terça-feira, 18 de junho de 2024

Boletim de Anelândia: Bônus #4 - Capítulo de uma versão alternativa de O Diário da Escrava Amada (Continuação)

Publicada Originalmente em 21 de Dezembro de 2022

Olá, pessoas! Como estão? Eu espero que bem!
Mais uma edição bônus especialmente e exclusivamente para vocês. Se trata da continuação do Bônus #2, que foi um capítulo de uma versão alternativa da história de O Diário da Escrava Amada, onde a Kazuko não perde o primeiro bebê e apenas dá tudo errado entre ela e o Makoto.
Isso aqui é continuação direta do capítulo que postei antes, então leiam lá primeiro para poder seguir daqui.
Aproveitem a leitura!

Capítulo 5 – Grávida de Novo


Ioma, 30 de junho de 2256

Querido Diário,

Lembra daquela suspeita que lhe falei, sobre eu achar que estou grávida do Makoto de novo?
Ele tem vindo ao meu quarto de vez em quando e a Kana sabe disso. E eu vivo no mesmo teto que eles e sei que a Kana estava querendo engravidar. Sim, estava, mas calma, você vai entender.
Ontem, fui a uma consulta com a Rin para confirmar as minhas suspeitas, depois de ter feito um teste de farmácia ainda de manhã. Como da outra vez, ela colocou aquele instrumento no lugar entre minhas pernas e logo viu o embrião. Imprimiu tudo e me entregou para que pudesse mostrar ao Makoto. Por fim, ela perguntou:
- Você sabe o que vai fazer? Como que a Kana vai encarar isso?
- Eu sinceramente não sei. Mas, estou com muito medo.
- Boa sorte e qualquer coisa, pode contar comigo.
- Obrigada!
Eu ia contar para ele ontem a noite mesmo, porém a Kana resolveu fazer uma surpresa, tanto para Makoto e como para mim também, mesmo que indiretamente. Durante o jantar, ela entregou um presente a ele e pediu para ele abrir.
- O que será que é, papai? – disse Kimiyo com o dedo na boca
Ele abriu a pequena caixa e ali dentro estavam dois sapatinhos azuis, tão pequenos. Eu vi aquilo e imediatamente entendi: ela está grávida também. Makoto, lerdo que só ele, olhou e perguntou:
- Pra que isso?
- Pro nosso filho. Eu estou grávida, Makoto.
- Sério? – e imediatamente a abraçou, pulando de alegria – Não acredito!
E eu sinceramente, fiquei feliz pelos dois e pela Kana especialmente, já que ela quer e muito um bebê. Ela e Makoto completaram dois anos de casados, já era hora. Eu só não esperava que fosse acontecer de novo comigo também.
Kimiyo me olhou, quase que pedindo uma explicação com o olhar e eu falei:
- Você vai ter um irmãozinho. Tia Kana está esperando um neném.
E seu rostinho se acendeu com uma alegria, ela pulou e gritou, abraçou os dois. E eu fiquei ali de lado. A família são eles três, mesmo com a Kimiyo sendo a minha filha, eu não passo de uma agregada.
- Está de quanto tempo, querida? – Makoto indagou
- Fazendo quatro meses hoje. Não quis contar antes para ter certeza de que ia para frente.
- Como conseguiu esconder de mim por tanto tempo?
E eles riram. Depois, desejei parabéns aos dois e subi com minha filha para colocá-la para dormir. Ela perguntou pouco antes de pegar no sono:
- Mamãe, meu irmãozinho vem amanhã? Quero ver ele logo.
- Ah, filha, ainda vai levar uns meses para ele nascer. Ainda está crescendo na barriga da Tia Kana.
- Quero ter meu irmãozinho logo.
- Você vai. Só ter paciência.
Depois lhe contei uma história e lhe desejei boa noite. Fui em direção ao meu quarto e cruzei com Makoto. Era dia dele comigo, mas veio falar comigo:
- Eu vou ficar no meu quarto hoje. Tudo bem?
- Claro, Makoto. E parabéns papai!
- Obrigado. – e sorriu
Eu entrei no quarto, me tranquei e comecei a chorar, em silêncio. Coloquei a mão em meu ventre, e fiquei pensando no que fazer até pegar no sono. E eu decidi que iria contar a Makoto!
A Kana saiu hoje de manhã bem cedo para ir ao médico dela, para fazer mais um dos pré-natais, visto que a gravidez dela já avançou um pouco. Makoto ficou trabalhando no escritório e foi nessa hora em que fui falar com ele, com toda a coragem que consegui juntar.
- Kazuko! – disse ao me ver
- Eu preciso falar com você. – fui entrando e me aproximando
- Sobre?
- Bem... – falei me apoiando na mesa, bem ao lado dele e mostrei o exame – É complicado!
- Eu soube que foi na Rin ontem. – falou pegando no envelope – Aconteceu algo? – preocupado, abriu e logo teve sua resposta – Não me diga que... Você também...
- É verdade! – soltei já segurando o choro – Queria ter contado ontem à noite, mas a surpresa da Kana me pegou também.
