, tornando tudo mais difícil e complicado.
A nossa própria opinião acaba por pesar muito mais pelas que vêm de fora e elas também vêm com mais força, justamente porque nossa cobrança própria é muito maior. Seja esta para alcançar objetivos ou por pura comparação.
O problema é que ela também é bem capaz de fazer mal e causar problemas ainda piores. E quem trabalha com arte, acaba por afetar de uma forma mais profunda.
Como disse, melhor ficar no meio termo. Ter uma crítica consigo sim, mas de uma maneira que seja mais leve e que te impulsione para frente e não te puxe mais para trás.
Um meme velho (e meu) para descontrair!
 
 
Bem, pessoal, é isto!
Espero que tenham gostado do Boletim de Anelândia de hoje.
Nos vemos na próxima! Até!

terça-feira, 29 de abril de 2025

Boletim de Anelândia: #34 - Obras que me influenciam (e me inspiram nos meus livros)


Olá, pessoas! Boas vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia.
E nesta edição, que até meio que complementar a edição de número #27, onde eu falei sobre como manter a inspiração trabalhando com arte... Hoje quero falar sobre quais obras que me influenciaram ou até ainda me influenciam e me inspiram nos meus livros.
É um bocadinho de coisa, mas vou tentar ser sucinta. Mas, sem antes dar a minha dose de opinião sobre este assunto.
Bora lá!


Não tem problema pegar uma coisa ou outra dali

É aquele ditado: Nada se cria, tudo se copia!
Não tem realmente nada de errado se pegar uma inspiração de uma coisa e misturar com outra coisa. Criar algo novo com base em algo que já existe!
As outras mídias estão aí para que tiremos proveito delas e misturemos elementos de vários em nossas criações, sendo capazes de criar uma coisa totalmente nova.
Se até nós somos feitos de todas essas misturas do que gostamos (e do que nós vivemos), imagine o que nós criamos…
Sei que existem alguns que acusam os outros de que tal obra parece muito com outra, mas semelhanças sempre irão aparecer. E sinceramente, é uma linha muito tênue mesmo do que é inspiração e do que seria um plágio. Porém, o mundo está aí desde sempre… - contando de diferentes calendários - então é realmente difícil algo ser realmente 100% original.
Até autores mais famosos tem claras inspirações em suas histórias… Só dar uma pesquisada que logo se encontra! Obviamente, eu estou inclusa nisso e falarei sobre elas logo!
Quem sabe algum dia fale - talvez no meu blog - sobre essas “pequenas regras malucas” que só autor ou gente que tem muito tempo livre na internet é capaz de inventar!
Vou parando esse tópico por aqui antes que me cancelem!
 

Obras que tem claras referências nos meus livros (ou tinham)

Como apontei acima, algumas das minhas obras têm bastante inspirações em coisas que eu gosto muito e que direta ou indiretamente acabei colocando dentro das tantas histórias que eu já cheguei a escrever.
Algumas, que são as que eu falarei, tenho claras na minha cabeça de onde que eu tirei as inspirações. Já outras, eu realmente não faço a mínima ideia!
Então, bora lá!

Sailor Moon, Saint Seiya e Inuyasha: As Super Agentes

Aqui eu me refiro à primeira versão, a de 2004. E como eu era uma criança ainda, obviamente misturei um pouco de tudo o que eu gostava naquela época e desde que eu comecei eu sabia disso. Até porque os personagens tinham os mesmos nomes e eu dizia claramente que eram youkais. Inclusive, no primeiro capítulo, eu literalmente escrevo os nomes das histórias, fazendo uma clara referência de uma pobre otaka fedida no auge do 11 anos de idade. (Se bem que Inuyasha eu vi um cadinho mais velha, então entrou depois!)
Só para constar aqui:

“O bem conta com ajuda dos Cavaleiros do Zodíaco que protegem a deusa Athena, Sailor Moon guardada pela lua, luta contra o mal, e Sakura que usa as mágicas Cartas Clow.”

ASA sendo apenas a salada de coisas mais maluca que eu criei desde sempre e deve ser por isso que eu amo tanto, mesmo sendo beeeem ruinzinho!



Zoey 101 / Manual de Sobrevivência Escolar do Ned:  As Aventuras de Jimmy Wayn

Além das claras inspirações em elementos reais, que eu cansei de falar inúmeras vezes por ai - até na edição especial só sobre o JV - tiveram algumas coisas que eu só percebi que acabaram por me inspirar mais velha, mas em algum momento eu percebi.
Pela época do eu adolescente e de acompanhar muitas séries da Nick, obviamente elas acabaram por me influenciar de uma forma indireta.
São umas influências bem superficiais mesmo, mas de Zoey 101 são mais claras do que as do Ned - que é mais o contexto da série do que qualquer outra coisa.
Aliás, com o filme Zoey 102, eu tô há muito pouco de, mais para frente, escrever uma história dos personagens mais velhos… Depois que fechar a série principal!
 


