sábado, 30 de agosto de 2025

Boletim de Anelândia: #38 - Primeiro você começa, depois você melhora (Sobre observar a própria evolução)


 
Olá, pessoal! Boas-vindas a mais uma edição do Boletim de Anelândia. 
Hoje trago mais uma edição que faz parte da minicoleção (que eu inventei) sobre os meus 20 anos como escritora. 
Hoje falarei um pouco sobre a minha própria evolução como autora, da forma que eu observo como minhas histórias, meu modo de escrita, vocabulário e todos os outros detalhes foram mudando conforme eu crescia, tanto como pessoa quanto escritora.  
Um dia, eu fui uma menina que escrevia em um caderno antigo, rabiscando as folhas com histórias que hoje em dia dá até vergonha de mostrar (e algumas mostrei mesmo assim). Atualmente, sou uma mulher adulta - sempre esquisito falar isso – e com isso escrever e crio histórias mais maduras e com mais responsabilidade. 
Claro que, como sempre, farei algumas das minhas observações e reflexões. 
Oficialmente, vamos lá! 
 

Claro que o início de tudo não foi a melhor coisa 

No meu começo, no longínquo ano de 2004, quando a escrita era só um mero passatempo e eu o fazia bem esporadicamente, não escrevi as melhores coisas do mundo. 
A primeira versão de As Super Agentes não é a melhor coisa do mundo. É repleto de buracos, de referências que permeiam ao plágio e toda uma carga mais infantil; bem condizente com a época da vida que eu escrevi. 
Todas as minhas histórias iniciais, apesar de eu gostar muito, sei com plena consciência de que não são incríveis ou o próximo best-seller ou até que vai revolucionar o mundo. 
São criações de uma criança/adolescente que tinha uma grande imaginação e resolveu colocar para fora de alguma forma, mesmo que não fizesse sentido na maior parte das vezes. 
 

Sempre na tentativa, erro e experimentação 

Outra característica muito clara que eu percebo durante todos esses anos escrevendo é que eu gosto muito de experimentar com a escrita. Ainda mais com essas mais iniciais, pois acabam cada uma sendo de um gênero diferente. Tem fantasia, young adult, medieval com ação, sci-fi. Claro que eu não fazia ideia de nenhum desses gêneros, só escrevia o que me dava na telha ou o que eu tinha vontade.
Por muito tempo mesmo, poucas pessoas sabiam que eu escrevia. Não era algo que eu saía compartilhando por aí, ainda mais porque eram outros tempos, principalmente na internet.
Não tinha medo de arriscar e explorar inventando histórias e personagens, de diversos jeitos. Eu estava me descobrindo e desenvolvendo na escrita, enquanto dava vida a tudo dentro daquilo, cada uma em seu próprio universo.
Não tinha realmente uma técnica e nenhum grande estudo, na minha humilde cabeça de adolescente, eu já fazia isso na escola; ali, inclusive, era o meu refúgio de muitas coisas. Era o local onde eu podia me expressar livremente e deixar fluir tudo o que tinha dentro de mim, que sempre fui muito tímida na adolescência.
Foi experimentando, errando em alguns momentos e acertando em outros que eu fui desenvolvendo parte da minha escrita. Montando melhor as ideias, os acontecimentos, os jeitos dos personagens, a própria construção do texto. Apelando um pouco para o meu eu “formada em letras”: a coesão e a coerência de tudo.
Até hoje meio que faço assim na experimentação, mas junto com alguns momentos de estudos, pois eles são sim necessários.
Uma coisa que meus cadernos (agora velhos) me ensinaram foi que não há limites para a escrita!

