sexta-feira, 11 de março de 2022

Capítulo 22 – Planejando a viagem

 

O domingo passado terminou da pior forma, nem eu poderia sequer supor que aquilo aconteceria.

Passei uma tarde bastante agradável na casa da família do Gustavo. Eu estava me sentindo tão bem e tão leve e veio aquele baque. Pedro simplesmente apareceu lá. A minha família e a de Gustavo moram meio próximas. Bem provável que ele estivesse passando pelas redondezas e viu meu carro estacionado. E na cabeça maluca dele resolveu – de novo – que era uma boa ideia vir falar comigo. Foi o que Pedro falou assim que me viu, se era verdade ou não, é outra história. 

Eu fiquei estática enquanto todo mundo a minha volta me protegia e defendia. O sangue de Gustavo subiu a cabeça e ele nocauteou Pedro novamente.

A situação piorou depressa até demais, pois logo surgiram meu irmão, o resto da família e também a polícia. Claro que tive que ouvir gracinha da minha mãe, tentando justificar as ações de Pedro, me dando um sermão como se eu estivesse errada em não querer ficar com ele. Sinceramente, acho que vou precisar adiantar a minha sessão de terapia para essa semana.

A polícia chegou e não deu para resolver tudo lá – e nem tinha como -, então fomos para a delegacia e acabei registrando outro boletim de ocorrência contra o Pedro. E meu ex registrou contra o Gustavo por agressão. Foi um estresse tão grande e eu só queria ir para a minha cama depois disso, pois quando saímos era mais de meia-noite já!

Eu e G saímos da delegacia e entramos no meu carro para podermos voltar para o condomínio. Nós dois estávamos com cara de cansados. Ainda bem que não passei uma maquiagem tão pesada, porque senão tinha borrado tudo. Eu chorei um bocado com toda essa situação!

- Desculpe por acabar com seu domingo. - falou Gustavo assim que sentou no banco do carona

- Não precisa se desculpar, eu agradeço por ter me defendido. E sinceramente, não foi a primeira vez que bateu no Pedro.

- Ele mereceu, como todas as outras vezes.

- Nisso eu concordo! - falei rindo de canto de boca

E dei a partida no carro, ficamos conversando no caminho.

- Tirando esse grande evento para a rua toda, gostou do almoço?

- Sim! Eu me diverti bastante. Ainda mais com seus pais me elogiando. - sorri

- O sonho deles era ter uma filha e bem, minha mãe acompanha o blog por minha causa.

- Posso te declarar meu fã número nº1, G?!

- Pode e deve! - riu – Aliás, chegou a ver algo da viagem?

- Nem deu tempo, fiquei trabalhando no livro. Se tiver cabeça, até vejo amanhã.

- Você sabe que eu ainda estou com a grana meio curta para viajar né? Não pode ser num lugar tão longe, H.

- Eu sei! Vou ver um lugar que fica no máximo umas quatro horas de carro.

- Estou ansiosa para isso, devo confessar.

- Também! Ainda porque vamos poder passar um tempo juntos. Não que já não façamos isso…  - tentei me justificar

- Viajando é diferente! Eu entendi. - ele sorriu – Lembra: sem pressa tá?

Depois disso, o assunto se encerrou. Gustavo consegue acalmar meu coração sempre que diz isso. Acho que deve ser por isso que nossa amizade colorida funciona tanto, a gente só curte os momentos. Contudo, estamos chegando numa altura em que um está começando a sentir algo mais pelo outro. Eu tenho certeza que o G está da mesma forma que eu com relação a ele. Só que temos medo de dar o próximo passo. Eu pelos meus traumas. Já para Gustavo não consigo imaginar os motivos, talvez esteja esperando só o meu tempo mesmo.

Colocamos uma música no carro e viemos cantando o resto do caminho. Estávamos precisando depois daquela merda toda! Acabamos nos distraindo e logo chegamos ao condomínio. Estacionei na minha vaga e subimos juntos no elevador.

- Vai trabalhar amanhã? - perguntei a elevador

- Não tão cedo quanto outros dias, mas tenho certeza que estarei bem cansado quando o dia acabar.

- Mais sessões de fotos?

- Sim! Mas são todas no mesmo lugar, pelo menos isso.

- No parque?

- Sim! São umas fotos de debutante, de grávida, essas coisas.