Ai no Kusabi: O Diário da Escrava Amada

Também falei sobre inúmeras vezes, numa edição específica sobre, mas são claras as inspirações que o DEA têm em ANK.
Talvez seja porque eu fiquei em luto pelo anime de 2012 ter sido cancelado e a minha cabeça fez o que ela faz sempre: inventa coisas malucas para eu ter que escrever. haha
Mas, eu amo toda a mistura e referências que eu coloquei como homenagem depois dentro do DEA. É uma obra que é um grande divisor de águas para mim, como pessoa e como autora. E agradeço a uma das minhas obras favoritas da vida ter feito parte disso de alguma forma!
 

Mais do que apenas inspirações

Aqui um outro sub-tópico aqui para falar sobre coisas em que não peguei apenas inspirações e que só lembra um pouquinho. Aqui é para falar sobre coisas que eu aproveitei como base para criar alguma coisa minha (e nova).
Sobre ambos já falei em edições específicas do Boletim, então só vou pincelar para relembrar.

Músicas da Chihara Minori: 12 Meses com Minorin

Esse aqui não é surpresa, pois é um projeto em que eu peguei a discografia quase inteira da minha cantora favorita e praticamente tirei leite de pedra para inventar histórias inspiradas nelas, com direito a fazer referências e muitas homenagens nesse processo.
Foi um projeto que me fez muito feliz e realizada como fã e como autora!
Alias, ainda estou pensando num 13º conto simplesmente porque a mulher voltou com música nova este ano - deve fazer pouco mais de um mês.


Fated to love you e Ase to Sekken: Destinos Florescentes

A minha história mais recente e que eu muito bem consciente do que estava fazendo, resolvi misturar o enredo do meu drama favorito com um mangá que se tornou um dos queridinhos do meu coração.
Eu chamo Destinos Florescentes de uma versão brasileira de Fated, misturando com os personagens da outra. E esta mistura está dando muito certo e eu só estou numa ressaca de escrita terrível, mas quero muito continuar a escrever esta história.
(Alias, a pobre está sofrendo com muita coisa no seu processo!)
 
Uma fotinha do drama que fizeram de Ase to Sekken!


Bem, pessoal, é isto para edição de hoje!
Ainda vou trazer a edição sobre criatividade, como tem um tempinho que prometi, mas eu preciso pegar o livro e ler todo de novo para tal.
Espero que tenham gostado de saber um pouco mais sobre as coisas que inspiraram em alguns dos meus livros.
Nos vemos no próximo Boletim de Anelândia!

segunda-feira, 31 de março de 2025

Boletim de Anelândia: #33 - Autora fanfiqueira (Histórias minhas que publiquei no wattpad e adjacências)

 
Olá, pessoas! Boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia.
Continuando nas pequenas edições especiais de comemoração aos meus 20 anos, trazendo uma outra partezinha do meu eu autora (e leitora), que foi um ponto crucial para eu alcançar muitas outras coisas na minha carreira.
E sim, vou falar sobre as fanfics. Mesmo que nunca tenha escrito uma propriamente, os sites desse tipo se tornaram um local onde coloquei algumas histórias originais.
Então, bora lá!
 

Como que eu descobri o universo das fanfics?

Não me recordo o ano exato, mas imagino que tenha sido por 2011/2012; que foi quando fiquei mais ativa em redes sociais, usando o tumblr inclusive.
E nessas minhas andanças, encontrei o Nyah! Fanfiction – que hoje em dia é Plus Fiction – e acabei lendo algumas coisas que as pessoas escreveram inspiradas em histórias já existentes, focando até nas coisas que eu gostava.
Eu já meio que conhecia o nome Fanfic, mas só fui me aventurar neste universo só nessa época.
Li coisas relacionadas a Sailor Moon, Yuyu Haksuho, Inuyasha, Ai no Kusabi...

Descobri também que as pessoas escreviam coisas originais e também postavam neste sites. E realmente tinha coisas muito boas e que tenho um carinho por ter lido.
Cito aqui o clássico Contos de Garotos; uma lenda do Nyah Fanfiction.
E foi ai que eu entrei mesmo nesse universo com tudo e nunca mais saí!