Pelo menos, alguns detalhes não precisava me preocupar

Inclusive, uma coisa muito engraçada do meu eu escritora e até pela minha área de formação ouso dizer, é que alguns detalhes da minha escrita acabo por não precisar tanto me preocupar. Vou explicar! (Meio que dando uma carteirada também, me perdoem!)
Primeiro que eu vou ser justa de que só entrei no curso de letras no auge dos meus 17 para 18 anos mais porque eu já era escritora e não porque eu queria lecionar; mesmo que atualmente seja isso que eu faça. E na faculdade de jornalismo acabei por entrar por recomendação de um professor do curso anterior.
Imagino, inclusive, que muitas pessoas devam entrar em certos cursos para finalmente aprender alguma coisa de algum assunto e digo isso mais especificamente ao curso de letras… Só que assim… Não adianta você ter todo o conhecimento técnico se não souber isso na prática! Eu fiz dois cursos diferentes (e que até se relacionam em certo ponto), mas acreditem não é isso que é capaz de fazer uma pessoa escrever bem.
E por que estou falando tudo isso? (Olha meu tipo de MBTI atacando novamente, porque eu entrei em devaneio… De novo!)
Justamente pelo motivo que desde sempre - ou pelo meu próprio desenvolvimento - não me preocupam na escrita. Um deles é justamente a minha questão com a gramática, mais a ortografia em específico. Uma coisa é verdade: a minha formação me ajudou muito com a minha escrita, contudo eu só evolui uma aptidão que eu já tinha.
E confesso que é muito mais fácil ser uma autora que já tem conhecimento de gramática normativa e já consegue ir aplicando isso enquanto isso.
Meu marido/digníssimo, que é o revisor das minhas obras, agradece!
 

Mesmo assim, é bom revisar 

Apesar de ter toda a parte teórica na minha cabeça e também um vocabulário desenvolvido por conta de ser leitora também, eu não sou perfeita! Confesso, inclusive, que eu cometo muitos erros de digitação, por que meu dedinho é nervoso!
Alias, nenhum autor consegue escrever a história perfeita no primeiro rascunho. A história sempre precisa ser lapidada, arrumada e claro, revisada. Não só na questão da ortografia, pontuação e etcs. Também com relação ao seu próprio desenvolvimento!
Toda história precisa de revisão! Sempre! Por isso que eu sempre recomendo a quem eu conheço que tenha ou uma outra pessoa para revisar ou que deixe o que foi escrito descansar um pouco antes de uma revisão.
Falei sobre minha questão de escrita “dentro das regras” ainda agora, pois foi digníssimo quem fez este apontamento! (Só para vocês não acharem que eu tirei da minha cabeça!) Contudo, ele comentou que não se preocupa com isso, mas observa outros detalhes que também fazem parte da história e de seu desenvolvimento.
Então, gente, é muito bom sempre revisar o que se escreve! 
Um meme antigo só para dar uma descontraída!

Não existe um “final da evolução”, ela continua sempre 

Estou aqui falando sobre a minha evolução, só que não significa que ela chegou ao fim. Isso nem inclusive tem um final! Estamos sempre em evolução na escrita!
Eu mesma observei as minhas ideias e meu modo de escrita evoluírem como o tempo e de vez em quando até penso ter alcançado o auge disso tudo. Só que aí vem alguma nova e que faz explorar alguma coisa que nunca tinha feito antes.
Aprendi que a escrita para mim é além de um local seguro e de conforto, é um local onde eu posso explorar em inventar sem pudor e sem limites. Continuando a me desenvolver em algo que eu (acho) que tenho alguma aptidão.
Olho para trás, com todas as coisas que escrevi nessa minha longa trajetória. Por um lado, sinto até vergonha porque existem coisas realmente muito toscas ou realmente ruins; por outro, eu entendo que era o meu eu daquela época e era o que ela podia fazer com o que tinha, aí eu sinto orgulho de mim. Vendo todas as histórias e personagens que eu criei e que eu tenho um grande carinho, todos eles se desenvolveram enquanto a autora estava se descobrindo em diversas fases da vida.
E acredito que a escrita vá além de algo mecânico para mim. Não é só colocar palavras num papel, de forma fria e artificial. É realmente o momento que coloco muita coisa de mim para fora.
E é interessante observar também não só a evolução das histórias, mas a evolução da própria escritora que me tornei e que eu sou hoje!
É aquele ditado: FOGUETE NÃO DÁ RÉ! (E eu colocando meme do Drag Race Brasil aqui!)

Vídeos que fiz relendo algumas coisa antigas

Vou compartilhar com vocês alguns vídeos que gravei no meu canal de autora, onde acabo por ler algumas das versões antigas das minhas primeiras histórias.
Tenho certeza que vocês vão dar muitas risadas, porque foi uma criança quem escreveu a maioria delas.








Com isso, encerramos a edição do Boletim de Anelândia de hoje!
Nos vemos na próxima!

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