- Ah, que legal! Isso me lembra da minha formatura na faculdade. - sorri – Como estava feliz tirando foto com a beca.

- Recordo da minha também. Ah, bons tempos os da faculdade.

A porta do elevador se abriu e nos despedimos.

- Bom trabalho para você amanhã. - falei, dando um beijo em sua bochecha

- Para você também! - e me deu um selinho – A gente se vê amanhã?

Assenti e seguimos cada um para um lado do corredor. Só cheguei em casa e tomei um banho antes de cair na cama.

***

Levantei no dia seguinte e já peguei o computador, durante o meu café da manhã já fui pesquisando os possíveis locais para a nossa viagem e sessão de fotos. Fui fazer isso logo, porque não queria ficar remoendo o ocorrido do dia anterior.

Pensei em um lugar com praia ou até na montanha, bastante luz natural, uma casa ampla para também ser um cenário e também um local bem reservado, por motivos bem óbvios. Queria ficar à vontade para tirar as fotos e continuar preservando a minha identidade como a Echii. Talvez um dia eu revele quem eu sou para todos os meus leitores e seguidores, mas ainda me falta a segurança e confiança para tal. Quem sabe não conte a alguém da família primeiro? A minha irmã?

Estou distraída olhando fotos e anúncios de vários lugares, um mais lindo que o outro, até que meu celular apita com uma mensagem, justamente da pessoa que pensei: Marina, minha irmã.

“Irmã, acabei de saber do que houve ontem. Como você está?”

“Bem, na medida do possível. Com certeza, mamãe já te contou todos os pormenores.”

“Até demais, incluindo o sermão e fez questão de falar de que recebeu seu amigo aqui e ele faz isso com uma pessoa que é outro filho para ela.”

“Já cansei dessa falta de noção dela.” 

“O pior é que foi por ligação. Achava que era algo importante e ela me prendeu por 15 minutos. Sorte que estou de folga hoje.”

“Não pode deixar ela falar muito, irmã. Se bobear, fala da vida de todo mundo, sempre foi assim.”

“Eu sei. Só fiquei ouvindo porque fiquei preocupada mesmo… Até porque o Pedro te persegue desde que terminaram. Fico com medo de que aconteça algo contigo.”

“Dessas últimas vezes, o Gustavo estava comigo. Foi sorte!”

“Daria tudo para ver a cara arrebentada do Pedro.”

“Foi bem feio! Ele só desmontou no chão. Se não estivesse tão nervosa, teria sido uma cena engraçada.”

“Enfim, irmã, só mandei mensagem para saber se você estava bem. Saiba que qualquer coisa, pode contar comigo.”

“Sei disso, irmã. E é recíproco. Qualquer coisa, estou aqui.”

“Beijos, mana!”

“Beijos!”

Larguei o celular e continuei com a minha pesquisa. Separei uma pequena lista   de alguns destinos interessantes de ir, porém eu queria uma opinião do Gustavo também e mandei todos os que me interessei através de mensagens, falando:

“Oi, G! Mandando algumas sugestões de lugares que podemos ir.”

Levou alguns minutos – devia estar ocupado - mas ele respondeu:

“São todos lindos, H. Se fosse só este quesito, seria complicado escolher. Mas, pensando no meu bolso, as escolhas diminuem.”

“Eu cubro os gastos se precisar.”

“Nada disso. Nós vamos dividir! Essa sessão de fotos é um projeto nosso.”

“Tá bom! Não vou insistir.”

“Praia ou montanha? Prefiro praia, tem mais luz natural. E podemos aproveitar para tirar bastantes fotos de biquíni.”

“Pensou o mesmo que eu!”

“Devo admitir que selecionou bem, pelo pouco que consegui ver aqui. Estou vendo na correria mesmo, meu intervalo está acabando.”

“Não precisa fazer agora. Mandei para dar uma olhada depois. Podemos escolher mais tarde.”

“Mas eu sou ansioso, quis ver logo o que você escolheu. Haha Como já disse, gostei das opções. Vemos isso melhor quando nos encontrarmos mais tarde.”

“Te espero mais tarde para decidir os detalhes então. Beijos, G!”

“Beijos e até mais tarde, H!”

Com isso já meio encaminhado, resolvi tirar o resto do dia para ver mais coisas do livro, arrumando mais um dos contos que vão para a coletânea e organizando a minha agenda de postagens da semana na Contemporânea Erótica.

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