quarta-feira, 29 de maio de 2024

Boletim de Anelândia: #23 - Meu processo de escrita (com história nova, velha e conto)

 

Olá, pessoas! Cá estamos com mais edição do Boletim de Anelândia.
Continuando na pegada de contar um pouco mais sobre minhas experiências como autora nessa minha vida. E uma coisa que sempre acaba rolando uma curiosidade é de como acontece o meu processo de escrita, até porque o de cada autor acaba sendo bem diferente. Sempre rola um pouco da curiosidade das outras pessoas - sejam leitores ou até outros autores - sem saber como que acontece quando surge uma nova história.
Separei em alguns tópicos para organizar e falar melhor.
Bora lá!

Quando surge uma história nova e “ela cresce em mim”

Num primeiro momento, surge alguma inspiração para alguma coisa nova, independente do tamanho (conto ou livro). Mas, eu não cometo a loucura de já sair abrindo um arquivo em branco e escrevendo igual uma doida. Nem saio primeiro montando as listas de personagens e montando os planejamentos da história - que falaremos mais a frente.
Primeiro a ideia vai sendo maturada na minha cabeça. Geralmente, ela surge com o seu início e o seu final, aí eu passo uns dias devaneando e pensando na história. Vou construindo-a dentro de mim, com seus personagens e alguns dos principais acontecimentos do comecinho, montando meio que um mapa mental do que eu quero fazer.
Só depois de um tempo - não tem uma estimativa exata, pois varia de acordo com a história - é que eu começo a montar os planejamentos e a começo a escrita em si.


O famoso "Caderno das Ideias" que tenho já faz uns bons anos!


Como eu me planejo para escrever?

Costumo usar algumas folhas soltas, primeiro para montar um rascunho e depois passo o caderno de ideias.
Geralmente, eu monto um resumo do enredo principal - como uma sinopse mais longa - e listo os nomes dos personagens. Depois faço outra lista com os nomes dos capítulos, para eu saber mais ou menos qual caminho eles vão seguir, mas é só uma ideia, pois só vou ver mesmo quando vou escrever mesmo.
Ou eu faço um pequeno resumo de alguns capítulos no caderno e/ou nas folhas ou vou deixando no arquivo alguns tópicos com acontecimentos que quero colocar, mas o trajeto até lá é sempre um mistério.
Pois é, gatas, esta autora é o maior exemplo de jardineiro, tanto que vira e mexe meus personagens saem de controle e fazem o que querem - Will (Filha do Conselho) e Koishiro (O Diário da Escrava Amada) estão mais do que de prova.
Outro exemplo que posso citar de organização é quando fiz o ”12 Meses com Minorin”, em que a organização era um resumo de cada conto, mas o normal era eles seguirem outro caminho… Em especial o conto de Outubro. Porém, apesar da bagunça, eu sempre chego no final que eu gostaria, só a trilha que até lá que fica um tortuosa.


Como eu sei qual voz usar?

Chega a ser engraçado como algumas coisas da história sempre já vem dentro do pacote e de uma vez. Até o nome dela costuma vir nesse pacote. (Com exceção dos contos do “12 Meses com Minorin”, que foi uma loucura!)
Então, sim, eu sei muito bem qual voz acabarei usando… De que forma aquela história será contada. Quando vai ser um personagem como narrador - como em Aventuras de Jimmy Wayn ou em O Diário da Escrava Amada - ou com narrador onipresente - como As Super Agentes e boa parte das histórias mais antigas.
Vai soar bem prepotente o que falarei agora, mas boa parte dos meus processos são bem instintivos, ainda mais quando se trata da criação.
Claro que eu sempre estudo um bocado sobre os processos de escrita… Até a minha formação tem um pouco a ver com isso.
Só que o meu aprender a escrever foi feito muito na parte prática e pouco na parte teórica. Tanto que chega a ser engraçado eu ler sobre algumas técnicas e acabo rindo sozinha, pois acaba sendo uma coisa que já faço.

Eu sei o “tamanho da ideia”

Ironicamente, até a ideia da história já vem no formatinho certo dela, seja conto, história curta ou um livro mais longo.
Nunca me aconteceu de eu pensar que algo ia ser um conto e acabou se tornou um livro, pois a coisa acabou saindo de controle. (Estou comentando isso pois já alguns autores comentaram que aconteceu isto com eles.)
Eu sei muito bem o tamanho e formato que a minha árvore vai ter no final, mas como farei a poda é que a questão.
Obviamente, tem algumas que gosto muito e que eu tenho uma vontade de expandir, mas aí é uma situação bastante diferente.

"Minha Tsundere é uma Agente" é uma das histórias que tenho um enorme vontade de transformar em livro, pois eu amo a ideia e ela não pode ficar presa em só cinco capítulos.


Digitado ou manuscrito? Hora para escrever?

E sobre trabalho o ato da escrita em si…
Uns bons anos atrás, quando eu ainda era universitária e dividia o computador com todos da família, acabava que todos os meus livros eram escritos com a minha bela letra em todos os cadernos ou folhas de fichários que comprava especialmente para isso.
As minhas histórias mais antigas ainda tenho todos os manuscritos guardados bem no meu armário. Por exemplo, O Diário da Escrava Amada, foi todo escrito a mão e depois parava e digitava os capítulos para poder lançar. Acho que isso era um dos motivos que fazia atrasar tanto as atualizações.
Os três volumes de As Aventuras de Jimmy Wayn (até agora) eu fiz manuscrito. A versão antiga de As Super Agentes também… Toda em cadernos!
Somente as histórias mais novas que eu já sento no computador para poder escrever, ai já sai bonitinho e eu não preciso ter mais trabalho.
Por exemplo, todos os contos do “12 Meses com Minorin” ou até a Contemporânea Erótica fiz todo no bendito do google docs - porque eu gosto de ficar relendo no celular e já ir dando umas revisadas.
Quanto aos horários para escrever… Bom, eu nunca fui boa de escolher as horas mais convenientes!
Quando mais nova, na minha idade acadêmica - fosse escola ou na faculdade mesmo -, amava escrever durante a aula. Todo mundo pensava que eu era uma aluna super dedicada e quietinha, mas eu estava escrevendo as mais altas putarias (o DEA, especificamente).
Inclusive, ainda lembro exatamente da aula em que escrevi o famoso capítulo 35 do DEA, foi na aula de estatística e fiquei revoltada que a aula acabou antes de eu concluir o bendito.
Atualmente, chego a escrever no horário de almoço ou descanso no trabalho ou quando o dia está mais tranquilo e eu posso tomar a liberdade disso.
Porém, o mais comum é eu acabar indo escrever à noite, pouco antes de dormir. Lá pelas 22h ou 23h, indo talvez até a 1h da manhã. Minhas sessões de escrita me rendem em média umas mil palavras, quando muito. O que vale mesmo é conseguir escrever de pouco em pouco, ainda mais que na maioria desses dias eu passei trabalhando e chego muito cansada.

Bem, pessoal, é isto!
Espero que tenham gostado de conhecer um pouco mais sobre meu processo de escrita.
Nos vemos no próximo “Boletim de Anelândia”!

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