segunda-feira, 2 de junho de 2014

Capítulo 6

No dia seguinte, acordei antes dele e coloquei a minha roupa. Pouco depois, ele acordou:
–Bom dia, Sasaki! Já está acordada.
–Sim. Não tem nem muito tempo que levantei.
Ele se vestiu e tomamos café juntos. Estávamos conversando sobre a família. E lhe perguntei se iria falar com pai, respondeu-me que sim. Em seguida, chegara a hora de nos despedirmos:
–Adeus, Mitsuki.
–Cuide bem dele ou dela.
Fiz “sim” e parti em direção a minha casa. Estava um pouco longe e como ia apenas andando, cheguei lá um mês depois. Com minhas regras já atrasadas.
Como sempre fui muito bem recebida e a primeira coisa que fiz foi ir na termal de casa com minha avó. E decidi contar tudo a ela, ou melhor, ela mesma quis saber:
–E o rapaz?
–Vai bem, mãe! Encontrei recentemente.
–E... Fizeram?
–Que pergunta! Alias...
–Hum... Lá vem...
–Ele me escolheu para ser a mãe do filho dele.
–E você aceitou. Estou feliz por você. Já está grávida?
–Eu ainda não sei, mas a minha regra já está atrasada.
–Quantas vezes fizeram?
–Sete... Em uma noite!
A careta dela me fez dar uma risada. Depois, perguntou:
–Ele é bom mesmo em!
E ficamos rindo. Contei a ela todos os detalhes do acontecido.
A rejeição das outras mulheres da casa? Continuava. Só que, se eu engravidei mesmo, iriam ter que aguentar.
Passou-se mais um mês e todas as tardes treinava com meu pai. Minha regra não viera ainda, tinha quase certeza do bebê. Queria confirmar com sintomas. Em um desses treinos, tive uma tonteira e desmaiei.
Quando acordei estava sendo examinada por um amigo da família. Ao verem meus olhos abrirem, meu pai e vó sorriram. Ela fez uma expressão de confirmação do que lhe disse.
Ao terminar de me examinar, meu pai logo perguntou:
–O que ela tem?
–Ela não está doente, está grávida.
–Filha... - falou me olhando
Correu e me abraçou.
–Estou feliz por você.
–Obrigada, pai!
–Depois conversamos melhor sobre isso.
Adivinhem de onde vinha a reprovação? Nem responderei!
Logo em seguida fomos comer. Assim, minha mãe resolveu comentar:
–Não sabia que não tinha virtude, bastarda!
–E pelo que lembro deveria se casar, irmã.
–Sabem que não sou dessa forma.
–É mesmo uma burra. Este bebê deve ser de qualquer homem por aí.
–E por que se importa?
Ela nada disse. Continuei.
–Eu não sou importante para você. Nunca me quis, nunca fui sua filha. Sempre bastarda e rejeitada...
–Filha, pare... - papai tentou
–Sabe quando foi que me amou?!
–NUNCA! - Ela gritou
–Não... Quando estava grávida de mim e não sabia que era menina.
–Por mim, você tinha morrido, porém minha sogra cuidou de você.
–E com muito amor. Diferente de você, meu bebê será amado, sendo menino ou menina. Não quero que ele passe o que eu passo com você. Até hoje eu não entendo o te fiz de mal...
–Apenas nasceu, bastarda.
–E outra coisa: Não é de qualquer um. Não sou burra como pensa. Burras são vocês! Nada fazem o dia todo e, ociosas, gostam de me atacar. Quando o pai dele aparecer, verão!
E sai da sala. Dirigi-me ao meu quarto e papai entrou:
–Filha, o que foi aquilo?
–Foram 21 anos guardados.
–Entendo!
–E do que elas me chamaram?
–Sua irmã: “Mentirosa!”; E minha esposa: “Bastarda!”.
–Nada além do normal.
–E de quem é, filha?
–Do filho de seu grande rival.
–Sério? Se apaixonou por ele?
–Sim! Ele é uma boa pessoa.
–E te deu a cicatriz?
–Sim. Foi no dia que fizemos o bebê.
–Isto é para se lembrar dele. Deixou esta cicatriz aí, porque você é dele.
Eu sorri.
–Eu vou te apoiar no que precisar e contrariar as preces de sua mãe.
–Que preces?
–Ela vai pedir para a criança morrer.
–Peça ajuda da vovó também.
–Claro. Pode me contar tudo?
Contei a ele igual fiz com vovó e surpreendeu-se ao ouvir que eu “comandei”. Após terminar, ele falou:
–Quem dera sua fizesse o trabalho de vez em quando.
–Por que, pai?
–Ela sempre foi muito passiva nisso, deixa tudo por minha conta.
Acabei de descobrir um podre da minha mãe.
–Uma coisa é verdade: Ela nunca gostou de fazer nada.
–Concordo, filha.
Depois de breve pausa, meu pai continuou:
–Como vai contar a ele?
–Mandarei uma mensagem.
–Ah sim. E, mais uma coisa: Ele tem preferência por menino ou menina?
–Menino. Mas se for menina, ele vai aceitar.
–Está bem, filha. Boa noite!
–Boa noite, pai.
Mandei a mensagem para Mitsuki no dia seguinte.
O tempo foi passando e continuei fazendo as minhas coisas normalmente. Ajudava vovó em casa e treinava com o meu pai e eles sempre me falavam:
–Descanse! Não fique forçando a criança.
Eu não sentia nada de ruim ou incômodo agindo normalmente. Se eles gostavam de mim e diziam isso, imagine as que não gostavam. Elas falavam mesmo para eu fazer.
Minha barriga crescia e todo dia, quando treinava com meu pai, ele comentava:
–Continua lutando da mesma maneira. Nem parece que você está grávida.

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