sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

Capítulo 9 – Fique hoje à noite

A semana passou muito rápido e já é a sexta-feira que eu e Helena iremos sair para a balada e amanhã é dia de ir no almoço de família dela. Achei curioso e bem repentino o pedido, mas como quero conhecer mais da Helena, topei.

Na quarta saiu o conto fantasioso da piscina e ele foi diferente do habitual, contudo não significa que eu não bati uma para meu eu imaginário comedor da Helena na piscina. Confesso que agora eu quero que isso aconteça de verdade! E vou fazer bem melhor do que minha versão fantasiosa.

E hoje finalmente saem as primeiras fotos que tirei da H, o ensaio das lingeries. Estou ansioso e apreensivo sobre como vai ser a recepção destas fotos, mas só saberei disso mais tarde, talvez nem veja até o sábado porque vai ser justamente na hora em que eu e Helena estaremos juntos. Maior parte das postagens dela saem à noite, pois boa parte dos leitores é mais velha e é nessa hora em que estão em casa.

Iríamos sair lá pelas 20h, então comecei a me arrumar com certa antecedência. Tomei um banho e coloquei uma calça jeans, tênis, uma camisa preta e uma jaqueta azul-marinho, já pensando provavelmente que ela precisaria mais tarde. Marcamos de nos encontrar na entrada do prédio e iríamos de transporte particular, já que sem condições de dirigir o carro na volta.

Desci, esperei por um tempo e logo ela apareceu. Usando uma blusa amarela, leeging preta, um sapato de salto. O cabelo estava solto e ele usava uma maquiagem mais carregada com um batom escuro. Sorriu quando me viu! Chamamos o carro e logo rumamos a boate favorita dela: Quintecence.

A gente mal tinha se visto durante a semana, porque acabei conseguindo uns freelas e mais uma grana. Já ela ficou ocupada escrevendo para o blog, já que resolveu adiantar praticamente uma semana de postagens para poder se focar no livro depois, que disse ela já estar tendo ideias para escrevê-lo. Porém, resolvi não perguntar mais sobre.

Chegamos a boate que nem era tão longe assim do condomínio, pegamos uma breve fila e depois de mostrar os documentos, para provar sermos maiores de idade, nos deixaram entrar. Ao passar pela enorme porta, demos de cara com um ambiente lotado, com luzes piscando e o som bem alto. Bem padrão para uma boate.

Helena pegou no meu pulso e me puxou para o balcão onde serviam as bebidas, por sorte achamos dois locais vagos um do lado do outro. Sentamos e chamamos o bartender, pedimos uma garrafa de ice para cada, para começar leve. Bebemos e tentamos conversar, especificamente sobre a nossa semana, mas precisamos falar mais alto para nos ouvirmos. Ao terminarmos a bebida, ela me puxou para a pista de dança, nem nos embrenhamos tanto pro meio, já que nem dava para passar. Resolvemos ficar ali mais pra ponta mesmo.

Helena já chegou na pista dançando, só entrou no embalo da música e se deixou levar e claro que ela me chamou para junto dela. Ficamos colados um de frente pro outro com a Helena se esfregando em mim e rindo. Pulávamos, cantávamos e curtíamos a cada música.

Depois de um tempo cansamos e para refrescar o corpo pedimos mais uma bebida, dessa vez uma batida de frutas com vodka. E dava para perceber ela bem mais solta e talvez até mais bêbada do que eu. Considero-me uma pessoa até bem resistente e forte para beber. Acho que eu teria que levar a Helena pra casa hoje. E logo após, retornamos a pista de dança.

Este ciclo se repetiu algumas vezes e em alguns momentos acabamos trocando uns beijos no calor da coisa toda. Até que a hora foi avançando e devíamos voltar se quiséssemos aparecer apresentáveis na casa da família dela amanhã. Carreguei a Helena pra fora da boate, já bastante bêbada e chamei um carro. Eu estava sentindo um pouco de tontura, mas estava bem. Logo o carro chegou e voltamos para o prédio. Agradeci ao motorista e entrei.