- Está de quanto tempo?
- Ela estima que umas seis semanas.
- Que merda! – reclamou colocando as mãos na cabeça – Logo agora.
- Eu também não queria.
- Fico imaginando como a Kana vai reagir quando descobrir.
- Se você quiser que eu tire... – fui direta
- Não. Isso não!
- Então, eu vou embora e tenho esse filho bem longe daqui.
- Também não. Eu não quero que minha filha fique sem a mãe dela.
- Makoto... – já chorando – Você também não ajuda.
Ele colocou a mão em minha barriga e me olhou, com olhos marejados. Pus minha mão sob a dele. Não fazíamos isso desde que a Kimiyo estava dentro de mim.
- Que droga! O que eu faço?
- Ah, mas eu sou uma idiota! – bufei olhando para cima – Por que eu deixei isso acontecer?
Abruptamente tirei a mão dele ele e me afastei, gritando o mais forte que consegui, sentindo as lágrimas percorrerem as minhas bochechas.
- Por que eu deixei isso acontecer?! É tudo culpa minha!
- Kazuko... – tentou, se aproximando de mim
- Eu cedi aos meus caprichos e sentimentos. Eu devia ter te rejeitado naquela noite e em todas as outras que foi me procurar. Por que eu sou tão idiota?
- Kazuko, calma.
- Não tem como eu ter calma. Não agora! Eu... – não consegui completar a frase
Eu me abaixei, abraçando meu ventre em desespero. Era minha culpa que aquilo estava acontecendo. Podia sofrer muito bem pelas consequências dos meus atos.
Makoto apenas me abraçou e só disse:
- Tudo bem, pode chorar.
Levei uns minutos para me acalmar. Ainda bem que a Keiko não ouviu nada lá de baixo. Ele me pôs sentada em sua cadeira, diante do computador, abaixou-se e virou-me para que pudesse vê-lo e começou:
- Vamos encarar e falar com a Kana juntos sobre isso, tudo bem?
- Não. – respondi – Eu não quero que isso respingue em ti, ainda mais agora que vocês vão ter o bebê de vocês.
- Esse bebê dentro de você também é meu. – retrucou
Eis que a Kana finalmente voltara do médico, mais cedo do que se esperava e foi direto ao escritório para falar com o marido e ela nos pegou no flagra.
- O que está acontecendo?
- Kana, estava falando com Makoto e vou informar também a você. – disse me levantando e passando por cima da decisão dele – Eu estou grávida também.
- Como é que é?! – respondeu incrédula – Isso é mentira! Está mentindo!
- Não é mentira. Bem que eu queria que fosse. – peguei o exame e estendi, caminhando em sua direção – Veja você mesma!
Ela pegou o papel e calmamente leu o que estava descrito. Vi a boca dela tremer para esbravejar algo e eu – pelo tempo de convivência - já sabia o que ela ia dizer e me adiantei.
- Não. Não estou fazendo isso para atrapalhar o seu momento, o seu bebê com o Makoto. Não foi para te fazer raiva ficando grávida primeiro, até porque estou só de seis semanas, você já está com dezesseis. Eu não quero estragar nada, eu só vim informar ao Makoto, só isso.
Ela ficou estática enquanto eu falava, com toda a calma que me fosse possível, eu não queria problema. Assim que terminei, ia sair, mas ela me puxou pelo braço e eu já sabia o que vinha e recebi sem censura, foi uma tapa certeira, que me derrubou no chão e o enorme xingamento.
- Sua escrava maldita! Eu te tolerei enquanto mãe da filha do meu marido, enquanto escrava quando ele quis de volta, mas agora, com você carregando outra criança... Nem pensar!
Makoto imediatamente correu para me socorrer, já que ela ia chutar minha barriga. Mandou Kana parar e me ajudou a levantar.
- Sinceramente, não sei o que faço com vocês duas. – disse ele por fim
- Não precisam se preocupar comigo. – soltei – Afinal, meu filho é só o bastardo!
E sai, me trancando no quarto. Ainda bem que a Kimiyo estava brincando lá no quarto de brinquedos e não ouviu nada. Fiquei encostada na porta chorando e chorando, sendo acompanhada pelos gritos da Kana e do Makoto discutindo. Também ouvi a voz da Keiko, que depois de tanta gritaria, veio ver o que estava acontecendo.
Sinceramente, eu nem sei o que vai acontecer. Eu me sinto de novo na mesma situação de quando engravidei da Kimiyo, estou com minhas mãos atadas. A não ser que eu saia correndo!
Deseje sorte e a mim e a minha pequena ervilha.
 
A reação de vocês vendo que eu escrevi isso e acabou aqui e eu nem devo continuar.

Bem, pessoal, esta foi mais uma edição do Boletim de Anelândia!
Até a próxima!

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