quarta-feira, 24 de julho de 2024

Boletim de Anelândia: #17 - Devagar e sempre (Autores e seus ritmos de escrita)

Publicada Originalmente em 5 de Maio de 2023.

 
Olá, pessoas! E sejam bem-vindos a mais uma edição do nosso Boletim de Anelândia.
Cá estou hoje para falar um pouco sobre como eu acabo escrevendo meus livros um pouco devagar - sobre o meu processo de escrita deixo para outra edição - e sobre muitos pensamentos que tenho acerca esse tema de quanto tempo levamos para escrever um livro.
Peguem na minha mãozinha e vamos!

A autora que escreve igual uma tartaruga

Na edição passada falei um pouco sobre as histórias que nunca terminei e acho que acaba sendo tudo um efeito dominó. Porque eu tenho fogo de começar muita coisa, vai ficando tudo pelo caminho e acabo continuando cada uma aos pouquinhos. Escrevo um capítulo ali, outro acolá, fico uns bons meses sem escrever e depois volto, ai abandono de novo… Essas coisas!
E bem, eu sempre tive bastante dificuldade em fazer uma grande quantidade de palavras em um dia só, o meu máximo são 2 mil num dia, porque se eu escrevesse mais que isso acho que ia ficar cansada… De verdade!
Acho que um dos motivos também que causa lentidão na minha escrita é que sempre mantive a minha carreira como autora como uma coisa paralela. Ou eu era estudante ainda, tanto na escola quanto na faculdade, em épocas de estágio e agora trabalhando formalmente. Então, eu raramente conseguia dedicar meu tempo exclusivamente para a escrita, como tenho certeza que muitos autores fazem.
Então, sim, eu sou uma escritora que leva um bocado de tempo para terminar o que escrever, porque tem muitos outros fatores na minha vida.
Pode parecer que é só desculpa minha, mas é a minha realidade.
Só que é outra coisa que eu falo brincando: Devagar e sempre. (Título dessa edição BTW.)
Então, agora, vou aproveitar para falar sobre algumas histórias minhas e quanto tempo levei para terminar.

O livro que eu levei mais tempo foi…

A primeira versão de As Super Agentes e o livro das magias.
Foram mais ou menos 8 anos escrevendo até o final, entre 2004 até 2012. E tudo isso para não usar nada e eu acabar repaginando a história que estou reescrevendo agora.
Mas, a explicação é que como é efetivamente a minha primeira história muita coisa acaba sendo crua até demais, os personagens, os acontecimentos, as inspirações para a história.
Mas, confesso que eu tenho um carinho enorme por esse livro que acompanhou boa parte da minha vida - por isso que eu falo sobre ASA o tempo todo - e ainda quero muito pegar essa primeira versão, digitar - porque tá tudo manuscrito - e colocar em algum lugar de graça para leitura, só pelo prazer de usar algo que levei oito anos da minha vida para fazer.
A primeira versão de ASA se sendo quase esquecida! 

Esse também levou uns bons anos…

Como O Diário da Escrava Amada, que foram 5 anos, entre 2013 e 2018; e os volumes dois e três de As Aventuras de Jimmy Wayn, que nem sei quantos anos foram, mas deve ter sido de dois a três cada um.
DEA é uma das minhas obras mais complexas e que eu tenho um carinho muito grande. Claro que eu amadureci muito enquanto escrevia a história, então dá para perceber a diferença entre o começo - que eu tinha 20 anos - com o final - que eu já estava com meus quase 25 anos.
O JV2 me acompanhou durante a faculdade de letras, devo ter começado no início de 2010 e fui até o final de 2012, sendo que os enredos e acontecimentos são mais do que os que acontecem no primeiro livro. E já o terceiro foi entre 2013 até 2019, mas efetivamente menos que isso, se for contar escrevendo o livro mesmo. E bem, dos três até então, é o livro mais longo - com 25 capítulos - e também com sei lá quantas histórias secundárias junto.
Demorou, mas terminei né? Vitórias!

O que levei menos tempo foi…

As Aventuras de Jimmy Wayn: O menino virgem, que foi entre o final de 2008 e metade de 2009, totalizando 9 meses.
Eu tinha menos histórias e era apenas uma aluna do ensino médio, aproveitei a empolgação que fiquei com a história, com o narrar de visão masculina e bem, até hoje, nenhum outro livro foi escrito tão rápido quanto este.
Tudo bem que o enredo é super simples e super direto ao ponto, deixando o livro bem curtinho e rápido de ler.
O que foi mais rápido depois dele foi a Contemporânea Erótica, que eu levei mais ou menos um ano e meio.
Parabéns para mim, pois terminei “rápido” até!
 

Pensando pensamentos…

Vou usar essa parte da edição para levantar umas reflexões sobre escrita e até outros autores. Infelizmente, a gente acaba se comparando com muitos dos outros que estão por ai escrevendo e publicando suas próprias histórias. Comparamos sobre a qualidade das histórias, os gêneros e é claro, quão rápido escrevemos!
Ainda lembro um dia que eu vi uma autora que sigo no twitter que escreveu mais de 15 mil palavras - ou até mais, não tenho certeza do valor agora - em apenas uma dia. Ou até outra autora que eu acompanho que mensalmente tem lançado histórias novas na Amazon. E obviamente já tem algum autor que terminou um livro até essa altura do ano.
E volto para mim, uma reles mortal, autora assalariada que nem está perto de viver dos seus livros e fico pensando se algum vou chegar no patamar desses autores, de conseguiu começar um livro e terminar no mesmo ano ou até no mesmo mês. É realmente algo que nem vejo acontecer comigo, de verdade!
Acabo me cobrando uma produtividade e ritmo que não me é habitual, porque o meu processo é realmente diferente e apenas meu.
Eu fico triste, fico chateada, mas eu entendo que eu sou assim e tá tudo bem eu escrever meus próprios livros no meu ritmo… Eles são meus afinal!

E tá errado levar anos para escrever livros? Ou até um mês também?

Fica esta questão: Existe tempo certo ou ideal para se terminar de escrever um livro?
Bom, eu sou a pessoa que mais odeia ficar “cagando regra” na escrita dos outros, então, na minha visão, não existe limite de tempo para se trabalhar num livro.
O que vale é que o autor esteja dentro do seu ritmo, capacidades e até limitações - porque quem nunca fez mais do que devia - para trabalhar no seu livro. Se ele consegue fazer tudo isso em mês, isso é com ele! A mesma coisa para alguns meses ou alguns anos. É só uma coisa do processo de cada um e isso é diferente! (O que quebra é ficar se comparando, como disse lá em cima!)
Cada um de nós sabe onde o calo aperta e sabe a melhor forma de trabalhar os seus próprios processos criativos, pois imagino que a criatividade e tudo que a envolve é algo bastante pessoal para cada pessoa. Nós nos inspiramos de diferentes fontes e nós manifestamos nossas criatividades à nossa maneira.
Então, se você, pessoa que escreve, está lendo isso e se sentindo um pouco estranho porque não produz no mesmo ritmo/velocidade que outros a sua volta, saiba que não tem nada de errado ser um pouco mais lento. Só faça do seu jeito!
É o meu lema: Devagar e sempre!

E com isto encerramos a nossa edição de hoje do Boletim de Anelândia.
Espero que tenham gostado!
Até a próxima!

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