Carreguei-a o caminho inteiro no ombro, com ela balbuciando coisas inaudíveis. Descemos no nosso andar e iria levá-la para o apartamento e só deixá-la e iria para o meu. A primeira parte eu fiz, coloquei Helena na cama, mas antes que pudesse ir embora ela me segurou:

- G, fica aqui hoje comigo. - com a voz totalmente alterada

- Melhor não, H. Você está completamente bêbada. – respondi, como se ela fosse me entender

E ela me puxou para a cama com ela, me dando um beijo e subindo em cima de mim. Confesso que não sou de ferro e correspondi aos estímulos dela, mas minha consciência não permitia ir além, porque não era certo. Ela tirou sua blusa, ficando só de sutiã e continuava se esfregando em mim.

- G, transa comigo. Eu quero você! – falou

- Eu também quero, mas não com você assim. – retruquei

Ela ia resmungar alguma coisa, mas antes que pudesse ela fez uma careta e vomitou em mim. Não foi muito, mas eu senti especialmente o cheiro da batida de frutas. E claro que a bonita fez essa lambança em mim e dormiu depois. Tive que sair e me limpar. Joguei minha camisa suja num canto, tirei o sapato e a calça. Depois tirei o resto da roupa da Helena e também limpei o resto de vômito que ficou na sua boca.

O cansaço me bateu e eu decidi que não ia atravessar o corredor e ir pro meu apartamento, ficaria ali com ela, vai que ela passaria mais mal ainda. Fiquei para poder cuidar dela. Sentia-me responsável, mesmo sendo ela quem me convidou para a noitada.

Eu nem percebi quando apaguei, mas quando dei por mim os raios de Sol já me incomodavam. Peguei o telefone para olhar a hora e marcava 9h da manhã. Outra coisa que percebi era meu celular lotado de notificações das minhas redes sociais, abri para ver com mais calma e eram muitos novos seguidores e também alguns comentários, sendo boa parte deles me parabenizando pelo trabalho e dizendo que vieram depois da postagem no Contemporânea Erótica. E nas mensagens diretas também tinham algumas pessoas perguntando sobre sessões de fotos e tudo mais. Como uma dor de cabeça me acometeu, resolvi deixar para responder depois. Resolvi levantar e fazer o café da manhã. Foi meio complicado achar as coisas pela falta de familiaridade com a cozinha, mas eu encontrei tudo e consegui passar um café e fazer uns mistos quentes com queijo e presunto.

Escutei um som vindo do quarto, devia ser Helena acordando. Logo depois ela veio para a sala e a mesa já estava posta e eu sentado esperando por ela. Ela sorriu e falou:

- Bom dia, G! É... fizemos algo ontem?

- Não. Mas não que você tenha pedido.

- Ah, que vergonha. Desculpe, eu bebi um pouco demais.

- Tudo bem, todos nós fazemos isso. Senta, vamos comer.

- Eu detesto essa dor de cabeça. – reclamou ao se sentar – Afinal, se não fizemos nada, por que está só de cueca?

- Bom... Você acabou vomitando em mim ontem.

- Gustavo, desculpa! – respondeu imediatamente – Olha eu burra velha pagando esse mico.

- Tudo bem. Depois você dormiu. A roupa é só lavar, pode deixar.

- Logo precisamos nos arrumar para ir à casa dos meus pais e eu estou um caco.

- Eu também, mas a gente consegue.

Comemos num clima agradável e comentando sobe quão divertida foi a noite anterior. Depois ela perguntou:

- A postagem das fotos saiu ontem. Alguém foi nas suas redes?

- Muita gente, na verdade. Já estou até recebendo umas propostas de trabalho. Só não tive tempo de responder.

- Ah, que legal. – sorriu – Acho que agora sua carreira de fotógrafo deslancha. Uma pena que vou perder a exclusividade.

- Sempre vai ter um horário na agenda para você. É minha cliente mais importante.

- Ah, nem é para tanto.

- È sim! Olha divulgação que você me deu e ainda me pagou.

E rimos. Um silêncio constrangedor se fez em seguida, enquanto terminávamos de comer.

- Helena, quer ir lá pro quarto fazer o que não fizemos ontem? – perguntei sugestivo

- Sim. – disse sorrindo

Levantamo-nos e fomos lá para o quarto. Dessa vez eu trouxe a camisinha e não precisei pegar emprestada. E a gente nem ligou se aquilo ia causar o nosso atraso na chegada para o almoço dali poucas horas.

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