Quando comecei a publicar minhas histórias nesses sites

Eu sempre tive vontade de compartilhar meus escritos na internet, mas eu conhecia bem pouco de muitas coisas quando comecei. Na época que eu entrei mais de coisa de ter blog - hábito e algo que amo até hoje – quis abrir um para poder postar as minhas histórias.
Como eu era a doida e autodidata em fazer layouts de blog, criei um bonitinho, usando as bonequinhas de dollmaker que eu sempre gostei e dei um nome que nem é estranho: Contos da Anê. (Nunca época que eu nem escrevia contos ainda, mas detalhes!)
A vontade eu tinha (e muita), mas ai surgiu a: Praga de Mãe!
Ela acabou vendo o layout que eu estava mexendo e brigou comigo, dizendo que as pessoas iam roubar meus livros se eu postasse na internet. Como era bem mais nova, eu só acatei mesmo e deixei para lá. Porém, a vontade de compartilhar meus escritos na internet afora nunca sumiu.



Uma foto do que um dia foi aquele blog que eu inventei.

 
Passaram uns bons anos, na mesma época em que comecei o tumblr do Contos Anê e que foi que tudo veio junto. Primeiro, até a ideia do Tumblr do Contos Anê era postar algumas coisas, mas logo depois descobri os famosos sites de fanfic e o tumblr se transformou num meio de divulgação.
E o pior é que eu acabei escrevendo muitas coisas novas justamente nesta época, especialmente entre 2015-2018, que imagino que tenha sido a época em que fui mais ativa nesse nicho. Participei de muitos grupos em que aconteciam concursos e até projetos especiais.
Então, eu só fui aumentando cada vez mais a quantidade de locais, principalmente para o Wattpad. E até hoje, mesmo que super floopadas, ainda posto algumas histórias minhas nestes sites, porque pelo menos as pessoas podem acabar encontrando!

 

Algumas dessas histórias são...

Algumas das tantas histórias que já postei por essa internet afora, já cheguei a comentar sobre algumas delas em outras edições daqui do Boletim de Anelândia, como: Ascensão de Uma Scarlet; Sasaki, a mulher Samurai; Guilty Angels; As Princesas Gêmeas.
Vou aproveitar o espaço aqui para poder comentar sobre algumas que nunca cheguei a falar por aqui e que também são histórias que fazem parte desta época da minha escrita. Bora lá!
 

Minha Tsundere é uma agente

Se não me engano, este foi para um pequeno concurso de grupo lá no “caralivro”, seguindo uma ideia de ser um “clichê não-clichê”. E eu, como boa otaka que sou, peguei a ideia da Tsundere e misturei com coisas de agentes e nasceu isso.
Confesso que é uma história que eu amo muito e que, com certeza, devo escrever uma versão maior.

O Capitão e o Marujo

Este aqui é uma história com temática BL/Yaoi, que eu escrevi para um projeto (e grupo de facebook) que tinha como nome ABC do Lemon; onde cada uma das autoras ia pegar uma letra do alfabeto e escrever uma história com tema que iniciava com aquela letra. Eu escolhi a letra A, de Ativo (pois é!) e daí nasceu essa história que eu tenho um carinho muito grande. Com inspirações em folk alemão e marinheiros.


O próprio DEA

Não é nenhuma novidade de que o DEA nasceu dentro do Nyah Fanfiction. Tudo porque eu tive aquela ideia maluca por causa de um sonho, com algumas inspirações em diversas coisas que eu gosto. Foram cinco longos anos escrevendo a história e publicando no site, e teve gente que acompanhou até o final.
Mas, tem uma edição exclusiva falando do DEA para quem quiser saber melhor e com mais detalhes.

 

Tão fanfiqueira que o TCC foi sobre Fanfics (e eu fui visionária)

Isso mesmo que vocês leram: Meu TCC numa das minhas faculdades - a de Jornalismo especificamente - foi justamente com essa temática das fanfics. E por ser autora também, acabei falando sobre os autores que começaram neste universo e se tornaram autores publicados.
Ainda me lembro que eu terminei este TCC junto com um dos NaNo em que eu quase terminei o DEA. Infelizmente também, meus professores não entenderam o meu tema e me deram um mísero sete, para um trabalho que eu dediquei praticamente seis meses e que eu sabia mais do tema do que eles.
Falei desde a impressa, a cibercultura, chegada dos livros ao brasil. Falei sobre as origens dos termos das fanfics e das fanfics em si, onde coloquei casos também de autores publicados. Foi um longo e exaustivo  trabalho e que realmente me dediquei e confesso, fiquei muito chateada com a minha nota!
Porém, o tempo acabou me “inocentando” e lá em 2023, um tema muito parecido com o do meu TCC foi tema de um painel na Bienal do Rio.
Eu fui visionária, mas não fui valorizada (eu raramente sou nos meios onde convivo, pois né…)!

Comparando meu título em 2017 com o tema do painel na Bienal 2023!



Bem, pessoal, é isto! Um pouco da minha breve história como autora fanfiqueira (ou nem tanto assim).
Espero que tenham gostado!
Até o próximo “Boletim de Anelândia”!
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